Talvez eu já possa morrer…

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O ano de 2017, em que pese os dois anos que o antecederam terem sido muito ruins no aspecto econômico e financeiro, está se constituindo em um ano de efetivação das metas que faz algum tempo tracei para minha vida.

Faz 20 anos criamos a Fundação Nagib Haickel, voltada para a promoção da educação, da cultura, do esporte e da cidadania, com foco especial na preservação da memória de nossa terra e de nossa gente, através de meios audiovisuais.

A FNH passou a ser o ponto de partida e de chegada do meu projeto de vida, no que diz respeito ao aspecto de devolver à sociedade um pouco das coisas que consegui aprender e apreender.

Nesse sentido, a FNH instalou em 2010 o MAVAM, Museu da Memoria Audiovisual do Maranhão, com sede num prédio icônico do centro histórico de São Luís. Dele resultou depois o Polo de Cinema Ficcional, Documental e de Animação do Maranhão que congrega uma dúzia de empresas produtoras de áudio visual, que buscam implantar em nosso estado uma indústria neste setor.

Em torno do MAVAM desenvolveram-se projetos de busca, identificação, resgate, limpeza, restauração, digitalização e catalogação de importantes acervos de imagens e sons que retratam as circunstâncias e as consequências da vida do povo maranhense e de suas instituições, com especial destaque aos acervos fotográficos de Edgar Rocha e a coleção de Antonio Guimarães, o acervo radiofônico do abnegado Talvane Lucatto, os filmes de cineastas como Murilo Santos, Euclides Moreira e João Ubaldo de Moraes e principalmente as imagens registradas pelo cinegrafista Lindberg Leite.

De alguns anos para cá o MAVAM já vem demonstrando que estava alcançando seu objetivo, mas eu sempre muito exigente com os resultados nunca me dei por satisfeito, e ainda não estou! O que faço através desse texto é antecipar não só o reconhecimento por ter alcançado algumas metas, mas também o agradecimento a algumas pessoas, sem as quais teria sido impossível realizar o que até agora realizamos.

Nem a Fundação Nagib Haickel nem o MAVAM, nem o Polo de Cinema possuem funcionários. O que temos são voluntários que dedicam parte de seu tempo para realização dos trabalhos ali desenvolvidos. Não seria possível citar aqui todos que nos ajudaram a chegar aonde chegamos, e peço que todos sintam-se citados através dos nomes daqueles que destacarei.

Seria impossível fazer o que fazemos sem os esforços de Joan Carlos Santos, de Beto Matuck, de Fernando Baima, de Cinaldo Oliveira e de Almira Pestana, apenas para citar cinco de nossos colaboradores voluntários.

Da mesma forma devo destacar o nosso mais importante parceiro institucional, o IPHAN, que tem nos ajudado sempre que é acionado.

Vocês devem se perguntar o motivo de eu estar aludindo esse assunto exatamente agora! Explico! É que em abril o MAVAM fará sete anos e alguns fatos, bons, me fizeram constatar o sucesso de nosso trabalho. A grande quantidade de pedidos de uso de nossas imagens para utilização das mais diversas formas, pelos pesquisadores e por artistas e cineastas do Maranhão e de outros lugares do país!

Isso tudo seria normal, mas um trabalho de pesquisa desenvolvido pela professora Rose-France de Farias Panet, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UEMA, doutora em políticas públicas pela UFMA e em Antropologia pela École Pratique des Hautes Études em Sciences Sociales de Paris, com base em nossos acervos, me fez ver que o nosso trabalho realmente está atingindo seu objetivo principal, que é ser uma referência em pesquisa sobre as coisas de nossa terra e de nossa gente, em meios audiovisuais.

Plantei árvores, escrevi livros (e fiz filmes), tive uma filha (e criei outros tantos)… Mas principalmente sonhei esse sonho e o realizei…

 

PS: Gostaria de agradecer a todas as outras pessoas e instituições que nos ajudam no trabalho de manter a FNH, o MAVAM e o PCM.

 

1 comentário para "Talvez eu já possa morrer…"


  1. ALMIRA PESTANA

    Grata pelo carinho da lembrança, Joaquim. Desde final dos anos 80, quando começamos a trabalhar juntos, ainda na Mirante de Santa Inês, tem sido um prazer e um aprendizado constante em minha vida. Ainda que muita coisa tenha mudado ao longo dos anos, e isso faz parte do girar do mundo, permanece em mim o respeito, a gratidão, a admiração e o reconhecimento de que és um ser humano ímpar e que merece todas as honrarias que tem recebido (em vida, graças a Deus!!!). O MAVAM é um sonho TEU, que se tornou realidade, que vem dando lindos frutos e que continue assim… Registrando “saberes” que caracterizam nosso povo, sua cultura e seu tempo. Atuando ativamente como uma usina de memória audiovisual que registra, guarda e dissemina as histórias que são a base de nossa cultura e fruto de nossas reflexões sobre o mundo. Teu envolvimento é simplesmente espetacular e tua inquietação faz com que o MAVAM siga a passos largos. Teu sonho, JH, se tornou realidade… PARABÉNS!!!

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