AMOLUAR

Eu só queria saber luinha,
se tu ó menininha,
vem assim, toda certinha,
pra minha cabeça virar.
Vens cheia, pomposa, formosa
e te como, como queijo.
Vens minguante e no quarto
te como, como gueixa.
Vens crescente indecente!!!…
Te trago as pernas, a boca,
os seios, a mente.
Te como como louco
e tu louca,
te entrega a mim e consente.

PS: Antes que alguém ache que todo poema meu tem um endereçamento postal especifico, gostaria de avisar que o poema acima foi publicado no livro “O Quinto Cavaleiro”, em 1981, 28 anos atrás. 

Ai que Vida!

Finalmente assisti ao mais badalado longa-metragem realizado por um cineasta maranhense. Trata-se de “Ai que Vida!”, filme roteirizado e dirigido por Cícero Filho, a quem tive o prazer de conhecer pessoalmente semanas atrás na ALM, quando ele foi levado até lá pelo deputado João Batista.

Nos últimos meses todo mundo me perguntava se eu já havia assistido “Ai que Vida!”. A insistência das pessoas para que eu visse ao filme era inversamente proporcional ao meu interesse em vê-lo. Eu mesmo já estava achando que na verdade estava era com uma certa inveja do retumbante sucesso que fazia tanto o jovem Hércules quanto o seu trabalho, “produzido artesanalmente no interior do Piauí e do Maranhão, contando com modestos recursos financeiros, técnicos e humanos”.

Por princípio, jamais em minha vida, comprei um CD ou um DVD pirata e “Ai que Vida!” não seria o primeiro. Lembro que enquanto todos compraram “Tropa de Elite” pirata, eu me recusei terminantemente. Só assisti ao filme do Padilha no cinema.

Semana passada Avana foi a ducentésima pessoa a me perguntar se já havia assistido “Ai que Vida!” e antes que respondesse ela foi logo sacudindo o DVD em minha frente. Não perdi tempo, peguei a caixa e disse a ela que a única forma de eu vê-lo era se alguém me desse uma cópia.

Vim para casa, coloquei o DVD sobre a mesinha da TV e ele ficou lá, maturando, durante sete dias, até que eu conseguisse um tempinho para finalmente vê-lo.

Quero reafirmar que sou muito mais cinéfilo que cineasta, então o que vocês vão ler a partir de agora é a minha sincera opinião sobre o que vi e não simplesmente uma crítica.

Cícero Filho começa seu filme como gente grande, como quem conhece o ofício de fazer audiovisual. Vemos uma tortuosa estrada de piçarra e no alto da tela uma D-20 velha, transformada em pau-de-arara se aproxima. Os sons ao fundo completam o quadro. Se fosse só isso seria banal, mas o diretor que também é o fotografo, usa suavemente o zoom da câmera, nos dando a agradável sensação de aproximação tanto daquela realidade conosco como de nós para com ela. Me ganhou na primeira cena. Me remeteu imediatamente a deliciosos Road Movies como “Bye bye Brasil”.

Se havia em alguma parte recôndita de meu ego algum resquício de ciúmes pelo sucesso do jovem diretor e de sua obra, evaporou-se nos primeiros sessenta segundos de seu filme. A linguagem cinematográfica não precisa de erudição, de refinamento, de escola. Ela é inerente ao ser humano, e em alguns ela se sobressai mais contundentemente. Homero, Shakespeare e Machado eram verdadeiros cineastas e nem câmeras havia em seu tempo.

Cineasta é aquele que conta uma determinada história de tal forma que nos faz sentirmos dentro dela. Faz com que sintamos que ora estamos escrevendo o roteiro, ora fotografando a cena com nosso enquadramento, pelo nosso ponto de vista, ora somos os protagonistas, ora somos meros coadjuvantes ou até mesmo simples figurantes. Ele nos leva de encontro a sua história ao mesmo tempo em que joga ela dentro de nós. Cícero Filho faz isso em seu “Ai que Vida” com competência.

Não vou dizer aqui que o filme é perfeito só para que pareça que sou bonzinho. Não, isso não. Até porque nem bonzinho eu sou, nem quero ser. O filme tem as deficiências naturais de quem o fez nas condições em que fez. Vou citar apenas dois exemplos. Há alguns problemas graves de luz. Uma das principais coisas em um filme é a iluminação. Outra é o desempenho dos atores, de um modo geral são amadores ou nem mesmo são atores. Um filme não é um livro, não é um “causo”, ele precisa de gente para consubstanciar sua história, e de gente capaz de fazer isso corretamente.

