De como os erros do passado determinam o futuro

Na verdade eu nem precisaria desenvolver o texto que você, tudo indica, vai ler a seguir, uma vez que o título dele resume e explica pontual, objetiva, filosófica e pragmaticamente, tudo!

Entre os princípios básicos da física, está a incapacidade do tempo parar ou dele retroceder, ou mesmo de viajarmos através dele, apesar da ficção científica insistir em criar peças que vira e mexe faz com que seus personagens viajem no tempo, como é o caso do livro de 1895, “A Máquina do Tempo”, de HG Wells, ou do filme de Robert Zemeckis, “De volta para o futuro” realizado noventa anos depois, em 1985.

O certo é que na realidade não conseguimos parar o tempo, ou viajar por ele. Se isso fosse possível eu iria dar passagens para duas pessoas voltarem para os idos de 2014 para que pudessem desfazer os erros imperdoáveis que cometeram.

A primeira passagem no Expresso 2014 eu daria para Roseana Sarney, para que ela desfizesse a maior bobagem de toda sua vida política, e se afastasse do mandato de governadora em tempo hábil para concorrer ao senado, fato que certamente mudaria o futuro de todos nós.

Fazendo isso, do ponto de vista eminentemente político, Roseana não garantiria a vitória de Luís Fernando Silva, seu candidato naquela eleição, mas pelo menos garantiria sua vitória como senadora.

Conhecendo Roseana como eu acredito que conheça, ela bem que poderia não aceitar meu presente e bater pé para fazer a tolice que acabou fazendo. Assim sendo eu daria o outro bilhete de viagem no Expresso 2014 para meu querido amigo Edson Lobão Filho.

Edinho jamais poderia ter aceitado ser candidato a governador naquelas circunstâncias! Ele acabara de sair de quase um mês de coma! Ele tinha obrigação de ter autocrítica e saber que quando a esmola é demais, se o santo não desconfiar, o sacristão tem obrigação de ficar atento, pois algo de errado certamente há!

Como Roseana não se habilitou a disputar o senado naquela ocasião, Edinho deveria ter se candidatado, deixando Gastão Vieira, até então deputado e ministro, que desejava muito concorrer ao governo, o sê-lo. Posso estar enganado, mas tenho quase certeza que para senador Lobão Filho teria naquela ocasião vencido Roberto Rocha, e agora, em 2018, talvez tivesse alguma chance de competir contra Flávio Dino. Alertei a todos quanto a isso naquela ocasião.

Resumindo para quem possa ter ficado confuso: A eleição de 2018 foi decidida no momento em que erros, imperdoáveis, foram cometidos em 2014. Erro de não termos elegido Luís Fernando na Assembleia Legislativa como substituto legal de Roseana, uma vez que seu vice-governador assumiu um cargo no Tribunal de Contas; Erro, de mesmo não sendo possível realizar a ação anterior, não se desincompatibilizar e se candidatar ao senado, estando praticamente eleita e podendo hoje estar mais forte; Erro, de ter aceitado ser candidato a governador sem a menor chance de vencer; Erro, de ao invés de se candidatar ao governo, concorrer ao senado, onde certamente sairia vitorioso.

Tantos erros assim, praticados por pessoas que tinham a obrigação de jamais cometê-los, causaram ao Maranhão um governo hipócrita, arrogante, prepotente, sectário, maniqueísta, messiânico, tirânico e perseguidor.

Que fique claro, portanto, que a derrota na eleição deste ano de 2018, foi sacramentada pelos erros cometidos por soberba, inapetência e vaidade, nos idos de 2014.

Pensando bem, poderia conseguir inclusive um bilhete para viagem no tempo para Eduardo Braide, que cometeu outro erro imperdoável, esse em 2016, ao rejeitar apoio eleitoral em sua campanha pela prefeitura de São Luís, fato que culminou com sua derrota e só fortaleceu o PC do B e o PDT.

Quanto aos erros cometidos na eleição de 2018, estes ficam por conta, única e exclusivamente, da tola insistência de Roberto Rocha querer ser candidato a governador, quando deveria ter apoiado Eduardo Braide para concorrer ao cargo, fato que certamente levaria à eleição para o segundo turno.

 

PS1: Saiba você que me lê agora que este texto, foi concebido e escrito no dia 2 de setembro passado para ser publicado exatamente na data de hoje, 8 de outubro de 2018. Logo, ele não é um mero reflexo do resultado da eleição de ontem no Maranhão. Este texto é na verdade a reafirmação de opiniões datadas de mais de quatro anos, ele é uma reflexão sobre a falta de aptidão para a prática eficiente, eficaz e efetiva da política.

PS2: Você pode imaginar que eu não esteja falando a verdade quanto ao fato de ter escrito esse texto há mais de um mês, mas comentei sobre ele com diversos amigos e disse a eles que o publicaria depois da eleição. Eles podem confirmar!…

 

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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