Com um nó na garganta.

Escrevo hoje motivado pelo e-mail que recebi de uma querida amiga que não deseja ser identificada e que insiste em não querer tirar a venda que a impede de ver claramente, sem maniqueísmos, sem dualidade, sem o eterno conflito entre o bem e o mal, que a atrapalha em um julgamento mais correto e em uma observação menos comprometida deste cenário, que apesar de injusto e cruel, é real e verdadeiro.

Deixem-me tentar contextualizar os fatos. Estava na Assembléia Legislativa quando avistei uma amiga na galeria e fui cumprimentá-la. Nos encontramos na ante-sala do plenário e logo começou a se amontoar pessoas para falar comigo. Não era nenhum grupo pleiteando a aprovação de alguma lei, eram pessoas que sempre vão ali a busca de uma solução para alguns de seus problemas. Uma passagem, um exame, um remédio. Alguém que tem a água, a luz ou a prestação de sua casa atrasadas, alguém que precisa pagar a faculdade ou simplesmente alguém que não tem o que almoçar naquele dia.

Cada vez que uma dessas pessoas se aproximava de mim, minha amiga levava uma facada, literalmente, e acusava isso em seu olhar. Cada vez era como se ela fosse trespassada por uma peixeira.

Foi quando se aproximou de nós uma mocinha. Seus cabelos eram desgrenhados, suas roupas surradas, seu rosto oleoso, mas ela era dona da uma fala suave e mansa. Ela olhou pra mim e perguntou se eu trabalhava ali. Eu sorri, imaginando só comigo se era aquele o meu trabalho, se foi para isso que havia sido eleito, mas mesmo assim disse-lhe que sim. Então ela me perguntou se eu poderia lhe conseguir um emprego. Tanto eu quanto minha amiga, deixamos claramente transparecer nossa satisfação através de um suave sorriso que escorregava do canto de nossos lábios. Que alivio, pensamos. Na verdade pensou mais ela do que eu, em que pese eu quisesse estar enganado sobre o que de antemão saberia o que iria acontecer, afinal, desde 1978 eu trabalho nesse setor, onde já vi de quase tudo. 

A tal moça disse que era professora e que precisava de uma “oportunidade”. Essa foi a palavra que matou a minha amiga. Nessa hora seus olhos brilharam ainda mais. Estava ali em nossa frente alguém que viria a comprovar que no mundo, naquele mundo, não havia apenas pedintes, mas alguém que buscava uma oportunidade. Se isso fosse verdade, eu queria ser o instrumento de tal providencia.

A moça disse já ter trabalhado de vendedora em varias lojas, e como não mostrou interesse em um trabalho em sua área, achei esquisito. Minha amiga não notou nada. Estava hipnotizada pela possibilidade de aquela moça ser a redenção de suas preces. O elo perdido de dignidade que ela imaginava existir como se isso fosse uma coisa que estivesse em um individuo messiânico, que viria salvar toda aquela sociedade de poderosos e esmoles.

Minha amiga, com os olhos, suplicava para que eu ajudasse a moça. Então eu chamei meu chefe de gabinete e pedi que ele fizesse três cartões de recomendação para aquela jovem. Algum deveria resolver.

Foi nessa hora que ocorreu o inimaginável. A minha amiga sacou um discurso moralista, que parecia politicamente correto, que até eu adoraria que estivesse correto, mas infelizmente eu sabia que não estava. Ela perguntou-me porque não havia tentado dar-lhe uma colocação de professora em algum lugar e eu simplesmente respondi que seria impossível, pois aquela moça não era professora. Azul e descrente, a minha amiga não entendia nada. Foi quando tirei o meu broche de Deputado Estadual e dei para ela, dizendo-lhe que dava o meu mandato para que ela fizesse qualquer coisa que pudesse resolver esse tipo de situação. Disse-lhe também que caso aquela jovem fosse realmente professora, eu a colocaria para trabalhar em meu gabinete e mais, disse que aquela jovem pouco se diferenciava daquelas outras pessoas, ao contrário, ela não era o messias, era mais um falso profeta.

Foi um choque para minha amiga. Em seus olhos eu via dor e desilusão. Pra piorar eu disse a ela que antes de sair do meu gabinete a moça iria dizer o que ela realmente queria, desde o começo.

Fomos para meu gabinete. Minha amiga foi conversar com a moça e constatou o que eu havia previsto. Ela não era professora. Foi o primeiro baque.

