Itália

Esta é a quinta vez que venho a Itália, e só agora, depois de nove dias aqui, três no norte, em Milão e nas cidades vizinhas, três no centro, na Toscana, tendo Florença como base, e três no sul, em Napoli e na Costa Amalfitana, eu descobri que mesmo depois de 151 anos de unificada, a Itália continua a ser um país dividido, sem uma forte identidade nacional. Só agora descobri que a Itália não passa de uma ideia, pois o que continua existindo aqui, são verdadeiras cidades-estados, pelo menos é assim na cabeça de grande parte dos habitantes das cidades que visitei.

Não sei se as pessoas já notaram isso, mas desta vez eu pude sentir claramente. Vi  que os pisanos não gostam dos florentinos, que por sua vez não aceitam os milaneses, que não gostam dos napolitanos, que não suportam os italianos de outras cidades, principalmente as do norte.

A rivalidade fica mais visível quando o que está em jogo é a paixão pelos times de futebol, mas ela existe de forma clara nas palavras dos guias turísticos de uma pequena cidade como Lucca, que não aceita a primazia de Florença e ressalta desgosto com o fato de Pisa ser mais visitada.

No Brasil há rivalidade entre times de futebol, mas por nosso país ser gigantesco, isso se dissipa. Em nosso país há bairrismo, mas não é extremado. Temos visto, por causa da polarização política, crescerem as críticas concernentes a como as pessoas de cada região se posicionam politicamente, mas nosso senso de nação continua forte e intacto.

Por aqui, quando chegamos a Napoli, sentimos que essa mágoa é ainda maior, pois muita gente credita aos nortistas, principalmente aos milaneses, o fato da cidade ser considerada por muitos, uma cidade problemática e violenta e por a unificação ter roubado o imenso poder econômico que a cidade detinha antes de 1871.

A Itália que vi nesta viagem, nada mais é que uma bela e saborosa ideia.

1 comentário em “Itália”

  1. Joca eu quero ir contigo na Nova Roma, em Constantinopla, Istambul.
    O império turco otomano não acabou com o império romano do oriente. Ele é seu continuador. Os imperadores otomanos, eram césares também.
    Constantinopla/Istambul é maior que Londres e Moscou.
    É uma São Paulo com 12 milhões de habitantes.

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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