Ainda sobre a eleição na OAB-MA

Muito se tem falado sobre a surpresa que foi o resultado da eleição da OAB – MA e por isso resolvi também dar minha contribuição para esse debate.

Comecei nesse negócio de política como assessor de meu pai, quando isso ainda era permitido, nos idos de 1979, mesmo que antes, desde menino, o tenha acompanhado por muitas de suas andanças pelo Maranhão. Digo isso para comprovar que conheço um pouquinho sobre política. Pelo menos tempo para isso eu tenho, se não aprendi, não é culpa dos mestres que tive, que, diga-se de passagem, foram os melhores.

O que se viu recentemente, menos do que a grande maioria palpiteira até agora aludiu, foi um sintoma simples de um organismo constipado. Explico: É importante que seja dito que a OAB do Maranhão vem, há muitos anos sendo controlada por um mesmo grupo e que os tempos atuais são de mudanças, onde a população e as classes buscam novas lideranças e principalmente alternativas de grupos que os representem.

A politica classista é diferente da política popular. A diferença de esclarecimento do eleitor de uma para o de outra é abissal. A classe dos advogados não pode ser auscultada e auferida da mesma forma, com os mesmos instrumentos e a mesma lógica que a grande massa popular.

Especificamente nesta eleição o que se viu foi uma abstenção imensa, o que sempre prejudica muito mais quem estiver na situação, e um maior comparecimento da grande quantidade de jovens advogados com menos de dez anos de vinculação à Ordem.

Os dois fatores citados anteriormente, por si só já justificam uma eleição vencida pela oposição por uma diferença de menos de 200 votos.

Mas o que tenho visto e ouvido é uma enxurrada de desculpas esfarrapadas de um lado e alegações politiqueiras de outro.

Se de um lado algumas pessoas acham que faltou trabalho por parte do grupo que mantinha até agora a hegemonia da OAB-MA, e estão errados ao tentarem arrumar culpados pelo insucesso da campanha, por outro, alguns analistas creditam que o resultado dessa eleição seja um rotundo “não” ao governador Flávio Dino, uma vez que o grupo derrotado é ligado a ele. As duas teorias são completamente falsas. Uma porque caça bruxas, outra porque as demoniza.

A partidarização de eleições classistas é uma prática comum na nossa adolescente democracia assim como nas democracias mais maduras e colocadas à prova.

Culparem a candidata derrotada, seus apoiadores, membros de sua chapa ou mesmo o governador do Estado é um absurdo. Desconhecer que a chapa vencedora conseguiu aglutinar mais votos, menos por desacordos fundamentais com a atual administração e muito mais pelo fato de quererem tomar em suas próprias mãos os destinos de suas carreiras e profissões, sem contar com o fato de ambicionarem espaços importantes no cenário da advocacia de nosso Estado, é igualmente absurdo.

A eleição de um novo grupo para dirigir os destinos da OAB – MA, menos que uma derrota para alguém ou uma vitória para outrem, é um sinal dos tempos pelo qual passamos. Um tempo que coloca anualmente no mercado de trabalho de nossa terra mais de mil novos advogados. Foi esse o fator primordial dessa eleição, o voto jovem, de uma classe pouco manipulável, que deseja agarrar com unhas e dentes seus próprios destinos.

Como diriam alguns amigos meus, “simples assim!”.

 

O Cúmulo da Intimidade

Faz algum tempo que não escrevo e por isso mesmo nada tenho publicado aqui neste espaço, onde desde 1990 custumo fazer ecoar minhas ideias, sejam elas resultantes de minhas reflexões literárias, políticas, filosóficas ou que tais.

Não tenho conseguido arrumar minhas ideias com a devida clareza, me falta um discurso mais alinhado. Neste caso, o alinho que falta é em meu texto, e isso se deve ao fato de que minha mente tem sido campo de batalha para uma luta incansável de meu intelecto com minha capacidade de traduzir em discurso ou texto, tudo o que há de potencial nele.

Tenho pensado muito e tido pouca capacidade de transformar esses pensamentos, essas ideias e suas reflexões em comunicação. É que esses têm sido tempos difíceis! Olhe que têm mesmo, pois para me deixar sem palavras só sendo tempos realmente difíceis.

Ando muito decepcionado com pessoas que imaginava serem criaturas superiores, mas que acabo descobrindo que não são, no entanto já deveria estar acostumado, esse é o movimento natural das marés humanas. E ainda há quem culpe a lua!

Como não tenho tido capacidade de traduzir o que há dentro de mim vou lançar mão da ideia inicial de outra pessoa para desenvolver o meu texto de hoje. Faço isso ao comentar com vocês um assunto que me foi chamada atenção pelo meu irmão Nagib, num dos almoços de domingo na casa de dona Clarice, minha mãe.

Trata-se do fato de algumas pessoas não atenderem ao chamado dos telefones, ou quando fazem isso, o fazem somente depois dos pobres miseráveis assessórios eletrônicos terem ficados roucos de chamarem.

A távola dominical de minha mãe, como imagino que sejam as de todas as famílias, menos que sustentáculo de pratos saborosos, é aparato de muitas e deliciosas conversas familiares, que acabam por se transformar em corte epstemológico de nosso tecido social. Naquela sala, tenho certeza se retratam todas as salas de todas as famílias de nossa terra, sem separação de condição social ou financeira.