Cartões de recomendações assinados fomos com a jovem até a porta, nos despedir. Pelo bem de minha amiga, eu torcia para estar errado, mas não estava. Antes de ir, a mocinha muito educadamente, na verdade educadamente demais, perguntou se poderia me fazer outro pedido. Fiquei pálido. Olhei para minha amiga e vi seus olhos brilharem com as lagrimas. – “O senhor poderia me conseguir cem reais, eu preciso comprar um celular…”

Depois disso não ouvi mais nada. Só conseguia pensar no quanto gostaria de estar errado, o quanto gostaria que minha amiga estivesse certa.

Voltei-me para meu chefe de gabinete e pedi que ele providenciasse um almoço para aquela moça e saímos, eu e minha amiga, com um nó na garganta. Eu angustiado por infelizmente estar certo e ela dilacerada por desafortunadamente estar errada.

Se você conseguir ler as primeiras palavras seu cérebro decifrará automaticamente as outras…

Tenho um bom amigo que me manda pelo menos 50 mensagens eletrônicas por dia, então resolvi compartilhar com vocês, sempre que for possível, algumas delas (apenas algumas…rsrsrsrs). Espero que apreciem. 
 
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Chame atenção.
Faça uma pequena pausa.
A entonação demonstra sua intenção, seu pensamento.
Depois, uma pausa maior, que puxe uma outra idéia ou relacione duas.
Agora uma pausa ainda maior. Uma parada.
Dê um exemplo: Faça suspense, insinue…
Surpreenda;
Pergunte.
Depois, mude de assunto – isso sempre funciona.
Valorize os coadjuvantes, eles são mais importantes & necessários do que parecem.
Comunique-se.
Não se esqueça dos números, eles são indispensáveis.
Nem das equações. Nada funciona sem elas.
Maior?
É sempre igual
a valor. O contrario nem sempre é verdadeiro.
Não se esqueça. Todo inteiro é feito de partes.Adicione! Multiplique!
Fazer a diferença
é mais ou menos
Infinito.

*se vc for inteligente responda*

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* Como se escreve zero em algarismos romanos???

* Por que os Flintstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo??

* Por que os filmes de batalha espaciais tem explosões tão barulhentas, se o som não se propaga no vácuo???

* Se depois do banho estamos limpos porque lavamos a toalha???

* Como é que a gente sabe que a carne de chester é de chester se nunca ninguém viu um chester??? (vc já viu um chester?)

* Por que quando aparece no computador a frase ‘Teclado Não Instalado’, o fabricante pede p/ apertar qualquer tecla???

* Se os homens são todos iguais, por que as mulheres escolhem tanto???

* Por que a palavra ‘Grande’ é menor do que a palavra Pequeno’???

* Por que ‘Separado’ se escreve tudo junto e ‘Tudo junto’ se escreve separado???

* Se o vinho é líquido, como pode existir vinho seco???

* Por que as luas dos outros planetas tem nome, mas a nossa é chamada só de lua???

* Por que quando a gente liga p/ um número errado nunca dá ocupado???

* Por que as pessoas apertam o controle remoto com mais força, quando a pilha está fraca???

* O instituto que emite os certificados de qualidade ISSO 9002, tem qualidade certificada por quem???

* Quando inventaram o relógio, como sabiam que horas eram, para poder acertá-lo???

* Se a ciência consegue desvendar até os mistérios do DNA, porque ninguém descobriu ainda a fórmula da Coca-Cola???

*Como foi que a placa ‘É Proibido Pisar na Grama’ foi colocada lá???

* Por que quando alguém nos pede que ajudemos a procurar um objeto perdido, temos a mania de perguntar: ‘Onde foi que você perdeu?’

* Por que tem gente que acorda os outros para perguntar se estavam dormindo???

* Se o Pato Donald não usa calças, por que ele amarra uma toalha na cintura quando sai do banho???

Quando papai morreu herdamos mamãe.

Gostaria de dizer a você que me lê agora, que escrever para mim sempre foi uma necessidade. No começo não sabia o porquê, mas desde muito cedo, assim que aprendi a fazê-lo, passei a colocar pensamentos e sentimentos no papel. Depois de anos de tentativas, nem sempre exitosas, e mesmo depois de alguma pratica, constato que é muito difícil colocar no papel certas coisas que estão alojadas e escondidas na tríplice fronteira intangível entre meu corpo, minha mente e minha alma.

