Um Pedaço de Ponte – Parte VIII

Dando continuidade ao texto “Um Pedaço de Ponte” leia a seguir: 
 
Na trave 
 
      Coló era bem menor que os outros pequenos.  Ao invés de jogar, preferia ficar sentado ao pé de uma das traves com a japonesa na mão – microfone – “Lá vai Chico pela esquerda. Passa bem por Piticáia. Toca para Sarará. Ele pára, olha, enfia para Dicão. Dicão mata no peito e arreia na grama. 26 corridos do segundo tempo, 1 x O para o time de MadreDeus lá vai Dicão, pode marcar, atenção, chutou, na traaa… “‘
Trave de pelada, na areinha, são dois paus de mangue, enfiados no chão e um em cima, às vezes, amarrado com cipó.

Neste dia, Coló não voltou para sua casa, ali no Lira. Foi levado às pressas para o HospitaL O chute de Dicão derrubou o pau da trave na cabeça do Osmar Santos, da Areinha.

No Hospital, Coló chegou tarde na dividida com a morte. A pelada acabou com o placar de Vasco da MadreDeus 1, Belira Esporte Clube 0. No Instituto Médico Legal, o laudo Médico é lido: “O menor Colombo Lopes Botelho faleceu hoje à tarde antes de dar entrada no Socorrão, vítima de uma bolada na trave. O poste superior, que não estava bem amarrado, caiu sobre a cabeça do garoto, causando-lhe esmagadura do crânio com substancial perda de substância.”

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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