Como resultado das conversas daquele domingo, ficam aqui três frases para seu deleite e sua análise, uma vez que o novo padrão de tamanho de texto deste jornal me impede de fazer uma análise mais aprofundada sobre o tema.

1 – Nos dias atuais, a maior demonstração de intimidade que pode haver entre as pessoas, graças às novas mídias e tecnologias, é falar com alguém ao telefone.

2 – Whatsapp, Instagram, Faceboock, Twitter, Snapchat … Tudo isso só distancia mais as pessoas, as tornam mais superficiais, telegráficas. Aparentemente as pessoas se comunicam mais, porém na verdade comunicação vai além do que hoje acontece.

3 – Quem usa muito as redes sociais fica mais conhecido, porém muito mais distante, muito menos íntimo das pessoas. A proliferação de suas opiniões na rede, de suas caras nas fotos de seus posts, de forma alguma substituem a convivência pessoal, o aperto de mão, o abraço fraterno…

Tenho certeza de que com essas três frases vocês poderão fazer o almoço deste domingo ser pano de fundo para um bom debate e uma maravilhosa convivência em família.

Um sonho para compartilhar.

Eu tive um sonho… E no comecinho, do que me lembro dele, vi o reverendo Martin Luther King, que me dizia: “Se estás tentando me plagiar tens que colocar o verbo ‘ter’ no presente!” Mas eu não queria plagiar descaradamente o líder dos direitos civis! Eu tive mesmo um sonho no qual eu havia me elegido governador do Maranhão.
Elegi-me pelo PCB e meus maiores cabos eleitorais eram Maria Aragão e João do Vale. Estava nas mídias nacionais e internacionais como o primeiro governador eleito pelo Partido Comunista Brasileiro. Fui recebido por Prestes, que naquela altura havia até ressuscitado, tal qual Cristo, só para me dizer do orgulho que sentia por ver que logo o Maranhão, um lugar tão atrasado, havia dado ao Brasil seu primeiro governador comunista.
Eu convoquei, para me assessorar, os melhores quadros que havia nas fileiras dos exércitos que me levaram a aquela privilegiada posição. Nessa hora, dentro de meu próprio sonho, lembrei-me de gigantes da história mundial e de algumas de suas famosas frases como aquela do sonho do senhor King, que não se deveria perguntar o que nosso país poderia fazer por nós, mas nos colocarmos a fazer coisas em benefício de nosso país como falou JFK, que o comunismo não é amor, mas um martelo com o qual se deve golpear o inimigo, segundo o mestre Mao ou aquela outra, também dele, que diz que a bosta do gado é mais útil que os dogmas, pois com ela se faz estrume…
De repente meu sonho saltou no tempo e no espaço, e fui parar em um imenso auditório onde eu falava em mandarim para uma atenta plateia de membros do PC chinês, que me ouviam falar sobre as oportunidades de negócios no Brasil, especialmente no Maranhão, e eu os convidava para implantarem algumas indústrias aqui, para que aproveitassem o aço que iria ser produzido pela siderúrgica que o governo chinês e a Baoshan Iron & Steel Co iriam construir no mesmo lugar onde outrora seria a Refinaria Premium, da Petrobrás.
Meses antes, isso aparece em flash back em meu sonho, meu governo havia feito um acordo com a Petrobrás e ficamos com o terreno e com as obras ali realizadas por ela, e oferecemos aos comunistas chineses, para que nele fosse instalado todo um complexo industrial que garantisse ao Maranhão o progresso do qual tanto precisamos.
Abruptamente, no meio de meu sonho, aparece Ademir Santos gritando: “Se tu estás pensando em escrever domingo, sobre esse teu sonho, trata de sonhar pouco, pois só tens 3.200 toques!”. Peguei um susto tão grande que até acordei. Mas como faço desde muito jovem, sou capaz de voltar para os sonhos que porventura sejam interrompidos por um despertar inapropriado.
Voltei a dormir e a sonhar que eu era governador do Maranhão e que estava trazendo para nosso Estado grandes investimentos industriais que de forma encandeada, fariam do nosso estado uma grande potência econômica de nosso país.
Em meus devaneios oníricos, fazíamos negócios com Andrew Carnegie e com Cornelius Vanderbilt, um no setor de aço e o outro no setor de ferrovias.
Meu sonho era o sonho de um megalômano, um maluco com um pouquinho de informação e um pouco menos de cultura que sabe até dormindo das excelentes condições geográficas e logísticas de nosso Estado que favorecem a grandes empreendimentos, e de como atrairmos os chineses para cá, para implantarem uma siderúrgica e no entorno dela construírem outras indústrias de transformação e exportação para o mercado sul-americano! Isso seria equivalente a inventar a pólvora, que é criação dos mesmos chineses.
Reconheço que meu sonho é difícil de realizar-se, mas acredito que todos nós, principalmente quem mais pode fazer esse sonho se transformar em realidade, deveria sonhá-lo um pouquinho.

A Satisfação do Dever Cumprido!

Na semana passada, quando soube que o time infantil de handebol feminino da Escola Barbosa de Godois havia se sagrado campeão dos Jogos Escolares da Juventude (leia-se JEBs infantil, de 12 a 14 anos), em Fortaleza, comecei a rir um riso solto, proveniente de uma alegria incontrolável, que desaguaria em um choro miúdo, de lábios trêmulos, culminando com um grito da mais pura erupção de felicidade e satisfação.