Há quinze anos escrevi um texto para meu pai que havia acabado de falecer. Naquela época não foi tão difícil porque aquele texto saiu de mim como se fosse uma erupção. Na verdade escrevi o que ele teria escrito naquela circunstancia. Sabe!? Às vezes acho que psicografei aquilo! De meu mesmo ali tem muito pouco. Só precisei esculpi-lo e lapidá-lo um pouquinho.

Quinze anos depois, gostaria de escrever mais uma vez por meu pai, como se fosse ele, só que agora sem contar, em meu beneficio, com o calor daquela hora, da perda, do desespero e do desamparo. Sem o pavor que aquilo tudo me causou. Um pavor tão grande que quando passou, levou consigo todos aqueles pequeninos medos que incutimos em nossa mente desde criança. Ficou comigo apenas o medo natural da condição humana.

Foi-se o medo e ficou em seu lugar algo maior. Uma responsabilidade inimaginável e incomensurável. A responsabilidade de substituí-lo em quase tudo, principalmente em algumas coisas para as quais ele era insubstituível e em outras para as quais eu era incompetente.

Hoje tenho consciência de que não fui o que se poderia chamar de um substituto a sua altura, mas tentei realmente sê-lo. Alguns de seus amigos, de certa forma me dizem isso sem palavras. Olham para mim e em seus olhares vejo a saudade verdadeira que sentem de meu pai, que se vivo fosse, faria em dezembro 75 anos.

Nestes anos desenvolvi uma técnica para ter meu pai sempre que preciso ao meu lado. Saio de meu corpo e me coloco como se fosse ele e tento ver as coisas como se ele fosse. Ele nunca saiu de meu lado durante todos esses anos. Seu corpo morreu, mas sua energia não. Isso é a verdadeira imortalidade.

Me lembro que em uma de nossas viagens pelo interior, ele me disse que para levarmos o progresso para a nossa região, para o nosso povo, precisávamos levar algumas coisas de suma importância: saúde, educação, energia elétrica, estradas e telefonia. Fico imaginando se onde quer que ele esteja, tivesse um telefone e ele pudesse nos ligar! O que será que ele diria!?

Acredito que ele ligaria pra minha sobrinha Pillar e diria o quanto gostaria de ter feito com ela as mesmas brincadeiras que fez com Laila. Colocá-la sobre a mesa do café e fazê-la desfilar como se estivesse em uma passarela. Levá-la para podar seu roseiral, enche-la de mimos e carinhos.

Algo parecido ele diria pra Nagib Neto. Diria que gostaria que ele se sentasse entre suas pernas e ficasse enchendo sua paciência e atrapalhando as conversas como eu fazia ou que fosse trabalhar com ele como meu irmão Nagib fez muitas vezes. Diria isso a um garoto imenso que ainda vai completar 15 anos e que incrivelmente sem nunca ter visto meu pai, coça as costas nos cantos das paredes da mesma forma como ele fazia.

Ligaria pra Laila para dizer que se por um lado está muito orgulhoso dela, por outro está preocupado com o seu futuro e já que só agora ela está se propondo a aprender a dirigir, que dirija por si e pelos outros.

Pra Nagib diria que os negócios estão indo bem, dentro do que é possível. Que ele está satisfeito. Diria para ele ter mais calma, mais paciência, que no final tudo se resolve.

Pra mim!… Caramba!… Iria brigar muito comigo!… Sobre política, sobre os negócios, sobre minha vida!… Mas depois de tudo, diria: “É pai, Acho que não tinha outro jeito, talvez tu tenhas razão…” E antes de desligar, deixaria transparecer em sua voz, que estava orgulhoso de mim, por pelo menos eu ter tentado acertar.

  Imagino que ele então ligaria pra mamãe e diria: “Mãe! Muito obrigado por tudo. Por tua compreensão, por tua dedicação, por teu carinho e por teu amor”.

Meu pai não era nenhum santo, não senhor, mas era reconhecidamente um sujeito obstinado, trabalhador, generoso, de muita sorte e dono de uma inteligência singular. Essas qualidades lhe serviram muito na vida, principalmente na hora de escolher para si a melhor mulher que poderia.

Desde que meu pai morreu, o maior político de nossa família é minha mãe, não eu. O maior empresário é ela, não meu irmão.

