Pediram uma análise, então lá vai!..

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Já faz algum tempo que amigos meus me cobram uma análise sobre o quadro político e eleitoral de nosso estado, no que diz respeito a eleição para governador do ano que vem, e ainda não havia me manifestado porque estava envolvido em trabalhos que me tomavam bastante tempo e atenção, me deixando desfocado da política local, o que não é bom se quisermos fazer uma análise mais apurada e confiável. Agora já mais tranquilo posso me dedicar a tarefa que me foi pedida.

Ao que tudo indica a disputa pelo governo do estado parece ter verdadeiramente apenas quatro possíveis candidatos: Orleans Brandão, apoiado pelo governador Carlos Brandão, Felipe Camarão, candidato do ministro Flávio Dino, Eduardo Braide, prefeito de São Luís e Lahesio Bonfim, ex-prefeito de São Pedro dos Crentes.

Caso os quatro sejam realmente candidatos, fazendo uma continha eleitoral rápida e simples, chegamos à fácil conclusão de que a eleição se decidirá no primeiro turno em favor do candidato do governador Carlos Brandão, mesmo que até agora ele não apareça como favorito nas pesquisas. Se os outros três candidatos tiverem um mínimo de juízo e pouca vaidade, se unirão em torno daquele que tenha mais condições de enfrentar a poderosa e avassaladora máquina política do governo do estado, sendo este candidato a governador, o terceiro entre eles candidato a vice governador e o segundo entre os três, candidato ao senado, caso contrário, acredito que não haverá possibilidade de tentarem se unir em um eventual segundo turno, pois isso não acontecerá.

Por pior e por mais mal avaliado que esteja um governo, e esse não é o caso do atual governo do Maranhão, ele sempre possui condições de suplantar seus adversários em uma eleição, e a explicação para isso é óbvia. Poder!

Todos sabemos o imenso poder que possui o ministro Flávio Dino, mas esse poder não se reflete ou se transforma em apoio eleitoral ou popular. O fato dele ser o mais bem preparado entre os ministros de nossa suprema corte, não lhe confere simpatia popular ou votos, pois durante o tempo em que militou na política, como deputado, governador e em seus poucos meses como senador, não cultivou apoio político, popular e eleitoral verdadeiros, cultivou foi forte medo de alguns e severas restrições de outros, o que não lhe habilita a ter um candidato que possa impor em uma eleição, mesmo que o candidato seja uma pessoa bem quista, bem conceituada e bem avaliada como é o caso de Felipe Camarão.

Eduardo Braide aparece até agora em todas as pesquisas como o preferido dos eleitores, mas sabemos que isso tende a mudar à proporção que a campanha eleitoral efetivamente se iniciar e o governo do estado começar a apertar os parafusos e as porcas das engrenagens governamentais, que é o que desde sempre realmente garante o resultado em uma eleição em nosso estado e é o que parece irá acontecer mais uma vez.

Lahesio Bonfim aparece bem nas pesquisas e sempre será lembrado em qualquer cenário, devido a relevância que tem na região sul do estado, porém não possui estrutura nem musculatura para enfrentar as forças alocadas neste campo de batalha, além de não passar confiança e credibilidade para setores importantes de nosso estado.

Se o cenário se confirmar o de quatro candidatos acredito que Orleans deve ganhar no primeiro turno, o que também deverá acontecer se a disputa na primeira rodada da eleição for entre apenas três candidatos. Porém se a eleição desde o início ficar estabelecida entre apenas dois candidatos, o governo terá que fazer uma força bastante grande para decidir a disputa em primeiro turno, pois caso aconteça um segundo, se consubstanciará em uma guerra devastadora de sobrevivência política para todos os envolvidos e precipitará ações e atitudes que podem custar muito caro para todos os envolvidos.

Aqui cabe uma observação que penso ser necessária sobre a postura do atual governo. Penso que ele se posiciona bem em relação aos deputados e aos prefeitos, ele oferece a população bastante circo e algum pão, mas sinto que ele deixa a desejar em seu relacionamento com a classe média e o empresariado, mas isso não é uma falha apenas desse governo, ela vem ocorrendo em todos os governos de nosso estado.

Em minha modesta opinião, não resta a menor dúvida que a grande vantagem é do grupo ligado ao governador Brandão, tanto que se a eleição for decidida no primeiro turno, o pleito para a Assembleia Legislativa, a Câmara Federal e para as duas vagas para o Senado devem ser preenchidas, em sua maioria, por políticos ligados ao governo. No senado, caso Brandão apoie Weverton e Roseana, a eleição de ambos é certa. Acredito também que ele eleja uma bancada estadual de 36 deputados e federal de 15 parlamentares.

Se eu tivesse que vaticinar, hoje, com os dados que tenho, sob a atual perspectiva, diria que o futuro governador do Maranhão será aquele apoiado por Carlos Brandão… A menos que Flávio Dino fique, por um milagre, humilde, apoie Braide para governador, colocando Camarão de vice e sua chapa ao senado conte com Lahesio e Jerry, que terá pouca chance de se reeleger deputado.

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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