Cardinália

11comentários

O primeiro grande prazer
inocente
foi colocar teu nome
antes secreto
na agenda

O segundo grande prazer
assustado
foi sentir meu pêlo eriçado
tua lingua
segredo de liquidificador

O terceiro grande prazer
contemplativo
foi vê-lo dormindo ao meu lado
havia um sorriso escapando dos lábios
resto do sonho da noite passada.

O quarto grande prazer
completo
foi sentir que tudo isso
nada mais é que a tal
felicidade!

O quinto grande prazer
eterno
continuar
sentindo
vivendo

Para Jacira, que deu primeiro o motivo e depois a idéia deste poema.

11 comentários para "Cardinália"


  1. ana

    lindo! apaixonante! ja estava ficando com saudades de seus deliciosos poemas. não demore tanto aposta-los para nosso deleite.

  2. Jacira

    Joaquim,

    Ainda bem que os números são infinitos….e que os cardinais não nos faltem jamais!

    Eu

  3. Diana, a amazona

    Gostaria muito de entender como, alguém que é político, que vive no meio da um turbilhão de coisas densas e complicadas como essas todas que estão acontecendo nesse momento em nosso estado e ainda assim consegue fazer poesias como essa, ainda assim consegue sentir coisas como essa. Será que você poderia me explicar ou pelo menos tentar?

    Resposta: Não tenho a menor idéia! Para mim é tudo natural. Escrever é como respirar. Acredito que o conjunto de coisas que eu faço, cada parte delas, complementa a outra. Não vejo como separar essas coisas, elas são parte de mim. Consigo facilmente ser político, colocar terno e gravata e ir para a Assembléia e lá mesmo no meio do plenário cheio de gente, no meio de uma discussão acalorada, parar e fazer uma anotação que servirá para um poema, uma crônica ou um conto. Ou então no cinema, no meio de um filme, parar e telefonar para dar a solução que tenha me ocorrido a um problema político que estava guardado na mente.

  4. Euterpe

    Joaquim,

    Cada vez mais sinto admiração por vocë. Sua resposta à amazona foi perfeita. Eu não pensaria em outra melhor. Nós humanos somos diferentes dos demais animais exatamente por nossa capacidade de raciocínio…e pensar faz parte da vida! Parabéns aos que como vocë, conseguem administrar sua vida de tal forma que não precisam abrir mão de nenhuma faceta dela em prol de outra e com isso tem sucesso em todas elas. Continue sendo o político, o poeta, o empresário, o cineasta, o chef, o amigo, o filho, o amante… e sendo o melhor em tudo que se digna a fazer.

  5. gildete Moura Libanio

    Esperei tanto para um dia falar com você, mas agora só consigo dizer que te admiro muito e que gosto de tudo que você faz.

  6. Carlos Magno

    Caro Deputado,vc arrebentou com esse poema, meus parabens e obrigado por esta pérola.

  7. Carlos Sforzesco

    Caro “poeta”

    Diria alguma coisa sobre suas linhas se tais fossem dignas de meu comentário.Não posso me furtar de lhe dizer que uma mulher gosta de coisas diferentes, situações novas e inusitadas as quais nunca viveu.Pena que você como um frustrado político ainda queira trilhar um ramal onde o seu “ídolo” que usa bigodes apenas busca meios de ser reconhecido.
    Uma poesia precisa demonstrar apego, sentimentos e situações dignas de fulcro para quem for ler, sempre foi, é e sempre será assim.Cada vez que agires assim, escrevendo sobre uma “noite” ou tentando dissimular uma fraqueza sentimental sua,ó poeta, assim que ler vou te criticar se a mim o tempo for de sobra.
    Quando quizeres agradar uma fêmea dê presentes, flores, jóias, e promova a ela sensações boas.Cada vez que escrever coisas fúteis vai ser apenas um perfeito ridiculo e se sentir feio e sempre muito ruim.
    O seu referencial é simplesmente o mais perfeito ex-presidente que existe. Sabe como ninguém usar essa estirpe, essa faceta e tem nas letras uma maneira de camuflar sua falta de visão e de conhecimento, mas você também sabe perfeitamente ser seu mais perfeito capacho.
    Capriche mais e até a próxima.

    Resposta: Carlos, quem se der ao trabalho de ler o seu comentário, nem precisará chegar até aqui na minha resposta para entender que você é um sujeito amargurado, confuso, incapaz de separar sentimentos e atitudes tão diversas. Não o culpo, pois está muito claro que você não entende muito absolutamente nada de política nem de mulher, muito menos de poesia e não serei eu quem vai tentar ensinar-lhe nenhuma dessas coisas. Quanto a suas criticas ao que eu escrevo, pode fazê-las, assim sentirei que a minha literatura estará tendo uma função mais, estará servindo para exercitá-lo com terapia ocupacional, pois esta clara a sua situação de ensandecido.