A fotografia é boa. Os enquadramentos de cena são muito bons. A atriz principal, Toinha Catingueiro, é uma figura!!! Não sei se ela é atriz profissional, mas se não é, deveria ser. Claro, precisa se aprimorar, estudar um pouco, conhecer certas técnicas de interpretações, alguns macetes. O principal ela tem, talento. É a nossa Marcélia Cartaxo.

A legião de personagens que desfilam em frente à câmera de Cícero é antológica. Não sei ao certo se são hilários por serem ridículos ou se são ridículos por ser hilários, o certo é que eles são uma caricatura fiel de nossa terra. Não falo apenas do Maranhão ou do Piauí, falo do Nordeste, falo do Brasil.

Está claro o motivo pelo qual todos adoram “Ai que Vida!”! É que nós nos vemos nele. Vemos os nossos amigos, os nossos desafetos e conseguimos com certa distância, detectar as nossas circunstâncias e as conseqüências que elas de uma forma ou de outra acabam nos acarretando.

Parabéns, Cícero! 

PS: Na mesma noite assisti “Reverso”, excelente curta-metragem do também maranhense Francisco Colombo. Certamente mais um sucesso do cinema maranhense.

PALAVRAS

Incrível!!!

Minha ex-mulher, a artista plástica Ivana Farias, mandou-me o surpreendente e-mail abaixo e sobre ele a única coisa que tenho à comentar é que como ela mesma é sabedora, eu jamais soube, até este momento, quem era o senhor Robert Lowell. Ivana mandou-me esse e-mail por isso, para ressaltar a importância das palavras, para pontuar o fato de que elas não pertencem a ninguém.
É incrível que duas pessoas em lugares tão diferentes, em épocas distantes, cercados de realidades, circunstâncias e conseqüências tão distintas possam usar as mesmas palavras sem jamais terem tido conhecimento um do outro.

“A luz no fim do túnel pode ser um trem se aproximando”
(Robert Lowell)

Robert Lowell (Boston, Massachusetts, 1 de março de 1917 – 12 de setembro de 1977), nascido Robert Traill Spence Lowell, foi um poeta americano cujas obras, de natureza confessional, envolveram as questões da História e as trevas da autodeterminação. Lowell sofreu com o alcoolismo e depressão, e foi hospitalizado várias vezes ao longo de sua vida.

Depois ela juntou o que disse ou escreveu, não sei, Carlos Drummond de Andrade, e que também era de meu total desconhecimento:

“Ao ver uma luz no fim do túnel certifique-se que não é o trem”
(Carlos Drummond Andrade)

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro.

Mais abaixo ela anexa uma publicação feita no Jornal Pequeno, matutino que não tenho o costume de ler e nesse dia especifico também não li.

Escracho do dia

“Há sempre uma luz no fim do túnel, mas cuidado! pode ser um trem”!
Atos, Fatos & Baratos
23 de maio de 2009

Querem saber o que é mais inacreditável ainda !!!
O quadro abaixo, que ela também me mandou, é o caso inverso. Ela deve ter achado em algum lugar pela WEB uma reprodução feita por alguém, em algum lugar desse mundão de meu Deus, que usou a mesma idéia que eu tive para um trabalho feito por mim mesmo, usando inclusive uma ferramenta inapropriada, mas era a única que eu tinha, o Execel, em 1993, 16 anos atrás.

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Ivana finaliza com ninguém menos que Goethe:

“Nesse mundo há muitas palavras e poucos ecos.”

Insólito

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Ultimamente tem aumentado muito a quantidade pessoas que
estão visitando o meu blog, entre eles existem uns sujeitos que deixam alguns comentários interessantes, mesmo que para isso usem nomes falsos. É exatamente em homenagem à um desses novos freqüentadores de meu blog, que quero oferecer especialmente o texto de hoje.
Espero que esteja do seu agrado.

Cuidado com o trem, viu!!!???

Comentário digno de nota: 10

O comentarista que se diz Fidel de Pijamas mandou o comentário abaixo para o texto “Berro!?” e eu sem saber de quem se tratava pedi permissão para repercuti-lo aqui nesse espaço e dividi-lo com vocês, como ele não respondeu eu interpretei isso como consentimento. Espero que gostem desse texto tanto quanto eu gostei.

