Quando do falecimento do amigo Jomar Moraes, fiquei imaginando quem poderia substitui-lo a contento na Academia Maranhense de Letras! O primeiro nome que me ocorreu foi o de Ferreira Gullar. Ícone maior de nossa poesia contemporânea, Gullar que já ocupa um merecido lugar na ABL, seria a escolha perfeita.
O segundo nome em que pensei, foi no primeiro em que todos nós acadêmicos pensamos sempre que abre uma vaga na AML: Arlete Nogueira. O terceiro foi o de Salgado Maranhão…
Conversei com vários colegas acadêmicos e todos, sem exceção, concordaram comigo, mas deixaram claros os empecilhos que teriam que ser superados para que Gullar aceitasse vir, não pelo fato de vir assumir uma vaga na AML, mas por fazer uma viagem, ter que vir ao Maranhão para isso.
Gullar não viaja de avião, fato que o obrigaria a fazer essa viagem de carro, por estradas nem sempre em boas condições, e o que ainda torna tudo isso pior é o fato dele ter 86 anos de idade. Mesmo sabendo das dificuldades que enfrentaria me pus a trabalhar.
Coincidentemente Ney Bello Filho ligou de Brasília para conversarmos sobre um possível nome para a vaga de Jomar e eu lhe contei o que eu pensava. Ele prontamente concordou. Naquele mesmo dia liguei para Zé Sarney para pedir-lhe que sondasse Gullar. Ele ficou de tratar desse assunto.
Quem me conhece sabe que sou operante demais e não me dando por satisfeito, fiquei matutando como poderia chegar a Gullar, com quem só tinha falado uma vez na minha vida, quando de um evento da Revista Guarnicê, no início dos anos de 1990. Pensei em usar Celso Borges que fizera uma entrevista com Gullar para nossa revista ainda em 1984!… Pensei em Beto Matuk que o entrevistara em 2012 para o documentário que realizamos sobre Lago Burnet!…
Por fim, resolvi recorrer a Zelito Viana, que pelo fato de estar produzindo um documentário sobre o autor de Poema Sujo, pediu-me que ajudasse com imagens antigas e contemporâneas de São Luís, para que ele pudesse bem ilustrar o lugar onde o poeta nasceu e viveu até sua juventude.
Baseado nessa nova e boa amizade, liguei para Zelito, que, pra quem não sabe, além de irmão de Chico Anísio e pai de Marcos Palmeira, é filho do velho Oliveira Paula, que morava ali pertinho do Jaguarema.
Zelito se prontificou em falar com Gullar e me retornar. Qual não foi minha surpresa, quando meia hora depois Zelito retorna dizendo que Gullar havia adorado a ideia, que ele se disse muito honrado, que queria muito voltar a São Luís e que essa seria uma grande oportunidade de voltar a sua cidade.
Porém, Zelito não deu confirmação, disse que Gullar pediu que eu ligasse pra ele no dia seguinte. Para mim aquilo tudo era maravilhoso. Só o fato de ele simplesmente gostar da ideia já me encantava.
LigueiPara substituir Jomar…
Quando do falecimento do amigo Jomar Moraes, fiquei imaginando quem poderia substitui-lo a contento na Academia Maranhense de Letras! O primeiro nome que me ocorreu foi o de Ferreira Gullar. Ícone maior de nossa poesia contemporânea, Gullar que já ocupa um merecido lugar na ABL, seria a escolha perfeita.
O segundo nome em que pensei, foi no primeiro em que todos nós acadêmicos pensamos sempre que abre uma vaga na AML: Arlete Nogueira. O terceiro foi o de Salgado Maranhão…
Conversei com vários colegas acadêmicos e todos, sem exceção, concordaram comigo, mas deixaram claros os empecilhos que teriam que ser superados para que Gullar aceitasse vir, não pelo fato de vir assumir uma vaga na AML, mas por fazer uma viagem, ter que vir ao Maranhão para isso.
Gullar não viaja de avião, fato que o obrigaria a fazer essa viagem de carro, por estradas nem sempre em boas condições, e o que ainda torna tudo isso pior é o fato dele ter 86 anos de idade. Mesmo sabendo das dificuldades que enfrentaria me pus a trabalhar.
Coincidentemente Ney Bello Filho ligou de Brasília para conversarmos sobre um possível nome para a vaga de Jomar e eu lhe contei o que eu pensava. Ele prontamente concordou. Naquele mesmo dia liguei para Zé Sarney para pedir-lhe que sondasse Gullar. Ele ficou de tratar desse assunto.
