O que deve existir em uma escola?

 

Neste momento, em nosso país existe uma imensa discussão sobre um tema que pra mim seria completamente dispensável, se sua motivação não fosse absurda. Trata-se de um projeto chamado “Escola sem Partido”.

Tal projeto, pelo que me parece, só foi apresentado, porque notaram que as escolas de nosso país estavam sendo “utilizadas” para doutrinação político-partidária, coisa que é expressamente proibida por nossa Constituição, que garante aos estudantes e às suas famílias que eles não recebam, especificamente, nenhuma orientação de tendência partidária, qualquer que seja ela.

Eu penso que nas escolas bancadas pelo dinheiro dos contribuintes, administrados pelos municípios, estados ou união, não pode haver doutrinação religiosa, da mesma forma que não pode haver também doutrinação ideológica ou partidária!

Cada pessoa pode ter a sua religião, se quiser, da mesma maneira que cada um pode ter o seu partido, se assim desejar. Essas são escolhas pessoais, como de seu time de futebol ou sua escola de samba!

Nas escolas, ao invés de “ter partido”, deveria haver era difusão de noções de cidadania, civismo, valores humanistas, morais e éticos. Tenho certeza que se nas nossas escolas fossem apresentadas aos alunos essas coisas, estaríamos construindo um país cheio de cidadãos mais conscientes, e num futuro não muito distante, teríamos um país bem melhor.

Querer utilizar as escolas para doutrinação político-partidário-ideológica é um crime contra a república e a democracia! Se a esquerda insistir em partidarizar as escolas, vai acabar obrigando a direita a tentar uma solução catastrófica, que seria entregar nossas crianças à catequese religiosa, como antídoto à partidarização daquele lugar que deveria antes de tudo ser um lugar onde se aprendessem as coisas que nos levassem a fazer nossas próprias escolhas, sem lavagem cerebral de qualquer natureza.

Escola, antes de tudo é sinônimo de ensinamento e de aprendizado! Escola é sinônimo de liberdade, não de anarquia! Escola é o lugar onde nós primeiro entramos em contato com a sociedade, com a comuna, com a cidade, logo, nela tem que haver ensinamentos sociais, não socialistas, ensinamentos comunitários, não comunistas, ensinamentos de cidadania de um modo geral, não ideológicos e partidários!

Ideologia partidária, assim como a religiosidade, são coisas que o indivíduo só pode desenvolver de maneira adequada depois que ele tem capacidade de entendimento suficiente para absorver conhecimentos e informações a respeito delas.

O que se sabe desde sempre, é que filhos de pais de uma determinada religião são criados na fé de seus pais, algo que é antropológica e sociologicamente compreensível. Não é a escola que deve fazer esse papel. A escola deve dar a essa criança, a esse jovem, a capacidade de entender o que representa cada religião. Eu acredito que é dessa mesma forma que a escola deva se posicionar em relação ao partidarismo político.

A resposta para a pergunta contida no título deste artigo, em minha opinião, só pode ser uma. Nas escolas de todo o Brasil deve haver professores verdadeiramente capacitados e justamente remunerados para orientarem nossas crianças e nossos jovens, no sentido de adquirirem conhecimento nas diversas áreas do ensino, bem como apresentarem a eles informações confiáveis, para que possam se transformar em cidadãos honrados, respeitadores das pessoas e das leis, que saibam conviver em sociedade, que busquem a justiça e saibam distinguir claramente entre o que é o certo e o errado, segundo as nossas regras sociais e legais.

Nossos professores não deverão, nem poderão jamais substituir as famílias e os grupos sociais de cada indivíduo e devem orientar a todos eles a respeitarem as diferenças existentes não só entre eles, mas em relação a todos os indivíduas e coletividades.

Qualquer tentativa de doutrinação ou catequese de nossas crianças e nossos jovens deve ser rechaçada, se não por outro motivo, porque fere de morte nossos princípios constitucionais!

 

“Erros” e “Acertos”

Passada a eleição posso fazer uma análise mais tranquila da campanha eleitoral de 2016 em São Luís e tentar apontar aqueles que acredito terem sido os maiores erros e acertos cometidos nesse pleito.

Nas candidaturas do PPL, PSTU e PSOL não se pode apontar erros, pois elas eram pra ser o que realmente foram. Posicionamento pessoal ou político.

No caso das candidaturas de Fabio Câmara e Rose Sales, sempre disse que elas eram totalmente equivocadas, sem nenhuma capacidade de enfrentamento eleitoral. Os dois podem ter jogado seus patrimônios políticos pela janela! O mesmo eu dizia em relação à candidatura de Eduardo Braide, mas os acontecimentos provaram que neste caso era eu quem estava equivocado.

A incapacidade organizacional e política de Eliziane e de sua pequena equipe, cheia de boa vontade, mas sem nenhum traquejo político, resultou num fraco desempenho eleitoral.

Wellington do Curso despontou como opção ainda no primeiro turno, mas murchou depois do debate. Não passou confiança ao eleitor, que tem olhos e ouvidos clínicos bem apurados.

Acredito que o resultado do primeiro turno tenha surpreendido a todos, inclusive ao próprio Eduardo Braide, que esperava um bom desempenho, mas não acredito que imaginava que chegasse a tanto!

As máquinas de propaganda dos governos municipal e estadual fizeram de tudo para que não houvesse segundo turno, até mesmo usaram alguns institutos de pesquisa como instrumento de persuasão eleitoral, garantindo que no resultado de seus levantamentos constasse que o prefeito venceria no primeiro turno. Esse não se pode relacionar como um erro, mas se deve enumerar como uma deformação da campanha eleitoral, que se não é proibida, é consentida pelo TSE.