Na peça Tímon de Atenas, Shakespeare dá uma bordoada em todos nós, desculpem palavra tão dura, quando pergunta por meio do filósofo Apemanto: “Qual o homem que morre sem levar para o túmulo a lesão de um pontapé oferecido por um amigo”? Quem de nós nunca levou uma mordida da ingratidão, “esse demônio do coração de mármore”? Com certeza, ninguém!

Tímon é um rico general, aposentado, puro, generosíssimo, e um de seus maiores defeitos repousa na crença da amizade. Sua casa é uma festa só, cheia de amigos desfrutando de seus banquetes e seus presentes caros. Avaro de elogios, cobre seus aduladores de prodigalidades. Enfim arruinado, apela aos amigos por dinheiro. Nada consegue. Diante de um “não” pronunciado por um de seus “amigos”, seu secretário Flávio reage: “Ó! Observai como o homem é monstruoso, quando se mostra debaixo da forma da ingratidão!”.

Na peça Como Gostais, o Duque de Milão é traído pelo próprio irmão, que lhe toma o trono e o expulsa da cidade. Um companheiro consola o desterrado príncipe com esta triste canção: “Sopra, sopra vento hibernal, não és assim tão infernal, como é a humana ingratidão. Teu dente não é tão agudo, porque não és visto, mas é rude teu hálito de furacão… e não mordes tão pungente como a vileza do ingrato”.

E o velho Rei Lear, que divide o reino entre as filhas, é rejeitado por elas. Com o coração dilacerado chora de dor: “Ó Rejane, tua irmã não presta! Como um abutre, enterrou aqui o bico acerado da ingratidão”. E o velho Lear teatralmente repuxa as carnes do próprio corpo como se quisesse arrancar as filhas de si mesmo.

O desafortunado Othelo, vítima de uma trama perversa que o fez sufocar sua esposa Desdêmona, olha para Iago, o homem que o traiu, e se revolta: “pergunta para esse meio demônio por que envenenou meu sangue e minha alma”.

DEPUTADO, ESSE ARTIGO RETRATA MUITO BEM A POLÍTICA DO MARANHÃO. A CARAPUÇA ESTÁ SOB MEDIDA, PARA A CABEÇA DE FULANO, BELTRANO , SICRANO  E ETC….

A INGRATIDÃO

Nem mesmo Shakespeare escapou de pontapés por estar vivo dois séculos depois de ser enterrado em Stratford. O filósofo e satirista Voltaire tentou, durante parte de sua vida, demolir a fama de Shakespeare. O caso de Voltaire não é bem de ingratidão, mas de inveja. Afinal Voltaire escreveu 54 peças teatrais. Alguém sabia que ele era dramaturgo?

E em Tróilus e Créssida, Shakespeare nos explica esse sentimento, a ingratidão. Quem fala é Ulisses enquanto aconselha Aquiles: “O Tempo, meu senhor, tem nas costas um saco, dentro do qual coloca as esmolas para o Esquecimento, esse monstro enorme da ingratidão. Esses restos são as boas ações do passado, devoradas tão rapidamente quanto foram feitas, e tão depressa esquecidas quanto foram terminadas”.

Não acredito que alguém tenha conseguido contrariar a afirmação de Apemanto. Tímon deu muito, porque achava que todos eram iguais a ele, porque acreditava que quem dá recebe. Aí vem o Tempo para colocar as esmolas no saco do esquecimento. Depois que se devora, se esquece. Resta-nos corroer-nos de dor.

Pudemos observar que os ingratos são de naturezas diversas: amigos, filhos, empregados!O que devemos fazer, então, para escapar desse vilão chamado ingratidão? É o próprio Shakespeare quem responde por meio do conselho de Polonius ao filho Laertes: “Os amigos que tiveres e cuja adoção puseres à prova, sujeita-os à tua alma com arcos de aço”. É assim que tenho procurado fazer com todas as pessoas que amo!

Theófilo Silva é presidente da Sociedade Shakespeare de Brasília e colaborador da Rádio do Moreno.

Resposta: Meu caríssimo Fidel de Pijamas quero agradecer-lhe por tão maravilhoso presente. Nunca um comentário neste blog foi lido e relido tantas vezes por este peripatético vivente, por este disléxico escrevente, como esse que você me enviou.

Profundo e completo sendo claro e simples. Para mim, perfeito.

