Eleição 2022

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Na semana passada, recebi uma mensagem pelo WhatsApp. Ela trazia a capa do Jornal O Imparcial do dia 15 de fevereiro e a frase: “Isso é verdade? Diga-me o que acha de tudo isso”.

A pessoa que mandou a mensagem queria saber se era verdade que o senador Weverton Rocha tem 24% da preferência do eleitor maranhense e o vice-governador Carlos Brandão, 17%. Além disso apareciam na pesquisa, estampada na primeira página do matutino, o senador Roberto Rocha com 13%, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Junior com 10%, o prefeito Lahésio Bonfim com 9%, o deputado Josimar de Maranhãozinho com 6%, Simplício Araújo com 1% e com 0%, Enilson Rodrigues.

Além de querer saber se o cenário desenhado pela pesquisa Imparcial/Exata era verdadeiro, o suplicante pedia que eu desse a minha opinião sobre tal quadro.

Imagino que quando este texto vier a público, outras pesquisas já devem ter sido publicadas, mas assim mesmo farei o que me foi pedido, pois qualquer que seja o resultado das novas pesquisas, a lógica delas não serão diferentes.

Faz tempo que venho observando os movimentos feitos pelos diversos contendores na disputa pelo governo do Maranhão, e tenho dito que só existem verdadeiramente dois contendores nesta disputa, os demais são meros adereços, seus próprios ou de outrem.

Sempre disse que a ex-governadora Roseana Sarney não seria candidata, e fui criticado por dizer isso. Em política não se inventa. Ela é uma arte fácil de ser lida e entendida… Quando não se tenta subverte-la ou manipulá-la.

Mas vamos lá! Enilson Rodrigues e Simplício Araújo até poderiam ser candidatos, mas em nada influenciaram o pleito. Eles são o que comumente se chama de traço.

Josimar de Maranhãozinho de forma alguma é traço, mas precisa de um mandato, logo não entrará em uma disputa na qual sabe que jamais sairá vencedor. Como não comunga com Weverton e seus os partidários, deverá se aliar a Brandão, só tenta barganhar posições que lhe favoreçam neste embate.

Acredito piamente que o senador Roberto Rocha não será candidato a governador. Ele só o seria se o presidente Bolsonaro, de quem é aliado, estivesse em uma excelente posição política e eleitoral, onde seu apoio fosse decisivo ao ponto de impor sua candidatura com chance mínima de vitória.

Nem uma coisa nem outra. Nem Bolsonaro está forte o suficiente para bancar a candidatura de Roberto, nem Roberto está forte o suficiente para sozinho, bancar a candidatura de Bolsonaro no Maranhão. Assim sendo, acredito que Roberto concorrerá ao senado, imaginando que o desagrado com o governador Flávio Dino possa fazê-lo perder a disputa, e colocará seu filho Roberto Rocha Filho para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, ou fará algo menos radical e ele mesmo será candidato a deputado.

Edivaldo Júnior até poderia ser um forte candidato e até ser decisivo nesta disputa, se e somente se, os mais fortes possíveis candidatos se juntassem a ele.

Caso Roseana, Roberto, Josimar, Lahésio e também o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, se juntassem em apoio à candidatura de Edivaldo, ele bem poderia ser o fato novo que mudaria o destino da eleição, tornando-se claramente um dos dois disputantes do segundo turno do pleito de 2022. Mas nem Edivaldo tem tenacidade para impor sua candidatura, nem esses possíveis apoiadores teriam visão suficiente, ou mínima disposição para projetar tal solução.

Como isso não acontecerá, Edivaldo até poderá ser candidato, mas isso não influenciará em nada no primeiro turno da eleição. Para o segundo, vai depender do seu desempenho eleitoral e se ele tiver consolidado em torno de sua liderança um grupo realmente confiável.

Quanto ao prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahésio Bonfim, esse poderá ser candidato a governador, pois o povo gosta de novidade nas disputas.

Lahésio se protagonizou por fazer oposição clara e aguerrida ao governador Flávio Dino, coisa que ninguém fez, nem de igual modo nem com tamanha intensidade e contundência, por isso ganhou protagonismo. Não que ele tenha alguma outra qualidade que o recomende como candidato. A única que eu consigo identificar é coragem, e isso ele tem de sobra para seguir em frente, o que já será muito para alguém na condição dele.