Quem me lê agora imaginará que um filho meu seja o treinador dessa modalidade nessa escola ou que uma neta minha seja uma das atletas que conquistaram esse importante feito para nosso esporte. Mas não é nada disso, não! O motivo de toda essa minha alegria, de toda a minha felicidade e satisfação é devido ao fato de eu ter podido contribuir um pouquinho com essa façanha realizada pelas alunas do Barbosa de Godois.

Em 2012, em meu segundo ano como secretário de Esportes do Maranhão, recebi um convite do professor Eduardo Teles para visitar sua escola e ver de perto um treino de sua equipe. Fui até à Escola Barbosa de Godois para ver as condições de treinamento das equipes de alunos atletas que ali estudavam. Cheguei lá e encontrei um pátio de colégio, com piso de ladrilho de cimento, em declive para um lado, com uma canaleta de esgotamento pluvial numa borda. Não havia traves, tabelas ou redes para nenhuma modalidade esportiva, mas haviam duas traves pintadas nas paredes, em cada lado da escada de acesso da escola, onde os atletas treinavam chutes e arremessos a gol.

O que vi me comoveu e eu saí de lá decidido a que se nada eu fosse capaz de fazer pelo esporte escolar de meu Estado, por aquelas crianças tão dedicadas e por aquele abnegado professor eu iria fazer alguma coisa.

Chamei uma técnica em projetos de lei de incentivo e encomendei a ela que fizesse um que possibilitasse instalarmos uma quadra poliesportiva onde antes se encontrava uma gigantesca e centenária árvore. Assim foi feito. Aprovado o projeto, apresentei à Cemar que de imediato, vendo o alcance da ação social que isso desencadearia, patrocinou de pronto o projeto e em 2013 inauguramos a Quadra Poliesportiva da Barrigudeira, na Escola Barbosa de Godois.

Feito isso, entregamos a obra para a diretora da escola que por sua vez repassou-a ao professor Eduardo Teles, que já vinha trabalhando com aqueles jovens e a partir daquele momento tinham um equipamento capaz de suprir suas necessidades de treinamento.

Eu sempre soube que aquela pequenina obra que custou menos de R$ 400 mil, seria uma das maiores obras de minha administração frente à Sedel, não apenas por aquela secretaria ser muito pequena, com um orçamento anual pífio, não por isso, mas porque mesmo com o investimento daquela pequenina importância monetária, estaríamos trabalhando onde mais era preciso que se trabalhasse, na base, de onde surgem os grandes valores atléticos de nosso país.

Agora, escrevendo este texto, ainda me vem um riso farto, seguido de um choro surdo de felicidade, de certa forma por não ter sido capaz de fazer mais, mas com certeza o fiz com muito amor e sempre procurando fazer o melhor possível.

A vitória das meninas do Barbosa de Godois, de seu treinador, da diretora da escola, de seus professores, funcionários e alunos é também uma vitória do esporte maranhense, uma vitória de todos os nossos jovens atletas que precisam ser apoiados e de toda nossa brava gente.

Ao ver que simplesmente cumprindo minha obrigação de gestor de esporte do nosso Estado, plantando uma sementinha onde antes havia uma imensa árvore, e dela ver brotar tantos talentos em forma de jovens atletas campeãs, isso por se só solta meu sorriso e me faz sentir uma enorme satisfação pelo simples fato de ter cumprido bem o meu dever.

 

3.200 toques!

Meu querido amigo Ademir Santos, editor deste jornal, ligou-me para dizer que a partir de agora eu só posso mandar-lhe textos com no máximo 3200 toques, pois o novo design gráfico do diário assim o exige. Argumentei que desta forma vai ficar difícil eu continuar escrevendo e publicando na coluna dominical de opinião deste jornal.

Depois do telefonema de Ademir fiquei imaginando o que farei com alguns textos atemporais que já produzi sobre o dia a dia da cidade e que ainda não publiquei. Será uma pena não poder comentar com vocês sobre minha amiga Maria Aragão, sobre as funções despertadoras de minha bexiga, quanto ao reflexo das ações esportivas e culturais sobre o direito à cidadania… Pelo que parece vou ter que escrever sobre coisas mais tênues, mais rasas, como por exemplo, política.

Por falar em política, um sujeito me perguntou outro dia se Edison Lobão Filho realmente acreditava que venceria a eleição de Flavio Dino. Respondi que eu pensava que ele acreditava que venceria! Não satisfeito, o cidadão perguntou se eu acreditava que ele, ELF, venceria FD na disputa pelo governo do Maranhão. Respondi que eu sempre achei que aquela eleição não apenas sacramentaria a vitória de Flávio, mas que ela era uma derrota anunciada de nosso grupo político, graças a uma infinidade de movimentos, totalmente equivocados, que “nós” fizemos nos anos que antecederam a tal eleição. E disse mais, que eu havia dito a ELF que ele deveria se candidatar ao senado, já que Roseana resolvera não se lançar. Se ele tivesse feito isso certamente teria ganhado. Mas comentar política depois do acontecido parece incorreto. Ainda bem que o fiz antes também.