Identifiquei imediatamente dezenas de cabeças e acho que é bem possível passar-se dias relacionando centenas delas, catalogando-se os casos específicos adaptáveis a todas as carapuças exemplificadas nessa pequenina jóia que você me mandou.

A ingratidão e a traição são apenas duas das características acentuadas nesse seu texto e elas são as duas mais freqüentes companheiras da arrogância e da prepotência, coisas que não são privilégios apenas dos poderosos ou dos políticos, como pode alguém pensar.

Permita-me repercutir esse comentário na minha publicação de quarta-feira próxima, e mais, permita-me sair da escuridão do desconhecimento causado pelo uso que você faz do anonimato. Permita-me puder privar mais proximamente de sua amizade, pois mesmo que sejamos antagônicos em qualquer âmbito, seja você flamenguista ou membro do PT, PSB, PSDB ou PDT, terá deste vascaíno e pmdbista aqui o respeito e a admiração que dedico a todos, inclusive aos que discordam de meus posicionamentos futebolísticos e políticos. Tenho certeza, pelo que demonstra o seu texto, que iríamos nos divertir bastante comentando de forma bem humorada as idas e vindas dessa gangorra que convencionamos chamar de vida.

PS: O texto do Theófilo Silva, presidente da Sociedade Shakespeare de Brasília, é perfeito.

AUTOPSICOGRAFIA

Não se faz poema de amor apenas à mulher amada, e para provar isso vou deixar que hoje fale por mim ninguém menos que Pessoa, que psicografando a ele mesmo vai oferecer em meu nome essa missiva a alguém que quando ler saberá ser especialmente para si. Essa pessoa, ao ler o poema abaixo talvez entenda que o sentimento de um poeta, desnudo em poesia, não expõe nem compromete jamais a sua amada. Ao contrario a veste com o manto branco e macio do amor. 
 

AUTOPSICOGRAFIA 

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente 

E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm 

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração

Especialmente para os comentaristas Ricardo e Matt Murdock

SP e MG doam 8 toneladas de medicamentos ao MA

Transcrito do Blog de Décio Sá
Dom, 17/05/09

Chateado com as notícias do blog a seu respeito, o deputado federal Roberto Rocha (PSDB) resolveu mostrar serviço. Ele conseguiu viabilizar ajuda humanitária aos desabrigados das enchentes no Maranhão junto aos governos de São Paulo e de Minhas Gerais, comandado pelos tucanos José Serra e Aécio Neves, respectivamente.
 
São ajudas que vão desde oito toneladas de medicamentos, cobertores, colchões, calçados, roupas, creme dental etc., até equipamentos sofisticados como balsas com motores, barcos infláveis, equipamento de mergulhos, primeiros socorros, enfim, vários materiais e equipamentos que chegam num momento mais que oportuno, e que aliviará o sofrimento de milhões de maranhenses.
 
Para Roberto Rocha, a ajuda humanitária demonstra a solidariedade dos dois estados mais ricos da federação ao Maranhão e sensibilidade humana dos governadores José Serra e Aécio Neves em relação ao sofrimento dos brasileiros do Maranhão. “Não tinha a menor dúvida de que conseguiria ajuda humanitária dos governos de São Paulo e de Minas Gerais. Tanto o governador José Serra, quanto o governador Aécio Neves, de pronto colocaram-se à disposição para ajudar os maranhenses vitimados pelas enchentes”, afirmou.
 
O tucano explicou que os critérios para doação dos materiais e equipamentos deverão ser rigorosamente huminitário, sem interferência política na escolha dos municípios beneficiados. Veja abaixo a relação de materiais e equipamentos doados pelos governos tucanos:

Água mineral – 21 mil litros
Barcos infláveis de casco rígidos com motor -5 unidades
Balsas Rafting – 5 unidades
Calçados – 680 pares
Cestas básicas – 10 mil unidades
Cobertores – 3.875 unidades
Colchões de solteiro – 7 mil unidades
Copos de água mineral – 100 mil unidades
Creme dental – 1.400 unidades
Equipamentos de comunicação – 41 unidades
Equipamentos de mergulho – 2 unidades
Equipamentos de primeiros socorros – 20 unidades
Equipamentos de proteção individual – 300 unidades
Equipamentos de uso pessoal – l30 unidades
Filtros – 300 unidades
Kits enchentes – 10 unidades
Kits higiênicos – 3 mil unidades
Lençóis – 5 mil unidades
Medicamentos – 8 toneladas
Peças de roupas – 58.800 unidades
Remos – 20 unidades
Rodos – 420 unidades
Rolos de corda de 50metros – 20 unidades
Sabão em barra – 400 unidades
Sabonetes – 864 unidades
Vassouras – 350 unidades.

