Sobre 2022

Um empresário amigo meu me ligou pedindo que eu comentasse sobre os possíveis caminhos que a política do Maranhão pode tomar, e resolvi postar aqui hoje, o que eu disse pra ele naquela ocasião.

Falei-lhe sobre alguns dos cenários que poderão se materializar em 2022, me abstendo de dar minha opinião pessoal e valorativa em relação a qualquer uma das possibilidades ou a política em si.

Primeiro busquei enxergar as coisas do ponto de vista do grupo do governador Flávio Dino.

Acredito que a melhor opção para Flávio seria ele ser candidato a vice de Lula, fato que é bastante plausível. Neste cenário Brandão seria candidato a governador e Weverton indicaria os candidatos a senador e a vice de Brandão.

Porém há uma variável neste contexto. A montagem de um cenário ainda maior, algo mais monumental, que resultasse em uma ampla coalisão, que envolvesse também o grupo Sarney, o que sacramentaria de uma vez a eleição de todos, sem que muitas forças, políticas e financeiras fossem despendidas. 

Neste caso a vaga ao senado ser oferecida ao grupo Sarney, cabendo a Weverton aceitar indicar o suplente de senador e o vice-governador.

Essa arquitetura seria digna de um Oscar de melhor direção de arte.

Outra boa opção para Dino seria ele ser candidato a senador, Brandão a governador e Weverton indicar os candidatos a suplente de senador e vice-governador.

Aqui também pode haver a troca do parceiro de chapa. No lugar de se compor com o grupo de Weverton, Flávio poderia se compor com o grupo Sarney!

Há, porém, um outro cenário que pode acabar se materializando. Seria Flávio concorrer ao senado com a mulher de Jerry na suplência, Brandão disputar o governo com Felipe Camarão de vice, o que iria rachar seu grupo e faria com que o resultado ficasse completamente imprevisível, principalmente se outros candidatos ao senado e ao governo entrarem na disputa.

Agora vejamos as coisas do ponto de vista do grupo do senador Weverton Rocha.

Fazer acordo com o governador Flávio Dino, não é de todo mal para Weverton, desde que ele possa indicar o suplente de Flávio e o vice de Brandão.

Caso isso não aconteça, a melhor opção para Weverton é ceder a vaga de senador e de vice-governador em sua chapa para quem possa oferecer a ele forças suficientes e necessárias para vencer seus adversários, no caso, Dino e Brandão. Essas forças seriam Roseana Sarney, Eduardo Braide, Roberto Rocha, Josimar de Maranhãozinho, Lahesio Bonfim e Edvaldo Junior.

Por fim, imaginando agora um cenário visto com os olhos dos outros atores desse enredo, algo pouco provável, mas factível de acontecer, caso seja possível haver algum tipo de acordo entre lideranças de temperamentos e posicionamentos tão diversos.

Roseana Sarney, Eduardo Braide, Roberto Rocha, Josimar de Maranhãozinho, Lahesio Bonfim e Edvaldo Junior, só precisariam esperar que o grupo comandado pelo governador Flávio Dino se divida, para unirem forças formando uma chapa capaz de concorrer de igual para igual com as outras, inclusive, quem sabe, até garantindo uma vaga no segundo turno das eleições.

Até pelo fato de ser detentor do poder de mando e ter maior possibilidade de montagens de uma boa chapa, o grupo do governador Flávio Dino, tem a vantagem nesta disputa. Mesmo assim o grupo do senador Weverton Rocha é mais aguerrido e mais bem estruturado politicamente, uma vez que o grupo governista passou oito anos dando pouca atenção aos políticos. Quanto aos outros grupos, ou eles se esfacelaram ou nunca existiram efetivamente e para existirem de fato, precisariam se entender.

Resumo da ópera: No que diz respeito ao senado, os cenários são favoráveis a Flávior, caso não tenha um concorrente que possa motivar a latente reação subterrânea que há contra todo detentor de poder que age como ele.

Quanto a disputa pelo Governo do Estado, o cenário mais provável é aquele com pelo menos quatro candidatos. Brandão, Weverton, Edivaldo e Lahesio.

Sobre o resultado… Eu nunca fui de prever resultados. Já disse e repito, eu analiso cenários. Quem quiser que tire suas próprias conclusões.

A mim só resta repetir o que dizia o grande Lister Caldas, “Quem viver verá”!…

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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