E quais teriam sido os erros de Eduardo Braide!? Não vejo um grande erro cometido por ele. Um erro que tivesse comprometido sua campanha.

Na verdade ele fez uma opção clara por descolar sua imagem dos grandes partidos e líderes políticos de nosso estado, o que para mim foi uma decisão acertada. Essas agremiações partidárias e lideranças políticas é que erraram brutalmente ao se fazerem de ofendidinhas e não entenderem que aquela era a atitude que o povo esperava e era só com ela que a eleição poderia ser ganha.

Braide, entre o primeiro e o segundo turno, deveria ter ido à Assembleia Legislativa, sua casa parlamentar, e feito um discurso agregador, onde demonstrasse que apesar de não admitir barganhas eleitorais, apoios em troca de cargos em sua administração, estava aberto a receber todo apoio daqueles que entendessem que deveria haver uma mudança no comando da gestão de São Luís. Seus conselheiros devem ter imaginado que os apartes e as repercussões desse discurso poderiam prejudicar sua campanha. Bobagem! Numa disputa dessas não se pode vencer sem arriscar, e esse seria um risco que valia a pena correr.

Erro cometeu o deputado Adriano Sarney, ao atingir Braide, fazendo o jogo do seu adversário. Erro cometeu Roberto Rocha ao se retrair no segundo turno. Erro cometeu Eliziane por desaparecer da cena política. Erro cometeu o PMDB ao se omitir da disputa. Não se pode dizer que Roseana, pessoalmente, tenha cometido algum erro nesse contexto.

Os acertos nesse caso foram todos praticados pelos partidários de Edivaldo. Weverton (o maior vencedor dessas eleições) convenceu o “PMDB” que o melhor para “eles”, por diversas razões, seria Edivaldo ganhar a eleição. Acerto cometeu “alguém” do governo estadual ao convencer Eliziane que depois do desastroso primeiro turno, o melhor para ela seria sair de cena.

Da campanha eleitoral como um todo fica a certeza de que mais do que nunca nós precisamos, urgentemente, de uma radical reforma política e eleitoral, para que num pleito como esse, possamos ter mais confiança de que o resultado refletirá realmente a vontade soberana do povo e que essa vontade, no decorrer do processo, não tenha sido, de forma alguma, manipulada por meios indevidos.

Espero que a vitória de Edivaldo não dê a seu grupo político, principalmente ao governo do estado, a sensação de aprovação política e administrativa, pois quatro anos depois, em outro segundo turno, eles obtiveram um percentual menor de votos e quase a mesma quantidade nominal de sufrágios, em um universo maior de votos.

Para terminar traduzo com minhas palavras um pensamento de meu velho pai, bem mais pragmático que eu: Em matéria de política, não existem vitórias com gosto amargo, mas podem existir derrotas de sabor adocicado.

 

O Futuro na Política

Passada a euforia e as surpresas do primeiro turno das eleições, depois da ressaca da vitória de uns, da derrota de outros e da falácia de alguns que insistem em alegar sua vitória e a derrota de outrem, fico me perguntando: o que vai sair, em termo de futuro, das urnas de 2 outubro de 2016?

A resposta que me vem, automaticamente, num movimento reflexo de meu cérebro, é: Nada! Não vai sair nada, como resultado prático de possibilidade de futuro desta eleição.

Vamos eliminar logo a discussão a nível nacional. Quem se sobressaiu nessa eleição? Em meu modesto ponto de vista, ninguém! Eduardo Paes e Fernando Haddad, prefeitos das duas maiores cidades do país e potenciais candidatos em 2018 à Presidência da República, amargaram derrotas pessoais retumbantes! A vitória da direita, de gente como Bolsonaro, é demonstração cabal do seu real tamanho nanico! O PT e o Lula sofreram uma tremenda desidratação e a vitória de Doria/Alckmin, no primeiro turno, em Sampa, não significa que o PSDB esteja se qualificando mais do que já estava em 2014. Alguém ouviu falar em alguma vitória mais expressiva de algum possível candidato à Presidência? Penso que não!

No que diz respeito ao Maranhão, o quadro não me parece diferente no tocante às opções de futuro na política.

Em 2012, quando da eleição de Edivaldo Holanda, imaginei que ele pudesse fazer uma gestão suficientemente dinâmica e boa, que o credenciasse a vir a ser uma opção para encabeçar um grupo que o quisesse vê-lo governador do Maranhão. Sua gestão não o credenciou a isso. Nos dois primeiros anos de gestão, sua maior reclamação foi que o governo estadual de então não ajudava o município de São Luís.

Levados pelo partidarismo, deixamos de analisar o contexto de forma isenta e correta. Dizer que quando Roseana estava no governo ela não ajudou São Luís, é uma tremenda injustiça! Ela foi a maior prefeita que essa cidade já teve. O que ela não fez foi transferir recursos financeiros para a gestão municipal, adversária política. Tenho certeza absoluta que qualquer um no lugar dela faria o mesmo.

Mas voltemos ao futuro! Quem são os nomes que, saídos dessa eleição, podem se configurar como opção política para nosso estado?

Tenho dificuldade em vislumbrar, e olhe que eu sou bom em fazer isso, quais sejam as possíveis lideranças estaduais que brotam da terra fértil dessa eleição.