Berro!?

Ninguém gosta muito de ser criticado. Criticado no sentido negativo da palavra. Isso é conseqüência da condição humana e eu sem nenhum constrangimento assumo que sou um dos que não gosta de ser criticado, até porque os críticos, sejam eles profissionais gabaritados ou meros borra-botas incompetentes, raramente levam em consideração critérios relevantes que devem ser realmente analisados. E o que é mais incrível, os incompetentes ainda são menos piores que os que os tais gabaritados, pois estes, estudiosos e aplicados no que fazem, conseguem realmente enfiar o dedo na ferida do criticado.

Brincadeiras à parte, digo isso para louvar primeiramente a iniciativa de certa critica que me fizeram. Vamos chamar de critica, pois, mesmo infundada, ou melhor, fundamentada em uma série de inverdades, ela consubstancia-se numa deliciosa e agradável leitura, pois usa como base, a melhor, em minha modesta opinião, das obras de Jorge Amado.

Trata-se de “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água”. Historia urbana ambientada na Salvador dos anos 50. Uma novela repleta demais de nuances e detalhes, que poderia fazer algum desavisado chamá-la de pequeno romance, mas o fato dela ser lida de um fôlego só, ser popular e acessível a qualquer um, a torna simplesmente uma novela, quem sabe a mais primorosa de nossa literatura. Como diz o meu algoz, “Mistura sonho e realidade; loucura e racionalidade; amor e desamor; ternura e rancor, de forma envolvente e instigante”. Bravo!!!

Em seguida o dublê de analista político e crítico literário, mostrando muito mais seus dotes para a segunda função, descreve o tal Quincas: “Joaquim Soares da Cunha foi funcionário público, pai e marido exemplar até o dia em que se aposentou do serviço público. A partir daí…” e continua falando sobre o personagem e a obra de Jorge, com quem tive o prazer de conviver um pouco quando este passou uma temporada em São Luis, em meados dos anos 80, tempo em que concluía seu livro “Tocaia Grande”.

Até esse momento achava que o tal crítico, era “o cara”. Foi quando notei que o texto era bom demais para o autor. Fui então procurar o meu exemplar do livro. Não o encontrei. Estou de mudança e ele esta numa das caixas amontoadas na casa de minha mãe. Recorri sem cerimônia, ao Google e qual não foi a minha surpresa ao ver que desavergonhado copiou Ipsis litteris, tudo, igualzinho até mesmo o erro contido na simplificação do titulo da obra, pois há quem pense que o livro se chama “A Morte de Quincas Berro D’Água”, quando se chama na verdade “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água”. Veja no endereço pt.shvoong.com/books/novel/1686764-morte-quincas-berro-agua/ .

Bem, já chega de falar do falso erudito, vamos falar agora do falso jornalista. Um cabra safado que vive agredindo, vilipendiando, falseando, denegrindo, ofendendo quem bem entende, com o único intuito de aguçar a parte mais obscura do caráter das pessoas, aquela responsável pela mórbida satisfação que tem o ser humano em apreciar a dor dos outros, o grotesco, o chulo, o mórbido, o trágico, o cruel.

Esse jornalista, se é que se pode chamar isso de jornalista, na semana passada deve ter lido o pedido público de desculpa que fiz, daqui deste espaço e ele mais que ninguém sabe a quem foi direcionado aquele pedido.

Naquele mesmo dia ele destilaria seu veneno contra uma jovem que ele nem conhece e com a qual jamais terá a honra de trocar uma única palavra, pois ela vive em um mundo que não é o dele, muito diferente do esgoto onde ele habita.

Para finalizar, nem vou tecer comentários sobre a alusão que o tal “crítico” fez desse Quincas aqui com o Quincas de Jorge Amado. É que aquilo não pode ser levado em conta, pois para que se consiga material suficiente para preencher as mal escritas e mal impressas páginas de alguns jornais, só recorrendo-se ao que há de mais fácil e abundante em nosso jornalismo, a versão, na melhor das hipóteses, ou na pior delas, a mentira deslavada.
 