Será que já ultrapassei o número de toques por texto? Agora tenho que me policiar. Vou arriscar mais um assuntinho!

Um passarinho me contou que o prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim já está conversando com o ex-prefeito Luís Fernando Silva sobre a eleição do próximo ano naquele município. A conversa giraria em torno da possibilidade, de com uma cajadada só, matarem todos os coelhos, e sacramentarem a candidatura de LFS a prefeito de São Luís pelo PSDB, uma vez que Gil Cutrim aceitaria apoiar a candidatura de seu vice, Eudes Sampaio, muito ligado a Luís, indicando o vice na chapa deste. Que confusão!

Trocando em miúdos: A candidatura de Eudes Sampaio a prefeito de SJR, tendo como vice um indicado do prefeito GC, abre a possibilidade de Luís Fernando Silva vir a ser candidato a prefeito de SLZ, pelo PSDB. Ufa! Santas elucubrações! Tantas abreviações!

Se esse quadro se materializar, coisa que não acredito que aconteça, a eleição em São Luís ficará bem intrincada. Se antes tínhamos uma polarização entre o prefeito Edivaldo Junior e a Deputada Elisiane Gama, com a entrada de Luís Fernando Silva na disputa, o resultado ficaria totalmente imprevisível uma vez que o maior eleitor desse pleito, Flávio Dino, teria em partidos ligados a si os três candidatos na disputa.

No fundo no fundo, imagino que esse quadro seria o que de melhor poderia acontecer para a politica de nossa capital e para o futuro de nossa cidade. Quem sair vencedor dessa disputa terá muito mais compromisso com nossa gente.

Acho que consegui ficar mais ou menos dentro do limite de toques imposto pela editoria de opinião deste jornal, só não sei se meus leitores vão gostar deste novo estilo enxuto, quase seco.

 

O Perigo do Efeito Orloff

Em 2013 escrevi alguns textos falando sobre as mudanças que aconteceriam numa eventual troca de grupo político no comando do governo de nosso Estado. Esses textos fizeram com que eu recebesse uma ligação do então candidato e hoje governador Flávio Dino que me disse que eu era um homem de pouca fé, que era um descrente, que não acreditava que ele seria capaz de proceder de maneira diferente da “oligarquia”.

Expliquei-lhe que não se tratava de não acreditar em seus propósitos e em suas intenções, muito pelo contrário, que eu acreditava nelas e era isso que mais me preocupava, pois se ele não conseguisse implementá-las, resultaria numa grande decepção, numa grande frustração, não apenas para seus eleitores, mas para todos em nosso estado, pois mudanças cíclicas são muito importantes e necessárias.

Os detentores do poder deveriam saber disso e para prolongarem seu tempo no comando deveriam ciclicamente afastar-se dele para depois voltarem melhor preparados, mas o poder vicia e esse vício faz com que pessoas inteligentes não pensem da forma que deveriam pensar.

Naquela época eu dizia em meus textos que numa eventual mudança de comando político em nosso Estado, mudariam os nomes, mudariam até as diretrizes, mudariam inclusive algumas posturas, mas o sistema em si mudaria muito pouco ou quase nada, pois o chassi onde o poder está montado, este só muda quando há uma completa mudança de modelo, quando o projeto é totalmente novo e não traz nada do passado. Nada neste caso significa apoiamentos e compromissos que possam fazer o novo poderoso continuar preso a conceitos e práticas antigas. A coisa mais importante no “novo” é a total independência, o descompromisso com quem quer que seja, mas para o novo ser verdadeiramente novo ele também precisa ter atitudes elevadas, altruístas, nobres…

Veio a eleição e Flávio se elegeu. Na época me manifestei também aqui nesse espaço dizendo que após seis meses faria uma análise sobre seu governo. Os seis meses se passaram e resolvi dar mais 180 dias de prazo para mim mesmo, para que eu pudesse melhor avaliar, haja vista esses seis primeiros meses mostraram-se escassos para uma análise mais justa e coerente do novo governo, uma vez que as peças novas montadas na antiga máquina ainda não renderam o suficiente para que possam ser analisadas de forma justa.

No entanto, existem algumas coisas que posso adiantar sem medo de fazer algum mau juízo, coisas estruturais, programáticas, algo que poderíamos analogicamente chamar de sangue venoso e sangue arterial, aqueles que fazem o corpo funcionar satisfatoriamente. É sobre essas observações que passo a tratar agora.

Conversando com alguns amigos que tenho dentro do atual governo, disse-lhes de minha preocupação quanto a sensação de que nele, de bom mesmo só haja o próprio Flávio Dino. De que as peças da máquina estão muito aquém do maquinista. Sei que essa sensação é falsa, pois sei do grande valor individual de alguns membros do governo, tais como Marcelo Tavares, Felipe Camarão, Marcellus Ribeiro, Marcos Pacheco, Rodrigo Lago, Robson Paz, Márcio Jardim, Ted Lago, Bira do Pindaré, Francisco Gonçalves e mesmo, do algumas vezes tão injustamente criticado, Márcio Jerry, entre outros poucos.

