Por bons motivos

Faz alguns dias, Eduardo Braide, me pediu que fosse ao escritório que ele montou para desenvolver as ações concernentes à transição administrativa do município de São Luís.

Imaginei que pretendia conversar comigo sobre nomes de pessoas que ele desejava indicar para os cargos de secretário de assuntos políticos, educação ou esporte, funções que eu havia exercido nos governos de Lobão, Fiquene e Roseana, ou mesmo para a pasta da cultura, uma vez que trabalho neste setor, como escritor e cineasta.

Ele foi direto. Sem fazer rodeios, disse que sabia que eu não desejava voltar a exercer nenhum cargo ou função no âmbito político, mas que precisava de mim para desempenhar uma determinada função. Que ele acreditava ser eu a pessoa mais indicada para a missão, uma vez que em sua opinião, conheço bem esta área e tenho boa capacidade de diálogo com os mais diversos protagonistas deste setor. Tendo dito isso, ele me convidou para ser seu secretário de comunicação social.

Na hora fiquei surpreso e atônito. Minha primeira reação foi sorrir, meio sem jeito. Elegantemente agradeci o convite e o recusei, mas ele insistiu, dizendo precisar de mim para aquela função e explicou seus motivos. Foram bons motivos.

Fui conversar com Eduardo, preparado para falar sobre outras pessoas, jamais sobre mim mesmo, até porque desde 2015, havia decidido que não mais iria participar de forma efetiva da política, ocupando cargos ou exercendo mandatos.

O inesperado convite, a forma como ele foi feito, e os argumentos que foram usados, me fizeram baixar a guarda.

Perguntei-lhe se aquele convite era apenas uma manifestação de gratidão pelo apoio que eu sempre dei a ele, desde antes de sua candidatura e mesmo durante a campanha eleitoral. Ele foi taxativo e convincente ao dizer que não. Conhecendo-o bem, sei que ele não é mesmo de ter esse tipo de atitude. Ele é tímido, mas direto e positivo e às vezes por isso, aparenta distância e até frieza.

Disse-lhe que se fosse o caso, eu já estaria muito mais que satisfeito, contemplado apenas com o convite para fazer parte de um projeto que acredito, mudará o rumo da política maranhense nos próximos anos.

Ele reafirmou que não se tratava de mera gratidão, mas de um pedido de sacrifício pessoal, uma vez que ele acredita que eu, com o tato e a paciência cultivados e desenvolvidos em mais de 32 anos na lide política, pudesse realizar a importante missão de gerenciar esse segmento bastante sensível em qualquer governo: A comunicação do prefeito e de seu governo com o público interno, estabelecendo métodos e formas com que a administração municipal possa atuar e se apresentar, e da mesma maneira com o público externo, com quem o prefeito, seus assessores e a municipalidade, de modo geral, possa manter diálogos, comunicando seus projetos e apresentando suas ações, bem como ouvindo as demandas da sociedade, através das instituições representativas, dos políticos e diretamente da população.

Confesso que se Eduardo tivesse me convidado para ocupar alguma outra secretaria, com ênfase para aquelas as quais já ocupei nos governos em que participei, sem pestanejar, mas com grande gratidão e elegância, eu recusaria. Porém, como ele disse precisar especificamente de mim para desempenhar esse papel, resolvi aceitar seu pedido, mesmo tendo que romper um acordo que tinha comigo mesmo, perante minha mãe, meu irmão e minha esposa, a quem havia prometido me manter fora da política formal.

Aceitei o convite para compor a equipe de Eduardo Braide por três bons motivos: Para atender ao apelo que ele me fez; Para poder estar próximo a ele neste momento tão importante, e quem sabe ajuda-lo de alguma forma, na difícil tarefa que terá pela frente; e pela possibilidade de participar de um evento único, que acredito, mudará o rumo e o destino político do Maranhão, coisa para quando eu já for um septuagenário.

Ebenezer Scrooge

Charles Dickens é considerado um dos maiores escritores de todos os tempos, pois contribuiu decisivamente para a introdução da crítica social na literatura inglesa, durante a era vitoriana.

Graças a minha inconveniente dislexia, não conheci este extraordinário narrador nas páginas dos livros, mas através das telas dos cinemas e da televisão.

Recentemente assisti a uma nova versão de “Oliver Twist”, realizada pela BBC, e motivado por ela, fui rever um dos filmes que marcaram a minha infância: “Um conto de natal”.

Essa obra marcou decisivamente a minha vida, tanto que escolhi seu personagem principal, Ebenezer Scrooge, como modelo de como não ser.

Sobre ele, a primeira coisa que posso dizer é que é tão importante que serviu de inspiração para Carl Barks criar o célebre “Tio Patinhas”, imortalizado nas histórias em quadrinhos e nos desenhos animados da Disney.