Se Flávio Dino quiser ele será candidato à reeleição e tem grande possibilidade de vencê-la, até porque em seu time não existe nenhuma figura que tenha estatura para tanto. Teria Zé Reinaldo, mas eles não estão lá muito bem! Teria Weverton, mas seu voo só chega ao Senado, pelo menos por enquanto. Teria Humberto ou Brandão, mas são lideranças muito restritas aos seus redutos. Poderia ter Madeira, mas estão distantes. Poderia por fim ser Edivaldo Junior, mas este, que poderia encarnar a renovação da renovação não conseguiu passar isso nem para a população nem para os políticos. Edivaldo é uma excelente pessoa, mas para ser um bom executivo, essa pessoa precisa ter um pulso forte, coisa que nem Edivaldo tem, nem Jackson teve! Já Roseana teve e Dino tem, até em demasia!

Do outro lado não estão em situação mais confortável. Roseana é eternamente candidata, pois de seu grupo é só quem tem carisma para isso. Sarney Filho deve ser candidato ao Senado, assim como Lobão Filho. Luís Fernando se descredenciou quando desistiu no meio de uma jornada difícil, mas que seria certamente consagradora. Deve passar oito anos comandando Ribamar. Gastão claudicou muito e perdeu espaço, mas pode voltar a ser um de nossos melhores deputados federais.

Resta aos antagonistas do atual governo o nome de dois senadores, João Alberto que vem de importantes vitórias, ressurgindo eleitoralmente na política e Roberto Rocha, este apesar de fragilizado por algumas derrotas, mantêm suas cabeças de ponte e principalmente a vantagem de ter ainda quatro anos de um mandato de senador.

Será que me esqueci de alguém!? Penso que não!

Como não tenho mais espaço, deixo as conclusões para você caro amigo leitor, que também deve ser eleitor de algum dos citados.

 

PS: Eduardo Braide poderia ser uma esperança de futuro?

As polêmicas da semana

A grande polêmica da semana foi a realização das primeiras pesquisas de intenção de votos para prefeito de São Luís no segundo turno, que acontecerá no dia 30 de outubro.

Li no Blog de meu amigo Jorge Aragão que depois da pesquisa da Escutec, que dava vantagem ao candidato Eduardo Braide, com números indicando 44% para ele, enquanto o prefeito Edivaldo Junior tinha 40% das intenções de votos, mais quatro pesquisas estavam sendo feitas. Uma pela Econométrica, encomendada pelo Blog de meu amigo John Cutrim, uma pela Data M, encomendada pela TV Difusora, uma realizada pelo IBOPE, encomendada pela TV Mirante e uma feita pelo Instituto Prever, para a TV Guará.

Ao ler a notícia vi que os institutos citados e seus contratantes estavam alinhados um tanto, digamos, ideologicamente. Mas deixei de mão.

Mais tarde voltei a pensar no assunto e resolvi postar no meu perfil no Twitter o seguinte texto: “As novas pesquisas da eleição em SLz! Empate técnico: Ibope e Prever com Braide na frente e Econométrica e Data M com Edivaldo na frente.”

Esse comentário gerou uma enorme onda de manifestações contrárias a minha posição vindas de pessoas ligadas à candidatura apoiada pelo PC do B. O próprio John Cutrim, meus amigos deputados Othelino Neto e Rogerio Cafeteira e o secretário adjunto de comunicação do estado, Marco Aurélio “Péssima”, todos trataram de desqualificar de uma forma ou de outra, o que eu havia dito.

Em primeiro lugar como cidadão e como livre pensador e até mesmo como analista político e articulista de jornal, posso pensar o que quiser e expor meu pensamento desde que não fira nenhuma regra jurídica ou de respeitoso convívio social, esta segunda exigência não é legal, é uma imposição que faço a mim mesmo!

Em seguida os amigos John Cutrim, Zeca Soares e Jorge Aragão resolveram colocar combustível na polêmica e reproduziram em seus Blogs minhas postagens do Twitter, agregando inúmeros comentários contra e a favor à minha posição.

Aqui vale um registro triste sobre as redes sociais. Se as pessoas se ativessem aos comentários e não partissem para o insulto, esse ambiente seria muito mais positivo e saudável. Mas não é o que acontece. Quem não tem capacidade de argumentar, agride e insulta. Pobres tolos!

Pois bem! Não demorou muito o amigo Marco D’Éça coloca em seu Blog o vazamento de uma conversa sobre a pesquisa da Econométrica! Foi um pandemônio. Mais combustível na fogueira.

Resolvi sair da polêmica e fui brincar com meu netinho Theo e quando voltei a Web deparei com a publicação da pesquisa da Econométrica. Adivinhem! Exatamente como eu havia dito que seria: 47% para Edivaldo e 43% para Braide. Deveriam pagar para eu fazer pesquisas para eles!

Deixando de lado essa polêmica, me dedico agora a comentar outra, ainda sobre a disputa do segundo turno em São Luís. Algum sujeito muito sabido criou um perfil falso do ex-quase-tudo na política do Maranhão, Epitácio Cafeteira e o colocou para declarar voto para Braide, só para acusar o candidato do PMN, de fraude! Ora, se os próprios opositores de Braide como Othelino Neto e Rogerio Cafeteira dizem que ele tenta esconder seus apoiadores, por que ele iria fraudar o apoio de um político que está fora da cena eleitoral há muitos anos!? Uma coisa totalmente incoerente, a não ser para uma mente extremamente levada da breca, presepeira, safada e outros adjetivos correlatos…

Uma outra questão que poderia gerar uma polêmica, novamente, já que aconteceu antes coisa parecida, é o nível de aprovação do governo do estado. Segundo a tal pesquisa da Econométrica o governo tem: ótimo 6%, bom 24%, regular 44%, ruim 12% e péssimo 14%. Somando os semelhantes o quadro fica assim: aprovação 30% e desaprovação 26%.

O certo é que a grande maioria dos ludovisences, 44%, acham o governo estadual apenas regularzinho!

