De exemplos de coisas ruins, estamos fartos!…

Li, recentemente, uma matéria calhorda que induz o leitor a acreditar que a atual gestão municipal foi condenada a cuidar de animais abandonados por seus donos.

Essa é uma tática de jornalistas inescrupulosos que desvirtuam a notícia para tirarem proveito político, e quem sabe até financeiro, de uma informação deturpada, que passam para seus leitores, ouvintes ou espectadores.

O título da matéria era: TJ mantém condenação e obriga Braide a cuidar dos gatos abandonados à beira do Bacanga.

Na matéria, o jornalista diz que uma desembargadora confirmou a decisão de um juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, obrigando a Prefeitura de São Luís a resgatar, cuidar, identificar e buscar abrigo e adoção para todos os animais que se encontrem na chamada “Praça dos Gatos”. A praça, localizada na Avenida dos Africanos, próximo ao retorno do Bacanga, o local concentra dezenas de felinos abandonados, sobrevivendo e acasalando-se entre o lixo e o esgoto e colocando em risco a saúde pública.

Ora, as prefeituras municipais, entes federativos do Brasil, subordinados à Constituição Federal, são responsáveis por cuidar de tudo o que disser respeito à circunscrição de sua municipalidade, englobando território e população, seus direitos e obrigações, inclusive dos animais que neles habitam. Em São Luís não pode ser diferente.

Muito diferente disso, é alguém, no título de uma matéria, citar o nome do prefeito com intenção de desqualifica-lo ou acusá-lo de ter cometido alguma irregularidade, quando o fato ao qual a pessoa se refere, na matéria, teve origem em 2017, quatro anos antes do atual prefeito ter assumido o cargo.

A tal matéria fala da multa imposta pelo TJ e cita palavras textuais usadas pelo representante do Ministério Público e do Poder Judiciário, querendo dar a entender que o réu é aquele cujo nome está no título da matéria, e o pior é que infelizmente, tem gente que vai entender dessa maneira destorcida, mesmo!

Mais adiante, a matéria descamba definitivamente para a propaganda política e ideológica, falando do desmonte das políticas públicas e da erosão do Estado social reiniciados em 2016, com a saída do PT do poder, e diz que até mesmo criar um animal de estimação virou um privilégio das elites, o que é menos verdade, uma vez que a maioria dos animais de estimação em nosso país pertencem às famílias de menor poder aquisitivo!

É a distorção do fato virando notícia e servindo de pauta para as batalhas políticas que recortam o nosso dia a dia.

Porém, há um outro aspecto que deveria chamar mais a atenção. O fato de que os recursos aos quais se refere esse julgado, deveriam antes de proteger os gatos abandonados, proteger as pessoas!…

Aqui me vem à mente a fábula cuja mensagem, em minha modesta opinião, tem regido os pensamentos políticos da atualidade, mais que qualquer outra. Aquela do velho, do menino e do burro, que se analisada sob a luz do maravilhoso texto de Luiggi Pirandello, “Assim é, se lhe parece”, explica todo o caos pelo qual a sociedade contemporânea atravessa.

Tenho dito!…

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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