Criticar Flávio Dino por permitir que Márcio Jerry detenha grande poder de influência e de decisão em seu governo é no mínimo ter memória curta e não ser capaz de se lembrar do que fazia Jorge Murad nos governos de Roseana, Azis no governo Jackson, Alexandra no governo Zé Reinaldo, Milhomem e Edinho no governo Lobão, dona Isabel no de Cafeteira, Teixeira com Luiz Rocha, Zé Burnet com Castelo, Araújo Careca com Nunes Freire e Jaime Santana com Pedro Neiva.

O que está errado agora assim como antes, é os mandatários comissionados agirem de forma mais dura que o necessário para quem é apenas um comissionado. Maquiavel falou sobre isso. O príncipe pode e deve delegar poderes, mas o secretário deve usá-los com a devida sabedoria e delicadeza para que não transpareça ser dele o poder originário, pois poderá causar ciúmes em uns e raiva em outros.

O segundo ponto que gostaria de tocar diz respeito ao fato do atual governo demonstrar uma fixação maior com o passado, que a devida obsessão que precisa ter com o presente e com o futuro de nosso Estado.

Não se pode negar que FD implantou novas práticas na gestão pública, mas também não se pode dizer que todas são eficientes, mesmo que sejam aparentemente salutares.

Ter descartado quase todos os funcionários que faziam a máquina estatal funcionar fez com que ela não funcionasse nos primeiros meses de governo. Agora é que ela está começando a se mover. Nisso o governo errou feio.

Esses funcionários não são, nunca foram e nunca serão partidários de ninguém. São eles que fazem o Estado andar. Seus substitutos foram orientados a repudiar qualquer conversa com quem quer que fosse. Aterrorizados tiveram ainda mais dificuldade.

O terceiro e último ponto que eu gostaria de comentar é sobre a totalmente equivocada forma de comunicação que o atual governo adotou. Em quase nove meses, tempo de um parto, não conseguiu fazer uma licitação para esse importante setor da administração e usa alguns Blogs, o Twitter, o Facebook, o Instagram e outros veículos mais para combater os adversários do que para se comunicar com a população. Esse erro poderá custar muito caro ao governo que não consegue enxergar e saber que uma coisa é campanha politica e eleitoral e que outra é o dia a dia da administração pública.

O velho mestre Nicolau também tem uma lição para isso. Existem formas distintas de agir. Uma para tempos de guerra e outra para tempos de paz. Mas se Maquiavel não seduzir com suas palavras, tentem as da Bíblia que diz que há um tempo para cada coisa, tempo de plantar e tempo de colher…

Não sou adversário do atual governo, nem sou seu correligionário. Sou apenas um maranhense que quer ver seu Estado bem administrado. Que antes exigia dos antigos mandatários as mesmas coisas que exige dos atuais e que exigirá dos futuros: Procurem fazer o melhor possível; Sejam inteligentes e por isso, humildes; Olhem para frente sem se esquecer do passado e não o contrário; Ouçam o que dizem seus amigos com os dois ouvidos, mas reservem um deles para ouvirem aqueles que nem sempre concordam com vocês; Cuidado com o Efeito Orloff…

A Pedra e a Palavra recebe prêmios em Portugal

Um dos participantes do Polo de Cinema Ficcional, Documental e de Animação do Maranhão, o Cineasta e membro das AML, da AIL e do IHGM, Joaquim Haickel, recebeu no último dia 23 de julho, dois prêmios por seu longa-metragem A Pedra e a Palavra.

O filme mostra a vida e a obra do Padre António Vieira, que viveu no Maranhão por 9 anos, tendo construído aqui boa parte da fama que carregaria pra depois de sua morte.

1-Troféus

 

Assunto Extremamente Importante

Já faz algum tempo desde a publicação da última pesquisa sobre a intenção de votos para a Prefeitura de São Luís, mas eu gostaria de voltar a esse assunto, uma vez que acredito que ele não tenha perdido sua atualidade.

Ao reanalisar a tal pesquisa constato que definitivamente há algo de muito errado nela, e que pouco podemos fazer quanto a isso, pois o que está verdadeiramente errado nela é a lista de candidatos nela listados!

Não consegui identificar um único nome dentre os citados pelos eleitores ou pela empresa pesquisadora, em que eu desejasse realmente votar. Existem até pessoas de quem gosto nessa lista, mas votar é algo diferente. Não há ninguém capaz de fazer proposições que me empolguem e que me façam vibrar. A escolha vai acabar sendo feita da pior maneira que pode existir: por eliminação. Pode ser que com o passar do tempo e a melhor apresentação dos candidatos algum deles desponte e ganhe minha preferência, mas até agora…

O fato é que nem eu, nem ninguém conhece alguma proposta palpável por parte dos candidatos. Só o que se vê é jogo de cena e só o que se escuta é conversa mole… Uma mise-en-scéne antiga em um discurso desgastado.

Mas em meio a essa reflexão, por um instante, pensei na dificuldade que é ser candidato e resolvi relacionar algumas propostas, caso me desse a louca e eu também resolvesse me candidatar a prefeito do lugar que mais amo neste mundo, minha São Luís. Talvez minha lista de propostas sirva para algum candidato mais humilde, que as aceite e as possa incluir em suas metas.

Meu primeiro pensamento foi no tocante ao nosso maravilhoso Centro Histórico, o Casco Antigo, como dizem os espanhóis, que como poucos sabem conservar e manter funcionando áreas como estas.