 

PS: Até a hora que eu enviei este material paro o editor de opinião do JEM, ainda não era conhecido o resultado da pesquisa IBOPE, mas aposto como eu previ corretamente. Caso contrário ficará provado que eu nada sabia desta pesquisa previamente! kkkkkkkkkkk!…

As eleições em minhas redes sociais

No Twitter: como eu disse antes, a eleição de São Luís será decidida apenas no segundo turno! Alguns institutos de pesquisa deveriam ser punidos por fraude!

Uma coisa eu não imaginei, que Eduardo Braide fosse para o segundo turno, apesar de ter votado nele!

Com o Eduardo Braide como candidato, não é difícil que a oposição ao prefeito vença no segundo turno!

Em que pese estar formalmente fora da política, tive algumas vitórias pessoais nesta eleição: São Domingos do Maranhão, Buriti Bravo e Primeira Cruz. Algumas outras vitórias com as quais fiquei satisfeito: Barreirinhas, Caxias, Codó, Grajaú, Imperatriz, Lago da Pedra e São José de Ribamar…

Algumas derrotas do governo nesta eleição foram emblemáticas: Imperatriz, Caxias, Codó, Barreirinhas, Buriti Bravo, São Domingos, Grajaú, Primeira Cruz, Lago da Pedra, Pinheiro, isso sem contar com o segundo turno de São Luís, que era tido como certeza, não haveria!

Braide, nesse primeiro turno, encarnou um sentimento de esperança. No segundo terá que passar mais que apenas isso!… Mas se tiver uns três debates!…

No Facebook: o crescimento de Braide se deveu ao fato de os demais candidatos não passarem confiança, credibilidade ao cidadão, ao eleitor! O que se viu nesse primeiro turno foi o povo escolhendo entre um bom camarada de um lado e a esperança de um bom prefeito de outro! O que são coisas bem diferentes! E olhe que a eleição é de prefeito e não de um bom camarada, o que o Braide também parece ser!

A melhor explicação sobre o segundo turno da eleição em São Luís é a metáfora da van: enquanto Edivaldo pilota uma van que já saiu do ponto lotada, Braide dirige uma van que está vazia, que só tem ele ao volante!…

Traduzindo: na van do Edivaldo os lugares estão todos ocupados, os espaços estão comprometidos de uma forma ou de outra e os passageiros se acomodam como podem, alguns até se acotovelam! Na van do Braide, como só existe o lugar dele sendo ocupado, é possível que as pessoas tenham mais espaços de acomodação, que possam construir uma situação mais confortável para irem juntos nessa caminhada!

Se fizermos uma conta simples sobre a quantidade de votos que tiveram os candidatos a prefeito e seus respectivos candidatos a vereadores, iremos descobrir que o eleitor votou de forma descasada, que o voto majoritário não combina com o voto proporcional, tanto que Braide obteve mais de 112 mil votos e não elegeu nenhum vereador. Com essa quantidade de votos poderia ter elegido uns 10 vereadores! Logo, os votos de Braide são dele, da mensagem que ele passou ao eleitor! Já os 240 mil votos de Edivaldo, são em boa parte dos vereadores, do grupo político que o apoia e do governo do estado!

O PCdoB alardeia que sai das urnas de 2016 como o grande vencedor das eleições. Se formos analisar criteriosamente onde e através de quem são as suas vitórias descobriremos que a grande maioria desses candidatos é composta de neo-pcdobistas, quase todos oriundos de outras legendas como PMDB, PSD, DEM, PTB e que só estão no PCdoB por causa daqueles ferozes leões do palácio do governo, exatamente como acontecia em governos anteriores.

A grande quantidade de derrotas dos atuais prefeitos demonstra claramente o descrédito que a classe política, de um modo geral, tem no meio da população.

As piores coisas que aconteceram nesta eleição foram a violência das facções criminosas aterrorizando os cidadãos e a tentativa descabida do governo do estado de dizer que essa violência era manipulada por políticos! Isso não corresponde com a verdade! Da mesma forma que não é verdade que na eleição de 2014, quando ocorreu aquela onda de violência que varreu o complexo de Pedrinhas, a então oposição, hoje no governo, teve alguma intromissão naquilo! Antes como agora, os políticos apenas se aproveitaram da fragilidade daquele e desse governo, no que diz respeito ao controle da bandidagem dentro e fora dos presídios.

 

Os futuros vereadores de São Luís

Muita gente tem cobrado minhas análises sobre a eleição de vereadores de nossa capital, coisa que fiz pelo menos nas últimas cinco eleições, uma vez que era deputado, estava envolvido na campanha eleitoral e tinha informações seguras e confiáveis sobre o desempenho dos partidos, das coligações formadas por eles e muitas vezes, até sobre os desempenhos individuais de alguns candidatos, fatos que me davam garantia de um percentual muito alto de acerto, tanto na quantidade de parlamentares eleitos por partido ou coligações e até mesmo, em muitos casos, dos nomes dos eleitos naquele pleito.

O fato de estar afastado da política partidária e eleitoral dificulta muito a realização de um levantamento confiável, portanto nesta eleição não farei esse estudo.

No entanto, estive observando a lista de candidatos a vereador de São Luís e posso assegurar que 80% dos nomes que nela constam são completamente irrelevantes, tanto do ponto de vista político quanto do ponto de vista eleitoral.

Dos 639 candidatos que eu encontrei na lista do TRE (não sei se todos continuam candidatos) imagino que apenas uns 20% deles, ou seja, algo em torno de 124 poderiam realmente ser citados como candidatos, e destes, acredito que apenas 10% do total, ou seja, 62, que eu relaciono abaixo, realmente poderiam estar em verdadeiras condições de disputar uma das 31 vagas à Câmara Municipal de São Luís.