  8. Maria

    Caro amigo Joaquim,
    Depois de ler o comentário acima do Sr Carlos, não consigo deixar de me questionar sobre quem seria tal pessoa. Seria uma mal amada mulher travestida de um homem ou seria realmente um homem que erroneamente se acha entendido de mulher? Independente da resposta, ainda resta uma indagação: Em que mundo tal pessoa vive? Será que não percebe que as mulheres nos dias de hoje, cada vez mais se independem dos homens e que cada vez mais necessitam de alguém em quem possam confiar, se sentirem amadas e realizadas em todas as áreas de suas vidas? Não precisamos de homens que nos paguem jóias, nos dêem presentes caros, nos mandem flores e nos ignorem….nós mesmos temos capacidade de pagar nossas contas e bancar nossos mimos.
    No que diz respeito ä poesia, quando você começa falando em revelar um nome antes secreto, continua citando que é um prazer amanhecer juntos e termina dizendo saber sentir a felicidade e querer continuar vivendo-a, você está falando em sentimentos e em apego, ou estou errada? Ah! Joaquim, se todos fossem poetas iguais a você…

  9. Carlos Sforzesco

    “Político”,

    Hilariante, me chamas de louco pelo fato de ironizar sua faceta política, fraqueza sentimental e incapacidade…calma não saia de si. Você é como se percebe um perfeito Asno do Pindaré…tenho pena de voçê e dos que com você estão…pobres de espírito e de conhecimento.
    Mas antes que encerre minha nobre crítica tenho uma para te ensinar e essa estrofe é uma dos maiores poetas da língua portuguesa, ultima flor do lácio inculta e bela, tal qual Olavo Bilac designou. Mas por favor seja humilde e a aceite pois estou aqui como um simples comentarista das coisas que você escreveu, pois a cada ação sua corresponde uma reação minha, tal como Sir Newton nos explica.

    Minha loucura, outros que me a tomem
    Com o que nela ia.
    Sem a loucura que é o homem
    Mais que a besta sadia.
    Cadáver adiado que procria?

    Fernando Pessoa

    Obrigado Fernado Pessoa por me defender de bestas sadias ou como mesmo chamo “Asnos do Pindaré”,

    Resposta: Só vou responder essa grosseria porque ela chega a ser engraçada e me dá oportunidade de desnudar um espécime digno de estudo.

    A resposta ao Carlos que não o é começa pela analise de sua primeira e clara doença. Covardia: Falta de coragem de assumir suas próprias palavras e por isso inventa um personagem para verter um ódio incompreensível. O que lhe fiz!? Dei-lhe uma fechada no transito? Ganhei o afeto de uma donzela pela qual você nutria um amor não correspondido?
    Alguém que se auto-intitule por adjetivos elogiosos, seja qual for, deve procurar ajuda, tem algo errado! Vá se tratar! Arrume uma mulher que o ame, se é que isso é possível! Vá ao cinema! Compre uma revista de mulher pelada! Se preferir, de homem! Mas faça alguma coisa, não sofra tanto pelo que possa acontecer comigo, de bom é claro! Se liberte desses sentimentos absurdos! Deixe Bilac e Pessoa descansando, não os gaste com um “Asno do Pindaré”. Coisa que muito me orgulha é ser do Pindaré. Ser chamado de asno não me ofende tanto assim, principalmente quando parte de um ser humano com uma capacidade tão inferior quanto a sua.
    Sabe, estou até desconfiando quem seja o títere deste Carlos!

  10. biro-biro

    eu tou eh tu joka, dar trela pra um babaca como esse carlos!
    isso eh um corno que nao entende de mulher, um analfabeto que nao entende de poesia, um puxa-saco que nao sabe o que eh politica, um cabra ruim que nao tem nem capacidade de dialogar contigo…
    se tu responder mais um comentario desse sujeito eu vou ficar chateado contigo.

  11. Ana Mickelina

    Linda poema Tio Quim!!!!

    Não ligue para o Carlos!!!! Ele não entende de amor e muito menos de mulher!!!! E concordo em gênero, número e grau com a Maria: não precisamos de homens que paguem nossas contas, pois nós mulheres independentes já conquistamos isso, fruto de nosso estudo e trabalho!!!, necessitamos simplesmente de um homem que nos enxergue!!!! Vou deixar aqui no seu blog um poema de Carlos Drummond que expressa tudo sobre o amor e sobre esse momento de vida pessoal que vc está passado. Apenas para reflexão sobre o verdadeiro amor para os demais (Carlos!!!)!!!!

    Amor – pois que é palavra essencial

    Amor – pois que é palavra essencial
    comece esta canção e toda a envolva.
    Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
    reúna alma e desejo, membro e vulva.
    Quem ousará dizer que ele é só alma?
    Quem não sente no corpo a alma expandir-se
    até desabrochar em puro grito
    de orgasmo, num instante de infinito?
    O corpo noutro corpo entrelaçado,
    fundido, dissolvido, volta à origem
    dos seres, que Platão viu completados:
    é um, perfeito em dois; são dois em um.
    Integração na cama ou já no cosmo?
    Onde termina o quarto e chega aos astros?
    Que força em nossos flancos nos transporta
    a essa extrema região, etérea, eterna?
    Ao delicioso toque do clitóris,
    já tudo se transforma, num relâmpago.
    Em pequenino ponto desse corpo,
    a fonte, o fogo, o mel se concentraram.
    Vai a penetração rompendo nuvens
    e devassando sóis tão fulgurantes
    que nunca a vista humana os suportara,
    mas, varado de luz, o coito segue.
    E prossegue e se espraia de tal sorte
    que, além de nós, além da prórpia vida,
    como ativa abstração que se faz carne,
    a idéia de gozar está gozando.
    E num sofrer de gozo entre palavras,
    menos que isto, sons, arquejos, ais,
    um só espasmo em nós atinge o climax:
    é quando o amor morre de amor, divino.
    Quantas vezes morremos um no outro,
    nu úmido subterrâneoda vagina,
    nessa morte mais suave do que o sono:
    a pausa dos sentidos, satisfeita.
    Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
    estendidos na cama, qual estátuas
    vestidas de suor, agradecendo
    o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

    Autor: Carlos Drummond de Andrade

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