 
Veja abaixo as referidas matérias e as devidas explicações
 

“A Morte de Quincas Berro d’Água”

A Morte de Quincas Berro d’Água é uma das melhores narrativas publicadas por Jorge Amado. Saída do prelo em l958, conquistou logo a admiração de quantos dela se aproximaram. Mistura sonho e realidade; loucura e racionalidade; amor e desamor; ternura e rancor, de forma envolvente e instigante.

Joaquim Soares da Cunha foi funcionário público, pai e marido exemplar até o dia em que se aposentou do serviço público. A partir daí, jogou tudo para o alto: família, respeitabilidade, conhecidos, amigos, tradição. Caiu na malandragem, no alcoolismo, na jogatina. Trocou a vida familiar pela convivência com as prostitutas, os bêbados, os marinheiros, os jogadores e pequenos meliantes e contraventores da ralé de Salvador. Sua sede era saciada com cachaça e seu descanso era no ombro acolhedor da prostituta.

Fez-se respeitado e admirado entre seus novos companheiros de infortúnio: era o paizinho, sábio e conselheiro, sempre disposto a mais uma farra ou bebedeira. Sua opção pela bandalha representa o grito terrível do homem dominado e cerceado por preconceitos de toda sorte e que um dia rompe as amarras e grita por liberdade.Morreu solitariamente sobre uma enxerga imunda e sua morte detonou todo o processo de reconhecimento/desconhecimento por parte da família real e da família adotada.

Os amigos durante o velório se embriagam e resolvem, bêbados, levar o defunto para um último ‘giro’ pelo baixo-mundo que habitavam. O passeio passa pelos bordéis e botecos, terminando em um saveiro, onde há comida e mulheres. Vem uma tempestade e o corpo de Quincas cai ao mar.

Ontem, um jornalista que cobre as atividades da Assembléia Legislativa, tão logo foi encerrada a eleição que escolheu o novo segundo vice-presidente e quarto secretário da Mesa diretora, Hélio Soares e Marcos Caldas, exclamou: “Morreu Quincas Berro Dágua”. Fazia alusão ao deputado governista Joaquim Haickel, que em vão tentou – e não admitia ficar de fora – ocupar uma das duas vagas abertas com o licenciamento de Max Barros e Raimundo Cutrim.

Um outro jornalista quis saber o motivo do ‘apelido’ e descobriu-se que a alusão tinha nada a ver com o personagem de Jorge Amado. Ele explicou: “O Quincas berrou, berrou, e acabou na água, sem nada…”. Algo do tipo: nadou, nadou e morreu na praia….
 

Como Helena

O deputado Joaquim Haickel (DEM) terminou imitando, ontem, o gesto de sua colega Helena Helluy (PT), a única a não votar, em fevereiro, mesmo estando em plenário, no deputado Marcelo Tavares para a presidência da Assembléia Legislativa.
Haickel, apesar de dizer que reconhecia o acordo de lideranças que dividiu os dois cargos da mesa para as bancadas do governo e da oposição, absteve-se de votar nos colegas Hélio Soares e Marcos Caldas.
Invocou uma tal ‘coerência’ consigo mesmo ao fazer o meio protesto…
 
 

Acordo elege Marcos Caldas e Hélio Soares para a Mesa Diretora da AL e Haickel fica fora

Um acordo envolvendo oposicionistas e governistas garantiu ontem a eleição dos deputados Hélio Soares (segunda vice-presidência) e Marcos Caldas (quarta secretaria) para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, nas vagas abertas com a posse de Max Barros (DEM) e Raimundo Cutrim (DEM), respectivamente, no comando das Secretarias de Infra-Estrutura e de Segurança. O acordo deixou meio magoado o roseanista Joaquim Haickel, que queria uma das vagas, e numa espécie de protesto inusitado, se absteve de votar, mas permaneceu em plenário “em apoio ao acordo”.

Na sessão conduzida pelo presidente da Assembleia, Marcelo Tavares (PSB), Joaquim Haickel, que vinha cobrando as duas vagas para o bloco sarneisista, disse que respeitava o acordo feito pelas lideranças, por isso estava em plenário dando quorum à votação, “mas o meu voto tanto no deputado Hélio Soares quanto no deputado Marcos Caldas, por uma questão de coerência, vai ser abstenção”. O líder do Bloco Democrático, Carlos Braide, havia anunciado momentos antes o acordo costurado, pelo qual o grupo roseanista ficaria com uma vaga para Hélio Soares e a outra iria para um deputado tido como sendo da agora oposição.