Afonso Manoel, Aldir Junior, Aldo Rogério, Alan Ramalho, Alencar Gomes, Armando Costa, Astro de Ogum, Bárbara Soeiro, Barbosa Lages, Basileu, Batista Matos, Beto Castro, Carioca, Chaguinhas, Chico Carvalho, Concita Pinto, Cristovam, Coronel Ivaldo, Dr. Fernando Lima, Dr. Gutemberg, Edmílson Jansen, Eidimar Gomes, Estevão Aragão, Evan de Andrade, Gutemberg Braga, Hans Nina, Honorato Fernandes, Israel Ferreira, Ivaldo Rodrigues, Ivan Sarney, Josué Pinheiro, Kátia Lobão, Luciana Mendes, Manoel Rêgo, Marcelo Duailibe, Marcelo Poeta, Marcial Lima, Marco Aurélio, Marília Mendonça, Marlon Garcia, Marquinhos, Miguel Pinheiro, Nato, Nelsinho, Osmar Filho, Paulo Luiz, Pavão Filho, Pé no Chão, Pedro Lucas, Pedrosa, Pereirinha, Pintinho Itamaraty, Prof. Oduvaldo, Professor Lisboa, Raimundo Penha, Ricardo Diniz, Rômulo Franco, Sebastião Albuquerque, Sebastião Uchôa, Silvino Abreu, Umbelino Junior, Vieira Lima e Zé Raimundo Rodrigues são os nomes que reputo serem os mais aptos a vencer a eleição, tanto do ponto de vista político quanto do ponto de vista eleitoral.

Posso ter me esquecido de incluir nesta lista um ou outro candidato e posso inclusive desconhecer a situação eleitoral de algum que venha surpreender no dia da eleição, mas isso acontece.

Devo ressaltar algumas coisas interessantes desse pleito como a ausência de quatro dos melhores vereadores de nossa cidade nessa disputa, dois deles, candidatos a prefeito, Rose Sales e Fábio Câmara e outros dois, Roberto Rocha Junior e José Joaquim Ramos, candidatos a vice-prefeito. Logo são quatro vagas certas que se abrem.

O fato de candidatos de alto nível não colocarem seus nomes na disputa como é o caso de Bentivi, empobrece o pleito.

Existem, no entanto, nomes consagrados como o dos ex-deputados estaduais Pavão Filho, Afonso Manoel e Zé Raimundo Rodrigues e de vereadores veteranos de diversos mandatos como é o caso de Chico Carvalho, Astro de Ogum, Ivan Sarney, Pereirinha, Dr. Gutemberg e Sebastião Albuquerque que garantem um alto nível entre os que realmente disputam uma vaga na Casa de Simão Estácio da Silveira.

Na lista acima existem jovens que se eleitos, poderiam fazer muito por nossa cidade. É o caso de Nelsinho, Marcelo Duailibe, Hans Nina e Gutemberg Braga.

Há entre os citados um nome excelente que muito possivelmente não se elegerá, pois será muito difícil que seu partido faça o número necessário de legendas para eleger pelo menos um candidato. Falo do Pedrosa.

Por fim, devo declarar o nome daquele que em minha opinião e na de muitas outras pessoas, é um dos candidatos mais bem preparados para defender os interesses de nossa cidade e do povo que nela vive.

É pessoa de grande dedicação às causas humanitárias, sociais, culturais, esportivas e em defesa do meio ambiente. Experiente, tendo sido vereador anteriormente por três mandatos quando honrou as prerrogativas que lhe foram outorgadas pelo povo de São Luís, é autor de diversas e importantes leis que melhoraram a vida de nossa população.

Trata-se de Ivan Sarney, candidato em quem vou votar e a quem confio a missão de conclamar a todos, vereadores e a população de São Luís, a amar nossa cidade e a trabalhar para fazer dela um lugar melhor.

Apenas mais uma análise sobre a eleição de São Luís

Como já tive a oportunidade de me manifestar anteriormente, não estou participando desta eleição como apoiador de ninguém, mas não posso me furtar de fazer uma simples análise deste pleito, evento importante para a definição dos destinos da minha cidade e do meu estado.

O que vou relatar a seguir não é novidade para alguns, mas existem pessoas que desconhecem os fatos que apresentarei, e acredito que elas desejam e precisam conhecê-los. Tem inclusive quem diariamente me cobre uma análise sobre esta eleição!

Gostaria de dizer, de antemão que, dos nove candidatos (até esta data não se sabe se Zé Luís Lago será realmente candidato) na disputa, mantenho estreita amizade com sete deles e em relação aos outros dois, cultivo por eles o devido respeito.

Penso que deva fazer uma análise rápida dos candidatos. Comecemos pelos três com menor avaliação nas pesquisas: Valdeny Barros, Claudia Durans e Zé Luís Lago. Pra usar um termo futebolístico, estes candidatos estão somente cumprindo tabela. Representam legendas que desejam apenas apresentar aos eleitores suas propostas políticas.

Depois aparecem Rose Sales, Fabio Câmara e Eduardo Braide. Estes candidatos não estão simplesmente cumprindo tabela. Eles tentam ocupar espaços políticos e apresentarem-se como futuras opções nos cenários eleitorais da cidade e do estado. No caso de Rose e de Fábio, a cidade perderá dois de seus melhores vereadores, mas eles certamente serão candidatos a deputado em 2018. No caso de Braide, fortalece-se bastante para a reeleição. Era aqui, neste grupo, que estaria Bira do Pindaré, caso fosse candidato.

No grupo que realmente concorre à prefeitura encontram-se Eliziane Gama, Wellington do Curso e Edivaldo Holanda Junior.