Quem me conhece sabe que sou operante demais e não me dando por satisfeito, fiquei matutando como poderia chegar a Gullar, com quem só tinha falado uma vez na minha vida, quando de um evento da Revista Guarnicê, no início dos anos de 1990. Pensei em usar Celso Borges que fizera uma entrevista com Gullar para nossa revista ainda em 1984!… Pensei em Beto Matuk que o entrevistara em 2012 para o documentário que realizamos sobre Lago Burnet!…
Por fim, resolvi recorrer a Zelito Viana, que pelo fato de estar produzindo um documentário sobre o autor de Poema Sujo, pediu-me que ajudasse com imagens antigas e contemporâneas de São Luís, para que ele pudesse bem ilustrar o lugar onde o poeta nasceu e viveu até sua juventude.
Baseado nessa nova e boa amizade, liguei para Zelito, que, pra quem não sabe, além de irmão de Chico Anísio e pai de Marcos Palmeira, é filho do velho Oliveira Paula, que morava ali pertinho do Jaguarema.
Zelito se prontificou em falar com Gullar e me retornar. Qual não foi minha surpresa, quando meia hora depois Zelito retorna dizendo que Gullar havia adorado a ideia, que ele se disse muito honrado, que queria muito voltar a São Luís e que essa seria uma grande oportunidade de voltar a sua cidade.
Porém, Zelito não deu confirmação, disse que Gullar pediu que eu ligasse pra ele no dia seguinte. Para mim aquilo tudo era maravilhoso. Só o fato de ele simplesmente gostar da ideia já me encantava.
Liguei na manhã seguinte e uma voz rouca atendeu do outro lado. Impossível não reconhecer aquela voz.
Apresentei-me e expus meu caso. Ele se mostrou muitíssimo emocionado e agradecido. Disse que quando Zelito lhe falou, sua primeira reação foi aceitar de pronto. Disse-me que estava muito feliz pelo convite, que se sentia muito honrado, que sabia da importância de Jomar para a AML, mas que havia falado com sua companheira sobre o assunto, e que ponderando melhor, tendo em vista que ele ficaria fora do Rio pelo menos por 10 dias, “três para ir, três pra voltar”… Que a viagem de carro entre o Rio e São Luís seria bastante incômoda e desgastante para um homem de 86 anos e que tem compromissos semanais incanceláveis… Disse que era com tristeza que ele deixava de lado a excitação juvenil que o fez prontamente aceitar o convite, mas que, por todos aqueles motivos, não seria possível!…
Depois de suas ponderações, todas extremamente procedentes, não tive como insistir muito, mesmo que meu caráter sagitariano ainda tenha tentado argumentar.
Resta-nos, no entanto o fato de que substituir Jomar na AML será uma tarefa difícil. Pensemos!
na manhã seguinte e uma voz rouca atendeu do outro lado. Impossível não reconhecer aquela voz.
Apresentei-me e expus meu caso. Ele se mostrou muitíssimo emocionado e agradecido. Disse que quando Zelito lhe falou, sua primeira reação foi aceitar de pronto. Disse-me que estava muito feliz pelo convite, que se sentia muito honrado, que sabia da importância de Jomar para a AML, mas que havia falado com sua companheira sobre o assunto, e que ponderando melhor, tendo em vista que ele ficaria fora do Rio pelo menos por 10 dias, “três para ir, três pra voltar”… Que a viagem de carro entre o Rio e São Luís seria bastante incômoda e desgastante para um homem de 86 anos e que tem compromissos semanais incanceláveis… Disse que era com tristeza que ele deixava de lado a excitação juvenil que o fez prontamente aceitar o convite, mas que, por todos aqueles motivos, não seria possível!…
Depois de suas ponderações, todas extremamente procedentes, não tive como insistir muito, mesmo que meu caráter sagitariano ainda tenha tentado argumentar.
Resta-nos, no entanto o fato de que substituir Jomar na AML será uma tarefa difícil. Pensemos!

Perfil
“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.
Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.
Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.
Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.
Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.
Busca
No Twitter
Posts recentes
Posts recentes
Comentários
Comentários
Arquivos
Arquivos
Categorias
Categorias
Mais Blogs
Blogs
O Grupo
Contato
- (98) 3215-5050
- (98) 99999-9999
- [email protected]
- Av. Ana Jansen, 200 - São Francisco São Luís - MA