
Fiquei aqui, só com meus botões, imaginando qual poderiam ser os adjetivos mais adequados para descrever pessoas que nunca admitem estarem erradas e sempre culpam os outros pelos seus erros e pelos problemas que eles causam, e cheguei a alguns deles.
Irresponsável: não assume responsabilidade pelos próprios atos; Intransigente: não admite opiniões contrárias nem reconhece falhas; Arrogante: Se acha superior e incapaz de errar; Prepotente: Age com autoridade exagerada, como se estivesse sempre certa; Hipócrita: Exime-se da culpa, enquanto aponta erros alheios, demonstrando usar dois pesos e duas medidas; Egocêntrico: Só considera seu próprio ponto de vista; os erros nunca são seus; Imatura – Incapaz de fazer uma autoavaliação honesta e aprender com os erros; Defensiva – Reage constantemente como se estivesse sendo atacada, e projeta a culpa nos outros.
São pessoas avessas à autocrítica, com tendência à terceirização da responsabilidade, que evitam sistematicamente o reconhecimento de seus próprios erros, transferindo culpas e falhas para terceiros.
Vivem num estado permanente de inocência autoatribuída: nunca erram, nunca hesitam, e os desastres que causam são sempre culpa de alguém. A responsabilidade, como o vento, só sopra para os outros.
Criaturas raras que, se tropeçam, culpam o chão. Se chove, acusam São Pedro. E se perdem o emprego, deve ser porque o mundo é ingrato com os gênios incompreendidos como elas.
Andam pelo mundo como um espelho opaco que reflete todos os erros dos outros, mas jamais os seus. Carregam consigo uma couraça de certezas absolutas e um alforje cheio de culpados ocasionais.
Pessoas que parecem viver num mundo em que errar é um privilégio reservado apenas aos outros. Elas jamais admitem falhas, terceirizam culpas com uma desenvoltura impressionante e transformam cada adversidade em uma prova de sua infalibilidade. Em vez de refletirem sobre seus atos, apontam dedos. E assim seguem, absolutas, insensíveis a qualquer crítica que possa desestabilizar seu pedestal imaginário.
Acreditam que nunca erram e têm nisso uma fé inabalável. Se a tarde escurece antes da hora, é culpa do tempo. Se os projetos fracassam, é por causa da incompetência alheia. Vive cercada de culpados, como uma deusa trágica cujos seguidores jamais a compreendem. É ao mesmo tempo, inflexível e impermeável, uma criatura moldada de certezas e sustentada por silêncios que evitam o espelho.
Pra elas, o erro é sempre do outro. Se batem o carro, a culpa é do cruzamento mal feito. Se brigam com alguém, é porque o mundo é ingrato com pessoas “inteligentes” como elas.
São especialistas em culpar o mundo. Suas falhas têm sempre CPF alheio. No escritório, é a equipe; em casa, a família. Se algo dá certo, é graças a sua genialidade. Se algo falha, basta puxar seu arsenal de culpados. A autocrítica, para elas, é um conceito que só serve aos fracos.
Agora, você seria capaz de relacionar dez pessoas de importância em nosso país que possuam essas características?
Pare por cinco minutinhos e faça esse exercício. Depois disso, imagino que você estará mais habilitado a fazer uma avaliação mais eficiente, eficaz e efetiva, mais correta e coerente, sobre a verdadeira e real situação de nosso país.