
Após a publicação da minha última análise sobre o panorama político da próxima eleição para governador do Maranhão, recebi muitas mensagens e algumas ligações de pessoas que conhecem profundamente a política de nosso estado. Para minha satisfação, a maioria concorda amplamente com minhas ponderações, com um ou outro pequeno ajuste aqui ou ali.
Gostaria de comentar três dessas conversas, preservando o anonimato dos interlocutores.
Duas dessas pessoas consideram quase impossível que haja uma união entre três candidatos contra o representante do atual governo. Os motivos vão desde diferenças partidárias e ideológicas até traços de personalidade fortes, que dificultam concessões. Essas mesmas duas figuras – e a terceira também – compartilham da minha visão de que a influência eleitoral do ministro Flávio Dino é bastante limitada.
A terceira pessoa com quem conversei, dotada de grande vivência e experiência política, fez observações que me marcaram bastante e com as quais concordo. Ela afirmou algo mais ou menos assim: Em todo esse cenário, há uma pessoa que tem muito a ganhar, mas também é quem mais tem a perder. E completou: Eduardo Braide é hoje, o político de maior relevância no Maranhão. Trabalha muito e bem, erra pouco e sua gestão é considerada bastante superior à média dos governos municipais e estaduais anteriores. Seu único defeito é ser um guerreiro solitário, um general sem coronel, major, capitão, tenente, sargento ou cabo. Pode até contar com alguns poucos e bons oficiais subalternos, mas nenhum com autonomia suficiente para comandar sequer um pelotão. E soldados sem comando não servem para quase nada.
Esse interlocutor também apontou uma peculiaridade da política em nosso estado: lideranças antes hegemônicas costumam desaparecer do cenário após perderem o poder. Em outras regiões, mesmo após perder a hegemonia, certos grupos ainda mantêm alguma influência. Ele citou os dois mandatos de Flávio Dino como governador e sua atual fragilidade eleitoral, evidenciada pela dificuldade de reeleição dos deputados de sua base. Também lembrou que, após 50 anos de hegemonia e 20 anos diretamente à frente do governo estadual, tendo elegido outros 4 governadores, dezenas de senadores e centenas de deputados, o grupo Sarney, hoje, não tem força para influenciar decisivamente uma eleição.
Outros comentários foram feitos por diferentes pessoas, mas optei por destacar aqui apenas esses três, que considerei mais relevantes. Alguns dos que omiti aqui partiram de pessoas que, insatisfeitas por discordarem de mim, preferiram atacar minha pessoa em vez de analisar meus argumentos, uma prática infelizmente cada vez mais comum. Não sei se agem assim por falta de capacidade de argumentação ou por acharem que, ao me agredirem pessoalmente, conquistarão a simpatia de indivíduos tão nefastos quanto elas.
Gostaria de reafirmar que nas análises que faço busco sempre não deixar que elas sejam motivadas por ideologia ou partidarismo, pois isso seria ruim principalmente para mim, para o meu entendimento pessoal sobre o contexto. Muitas vezes, inclusive, chego a conclusões que preferia que fossem diferentes.