Em primeiro lugar, devo dizer que em minha opinião, ao contrário do que diz uma facciosa empresa de pesquisa, a eleição só será decidida no segundo turno, e como já disse um grande conhecedor da política, “segundo turno é outra eleição, um novo jogo”!

Quem com total certeza estará no segundo turno é o atual prefeito Edivaldo Junior. Todas as pesquisas indicam que o candidato que tem mais chances de estar também nesta disputa é Wellington.

Em outro aspecto, vemos o Governo do Estado apoiando Edivaldo e demonstrando isso através do imenso aporte financeiro que faz em sua gestão, com as inúmeras obras realizadas na capital. Flavio Dino sabe que eleger o prefeito de São Luís facilitará muito sua reeleição em 2018 e sabe também que Edivaldo é muito mais “controlável” do que os outros dois postulantes ao cargo de prefeito.

Nesses quatro anos em que o prefeito de São Luís tem tentado administrar a cidade, tem tido pouco sucesso. Nos dois primeiros anos a desculpa era que o governo estadual de então não ajudava. De dois anos pra cá, no entanto, o apoio maciço dado pelo novo governo deveria ter surtido efeitos muito maiores e melhores que os apresentados.

Ninguém pode dizer que é fácil administrar um munícipio, ainda mais um como o nosso, com tantas peculiaridades complicadas, mas existem coisas básicas, simples e elementares que precisam ser feitas. Lembram-se do tempo do prefeito Tadeu Palácio? A cidade vivia sendo continuamente limpa! Os mais velhos devem se lembrar da administração transformadora de Haroldo Tavares, que apesar de não ter sido eleito diretamente pelo povo, através do voto, foi o nosso melhor prefeito.

Uma coisa é certa, quem quer que vença a eleição de outubro vai ter que fazer muito, muito mais do que aquilo que tem sido feito até agora para melhorar a realidade de nossa cidade e da gente que nela vive.

Wellington e Eliziane, postulantes ao cargo ocupado por Edivaldo, prometem fazer as coisas funcionarem a contento em nossa cidade. Porém, uma coisa é prometer e outra é realizar o prometido!

Edivaldo, ganhando a eleição e não fazendo uma administração melhor que a atual, pode ser um dos fatores que podem levar Flávio Dino a uma derrota em 2018!

Um amigo meu, profundo conhecedor da política, me disse que a grande sorte e a maior vantagem de Edivaldo nesta eleição não é o apoio incondicional do governo do Estado, mas o fato de ter os competidores que tem.

Curiosidade!

A respeito dos estudos de conjuntura eleitoral, quanto às eleições proporcionais, de vereadores e deputados, veja abaixo, o e-mail curioso que eu recebi em minha caixa de mensagens:
 
Jean Carlos <[email protected]>
Olá meu amigo, boa tarde aqui é Jean Carlos, sou candidato e vereador, já fui suplente e gostaria de obter uma planilha dessa que o amigo possui, para me dar uma base da nossa média para nossa coligação, desde já agradeço a atenção.
Ser for o caso o Amigo me informar quem faz e vende é de meu interesse.
Abraços e boa tarde!
 
 
Ao que eu respondi:
 
Joaquim Haickel <[email protected]>
Ligue pra mim… 99974xxxx ou 98121xxxx
 
 
Ele retornou…
 
Jean Carlos <[email protected]>
Olá Joaquim, muito obrigado, por ter me respondido, esqueci de lhe dizer que sou de Pernambuco, porém admiro muito a sua postura política, pois acompanho as notícias pela rede…
Seria possível o amigo me atender mesmo assim?
Desde já agradeço a atenção!
 
Eu respondi…
 
Joaquim Haickel <[email protected]>
Não existe uma planilha pronta que sirva para todos os casos…
O que eu faço é uma analise da conjuntura, das coligações, dos partidos e às vezes até dos candidatos, mas isso só pode ser feito se tivermos acesso a um levantamento confiável da performance de cada um dos já citados…
Seria completamente impossível fazer isso sobre um lugar onde não se tenha conhecimento ou dados confiáveis…
Sinto muito não poder ajudá-lo…
 
 
Observação importante: Nesta eleição, não farei nenhum estudo deste tipo, pelo fato de estar bastante afastado do meio político e não ter as informações necessárias para desenvolver um trabalho aceitável do ponto de vista da confiabilidade dos resultados.

Dilma daria um best seller.

O prelúdio: Lula encarna o personagem que consagra a vitória do retirante, do operário, do menos favorecido e se elege presidente da República depois de perder uma vez para Fernando Collor e duas vezes para Fernando Henrique Cardoso.

A apoteose: ele se reelege presidente e faz em oito anos de mandato, mudanças importantes na política social brasileira, estabelecendo programas inclusivos e distribuindo benefícios aos menos favorecidos.

A decadência: quando de sua sucessão ele imaginava eleger Zé Dirceu, mas este estava envolvido, no até então, maior escândalo de corrupção do país, o Mensalão. Palocci poderia também ser uma opção, mas assim como alguns outros, estava envolvido naquele escândalo, que acabou levando diversos petistas aos tribunais e à cadeia.

Lula estava sem opção e espertamente imaginou que pudesse enganar, não só seu partido, mas todos os políticos e ainda mais, todo o povo brasileiro. Ele indicou aquela que imaginava seria uma marionete, que pudesse controlar os cordames e fazê-la ocupar o poder por quatro anos até que ele voltasse carregado nos braços do povo.

Lula era tão forte eleitoralmente que seu vice não precisava ter votos, fossem pessoais, de seu partido ou grupo que o apoiasse. José Alencar era um empresário respeitável, mas não tinha nenhum peso político nem votos.

