Um rápido balanço

Como aceitei voltar a ocupar função pública, deixei de receber dezenas e passei a receber centenas de pedidos de emprego, coisa para a qual, devido à natureza de meu coração, não estou nem nunca estive preparado, pois sofro por não poder ajudar.

Meu saudoso pai ficou conhecido por ter sido durante 12 anos, nas gestões dos governadores Pedro Neiva, Nunes Freire e João Castelo, o político que mais distribuiu nomeações no Estado do Maranhão. Há quem diga que ultrapassou a casa das 10.000.

Ele nunca quis indicar um secretário de estado, nunca buscou um quinhão administrativo nos governos que apoiou, sempre deixou claro aos seus amigos governadores que desejava empregar as pessoas as quais representava, pois acreditava que o trabalho dava a elas a possibilidade de serem independentes, de poderem buscar a realização de seus destinos rumo à tão sonhada felicidade.

As leis atuais não permitem mais o que acontecia no tempo de meu pai. Emprego público agora só através de concurso ou dos poucos cargos comissionados, de confiança do gestor.

Já exerci antes função de secretário de Assuntos Políticos, de Educação e de Esportes do Estado do Maranhão, nas gestões de Edison Lobão e Roseana Sarney, e agora “estou” secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de São Luís, na gestão de Eduardo Braide, e vejo como as coisas estão mudadas, como o tempo e o amadurecimento transforma as pessoas, como eu mudei!

Aquilo que era sempre tão premente e urgente, agora é feito com mais suavidade e leveza. O que muitas vezes era feito com medo, por exigência da responsabilidade, agora é feito pela mesma exigência, mas com segurança e clareza. O apego que tinha à função e ao poder que emanava dela, se transformou em uma confortável convivência, com a certeza de que todo poder é temporário e que ele será maior à proporção que quem o detenha use-o de maneira parcimoniosa e sábia, tirando dele a importância e transferindo-a para as ações que implementa, sem jamais usurpá-lo, usando-o sempre em benefício das pessoas e da sociedade.

Quando fui chamado por Eduardo Braide para ir ao seu escritório, pensei que ele queria conversar comigo sobre quais nomes eu acreditava serem os melhores para compor sua equipe nas áreas de cultura, esporte, educação ou mesmo assuntos políticos, setores aos quais me dediquei durante toda minha vida pessoal e política. O convite para ser seu secretário de Comunicação, foi um choque pra mim, pois isso nunca havia passado por minha cabeça, e quem me conhece sabe que por minha cabeça passa muita coisa!…

Eu aceitei o cargo porque entendi que mais que secretário de Comunicação – e saibam que o jornalista Igor Almeida, que acompanha Eduardo já há bastante tempo, faz muito bem esse papel como meu adjunto – eu poderia ser um pedreiro, quem sabe até um mestre de obras na construção de uma nova fase da política maranhense, a partir da implantação de uma nova forma de gestão pública que vi e entendi que Eduardo deseja implantar em nossa terra. Pensei que pudesse ser um animador de um grupo jovem de gestores que pretendem modificar a forma de pensar a política e a administração de nossa cidade e de nosso Estado. Pensei que poderia ser uma espécie de coach, que pudesse conversar com meus colegas secretários sobre as ações que eles desejassem empreender para buscarmos juntos o melhor caminho para realizá-las e apresentá-las à sociedade.

Uma coisa eu observei logo na primeira reunião de secretários, não havia naquela sala nenhuma pessoa que não estivesse real e profundamente imbuída no mais profundo compromisso de realizar um bom trabalho em prol de nossa cidade e de seu povo, constatei que todos ali, em suas almas e em suas mentes demonstravam desejar construir uma coisa nova e boa.

É por saber disso que conclamo meus colegas secretários a falarem um pouco sobre seus sentimentos e suas impressões a respeito de seu trabalho e realizações de suas pastas, através de textos que possamos publicar neste espaço, como faz aqui ao lado, o dr. Joel Nunes, secretário municipal de Saúde.

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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