Acabo de chegar de uma viagem a Portugal e Espanha, onde pude rever lugares plenamente preservados em sua originalidade e utilizados na vida cotidiana da cidade, por sua gente e para o desfrute dos visitantes provenientes de todo o mundo.

Não que as ruelas do centro de Barcelona pareçam com as de São Luís, isso não. As daqui se parecem com as de Lisboa e do Porto, só que as de lá estão em condições impecáveis de uso e tem uma efetiva utilização funcional e comercial, seja para uso das pessoas do cocal ou para o deleite dos turistas.

Cafeteira, quando prefeito, cometeu um crime quando tirou os bondes das ruas de nossa cidade, mas se redimiu quando, governador, executou o Projeto Reviver, que transformou nossa cidade em Patrimônio Mundial. Agora precisamos que outro governante faça esse patrimônio ser bem utilizado, ou melhor, realmente utilizado. O candidato que não colocar isso em seu plano de metas e não realizar um trabalho efetivo quanto a isso, não merece meu voto agora e não merecerá meu respeito depois.

Vou listar a seguir algumas propostas, mas vou me fixar apenas nas que estejam de alguma forma relacionadas ao Centro Histórico.

Implantaria todas as repartições municipais nessa área e conclamaria as administrações Estadual e Federal a transferir suas atividades para o Centro Histórico, visando à ocupação dessa importante região que se encontra em avançado estado de abandono, dando vida diurna a ela e efervescência noturna através de bares, restaurantes, casas de shows…

Criaria incentivos mais efetivos para a abertura de pequenas e micro empresas nessa região; implantaria um sistema integrado de estacionamentos no Aterro do Bacanga com minivans que pudessem deixar os usuários dos estacionamentos nas portas de seus respectivos locais de trabalho; de comum acordo com os vendedores ambulantes e camelôs radicados na Rua Grande, os recolocaria em um espaço exclusivamente reservado a eles, com toda infraestrutura de um centro comercial, na margem esquerda do Rio Bacanga, na altura da Areinha, onde tanto eles quanto a população seriam grandemente beneficiados; transformaria a Rua Grande em um Shopping Center a céu aberto, entregando a gestão da Rua ao CDL, a ACM e as entidades semelhantes; abriria a possibilidade de PPP (parcerias público privadas) para a construção de estacionamentos embaixo das praças da cidade; convidaria faculdades para usar casarões antigos; reordenaria o trânsito nas ruas centrais como Afogados, Sol, Paz e Santana; aumentaria o efetivo da guarda municipal em toda essa região; incentivaria o uso das casas desta área para moradia…

Posso estar parecendo pouco sensível e pouco realista no que diz respeito ao que realmente dá votos, às coisas que o povão tanto precisa, mas isso os políticos, de modo geral, já o fazem de sobra, pois todos precisamos que o trânsito seja organizado, que a segurança seja reforçada, que a saúde funcione e que a educação realmente possa servir de veículo de acesso à cidadania para os filhos dos cidadãos de nossa cidade.

Ocorre que o político, de um modo geral, o prefeito, o governador ou o presidente da República, cada um em sua esfera de atuação, não deve e não pode deixar de tomar medidas efetivas, eficientes e eficazes no que diz respeito a coisas que podem não dar votos, mas estruturam a vida de toda uma cidade, um estado ou um país.

Medidas como a preservação e a efetiva utilização do Centro Histórico de São Luís são indispensáveis para que a gente de nossa cidade tenha uma vida melhor, pois se esse setor funcionar a contento, a administração poderá dedicar mais atenção a outras áreas e a outros setores.

Quando sei de projetos no sentido de construir centros administrativos fora do centro de São Luís, fico pensando que os administradores de cidades como São Paulo, Barcelona, Lisboa, Praga, entre outras, estão errados em priorizar o uso inteligente dos seus centros históricos com funções administrativas. Pobres tolos!

Muitas outras coisas devem constar em um bom plano de governo e em uma boa plataforma eleitoral para a prefeitura de nossa cidade, mas se nelas não estiver claramente previsto o bom uso do nosso maior patrimônio urbanístico e arquitetônico, este será um projeto aleijado e seu proponente um candidato alijado, pelo menos do meu voto.

 

 

 

 

 

 

Mudar ou continuar errando

Normalmente publico meus textos aos domingos, aqui mesmo nesta página de opinião, mas, excepcionalmente, porque a ocasião requer, o faço nesta quarta-feira, 29 de julho, pois soube que na tarde deste dia um grupo de jovens artistas estará se reunindo na Fonte do Ribeirão para fazer uma manifestação, ordeira e pacífica, contrária à permanência da secretária de Cultura Ester Marques, frente aos destinos da pasta em nosso Estado.

Não obstante, depois deste meu texto, a minha “amiga” secretária de Cultura do Estado, Ester Marques, vai ficar me devendo um favor impagável, pois se é verdade que ela está prestes a ser substituída no comando do órgão gestor da cultura do Maranhão, depois que o governador Flávio Dino e outros importantes membros do governo lerem o que a seguir direi, ela não sairá tão cedo da SECMA.

Ao que tudo indica, ou pelo menos segundo dizem algumas pessoas ligadas ao governo, Ester Marques só ainda não saiu porque a mídia sarneyzista não para de dizer que ela precisa ser substituída, por estar fazendo uma gestão desastrosa ou pior ainda, uma gestão inócua, ineficaz e ineficiente. O que tem acontecido é que se a mídia diz uma coisa, o governo faz exatamente o oposto, para se afirmar como independente e não manipulável.

