Roteiro de Sucesso.

Quem me conhece sabe o quanto gosto de arte e que dentre todas elas a que mais me fascina é o cinema.

Pois bem, a bíblia do cinema é o roteiro, seja ele escrito ou não. O roteiro é que dita todos os parâmetros de uma obra cinematográfica. É assim que acontece na vida também. Nossa vida tem um roteiro, uma história que contamos em nosso dia a dia e que vai resultar na obra final, projetada no nosso tempo e no nosso espaço e algumas vezes extrapolando esses dois importantes parâmetros da física.

É bem verdade que no cinema como na vida existem outras etapas igualmente importantes, como a produção, etapa onde se escolhe tudo que será utilizado em cena, qual o figurino, qual o cenário, qual a luz e o enfoque. Há também a edição, onde se cola, se une (e em alguns casos, inclusive de grande sucesso, até se desune) os pedaços da história. É nessa etapa que se eliminam os excessos ou tapam-se os buracos como num delicado trabalho de escultura.

Feito esse preâmbulo, indispensável para a construção literária que mais me agrada, passo agora ao assunto de cerne deste domingo: Amanhã será o dia internacional da mulher e imagino que em volta de mim, seja no meio físico do jornal de papel e tinta, seja no meio eletrônico dos blogs, o assunto é um só – 8 de março, dia internacional da mulher.

Assim sendo eu não poderia falar sobre outra coisa.

Para falar sobre as mulheres, poderia comentar sobre a importância delas em nossas vidas e no mundo. Poderia falar das mulheres trabalhadoras ou das chefes de família. Poderia falar de mulheres emblemáticas, como Eva ou Luci. De Maria, de Madalena ou de madre Tereza de Calcutá. Poderia falar de cientistas como Marie Curie, de artistas como Camille Claudel, de rainhas como Elizabeth I ou de chefes de governo como Margaret Thatcher e Roseana Sarney (primeira mulher eleita governadora de um estado brasileiro). Poderia falar de nenhuma especificamente, e ainda assim falar de todas ao mesmo tempo. Poderia falar das funções que as mulheres exercem: A mãe, a companheira… Poderia falar de novo de minha mãe e poderia ainda falar de minhas mães de criação, Teté e Loló que ajudaram a criar a mim e a meu irmão e que ainda vivem conosco alegrando as nossas vidas.

No entanto quero falar sobre mulher usando o exemplo de uma com quem tenho uma relação de grande respeito e profunda admiração, em que pese pertencermos a correntes partidárias e ideológicas diferentes. Refiro-me à minha colega deputada Helena Barros Heluy, uma mulher de fibra, rígida, até dura em alguns aspectos, mas doce e suave em outros.

Quando o assunto é a coisa pública, o interesse da sociedade ou mesmo, em alguns aspectos, o seu jeito de encarar a vida, ela tem sempre em mão seu roteiro que ela escreve desde mocinha, pautado em suas sólidas crenças, sejam elas políticas ou religiosas. Esse roteiro ela segue à risca, com uma ou outra adaptação, mas sempre respeitando a espinha dorsal da trajetória do personagem que ela escolheu para si.

Quando o assunto é seus netos, seus amigos ou sua querida Barão de Grajaú, vê-se uma outra Helena, uma Helena mansa, suave e doce como toda avó, como toda filha saudosa da casa de seus avós.

É incrível, mas a minha convivência com Helena na Assembleia Legislativa do Maranhão é mais próxima que com boa parte dos deputados do meu partido, pois mesmo divergindo dela na forma ou no caminho, eu e ela advogamos as mesmas causas, propugnamos as mesmas idéias, defendemos o mesmo ideal.

Helena já comunicou que não irá disputar mandato nas eleições de 2010, ato que por si só irá subtrair do legislativo maranhense um de seus melhores membros, pois ela é hoje naquela casa uma espécie de paradigma, um parâmetro para todos nós.

O fato de Helena não concorrer nas próximas eleições demonstra que ela tem um imenso desapego, sentimento presente apenas naquelas pessoas que buscam, antes de qualquer coisa, fazer sempre o melhor ao seu alcance.

O roteiro que Helena escreveu para si e que ela continua escrevendo, a faz merecedora do respeito e dos aplausos, até mesmo aqueles vindos de pessoas que pensam diferente dela.

Na oportunidade em que enalteço as mulheres usando para isso a figura de minha querida colega deputada Helena Heluy, não poderia deixar de lembrar das outras mulheres que engrandecem o nosso parlamento, como Cleide Coutinho, Graça Paz, Fátima Vieira, Gardênia Castelo, Eliziane Gama, Janice Braide e Márcia Marinho, sem esquecer de muitas outras mulheres que emprestam àquela casa seu indispensável trabalho, desde a mais humilde servente até a mais graduada doutora da consultoria legislativa.

Por fim, devo dizer que entendo que dia da mulher é todo dia, amanhã é apenas um dia emblemático, para que nós possamos homenageá-las especialmente.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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