A pergunta que se impõe, é se a candidatura dele muda o cenário de forma decisiva. Em minha opinião a resposta é não. Ele poderia até apoiar um dos contendores, mas não o fará. Não apoia Brandão por ele ser apoiado por Dino e não apoiará Weverton pelo fato disso ficar difícil para ele justificar aos seus “eleitores”.

Verdadeiramente nessa disputa, sobrou somente o que sempre existiu. O vice-governador Carlos Brandão, que assumirá o governo nos próximos meses, e o senador Weverton Rocha, o único político maranhense que tem força própria para se impor como candidato contrário ao poderio governamental, graças ao grupo político que semeou e cultivou ao seu redor.

Ainda sobre Weverton, é importante que se diga que ele não perderá nada se perder a eleição, pois continuará senador por mais quatro anos!

Quanto a Brandão, é a única esperança de Flávio Dino não perder a prevalência na política maranhense. A vitória de Brandão é mais importante para Dino que para o próprio candidato.

Carlos sempre foi um sujeito discreto, um político comedido, que nunca ultrapassou qualquer limite do convencional, que manteve-se sempre a sombra do governador, de quem é amigo leal, mas exatamente por isso e pelo governador jamais ter dado a ele protagonismo suficiente, até agora, sente certas dificuldades de ajustar sua campanha, fato que acredita o fará com mais tranquilidade, depois que efetivamente assumir o governo, em abril.

O certo é que não existe uma escola de política, onde se possa estudar os fatos e analisar suas possíveis consequências. Não há uma bola de cristal que nos responda as perguntas de forma assertiva. Se houvessem, muitas coisas desnecessárias deixariam de acontecer.

A disputa pelo governo do Maranhão deve ser acirrada. Brandão e Weverton certamente estarão no segundo turno, e o resultado final deverá sorrir para aquele que errar menos.

Sobre as perguntas que me fizeram: A referida pesquisa pode muito bem refletir o momento em que ela foi feita, mas isso de nada importa, pois, muita coisa vai mudar até o dia da eleição.

Você que me lê agora, deve estar querendo saber quem eu acredito irá ganhar a eleição para governador do Maranhão em 2022. Eu lhe digo! Acredito que o vencedor, graças ao apoio de um maior contingente de grupos políticos, será Carlos Brandão.

Digo isso, não pelo fato dele ser meu particular amigo, ou pelo fato de eu, assim como o grupo político do qual faço parte, apoiá-lo. Digo isso por ter aprendido a fazer contas na aritmética e na álgebra dessa ciência chamada política, e essas contas, feitas e refeitas, preveem esse resultado.

Mas veja, depois dessa eleição, haverá um grande, definitivo e consolidado nome na política de nosso Estado. Alguém que congregará a oposição a qualquer governo: Weverton Rocha.

PS: Outra pergunta que me tem sido feita constantemente, é sobre aquilo que eu acredito fará o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, de quem sou particular amigo e de quem fui secretário de comunicação por nove meses.

Eduardo não é um político fácil de ser “lido”. O entendimento que se pode ter sobre suas ações, não é exato, pois ele as pondera bastante, tornando suas decisões difíceis de serem sondadas ou previstas.

O natural seria que Braide apoiasse Weverton, uma vez que sua administração sofre forte oposição do grupo do governador Flávio Dino. Além disso o senador e seu grupo, de certa forma o ajudaram em sua vitória em 2020, não tomando declaradamente partido no segundo turno da eleição da capital. Se tivesse que apostar, diria que ele não participará do primeiro turno da eleição, e só o fará no segundo, se tiver certeza de que o lado para qual pender, será mais favorável a ele e a sua gestão.

3 comentários para "Eleição 2022"


  1. Geraldo Melonio

    Uma análise real e pragmática do atual quadro de candidatos ao governo do estado alicerçada em uma profunda e longa vivência política. Parabéns pelo belo texto que agora estou lendo.

  2. Zé Baleco

    Longe de mim confrontar suas ideias visto que não há como me comparar com vc em vivência política. Entretanto permita discordar em um ponto. Deputado Josimar tem mostrado determinação e obstinação em seus projetos e sabe que um recuo neste pleito pode enterrar um sonho futuro. Quanto a Braide apoiará Weverton ainda no primeiro turno
    Aguardemos

  3. Zé Baleco

    Longe de mim confrontar suas ideias visto que não há como me comparar com vc em vivência política. Entretanto permita discordar em um ponto. Deputado Josimar tem mostrado determinação e obstinação em seus projetos e sabe que um recuo neste pleito pode enterrar um sonho futuro. Quanto a Raide apoiará Weverton ainda no primeiro turno
    Aguardemos

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