A primeira votação foi para segundo vice–presidente e Hélio Soares conseguiu 30 votos, 11 deputados estavam ausentes do plenário e houve uma abstenção, justamente a de Joaquim Haickel. Na segunda votação, para quatro secretário, Marcos Caldas obteve 31 votos, e desta vez caiu para 10 ausentes e novamente houve o registro da abstenção de Haickel. Os dois foram eleitos para complementar o segundo biênio da 16ª legislatura da Assembléia. Quem também chegou a anunciar que seria candidato a uma das vagas foi João Batista, também do PP, que teve de abrir caminho para Hélio Soares dentro do bloco sarneisista.
 

A verdade

1) Pensei em ser candidato ao cargo de segundo vice-presidente da ALM. Falei com meus colegas e ficou tudo acertado, mas no dia seguinte resolvi desistir da disputa, pois minha eleição me impossibilitaria de participar das comissões técnicas da casa e eu sou membro das mais importantes delas (Constituição e Justiça, Orçamento, Indústria e Comércio, defesa do consumidor, e meio-ambiente). O fato de não concorrer a um cargo não invalida a minha intransigente defesa do acordo feito para eleger as duas ultimas mesas diretoras da casa. Amanhã aparece um gaiato querendo não honrar os acordos, podemos voltar para tempos pouco democráticos, isso pode virar jurisprudência e de lá já viemos.

2) Não fiz protesto algum. Posicionei-me de maneira clara em defesa do acordo que havia sido firmado quando da eleição da mesa da ALM em dezembro de 2008. Ser comparado à deputada Helena Heluy, a mim muito me honra, pois em que pese não termos concepções políticas idênticas, postulamos a mesma fé na boa convivência, na tolerância, no respeito, na moral e na ética.

3) Os textos acima estão repletos de erros de fato como por exemplo, Braide não é líder do Bloco Democrático; João Batista não abriu mão de sua vaga, foi sacrificado; Joaquim Haickel não pertence nem nunca pertenceu e espera nunca pertencer ao DEM;
 
PS: Os três textos acima foram copiados e transcritos como foram publicados. Os erros que existem neles são provenientes dos originais.

Fundação Nagib Haickel faz doação às vítimas das enchentes no Maranhão

A Fundação Nagib Haickel é mais uma entidade a aderir à campanha Assembléia Solidária realizada pelo Grupo de Esposas de Deputados (Gedema), em parceria com o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE-MA), e a Defesa Civil, visando a arrecadação de donativos às vítimas das enchentes que castiga o Maranhão. A iniciativa constitui um elo da rede de solidariedade liderada pelo Serviço Social do Comércio (SESC).

A entrega dos donativos – material hospitalar e roupas –, que aconteceu hoje (11), foi feita pelo deputado Joaquim Haickel (PMDB) à presidente do Gedema, Silvana Leal.

Já colaboram com a campanha as empresas Copymaster, Mídia Externa, Taguatur, Água Mineral Lençóis Maranhenses, Cantinho Doce, Inecon, Pronutre, Quixabá Flores, Empreendimentos Vale, Potiguar e Terra Zôo.

A Fundação Nagib Haickel, que é associada ao ICE-MA, é uma instituição privada sem fins lucrativos que usa o sistema de radiodifusão do Maranhão pra promover a Educação, a Cultura, o Esporte e a cidadania, e, assim como o Gedema, está fazendo uma campanha em prol dos desabrigados das enchentes.

“É nossa obrigação fazermos isso. Estamos apenas cumprindo a formalidade de entregar hoje, aqui, esses materiais. É uma pequena contribuição que nós podemos dar aos nossos irmãos sofrem com essa fúria da natureza”, disse Haickel.

O parlamentar também fez um alerta para que se possa tentar resolver os problemas estruturais das enchentes que ocorrem anualmente em várias cidades maranhenses. Segundo ele, é necessário que se faça drenagens nas cidades atingidas para que o número de desabrigados não atinja números elevados.

Silvana Leal avaliou a campanha do Gedema como bastante positiva. “É uma esperança aos milhares de maranhenses que estão desabrigados. O objetivo nós já alcançamos, porque são muitas famílias que vão poder contar com todos esses donativos. Nós só temos a agradecer e pedir que os nossos parceiros divulguem essa campanha para que possamos atender mais pessoas no interior do Estado”, declarou.