Então vou fazer o inverso: nunca antes na história de nosso Estado tivemos uma gestão tão maravilhosa, tão eficiente, eficaz e efetivamente realizadora quanto esta. Nem Padilha, que é músico, nem Bucão que é poeta e muito menos Olga que era uma espécie de coringa de Roseana fizeram tanto pela cultura de nosso Estado em todas as suas gestões reunidas que a atual secretária em apenas sete meses.

Nunca antes tivemos pessoas tão equilibradas, ponderadas, de visão tão aberta e voltadas para os rumos e os melhores caminhos de nossas artes e manifestações culturais.

Agora falando sério: antes de assumir a SECMA, Ester era minha amiga, conversávamos sobre cultura, filosofia, tínhamos um ótimo relacionamento… Desde que assumiu o cargo parece que algo mudou, tornou-se uma pessoa ainda mais difícil, distante, cheia de firulas policialescas e politizadas…

O que tem acontecido é que tanto ela quanto seus assessores tem destratado a classe artística de maneira geral, mais especificamente de maneira política, como se a arte e a cultura tivessem partidos. Fazem isso na tentativa de agradar ao poder, coisa que tenho certeza, não foi requisitada pelos poderosos, a menos que eles sejam tolos, infantis e burros, pois nesse setor da administração pública, política partidária não deve e não pode entrar.

Um destacado colaborador seu, funcionário do governo federal, que passou seis meses trabalhando na SECMA a partir das 17 horas, depois de seu expediente normal, desacatou um artista que contestou algumas informações e dados sobre a lei de incentivo a cultura. A própria secretária indagada sobre a lei, disse a um grupo de produtores culturais que a lei era muito ruim e que precisava ser mudada, quando disseram a ela que ela mesma fez parte da comissão responsável pela seleção dos projetos, durante três anos, ela desconversou e deu mais uma desculpa esfarrapada.

Só há duas coisas boas na SECMA atualmente, alguns funcionários de carreira que não a deixam parar e a dra. Caroline Veloso, que mesmo sem nenhuma experiência, atende as pessoas com gentileza e presteza, mesmo que com uma desconfiança assustadora, marca que parece ser de todo o Governo.

Minha paciência para com Ester se esgotou bem depois do chá de cadeira de quatro horas que ela me deu. Resolvi esquece-la quando soube, de fonte segura, que uma vez quando liguei para ela, esta fez um gesto de repulsa e nojo referente a mim. Memória e dignidade não é coisa que todo mundo tenha.

Por isso é que suplico para que a secretária de Cultura do Maranhão não seja substituída. Senhor governador, não tire a secretária de Cultura, pois ela tem feito um excelente trabalho. Todos que pedem a sua saída, o fazem por terem algum interesse contrariado. Os oposicionistas a seu governo querem que o senhor a substitua para depois dizerem que o senhor é fraco, que é manipulável, que lhe pautam. Todos só querem o pior para seu governo. Não se deixe influenciar por essa gente que só quer o mal do Maranhão, que passou 50 anos se aproveitando das benesses do Estado.

Voltando a falar sério agora. O que os produtores culturais poderiam ter contra Ester, que não o tivessem mais ainda contra Olga, que é mais corpo estranho que esta, que nada sabia de cultura maranhense!? Pensem! Há algo de muito errado nisso.

Sei que ficaria ruim para o governo substituir um secretário com menos de três meses de administração, mas com sete, já dá para saber que não adianta insistir!

É uma pena que depois de hoje vá ter perdido uma amiga que me era cara, de quem gostava muito, mas foi ela quem quis assim.

Parabéns e Obrigado!

Pela primeira vez, na história do Maranhão, encontra-se à disposição de nossa comunidade cinematográfica um edital promovido pela Agência Nacional de Cinema, em conjunto com a Secretaria de Estado da Cultura, visando a realização de filmes que usem temáticas maranhenses, e pessoal preferencialmente nascido ou radicado por aqui.

Não vou dizer que isso se deve exclusivamente ao fato de o presidente da Ancine ser do mesmo partido político do governador de nosso Estado, porque, caso os governos passados tivessem procurado, nesse sentido, a entidade que organizou e tem dado um bom rumo ao cinema brasileiro, tenho certeza que outros editais já teriam sido realizados, pois estes certames são comuns em outros Estados e Municípios que se interessam em promovê-los. Mas também não posso deixar de dizer que se o governador e o presidente da Ancine não fossem próximos, esse edital não teria saído tão depressa como foi o caso.

De qualquer forma, a primeira coisa a ser dita, é que esse edital é muito bem vindo e que seja apenas o primeiro de uma série que virão para desenvolver e dinamizar o audiovisual em nossa terra.

Depois de feitos os devidos esclarecimentos e o merecido elogio, aqui vão as críticas, todas no sentido de ajudar, dentro de nossa pequena possibilidade.

O edital de cinema Ancine/Secma, que prevê o investimento de R$ 3 milhões, sendo R$ 1 milhão da Secma e R$ 2 milhões da Ancine, poderia ter sido melhor elaborado e dividido, o que talvez ainda possa ser feito, uma vez que as pessoas que fazem cinema no Maranhão não foram ouvidas antes da publicação desse edital.

