Um Pedaço de Ponte – Parte VIII
Dando continuidade ao texto “Um Pedaço de Ponte” leia a seguir:
Na trave
Coló era bem menor que os outros pequenos. Ao invés de jogar, preferia ficar sentado ao pé de uma das traves com a japonesa na mão – microfone – “Lá vai Chico pela esquerda. Passa bem por Piticáia. Toca para Sarará. Ele pára, olha, enfia para Dicão. Dicão mata no peito e arreia na grama. 26 corridos do segundo tempo, 1 x O para o time de MadreDeus lá vai Dicão, pode marcar, atenção, chutou, na traaa… “‘
Trave de pelada, na areinha, são dois paus de mangue, enfiados no chão e um em cima, às vezes, amarrado com cipó.
Neste dia, Coló não voltou para sua casa, ali no Lira. Foi levado às pressas para o HospitaL O chute de Dicão derrubou o pau da trave na cabeça do Osmar Santos, da Areinha.
No Hospital, Coló chegou tarde na dividida com a morte. A pelada acabou com o placar de Vasco da MadreDeus 1, Belira Esporte Clube 0. No Instituto Médico Legal, o laudo Médico é lido: “O menor Colombo Lopes Botelho faleceu hoje à tarde antes de dar entrada no Socorrão, vítima de uma bolada na trave. O poste superior, que não estava bem amarrado, caiu sobre a cabeça do garoto, causando-lhe esmagadura do crânio com substancial perda de substância.”
Comentários