Hoje, quinze anos depois da morte de meu pai, quero agradecer a minha mãe por ter nos guiado desde sempre e por ter nos ensinado uma maravilhosa forma de viver que se sintetiza em uma frase que ela colocou na porta de seu quarto, muitos anos atrás. “Que Deus me dê coragem para aceitar as coisas que não posso mudar, perseverança para mudar o que puder mudar e sabedoria para distinguir a diferença”.

Mamãe é a maior e melhor herança que papai poderia nos ter legado.

Refazendo aquele sonho

De mim só me lembro estar elegante.
Terno escuro, camisa clara, gravata de seda…
Dela, não esquecerei de nada,
jamais…
Era um sonho…
Seu vestido longo de cetim,
seus olhos cor de mel,
sua boca carnuda.
Um aroma de sedução no ar…
Vinho,
conversa ao pé do ouvido,
música,
coisas pra beliscar,
inclusive seu braço pela fresta da cadeira.
Dança…
Seu corpo juntinho ao meu
encaixados como perola e ostra
ondulavam.
Seu olhar era denunciador,
seu rosto e seu corpo falavam por ela…
Tudo que aconteceu naquela noite
depois da hora em que a vi…
preferi esquecer…
Agora, distante em tempo e espaço
me imagino,
me quero em seu colo.
Mergulho em seu decote,
nele descortino o mundo e desço…
Encontro montes,
uma vasta pradaria,
vales,
um rio feito de suor…
Precipício…
Mergulho nele.
Quando emergir
quero estar de novo
nas costas dela,
imprensando-a contra a parede,
mordendo sua nuca,
lambendo seu pescoço,
e aos seus ouvidos
quero fechar a cortina de outra noite
e ver outro dia nascer.
Mais tarde,
depois do café,
ler pra ela esse poema
e fazê-la sentir ciúme
imaginando que refiz meu sonho
com outra mulher.

Declaração de amor incondicional ou simplesmente

Bilhetinho para Laila H.

Minha pequenina, redonda e brilhante pérola da ostra dançante de Ariel;

Minha delicada, saltitante, estabanada e bambinica gazela;

Minha jovem Nala, felina manhosa, que se enroscava em mim enquanto dormia;

Minha papa-légua veloz e fugidia;

Minha ursinha, ora Puf, ora Matraca Trica. Colimérica, unhuda e aparentemente braba;

Minha menininha do chapeuzinho cor-de-rosa que nunca teve medo de lobo mau;

Minha Dumbinha, doce e voadora;

Minha centaura aventureira, apaixonada e sonhadora;

Minha escultura grega, branca como algodão;

Minha instalação interrompida… Desobediente e inquieta como eu;

Minha louca… Madalena, Rodó, Camille C., Silvia P., Clarisse L….

Meu poema concreto feito de luz e som; (Tem certas coisas que eu não sei dizer…)

Meu melhor pedaço de mim em forma de mulher;

Meu foco e meu eco;

Meu longa-metragem baseado em fatos reais e oníricos;

Chamar-te assim, invocando os personagens de tua infância me faz sentir que mais uma vez você é a minha menina, pequenininha, ainda em meu colo, aprendendo a falar o nome das coisas, as cores…

Chamar-te por metáforas que nos unem e nos esclarecem…

Chamar-te assim só pra poder ficar mais doce e dizer que te amo muito, sem querer parecer um bobo e assumindo desde logo que o sou, e com muita satisfação, dizer que sinto o maior orgulho de você por tudo que você é e por sua forma de ser.

Essa semana você me deixou muito feliz e orgulhoso quando liguei para sua casa, pra falar com você e me disseram que você havia acordado cedinho e saído para trabalhar. Você já havia me dito, mas a ficha não havia caído! Só caiu naquele dia. Fiquei radiante. Você, sem a interferência de ninguém, quer dizer, sem a minha interferência, arrumou um emprego numa agencia de propaganda. Vi seu avô em você nessa hora. Arregaçando as mangas, enfrentando a vida e vencendo, matando um leão por dia.

Estou muito feliz, de uma maneira que nunca estive. É uma sensação maravilhosa e nova, essa a de saber que você consegue se virar sozinha, que já sabe quebrar os ovos e fazer a sua própria omelete.

Não tenho mais nada pra te dizer, a não ser que eu te amo muito! E que por tua causa amaldiçoou diariamente Abrão e blasfemo. Graças a Deus!

J.H.

