
Li recentemente que em nosso país não há uma ditadura, mas sim uma democracia imperfeita. Concordei imediatamente com a afirmação, mas logo me perguntei o que significa, de fato, uma democracia imperfeita.
Pesquisei e cheguei à conclusão de que uma democracia é imperfeita quando a Constituição protege uns e abandona outros; quando os direitos fundamentais se aplicam seletivamente, servindo como escudo para alguns e como arma contra outros.
Uma democracia imperfeita não se declara como tirania, mas se insinua pela mentira, pela manipulação, pela hipocrisia. É mais perigosa do que a ditadura, porque enquanto esta nos dá clareza para resistir, aquela nos engana, nos adormece, e transforma a exceção em regra sob o disfarce de normalidade.
Por isso, uma democracia imperfeita precisa ser combatida com mais vigor do que a própria ditadura: porque corrompe não apenas as instituições, mas a própria ideia de liberdade.
Democracia é plena ou não é democracia.