O Gabinete Maranhense de Leitura

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Em agosto de 2012, publiquei um artigo no qual falava de uma ideia antiga que eu tinha. Vou retornar àquele assunto, ainda muito atual.

Naquela época estive em uma reunião, na qual fui apresentado pelo então secretário de Indústria e Comércio, Maurício Macedo, aos dirigentes da Algar Agro, empresa mineira que se estabeleceu no município de Porto Franco, onde se dedica à industrialização de derivados de soja, plantada, em grande parte, no sul de nosso Estado.

Na ocasião, me foi dito que a então governadora, Roseana Sarney, havia sugerido que a Algar, em parceria com uma instituição local, como por exemplo, a Academia Maranhense de Letras, desenvolvesse um projeto onde fosse possível preservar não apenas as nossas tradições artísticas e culturais, mas principalmente o nosso patrimônio arquitetônico.

Imediatamente vibrei com a genial ideia. Na hora, pensei só comigo: são ações como essa que diferenciam um simples governante de um estadista.

Fiquei também muito satisfeito por estar ali, na pequena área, de frente pro gol, com a bola no pé e o goleiro amarrado… Tinha que fazer aquele gol!

Mauricio Macedo ajudaria a sacramentar o que aparentemente ficou ali acertado: a Algar iria adquirir um prédio indicado pela Academia Maranhense de Letras, e o doaria à instituição. Esta, por sua vez, respaldada nas leis de incentivo, tanto do Governo Federal quanto do Governo Estadual, providenciaria os recursos para a reforma do imóvel e para a implantação, nele, do projeto que se chamaria Gabinete Maranhense de Leitura.

Passado algum tempo, a ideia foi discutida e aprimorada, tendo sido apresentada em uma reunião da Academia Maranhense de Letras, onde comuniquei que dois de nossos maiores colecionadores de livros, raros e importantes, se comprometeram em doar seus preciosos acervos para a Casa, se o projeto do Gabinete Maranhense de Leitura saísse do âmbito dos planos e passasse ao da realidade.

Os acadêmicos Jomar Moraes e Sebastião Moreira Duarte seriam os primeiros a doarem as suas bibliotecas a esse projeto de grande interesse público. Hoje, outros acervos já foram colocados para servir ao mesmo propósito, como os de Carlos Gaspar, atual presidente da AML, os de Eliézer Moreira, nosso vice-presidente, e o meu próprio, ainda que pequeno e pouco significante perto dos citados.

Mas deixe-me passar aos detalhes. Assim, você poderá entender melhor como funcionaria, na prática, tal ideia.

A empresa adquiriria um prédio; faria a doação dele para a AML; a instituição mandaria elaborar um projeto para obter os benéficos das leis de incentivo, incluindo nele o projeto de reforma do imóvel; aprovar-se-iam os projetos; conseguir-se-ia os patrocinadores, empresas ou mesmo os governos federal, estadual e municipal, através diretamente de seus orçamentos, de emendas parlamentares ou de recursos especiais; feito isso, reformar-se-ia e adequar-se-ia o prédio para o fim pretendido.

Por essa forma, estaríamos garantindo e preservando dois patrimônios de valores incalculáveis, um prédio histórico e livros preciosos.

É importante que se ressalte que o Gabinete Maranhense de Leitura da AML estaria aberto a receber o acervo não só de seus membros, mas de toda pessoa que desejasse doar seus livros, filmes, quadros, obras de arte em geral para esse projeto, que terá visitação aberta e gratuita a todo o público, e será administrado de forma moderna e competente. Para isso, faríamos parcerias com as universidades aqui instaladas, que queiram desse projeto participar.

O projeto não se transformou em realidade… Ainda! Mas eu não desisti de tentar fazer com que ele acontecesse, tanto que recentemente, conversando com meu querido amigo e confrade Ney Belo voltamos a esse assunto e ele sugeriu que tentássemos conseguir que o governo federal doasse a Academia Maranhense de Letras o prédio onde funcionou a superintendência regional da Caixa Econômica, na Praça João Lisboa, o antigo Solar São Luís, na esquina das ruas do Egito com Nazaré & Odylo, para que ali se implantasse o Gabinete Maranhense de Leitura. Vibrei com a ideia!

Vamos tentar! Não custa nada… E se conseguirmos, será de grande valia para vida cultural de São Luís.

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