Material doado pela Fundação Nagib Haickel

07 caixas de escova dental;
04 caixas creme dental;
01 caixa de agulhas descartáveis;
02 caixas de esparadrapos;
03 caixas de álcool;
02 caixas de band-daid;
02 caixas de luvas descartáveis;
04 caixas de grampos cirúrgicos;
07 caixas de cintas de fisioterapia;
02 caixas de shampoo;
04 caixas de condicionadores;
05 caixas de sabonetes infantil;
02 caixas de absorventes higiênicos;
11 sacos de roupas.

Materia transcrita do site da Assembléia Legislativa do Maranhão. 

Às mães inominadas

Outro dia encontrei com uma senhora amiga da minha mãe numa solenidade e ela quando me viu sorriu e disse que sempre lê as crônicas que publico. Quis eu então saber se ela tem acesso ao Blog que mantenho no portal imirante.com e ela disse que não tem esse hábito, mas que sua filha e seus netos sim. Ainda naquela mesma ocasião, ao voltar a cruzar com aquela simpática senhora ela me disse que dentre os meus textos, os que ela mais aprecia são aqueles em que falo de minha mãe ou de meu pai, ou mesmo de algum membro de minha família ou de algum amigo. Ela gosta quando escrevo sobre pessoas, sobre os sentimentos que as envolvem ou que se desenvolvem entre elas. Falou especificamente sobre as crônicas que escrevi sobre tio Samuel Gobel, sobre aquela em que traço um paralelo entre meu pai e Alexandre Dumas e referiu-se a uma crônica que escrevi há anos, em que falava de minha mãe, Dona Clarice. Lembrou-se de detalhes dela, sobre como descrevi o que tem sido a nossa vida nesses anos depois da morte de meu pai. Como minha mãe, tão doce e frágil se faz tão contundente e forte, como sua visão de vida e de mundo se faz presente, marca e pontua a minha postura e como influencia em minhas decisões enquanto pessoa, empresário e político.

Escreverei hoje em homenagem àquela senhora, e ela saberá que falo dela quando ler esta crônica. Por causa dela e de Dona Clarice escrevo esse texto em homenagem ao dia das mães.

Existe uma mãe a quem eu gostaria muito de agradecer pelo presente que ela me deu. A mãe da criatura que eu mais amo nessa vida, a mãe de minha filha Laila, que de lambuja ainda me deu Avana e Ananda.

Há outra mãe a quem eu gostaria de falar especialmente neste dia, alguém que eu conheço de perto, alguém a quem admiro por sua incrível capacidade de trabalho e de superação. Alguém que mesmo sem ter estudado, sem haver se formado numa universidade, alcançou um patamar de excelência como o de poucos empresários de nossa terra, que construiu com seu próprio esforço uma sólida e importante empresa, uma mulher que é admirada por todos que a conhecem, que sabem de sua trajetória e que a respeitam por isso. Essa mulher que antes de tudo nunca deixou de ser mãe, abre facilmente mão de seu sucesso, de sua empresa, de seu conforto e não demonstra nenhum apego por isso, mas quando a perda é a proximidade de uma filha que nem sua é, essa mulher acusa o golpe e sofre como uma tísica. Quando o preço que tem que pagar é a distancia e a incompreensão, ela deixa claro que o apelido de Saddam Hussein só servia para a inflexível empresária, jamais para uma mãe-leoa apartada das crias.

A outra mãe sobre quem eu gostaria de falar, também sem citar o nome, talvez nem vá saber que é dela que eu estou falando, mas eu saberei, minha mãe saberá e é isso que importa.

Meses atrás fiz um discurso na Assembléia Legislativa abominando a postura odiosa de certa pessoa e acabei cometendo pior atitude que a daquele a quem criticava. Senti isso imediatamente após fazê-lo. Quando vi já tinha feito. Fiquei doente com aquilo, não me perdôo facilmente. No outro dia, ao me levar o jornal no quarto, como faz todos os dias, minha mãe me olhou com seu jeito cândido e disse que nele havia um comentário sobre o tal discurso e muito delicadamente me deu uma baita descompostura, e como sempre ela estava certa.

Eu gostaria de aproveitar esse dia das mães para pedir desculpas publicamente àquela senhora com quem em uma hora de raiva e de indignação fui descortês e deselegante. Sinceramente peço-lhe desculpas senhora, é o mínimo que posso fazer. Um erro não justifica o outro.

Mãe, tu já tem tudo que o dinheiro pode comprar, portanto essa retratação pública, esse pedido de desculpas àquela senhora é o meu presente de dia das mães para ti.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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