Já no caso da candidatura de Dilma, que não tinha peso político, nem votos pessoais, pois nunca havia se elegido a nada, nunca havia passado pela prova das urnas, carecia de um vice que agregasse forças políticas e eleitorais que garantissem sua vitória. E isso foi feito.

O PMDB que já dera apoio incondicional a Lula durante seus dois mandatos, foi o partido apontado para formar chapa com o PT, e seu presidente, Michel Temer, o escolhido para vice de Dilma.

O caos: em seu primeiro governo, Dilma demonstrou que não estava preparada para tamanha tarefa e tratou de deixar claro para seu padrinho e transferidor de votos, o Lula, que ela não seria uma marionete. Que as bobagens que ela fizesse seriam obras de sua própria falta de capacidade administrativa e política. Por não conhecer apropriadamente a história e a psique das pessoas, Lula demorou a perceber isso.

Daí até o impeachment foi apenas uma questão de tempo.

Por não saber que o Brasil não poderia continuar a funcionar no mesmo ritmo impresso nos dois governos de Lula, Dilma deu com os burros da gestão econômica, financeira e fiscal do país, em águas profundas.

Por não ouvir os reiterados alertas que lhes foram insistentemente dados, ela cada vez mais aprofundava a crise que passou a ser também de confiança internacional em investimentos no Brasil.

Dilma e seus apoiadores, basicamente o PT, o PCdoB, o PDT e alguns políticos de legendas diversas, alguns até do PMDB, se especializaram em dar desculpas esfarrapadas e jamais reconheceram os profundos erros cometidos. Lula teve que aderir a essa estratégia, pois não podia fazer mais nada, até porque era ele quem agora estava envolvido no maior escândalo de corrupção do Brasil, o Petrolão/Lava-Jato.

O começo do fim: juristas descobriram que alguns atos atabalhoados do governo poderiam ser considerados crimes de responsabilidade e processaram a presidente, que desde o começo exigiu ser chamada de “presidenta”, como se isso fosse valorizar mais o gênero feminino. Mais um de seus enganos, este bem pequeno.

Não custa lembrar que impeachment é um processo antes de tudo político, mas que necessita de uma mínima fundamentação jurídica. E assim foi feito!

O fim: depois de nove meses, respeitados todos os trâmites e obedecidas todas as regras legais e constitucionais, dada à ré todas as possibilidades de defesa, Dilma Rousseff foi destituída do cargo de presidente da República Federativa do Brasil.

O dia seguinte: o que resta agora é apenas o jus sperniandi. O direito constitucional de quem não ficou satisfeito com o julgamento do Senado Federal, do povo e da história.

 

PS: Em nenhum momento, em todo esse processo, a democracia e a república foram, de alguma forma, afetadas, logo não ocorreu nenhum golpe.

 

 

