O primeiro denunciado por “Crime de Desinformação”, no 1491 do TSE, deveria ser o ministro Alexandre de Moraes.

O “impoluto” ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou em um recente discurso no TSE, durante o lançamento do disque-denúncia quanto a desinformações nas eleições deste ano: “O mal deste século em relação à democracia é a desinformação. A instrumentalização das redes sociais que se deixaram e ainda se deixam instrumentalizar por discurso de ódio, discursos antidemocráticos e que pretende capturar a vontade do eleitor”.

E eu me pergunto, e pergunto humildemente a vocês também, vocês acreditam que a desinformação faz mais mal, que ela é mais perigosa para a democracia que o abuso de poder, o desrespeito ao devido processo legal, e a corrupção!?… Se a resposta for sim, significa que para vocês a mentira é pior para a democracia que usurpação do poder, a quebra do devido processo legal, a desvirtuação do direito e consequentemente da justiça?…

Só o fato de analisar o que foi dito pelo ministro e as perguntas que fiz acima, dá para se sentir como os valores estão distorcidos em nosso país, e o que é pior, aqueles que cometem tais arbitrariedades são exatamente aqueles que deveriam impedir que elas acontecessem.

Mas há ainda um agravante nisso tudo, pois o que disse o ministro em sua fala foi a mais pura desinformação, o que ele disse é mentira. Em sua fala o ministro disse que o maior mal que coloca em risco a democracia nos dias de hoje é a desinformação, consequentemente ele nega a gravidade dos ataques que estão sendo praticados contra nossas instituições, contra o estado de direito, as liberdades individuais, o devido processo legal, além da usurpação das prerrogativas de um poder em detrimento dos outros.

Ao dizer o que disse, o ministro, deveria ser o primeiro a ser denunciado no 1491 do TSE, e processado por “crime de desinformação”, crime esse que ele e seus iguais dizem existir, mas que eu desconheço, até porque defendo que o ministro, assim como todas as pessoas, tenha direito a opinião e possam desfrutar da liberdade que a Constituição da República lhes confere de manifestá-la livremente. A Constituição é maior que os ministros e o próprio STF.

Vejam, levando em consideração o que tem praticado o STF, eu posso ser processado por propagação de desinformação e neste caso, em minha defesa, só poderei usar a pergunta que fiz a vocês anteriormente, e fazê-la aos ministros de nossa suprema corte: O que no entendimento de vossas excelências é mais perigoso para a democracia? A desinformação ou a prevaricação, o abuso e a usurpação de poder, a quebra do devido processo legal e a dissolução do pleno estado de direito?

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“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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