PS

Você não nega
mas sonega.
Eu nem isso,
não nego nem sonego,
entrego tudo.
Falo,
felo,
“fi-lo
porque qui-lo”
folo,
fulo
fico assim pela distancia,
pelo tempo.
Fito a foto daquela noite:
Que loucura!
Embriagues sem álcool.
Só me resta imaginar…
Passar a barba em teu braço,
em teu ombro,
teu pescoço,
puxar teu cabelo.
Te abraçar,
beijar tua boca
e te amar.
Falar ao teu ouvido esquerdo
palavras que te façam tremer,
que deixe o outro morrendo de ciúmes,
que te façam voar…
Depois,
virar-te do avesso
e travesso
saciar a vontade do teu direito ouvido
e dizer-te tudo…

Vestal, Messalina, Tartufo.

Meu pai costumava exercitar sua modesta oratória em um minúsculo anfiteatro, para uma restrita e seleta platéia, formada por minha mãe, eu, meu irmão e quem mais por acaso estivesse em nosso fusquinha verde, ano 1968, com suas rodas faixa branca e seu console de jacarandá.

Ele discursava como se estivesse na tribuna da Assembléia Legislativa, a mesma que mais tarde viria a ser batizada com seu nome. Ensaiava muitos discursos, alguns dos quais jamais chegou a proferir em plenário. Às vezes treinava alguns tão contundentes e verossímeis que chegava até a imaginar os apartes que poderiam fazer alguns de seus colegas deputados, em consonância com o que ele dizia ou em total desacordo com suas posições.

No meio de seus intuitivos exercícios de fonoaudiólogia e oratória, Nagibão narrava partidas de um futebol imaginário e ideal, onde seu time sempre jogava bem e vencia de goleada os times adversários. Eram jogos entre Moto, Sampaio, Mac e Ferroviário ou embates de agremiações como Flamengo, Corinthians, Cruzeiro e internacional.

Lembro de uma partida “irradiada” por ele que muito me marcou. Tratava-se de um jogo verdadeiro entre Santos e Arsenal. Ele ouviu esse jogo pelo rádio e repetia como se o estivesse vendo. Falava os nomes de todos os jogadores do time inglês sem nenhuma vergonha de pronunciá-los erradamente.

Naquela época, dentro do carro, indo para o sitio ou para praia, jantar no Palheta ou no Bem, meu pai também ensaiava o que iria dizer em “A Voz do Vale do Pindaré”, seu programa diário na Rádio Difusora.

Foi dentro daquele fusca que eu aprendi a admirar a capacidade que as pessoas têm em falar ao público. Foi vendo meu pai treinando o que iria dizer na Rádio ou na Assembléia que descobri a importância de falar bem.

No entanto aprendi com meu pai muito mais sobre conteúdo do que sobre forma. Na verdade, com ele, sobre forma eu só aprendi a lógica dela, seu ritmo, sua freqüência, a entonação, coisas que muitas das vezes são bem mais importantes que o próprio conteúdo estético ou mesmo filosófico do que se quer dizer.

Estou fazendo esse floreado todo só pra falar sobre um tema recorrente em quase todos os discursos de meu pai e também em sua própria vida. Ele abominava a hipocrisia, a prepotência, a arrogância, a empáfia, a futilidade e a subserviência.

No meio de muitas palavras chaves que ele costumava usar, algumas foram muito marcantes para mim. Vestal, Messalina e Tartufo foram dentre todas as que mais me marcaram, mesmo que só tivesse vindo saber qual eram seus significados depois de escarafunchar um velho dicionário de capa verde que habitava uma das estantes de minha casa.

Estas palavras têm me perseguido desde a minha infância. Tenho a mesma aversão que meu pai tinha por pessoas com essas características. De tanto vê-lo combater pessoas com esse tipo de comportamento, criei em mim uma incrível repulsa por esse tipo de gente.     
Vestais, na Roma Antiga, eram as virgens designadas para serem assistentes da deusa Vesta. Mulheres que gozavam de uma situação social respeitável e deviam manter-se castas sob risco de sofrerem punições, inclusive mortais. Por terem instrução e situação econômica favorável, eram muito consultadas, sobretudo em assuntos políticos. Mas devido a sua inarredável condição humana, algumas delas não eram assim tão “castas” e muitas se escondiam atrás do manto da hipocrisia.

