A minha verdade sobre Jesus

0comentário
beach, wave and footprints at sunset time

Sempre busquei conhecer bem a história, para que com ela pudesse entender melhor as circunstâncias e as consequências dos acontecimentos.

Desde muito cedo descobri que a verdadeira história de um determinado fato, principalmente os da antiguidade, não existe, ela é sempre uma abstração, pois os narradores desse fato, estarão sempre sujeitos aos seus pontos de vista, às suas posições no cenário retratado e aos interesses de sua cultura e de seu tempo.

Penso que a maioria das pessoas concorda quando alguém diz que nenhum personagem histórico é maior ou mais importante que Jesus de Nazaré. Pode até existir quem diga coisa diferente, mas vou correr o risco e insistir nesta tese: Jesus de Nazaré é o maior e mais importante personagem da história mundial.

Digo isso e complemento com um argumento que parece uma antítese dessa afirmação: Mesmo que Jesus de Nazaré não tenha existido fisicamente, mesmo que ele não tenha vivido, mesmo que a sua história seja na verdade uma colagem de vários personagens da história judaica, mesmo que tudo que se diz sobre ele seja apenas fantasia literária de um povo criativo, a MENSAGEM que existe na história deste personagem, tem um poder extraordinário, uma contundência explosiva, capaz de conquistar corações e mentes já por mais de dois milênios, e das formas mais diversas, inclusive de formas erradas e completamente dissonantes da mensagem que o “personagem” buscou transmitir.

Uma das coisas mais incríveis sobre esse personagem, é o fato de que se ele existiu, certamente não teve um biógrafo que registrasse sua trajetória histórica, de forma confiável e científica. Certamente não teve quem acompanhasse seu dia a dia com a preocupação de registrar para posteridade, seus feitos, sua história, assim sendo, o que se tem são relatos esparsos sobre ele, escritos muitos anos depois de sua “vida e morte”.

Ao afirmar que para mim não é importante se Jesus de Nazaré existiu realmente, não quero diminuir a importância dele, muito pelo contrário. O que eu desejo é aumentar a importância de sua MENSAGEM, pois é nela que se encontra toda a essência de sua “existência”.

Por favor não pensem que eu estou menosprezando ou blasfemando sobre a religião ou a fé de quem quer que seja. Essa não é de forma alguma minha intenção. O respeito à opinião e às crenças das pessoas é fundamental para podermos manter um diálogo produtivo e salutar.

Para mim, da mesma forma que não interessa se Jesus tenha existido, não importa se ele é o filho unigênito do “Deus Pai Todo Poderoso”, nem se ele nasceu de uma virgem, se fez milagres, se teve ou não descendência, nem se ele morreu crucificado e muito menos se ele ressuscitou dos mortos!…

Veja bem, meu ponto é simples! Se esse Jesus for o tal “Filho do Homem”, não haverá nenhuma vantagem em ele ter feito as coisas que dizem que ele fez. Já se ele for o filho de um carpinteiro da Galileia, e de uma menina judia, seus feitos e suas atitudes, superarão exponencialmente os feitos do filho de um outro Deus, o mitológico Zeus, que ordenou que seu filho Hércules realizasse verdadeiros milagres heroicos.

Vantagem sobre todos será sempre daquele que disse palavras como aquelas reportadas no Sermão da Montanha. Aquele sim, será o verdadeiro bem-aventurado, que aponta o caminho, que guia para a verdade e que louva a vida.

Para mim, a existência verídica de Jesus de Nazaré não é necessária, para que sua MENSAGEM, para que seus ensinamentos sejam assimilados por todos que receberam a “Boa Nova”, o evangelho. Sua “vida” é um exemplo, um manual.

Quando disse antes que Jesus não teve um biógrafo, não quis reduzir a importância dos livros que foram escritos sobre ele, principalmente os evangelhos de Lucas, Marcos e Mateus, já que em minha opinião o de João é um poema de difícil compreensão histórica. Para mim o apocalipse parece mais uma viagem psicodélica, com dois mil anos de antecedência.

Em Lucas, Marcos e Mateus temos quase todo o panorama de vida desse personagem, isso sem falarmos dos outros evangelhos, aqueles que o Imperador Constantino, em conluio com os bispos da Santa Madre Igreja de então, resolveu considerar erráticos e profanos.

Enquanto Lucas se preocupou em relatar mais os milagres do “Messias”, Marcos se dedicou a comentar sobre a importância das palavras de Jesus na catequese e na conversão dos povos, e Mateus, o fixou como doutrinador renovador do judaísmo, ligando-o diretamente ao Deus de Abraão.

Os poucos relatos históricos que se tem de personagens como Jesus, são provenientes de uma colcha de retalhos que além de difícil compreensão cultural, temporal, social e política, sofre poderosa influência de duas das coisas mais corrosivas da condição humana: A fé e a religião. Itens que são capazes de desfigurar, a tudo e a todos.

Em minha modesta opinião, a história desse Galileu é a mais importante, poderosa e bela história já produzida pelo homem. Se ela é verdadeira ou não, pouco importa. O que importa é conhecermos a mensagem dessa história e tentarmos minimamente segui-la e copiá-la.

Amém!…

Sem comentário para "A minha verdade sobre Jesus"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS