Filmes – catástrofe e refilmagens

Quando eu era adolescente, assisti a vários filmes sobre grandes desastres e catástrofes naturais. “Terremoto”, “Inferno na Torre”, “O Destino de Posseidon”, foram alguns deles. Esses filmes tinham elencos grandiosos como Paul Newman, Charlton Heston, Ava Gardner, Steve McQueen, Gene Hackman, Fred Astaire, Faye Dunaway, Jennifer Jones, William Holden, Ernest Borgnine, Shelley Winters.

Naquela época os efeitos especiais eram quase que totalmente físicos e mecânicos. Não existia computação gráfica. Toda tecnologia da época não se compara aos recursos que temos hoje em um pequeno smartphone.

Uma parede que caísse, era feita de isopor ou coisa parecida. Hoje é tudo bem mais fácil, pois é simplesmente desenhado, mesmo que seja muito caro de ser feito.

Estou falando sobre isso pelo fato de que depois de passar dez dias sem sair de casa, graças a Covid, eu e minha esposa, Jacira, fomos ao cinema, assistir a um filme que pensei que fosse apenas uma obra de ficção científica, mas era muito mais que isso. Era um filme de catástrofe. Uma mais absurda que todas as outras possíveis e inimagináveis, juntas e multiplicadas por mil. Trata-se de Moonfall – Ameaça Lunar.

O elenco é ótimo. O diretor e roteirista é aclamado por fazer filmes desse tipo, filmes muito bons como “Independence Day”, “2012”, “O dia depois de amanhã”. Falo do alemão Roland Emmerich.

Bem, eu não saí do cinema com raiva de Emmerich, porque o trabalho que ele teve foi gigantesco, mas a história é tão absurda, tão descabida, tão pirada, que mais parece uma comédia de humor negro! Vixe!… Não posso mais usar essa expressão… Humor tenebroso!…

Vejam, eu não me considero um crítico de cinema. Sou um cinéfilo que comenta sobre filmes. Eu jamais recomendo que algum filme não deva ser assistido. Pelo contrário, eu, mesmo não apreciando a obra, acho que ela deve ser vista, até porque, por pior que um filme seja para uma pessoa, pode ser que ele agrade a outras!

Como cineasta, sei das dificuldades de realizar-se um filme, ainda mais sendo um desses cheios de pirotecnia, mesmo tendo um orçamento maior que a lua.

Uma coisa me chamou atenção. Haviam umas trinta pessoas no cinema, numa sessão que começava às 21 horas de uma terça-feira, enquanto só haviam quatro para assistir “Beco do Pesadelo”, numa sessão das 20 horas de um sábado. Sob todos os aspectos, “Beco do Pesadelo” é mais filme!

Moonfall – Ameaça Lunar, tem no entanto, pequenas pérolas em seu roteiro, como o padrasto que se mostra um cara muito legal, e um improvável herói gordinho que ganha o espectador na primeira cena em que aparece.

No outro dia voltaríamos ao cinema, desta vez para assistir à “Morte no Nilo” e esperava que meu saudosismo não me fizesse odiar essa nova versão baseada no livro de tia Agatha, porque a primeira “Morte sobre o Nilo” foi simplesmente fantástica.

Na primeira versão, o diretor John Guillermin, regeu com maestria um elenco composto por monstros sagrados do cinema como Peter Ustinov, Betty Davis, David Niven, Magie Smith, Mia Farrow, Angela Lansbury, George Kennedy e Jack Warden. Uma coincidência incrível: o diretor John Guillermin, dirigiu também “Inferno na Torre”, citado anteriormente aqui.

Desta vez ao sair da sala de projeção, a decepção foi menor que na noite anterior. É que existem algumas coisas a favor dessa nova versão: o excelente e polivalente cineasta Kenneth Branagh, a maravilhosa Annette Bening e a deslumbrante Gal Gadot. Sem contar que o produtor do filme é só o genial Ridley Scott.

Apesar de tudo isso e de tecnicamente essa nova versão ganhar de dez a zero da primeira, ainda assim no que diz respeito a adaptação do roteiro e a interpretação dos atores, o filme de 1978 é superior ao atual, mas um filme assim não pode ser ruim, não é mesmo!?

1 comentário em “Filmes – catástrofe e refilmagens”

  1. Elba Gomide Mochel

    Sou apreciadora das materias que o deputado Joaquim Haickel escreve. Sou admiradora dele como politico, escritor, cineasta e agora o admiro por mais uma qualidade – ser muito fan de Clint Eastwood. Para mim, o melhor ator e diretor que existe.

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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