Messalina transformou seu nome em sinônimo de ‘mulher lasciva e dissoluta em excesso’, segundo definição do Dicionário Aurélio. Filha de uma família tradicional da aristocracia da República Romana, foi a terceira mulher do imperador Cláudio. Figura pérfida, capaz das maiores atrocidades, como tramar sem nenhuma culpa assassinatos e intrigas, recheando sua vida curta e polêmica de taras e crueldades. Quando morreu, aos 22 anos, tinha uma história de escândalos marcados pela ninfomania e obsessão pelo poder.

Tartufo que foi escrita por Molière, logo se transformou numa das mais famosas comédias da língua francesa de todos os tempos. Foi quase que imediatamente censurada pelos devotos religiosos que, no texto, foram retratados na personagem-título como hipócritas e dissimulados. Na língua portuguesa, o termo tartufo, como em outros idiomas, passou a ter a acepção de pessoa hipócrita ou falso religioso.

Constatei, com certo pesar, que essas palavras, esses adjetivos, servem como luva para designar certas pessoas, algumas aparentemente acima de qualquer suspeita, mas que se transformam totalmente, bastando que para isso se faça necessário. Bandidos e mocinhos são todos iguais.  

PS: Acabei de ter um Déjà Vu. Sinto como se já tivesse falado desse assunto, mas com toda certeza, se o fiz, não foi pelo presente motivo.

O inferno é exotérmico ou endotérmico?

Tenho um bom amigo que me manda pelo menos 50 mensagens eletrônicas por dia, então resolvi compartilhar com vocês, sempre que for possível, algumas delas (apenas algumas…rsrsrsrs). Espero que apreciem.

Pergunta feita por um professor da matéria termodinâmica, no curso de engenharia química da FATEC em sua prova final.

Este professor é conhecido por fazer perguntas do tipo ‘Por que os aviões voam?’ Nos últimos exames, sua única questão nesta prova para a turma foi:
‘O inferno é exotérmico ou endotérmico? Justifique sua resposta’
Vários alunos justificaram suas opiniões baseados na Lei de Boyle ou em alguma variante da mesma.
Um aluno, entretanto, escreveu o seguinte:

Primeiramente, postulemos que o inferno exista e que esse é o lugar para onde vão algumas almas
Agora postulemos que as almas existem; assim elas devem ter alguma massa e ocupam algum volume. Então um conjunto de almas também tem massa e também ocupa um certo volume.

Então, a que taxa as almas estão se movendo para fora e a que taxa elas estão se movendo para dentro do inferno?
Podemos assumir seguramente que, uma vez que certa alma entra no inferno ela nunca mais sai de lá. Logo, não há almas saindo.

Para as almas que entram no inferno, vamos dar uma olhada nas diferentes religiões que existem no mundo e no que pregam algumas delas hoje em dia.

Algumas dessas religiões pregam que se você não pertencer a ela, você vai para o inferno…

Se você descumprir algum dos 10 mandamentos ou se desagradar a Deus, você vai para o inferno.

Como há mais de uma religião desse tipo e as pessoas não possuem duas religiões, podemos projetar que todas as almas vão para o inferno.

A experiência mostra que poucos acatam os mandamentos.

Com as taxas de natalidade e mortalidade do jeito que estão, podemos esperar um crescimento exponencial das almas no inferno. Agora vamos olhar a taxa de mudança de volume no inferno.

A Lei de Boyle diz que para a temperatura e a pressão no inferno serem as mesmas, a relação entre a massa das almas e o volume do inferno deve ser constante.

Existem, então, duas opções:
1) Se o inferno se expandir numa taxa menor do que a taxa com que as almas entram, então a temperatura e a pressão no inferno vão aumentar até ele explodir, portanto EXOTÉRMICO.
2) Se o inferno estiver se expandindo numa taxa maior do que a entrada de almas , então a temperatura e a pressão irão baixar até que o inferno se congele, portanto ENDOTÉRMICO.
Se nós aceitarmos o que a menina mais gostosa da FATEC me disse no primeiro ano: ‘Só irei pra cama com você no dia que o inferno congelar’ e, levando-se em conta que AINDA NÃO obtive sucesso na tentativa de ter relações amorosas com ela, então a opção 2 não é verdadeira.

Por isso, o inferno é exotérmico.’
O aluno Thiago Faria Lima tirou o único 10 da turma.

CONCLUSÕES:
1) ‘A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original.’ (Albert Einstein)
2) ‘A imaginação é muito mais importante que o conhecimento.'(Albert Einstein)
3) ‘Um raciocínio lógico leva você de A a B. Imaginação leva você a qualquer lugar que você quiser.’
(Albert. Einstein)

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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