Muitas perguntas, poucas respostas e várias dúvidas.

Imagino que tudo que será dito a seguir já seja farta e vastamente sabido por todos aqueles que entendem ou pensam que entendem pelo menos um pouquinho sobre a política do Maranhão.

Acredito que suscitar esse assunto possa fazer surgir por entre as neblinas da dúvida, uma visão de norte nessa bússola que aponta nosso caminho na travessia que se aproxima.

Um único movimento, de uma única peça no conturbado tabuleiro de xadrez da atual política maranhense deverá decidir o destino da próxima eleição para o governo de nosso Estado.

O simples fato da governadora Roseana Sarney permanecer ou não em seu cargo, até o último dia de mandato, poderá selar o resultado do próximo pleito.

Essa foi a primeira pergunta que me fizeram alguns deputados de oposição quando estive na Assembleia Legislativa poucos dias atrás.

O fato é que, caso a governadora opte em se candidatar à única vaga em disputa para o Senado em 2014, a vitória de seu candidato ao governo passará a depender diretamente de quem for ocupar o cargo de governador do Estado em seu lugar.

A saída da governadora para disputar e certamente ganhar o pleito ao Senado, abre muitas indagações. Algumas fáceis de responder, outras difíceis, outras ainda praticamente impossíveis de obtermos resposta.

(?) Quem assumirá o governo? O vice, Washington Luiz Oliveira? Ou será que este aceitará a vaga no Tribunal de Contas do Estado, possibilitando que a Assembleia Legislativa decida quem será o governador tampão? Caso o vice não aceite ir para o TCE, ainda assim a governadora se desincompatibilizaria para concorrer ao Senado? Entregaria ao PT a incumbência de ajudar a eleger o candidato da coligação apoiada pela presidente Dilma?

(?) Caso o vice-governador aceite o cargo de conselheiro do TCE, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo, assumindo o governo interinamente por 30 dias, como manda a Constituição, irá permanecer no cargo até o final do mandato? Penso que este questionamento é fácil de responder. É muito provável que sim, pois assumindo o governo no período vedado pela lei eleitoral, ele torna-se automaticamente inelegível para qualquer outro cargo que não seja o de governador.

(?) Assim sendo, ele sentado na cadeira de governador, será candidato ao governo para um mandato subsequente? Acredito que esta é outra pergunta que pode ser respondida com alguma segurança. Não. Não acredito que ele tentaria uma candidatura, pois tem compromisso com aquele que deverá ser o candidato a governador apoiado por todos os partidos que formam a base de seu grupo. Candidato este que deverá ser o ministro Edison Lobão ou o secretário Luís Fernando Silva.

Há outro fato importante que desejo comentar hoje. É que nessa eleição não poderemos carregar certos fardos, peso morto com os quais só conseguimos formar uma densa massa de manobra que só tem servido para dificultar nossa caminhada.

Devemos apoiar preferencialmente quem tenha capacidade e possa agregar suas forças às nossas, nas duras batalhas que certamente serão travadas nessa campanha. Esses companheiros devem possuir adjetivos capazes de se consubstanciarem em predicados necessários para nos fazer vencedores no próximo pleito.

Já foi o tempo de se eleger deputado quem não consegue ser um parlamentar ou escolher-se para suplente de senador alguém a quem não depositemos a confiança necessária para que, num caso de problema grave de saúde, o senador prefira não se licenciar.

Alguém poderia questionar: quem é este sujeito para abordar esse assunto. Restaria dizer que mesmo sem desejar exercer mandato eleitoral, não consigo me distanciar da política. Que a prática de anos não se esquece ou se abandona de uma hora para outra.

Gosto mesmo é da parte da política que liga à filosofia, à sociologia, à psicologia e à antropologia. Da parte que trata da razão de ser e de não dever ser das coisas no âmbito dessa prática, que em minha opinião se aproxima muito de uma forma de arte.

