Ambulante

 Maria Rita armava barraca na mureta da Praça Benedito Leite e vendia:

Dois-tãos de pernas grossas; duas coxas macias, ancas graciosas e luzidias como as da égua Esmeralda, caso de amor de “seu” Dico.

Cintura de umbigo tufado – culpa da parteira “Dona” Maria José do Bom Parto.

Peitos ainda durinhos, mas já querendo murchar de tanto freguês apalpar.

Pescoço de bailarina, cabelos de espanhola, olhos de moça-virgem e andar de brincar ganzola.     

Maria Rita armava barraca e vendia…

3 comentários em “Ambulante”

  1. Boa Noite Joaquim,
    Parabéns pelo filme e todos os premios recebidos, pela eleição na AML, por todas as belas cronicas e poemas. Voce com certeza é um orgulho para a sua família e para o Maranhão, mas eu gostaria de saber porque, vc é um deputado, um poeta e dos bons, um cineasta premiado em vários países, portanto um formador de opinião, pq vc não comenta nada sobre a situação de Sarney no senado com o Brasil inteiro querendo a sua renuncia, e tudo que está sendo descoberto sobre as negociatas para não dizer outro nome de Fernando Sarney? Daria um bom livro e um bom filme.

    Resposta: Amiga Eliane, já comentei varias vezes sobre o assunto do momento, tanto aqui quanto na Assembléia, mais lá que aqui, pois acredito que lá seja o ambiente mais propicio para fazer isso. Porem já que você tocou no assunto, vou tentar responder, apesar de não acreditar que eu seja a pessoa mais indicada para falar desse assunto, já que como você deve saber sou amigo de Fernando e Zé Sarney, mas vou tentar fazer isso da maneira mais isenta possível.
    Diga-me uma coisa, você acredita que se Sarney simplesmente renunciasse ao cargo de presidente do Senado os problemas que lá acontecem se resolveriam, assim, num passe de mágica? Imagino que a sua resposta, bem como a de qualquer pessoa de bom senso será, “NÃO”, e o motivo é claro para qualquer pessoa que não esteja comprometida com a partidarização do assunto ou com a vontade de vender notícias e controlar a opinião publica através de uma opinião publicada.
    O problema em tela é bem mais profundo que a simples existência de um senador. É algo estrutural, inerente à mecânica do poder, algo sedimentado e arraigado em qualquer estrutura burocrática repleta de benefícios como a do senado, que nunca sofreu uma modernização profunda e verdadeira ou qualquer ruptura em sua oligarquia funcional, que contabiliza benefícios seculares, coisas que ninguém jamais teve vontade ou coragem de tocar, até porque não interessava a ninguém fazer isso, pelo menos até agora.
    Esse Brasil inteiro que você diz que quer que Sarney renuncie, não é nada mais nada menos que uma pequeníssima parcela dos donos de jornais de São Paulo que estão a serviço do PSDB, tentando facilitar a vida do Serra que quer porque quer ser presidente da república, só isso.
    Você vai dizer que estou simplificando a coisa, mas pense um pouco. Sarney já foi presidente do Senado duas vezes anteriormente, pelo menos uma delas no tempo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, porque isso não veio à tona naquela ocasião se todos dizem hoje que isso tudo sempre aconteceu? Que isso é coisa de longas datas? Eu lhe digo por que, porque não interessava a ninguém naquela época desestabilizar o governo de então, agora sim, os paulistas quatrocentões não admitem que a Dilma possa vir continuar fazendo o que Lula vem fazendo na presidência da republica, querem porque querem mudar a gerencia do poder central de nosso país. É muito, muito, muito dinheiro. É muito, muito, muito poder que está em jogo, não é apenas Zé Sarney ou Fernando ou o Senado.
    Acredite, qualquer um no lugar de Sarney, sendo quem Sarney é representando o que ele representa, estaria passando pela mesma situação, pelo mesmo suplicio e se fosse realmente como Sarney, esse alguém teria que resistir a todo custo, pois assim estaria fazendo um grande serviço ao Brasil, impedindo que alguns poucos manipulassem a opinião publica, subvertendo a vontade popular sem uma eleição democrática, apenas com paginas de jornais e reportagens televisivas.
    Não pense que eu acredite que não haja nada de errado no Senado. Tenho certeza que há, só não concordo que a execração publica do presidente do Senado, sua crucificação, sua imolação, seu sacrifício público, seja a maneira correta de resolvermos esse assunto.
    Pelo menos uma coisa já está acontecendo de bom nisso tudo, começasse a organizar de forma clara a estrutura administrativa e funcional do Senado federal e é possível que toda essa celeuma sirva para consolidar essas mudanças.

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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