Para substituir Jomar…

Quando do falecimento do amigo Jomar Moraes, fiquei imaginando quem poderia substitui-lo a contento na Academia Maranhense de Letras! O primeiro nome que me ocorreu foi o de Ferreira Gullar. Ícone maior de nossa poesia contemporânea, Gullar que já ocupa um merecido lugar na ABL, seria a escolha perfeita.
O segundo nome em que pensei, foi no primeiro em que todos nós acadêmicos pensamos sempre que abre uma vaga na AML: Arlete Nogueira. O terceiro foi o de Salgado Maranhão…
Conversei com vários colegas acadêmicos e todos, sem exceção, concordaram comigo, mas deixaram claros os empecilhos que teriam que ser superados para que Gullar aceitasse vir, não pelo fato de vir assumir uma vaga na AML, mas por fazer uma viagem, ter que vir ao Maranhão para isso.
Gullar não viaja de avião, fato que o obrigaria a fazer essa viagem de carro, por estradas nem sempre em boas condições, e o que ainda torna tudo isso pior é o fato dele ter 86 anos de idade. Mesmo sabendo das dificuldades que enfrentaria me pus a trabalhar.
Coincidentemente Ney Bello Filho ligou de Brasília para conversarmos sobre um possível nome para a vaga de Jomar e eu lhe contei o que eu pensava. Ele prontamente concordou. Naquele mesmo dia liguei para Zé Sarney para pedir-lhe que sondasse Gullar. Ele ficou de tratar desse assunto.
Quem me conhece sabe que sou operante demais e não me dando por satisfeito, fiquei matutando como poderia chegar a Gullar, com quem só tinha falado uma vez na minha vida, quando de um evento da Revista Guarnicê, no início dos anos de 1990. Pensei em usar Celso Borges que fizera uma entrevista com Gullar para nossa revista ainda em 1984!… Pensei em Beto Matuk que o entrevistara em 2012 para o documentário que realizamos sobre Lago Burnet!…
Por fim, resolvi recorrer a Zelito Viana, que pelo fato de estar produzindo um documentário sobre o autor de Poema Sujo, pediu-me que ajudasse com imagens antigas e contemporâneas de São Luís, para que ele pudesse bem ilustrar o lugar onde o poeta nasceu e viveu até sua juventude.
Baseado nessa nova e boa amizade, liguei para Zelito, que, pra quem não sabe, além de irmão de Chico Anísio e pai de Marcos Palmeira, é filho do velho Oliveira Paula, que morava ali pertinho do Jaguarema.
Zelito se prontificou em falar com Gullar e me retornar. Qual não foi minha surpresa, quando meia hora depois Zelito retorna dizendo que Gullar havia adorado a ideia, que ele se disse muito honrado, que queria muito voltar a São Luís e que essa seria uma grande oportunidade de voltar a sua cidade.
Porém, Zelito não deu confirmação, disse que Gullar pediu que eu ligasse pra ele no dia seguinte. Para mim aquilo tudo era maravilhoso. Só o fato de ele simplesmente gostar da ideia já me encantava.
LigueiPara substituir Jomar…
Quando do falecimento do amigo Jomar Moraes, fiquei imaginando quem poderia substitui-lo a contento na Academia Maranhense de Letras! O primeiro nome que me ocorreu foi o de Ferreira Gullar. Ícone maior de nossa poesia contemporânea, Gullar que já ocupa um merecido lugar na ABL, seria a escolha perfeita.
O segundo nome em que pensei, foi no primeiro em que todos nós acadêmicos pensamos sempre que abre uma vaga na AML: Arlete Nogueira. O terceiro foi o de Salgado Maranhão…
Conversei com vários colegas acadêmicos e todos, sem exceção, concordaram comigo, mas deixaram claros os empecilhos que teriam que ser superados para que Gullar aceitasse vir, não pelo fato de vir assumir uma vaga na AML, mas por fazer uma viagem, ter que vir ao Maranhão para isso.
Gullar não viaja de avião, fato que o obrigaria a fazer essa viagem de carro, por estradas nem sempre em boas condições, e o que ainda torna tudo isso pior é o fato dele ter 86 anos de idade. Mesmo sabendo das dificuldades que enfrentaria me pus a trabalhar.
Coincidentemente Ney Bello Filho ligou de Brasília para conversarmos sobre um possível nome para a vaga de Jomar e eu lhe contei o que eu pensava. Ele prontamente concordou. Naquele mesmo dia liguei para Zé Sarney para pedir-lhe que sondasse Gullar. Ele ficou de tratar desse assunto.
Quem me conhece sabe que sou operante demais e não me dando por satisfeito, fiquei matutando como poderia chegar a Gullar, com quem só tinha falado uma vez na minha vida, quando de um evento da Revista Guarnicê, no início dos anos de 1990. Pensei em usar Celso Borges que fizera uma entrevista com Gullar para nossa revista ainda em 1984!… Pensei em Beto Matuk que o entrevistara em 2012 para o documentário que realizamos sobre Lago Burnet!…
Por fim, resolvi recorrer a Zelito Viana, que pelo fato de estar produzindo um documentário sobre o autor de Poema Sujo, pediu-me que ajudasse com imagens antigas e contemporâneas de São Luís, para que ele pudesse bem ilustrar o lugar onde o poeta nasceu e viveu até sua juventude.
Baseado nessa nova e boa amizade, liguei para Zelito, que, pra quem não sabe, além de irmão de Chico Anísio e pai de Marcos Palmeira, é filho do velho Oliveira Paula, que morava ali pertinho do Jaguarema.
Zelito se prontificou em falar com Gullar e me retornar. Qual não foi minha surpresa, quando meia hora depois Zelito retorna dizendo que Gullar havia adorado a ideia, que ele se disse muito honrado, que queria muito voltar a São Luís e que essa seria uma grande oportunidade de voltar a sua cidade.
Porém, Zelito não deu confirmação, disse que Gullar pediu que eu ligasse pra ele no dia seguinte. Para mim aquilo tudo era maravilhoso. Só o fato de ele simplesmente gostar da ideia já me encantava.
Liguei na manhã seguinte e uma voz rouca atendeu do outro lado. Impossível não reconhecer aquela voz.
Apresentei-me e expus meu caso. Ele se mostrou muitíssimo emocionado e agradecido. Disse que quando Zelito lhe falou, sua primeira reação foi aceitar de pronto. Disse-me que estava muito feliz pelo convite, que se sentia muito honrado, que sabia da importância de Jomar para a AML, mas que havia falado com sua companheira sobre o assunto, e que ponderando melhor, tendo em vista que ele ficaria fora do Rio pelo menos por 10 dias, “três para ir, três pra voltar”… Que a viagem de carro entre o Rio e São Luís seria bastante incômoda e desgastante para um homem de 86 anos e que tem compromissos semanais incanceláveis… Disse que era com tristeza que ele deixava de lado a excitação juvenil que o fez prontamente aceitar o convite, mas que, por todos aqueles motivos, não seria possível!…
Depois de suas ponderações, todas extremamente procedentes, não tive como insistir muito, mesmo que meu caráter sagitariano ainda tenha tentado argumentar.
Resta-nos, no entanto o fato de que substituir Jomar na AML será uma tarefa difícil. Pensemos!
na manhã seguinte e uma voz rouca atendeu do outro lado. Impossível não reconhecer aquela voz.
Apresentei-me e expus meu caso. Ele se mostrou muitíssimo emocionado e agradecido. Disse que quando Zelito lhe falou, sua primeira reação foi aceitar de pronto. Disse-me que estava muito feliz pelo convite, que se sentia muito honrado, que sabia da importância de Jomar para a AML, mas que havia falado com sua companheira sobre o assunto, e que ponderando melhor, tendo em vista que ele ficaria fora do Rio pelo menos por 10 dias, “três para ir, três pra voltar”… Que a viagem de carro entre o Rio e São Luís seria bastante incômoda e desgastante para um homem de 86 anos e que tem compromissos semanais incanceláveis… Disse que era com tristeza que ele deixava de lado a excitação juvenil que o fez prontamente aceitar o convite, mas que, por todos aqueles motivos, não seria possível!…
Depois de suas ponderações, todas extremamente procedentes, não tive como insistir muito, mesmo que meu caráter sagitariano ainda tenha tentado argumentar.
Resta-nos, no entanto o fato de que substituir Jomar na AML será uma tarefa difícil. Pensemos!

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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