Um dia desses, quando levava minha enteada para escola, pela manhã, bem cedinho, fiquei imaginando tudo isso e acabei por descobrir que o que no fundo, o que distingue os homens, na vida como na política, é o espaço que há entre o que eles precisam, o que eles querem e aquilo que eles acabam por fazer.

 

2 comentários em “Muitas perguntas, poucas respostas e várias dúvidas.”

  1. Luís Mário Oliveira

    Eterno Deputado,

    Em primeiro lugar queria agradecer as pérolas que nos são dadas de graça aqui com a maestria da arquitetura de suas palavras pelo conteúdo e forma. Eterno deputado porque vossa excelência carrega esse diploma indissociável em sua vida. A política elitoral, por candidatura exariu-se do seu querer, mas o deputado fica no querer do povo que teve seu voto doado à confiança atribuída ao político que representativo. Em segundo lugar, essa configuração onde o PMDB busca agregar, para depois diluir em campanha, pelas conveniências que lhes são pertinentes, destaco: Edson Lobão e Luís Fernando. Ao primeiro, um nome forte e ramificado, mas o andar já cansado das outras tantas corridas eleitorais de toda a vida. Muita experiência e sabedoria, pela fidelidade e comando. Luís Fernando, imcomparevelmente guerreiro, de um tempo da força, do nome não carregado dos vícios e de um emblema novo. O ministério das Minas e Energia vai bem. O Maranhão precisa emergir com um arquético que represente os anseios para as necessidades atuais e estabelecimento de políticas públicas concernebtes à demanda. Não sou político, e sendo artista, poeta e administrador rural, penso como o eterno deputado, pois a vossa excelência não há necessidade de concorrer, vossa personalidade assimilou o parlamento e vice-versa. Também acredito numa convenção favorável ao ilustre Luís Fernando, que já se consolidou como um determinado, predestinado gestor público. Uma boa eleição e que a nossa torcida tenha poder de ecoar de São Luís à Tasso Fragoso, e de Carutapera à Parnarama. Feliz Páscoa…

    Luís Mário Oliveira

  2. Luís Mário Oliveira

    Querido Deputado,

    À saber, em primeira mão, que lhe emano a prerrogativa de deputado pelo critério da máxima que prega Drumond: “amar se aprende amando”, me continuo. Ora, de tantos pleitos vencidos e de ajudar fazer a lei da casa, tanto federal(constituinte) quanto estadual, vossa excelência faz-se ao povo eterno como tal. Vamos à politica comtemporânea, uma vez que na qualidade de entusiasta, sempre me aproximo quando o diapasão se mostra com a aproximação de mais uma campanha majoritária. A de governador… Edson Lobão, jornalista, ex muitos cargos eletivos e com uma maturidade paralela a melhor idade. Tráz o nobre ministro, os vícios do tempo, pela própria razão de existir. Luís Fernando encampa o que seria mais razoável, do ponto de vista eleitoral. Homem que pelo próprio currículo, força, vitalidade e não vício, já se habilitou entre tantas “feras” do nosso cenário. Haja vista sê-lo um grandissíssimo administrador público, detém em sí uma esperança do novo, nunca continuada. Vejamos São José de Ribamar e o seu povo? Nem preciso aqui discorrer sobre o óbvio e previsível. Estando eu certo, por ser administrador rural, poeta, ator e garimpeiro de rádio peão, que o então secretário da SINFRA é o nosso governador à partir do dia 021 de janeiro de 2015, peço que esse meu comentário seja mantido como patuá, e que eu possa estar certo de que onde tem fumaça, tem fogo. E saibam, leitores do nobre deputado e atual Secretário de Esportes… Luís Fernando incendiou e já faz brilhar sua luz de esperança de Carutapera à Tasso Fragoso e de Timon, à Imperatiz. Essa cruz geográfica não tão perfeita que fiz ao citar esses municípios, é por simples homenagem aos dias grandes. A nossa semana santa. E salve Jorge, ops, salve Luís Fernando…

    Abraço querido poeta, cineasta, secretário e eterno deputado

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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