Declaração de amor incondicional ou simplesmente

Bilhetinho para Laila H.

Minha pequenina, redonda e brilhante pérola da ostra dançante de Ariel;

Minha delicada, saltitante, estabanada e bambinica gazela;

Minha jovem Nala, felina manhosa, que se enroscava em mim enquanto dormia;

Minha papa-légua veloz e fugidia;

Minha ursinha, ora Puf, ora Matraca Trica. Colimérica, unhuda e aparentemente braba;

Minha menininha do chapeuzinho cor-de-rosa que nunca teve medo de lobo mau;

Minha Dumbinha, doce e voadora;

Minha centaura aventureira, apaixonada e sonhadora;

Minha escultura grega, branca como algodão;

Minha instalação interrompida… Desobediente e inquieta como eu;

Minha louca… Madalena, Rodó, Camille C., Silvia P., Clarisse L….

Meu poema concreto feito de luz e som; (Tem certas coisas que eu não sei dizer…)

Meu melhor pedaço de mim em forma de mulher;

Meu foco e meu eco;

Meu longa-metragem baseado em fatos reais e oníricos;

Chamar-te assim, invocando os personagens de tua infância me faz sentir que mais uma vez você é a minha menina, pequenininha, ainda em meu colo, aprendendo a falar o nome das coisas, as cores…

Chamar-te por metáforas que nos unem e nos esclarecem…

Chamar-te assim só pra poder ficar mais doce e dizer que te amo muito, sem querer parecer um bobo e assumindo desde logo que o sou, e com muita satisfação, dizer que sinto o maior orgulho de você por tudo que você é e por sua forma de ser.

Essa semana você me deixou muito feliz e orgulhoso quando liguei para sua casa, pra falar com você e me disseram que você havia acordado cedinho e saído para trabalhar. Você já havia me dito, mas a ficha não havia caído! Só caiu naquele dia. Fiquei radiante. Você, sem a interferência de ninguém, quer dizer, sem a minha interferência, arrumou um emprego numa agencia de propaganda. Vi seu avô em você nessa hora. Arregaçando as mangas, enfrentando a vida e vencendo, matando um leão por dia.

Estou muito feliz, de uma maneira que nunca estive. É uma sensação maravilhosa e nova, essa a de saber que você consegue se virar sozinha, que já sabe quebrar os ovos e fazer a sua própria omelete.

Não tenho mais nada pra te dizer, a não ser que eu te amo muito! E que por tua causa amaldiçoou diariamente Abrão e blasfemo. Graças a Deus!

J.H.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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