Ao invés de 10 curtas-metragens de R$ 78 mil, acreditamos que deveriam ter sido R$ 20 mil de R$ 50 mil, todos destinados a cineastas principiantes, oportunizando assim uma maior participação da base nascente de nosso cinema, quando os recursos financeiros não são os ingredientes mais importantes e quando as produções realmente requerem menos recursos financeiros e muito mais criatividade e inventividade.

A subdivisão em telefilmes e longas-metragens reduz a possibilidade de apresentação de projetos. Esse critério deveria ser uma prerrogativa do produtor cinematográfico que se responsabilizaria também por escolher se faria um filme mais longo ou mais curto, estabelecendo com isso qual sua destinação, se para exibição em cinemas ou em televisão. Fazendo isso o edital engessa a produção, que poderia ser mais flexível e democrática.

Assim sendo restaria aos responsáveis pelo edital, a Ancine e a Secma, estabelecerem que R$ 1 milhão seriam destinados a projetos de documentários e R$ 1 milhão para projetos de ficção, que não fossem curtas-metragens, deixando por conta do bom senso dos produtores proponentes a mensuração dos valores de seus orçamentos. Essa divisão facilitaria também a construção dos projetos e as prestações das respectivas contas.

Seriam os produtores proponentes que teriam a obrigação de apresentar à Ancine e à Secma, projetos de orçamento condizentes com seus filmes e capazes de bem promover com sabedoria e consciência o cinema maranhense.

Alguém que apresentasse um bom projeto mas com um alto orçamento deveria ser preterido em benefício de quem apresentasse um outro bom projeto de orçamento mais baixo, que possibilitasse a realização de outras propostas, pois o interesse maior do edital não deve ser a concentração de recursos em poucos projetos, mas sim oportunizar que mais produtores realizem os seus.

Dito isso é a vez de fazer outras reivindicações, agora diretamente destinadas para a Secma: Em primeiro lugar, com relação ao próprio edital. Os produtores proponentes precisavam de esclarecimentos quanto a algumas questões que nele mesmo manda recorrer à Secma, mas lá ninguém sabia informar nada. Precisávamos de esclarecimentos imediatos, pois o prazo para apresentação das propostas é 29 de julho. Somente na última quarta-feira soubemos que Claudio Pinheiro e Edna Matos poderiam prestar esclarecimentos, o que foi feito.

Outra coisa que a Secma precisa fazer é estabelecer um organismo interno, comandado por alguém que seja do setor audiovisual, que possa manter uma boa relação com a comunidade que realiza trabalhos cinematográficos e afins no Maranhão, tanto que a Ancine colocou no edital um tal “Instituto Estadual de Cinema”, que não existe, mas que precisava existir.

Por fim, aproveitando a oportunidade, gostaria de parabenizar e agradecer.

Parabéns: Frederico Machado, que além de um bom cineasta é pioneiro em nosso Estado como distribuidor cinematográfico, com sua nacional e internacionalmente conhecida Lume Filmes; Arturo Saboia, sensível roteirista e minucioso diretor; Francisco Colombo, que se encontra em Portugal fazendo mestrado em cinema; ao inquieto e efervescente diretor Breno Ferreira; à minha querida amiga Isa Albuquerque, uma das pioneiras maranhenses nesse ofício; Mavi Simão que realiza trabalhos importantíssimos nesse setor; a um jovem de futuro brilhante, Marcos Pontes; a Rafaelle Petrini, um italiano que escolheu São Luís para ser sua Cinecittà; ao jovem Lucas Sá, nosso, quem sabe, se Deus quiser, futuro Almodóvar; a Cícero Filho que respira cinema, que o faz como sendo uma coisa que faz parte de sua alma e de seu corpo; ao pessoal dos Coletivos, como Luizes e Mulek, que fizeram filmes tão bons e importantes para o nosso cinema; à minha amiga produtora Cássia Melo e outros tantos…

Por último e nem por isso menos importante, gostaria de parabenizar e nesse caso também agradecer, aos meus queridos amigos e companheiros de trabalho no Museu da Memória Audiovisual do Maranhão, MAVAM, e que realizam comigo projetos maravilhosos através do Polo de Cinema Ficcional, Documental e de Animação do Maranhão: Joan Carlos, Beto Matuck, Francisco Colombo, Fernando Baima, João Ubaldo, Celso Borges, Renata Valdejão, André Lucap, Cinaldo Oliveira, Talvane Lucato, Elinaldo Terel, Jeferson Santos, Rosangela Guimarães, Beto e Nádia Nicácio, Iramir Araújo, Israel Silva…

Obrigado aos que começaram isso tudo, muito tempo atrás. Obrigado Murilo Santos, Euclides Moreira Neto, Nerine Lobão, Raimundo Medeiros, Ivan Sarney, Newton Lílio… Obrigado aos irmãos Bacelar, Mauro Bezerra, Lindberg Leite, dentre tantos outros!

Graças aos que começaram o cinema e o audiovisual no Maranhão e aos que continuam nessa lida, poderemos deixar um bom legado para as futuras gerações.

 

PS: Viajo hoje para Portugal onde receberei um prêmio pelo nosso filme “A Pedra e a Palavra”.

 

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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