Logo no início da história, Scrooge demonstra uma frieza desmedida no coração, além de ser ganancioso e avarento. Indiferente ao espírito do Natal e tudo que se relaciona com alegria e felicidade, Ebenezer é descrito por Dickens como tendo lábios azuis e nariz pontiagudo, perfeitamente retratado em “Os fantasmas de Scrooge”filme de 2009, em que Jim Carrey interpreta o personagem.

Após a morte do seu sócio, Jacob Marley, ele jamais alterou a razão social da empresa “Scrooge & Marley”, só para não ter que mudar o letreiro na fachada do prédio.

Sete anos mais tarde, na véspera do Natal, enquanto trabalha em seu escritório, Scrooge despacha grosseiramente seu sobrinho, que veio convidá-lo para a ceia.

Ele é um homem muito rico, mas insensível, rude e autoritário, diz ao seu assistente que não contribui para as doações dos voluntários que lhe solicitam dinheiro para os pobres e indigentes, e como sempre não é gentil com ele.

Ao voltar para casa naquela noite, Ebenezer observa algo insólito – o seu falecido sócio, Jacob Marley, surge no meio do quarto, aprisionado sob portentosas correntes. O fantasma fala-lhe sobre o castigo que agora o aflige pela avareza que apresentou em vida e adverte Scrooge de que lhe está reservado um destino ainda mais terrível, caso não mude seu comportamento avarento, grosseiro e indigno. O defunto avisa Scrooge que naquela noite ele será visitado por mais três fantasmas que tentarão modificar seu espírito ranheta.

Uma hora mais tarde surge o primeiro. É o fantasma do passado que lhe fornece lembranças da pacata cidade da sua infância. Mostra-lhe a noite de Natal gloriosa com a sua irmã, bons tempos com amigos, e finalmente a separação da sua noiva, que o deixou por causa do seu amor desmedido pelo dinheiro.

O segundo fantasma proporciona-lhe uma visão da noite de Natal presente: pobres, mas felizes, ele vê a casa de seus empregados. Lá Scrooge observa o jovem Tim, o filho doente daquele assistente que ele havia maltratado. O fantasma informa-o de que em breve Tim morrerá.

O último fantasma é o do futuro, que lhe mostra a casa do empregado depois do enterro do pequeno Tim. Mais adiante ele observa a sua própria morte, muito humilhante, sozinho e detestado por todos.

Por fim, Scrooge desperta e decide não desperdiçar aquele Natal. Dali por diante ele vai modificar toda sua vida e tornar-se uma pessoa amável, sensível e generosa.

Se por um lado eu sempre busquei ser diferente de Scrooge, por outro, gostaria muito que a história de algumas figuras, que teimam em imitar esse personagem, tivesse pelo menos o mesmo final, repleto de redenção e felicidade. Esse é o presente que eu desejo neste Natal.

O Novo Coronavírus

Depois de nove meses fugindo deste microscópico flagelo, fui alcançado por ele.

É impossível dizer ao certo como fui contaminado, pois muitas são as portas de acesso que essa peste pode usar para invadir nossos indefesos corpos, sempre abertos a esses indesejados convidados “pra esta festa pobre”.

Durante todo este tempo, quase um ano, falei pouco sobre esta pandemia. Não que ela não fosse importante, mas pelo fato de sabemos quase nada dela, não gostaria de ser mais um a repercutir achismos como a maioria das pessoas tem feito.

Dizer que esta doença foi premeditadamente criada e espalhada por um determinado país, como forma de guerra avassaladora, supera muito a minha capacidade de ficcionista e muito mais ainda a minha fé na humanidade.

Usar essa catástrofe como aríete para demonizar ou endeusar líderes políticos pelo mundo afora, é outra coisa que não cabe em minha cabeça.

Não saber se comportar devidamente como pessoa, ser humano, cidadão, governante ou cientista, é coisa que não tem tipificação nos códigos legais, a menos que esses comportamentos ultrapassem o limite das palavras, do discurso, da narrativa, e deságue no campo da ação criminosa, causando prejuízos e vítimas fatais.

Quanto a mim, descobri que estava infectado um dia antes de meu aniversário de 61 anos. De março até aquela data eu havia ficado gripado diversas vezes, e em cada uma delas fiz exames para saber se aquela gripezinha era Covid-19. Nunca foi até aquele dia. Cheguei até a engordar, pois fazia ludicamente, um teste particular, comendo guloseimas para saber se meu paladar havia sido afetado pela doença, o que seria um sinal de contágio.

Após sair de um almoço da confraria que carinhosamente chamamos de Senado, senti uma leve dor na garganta e comecei a tossir. Preocupado, pois no dia seguinte iria almoçar com minha família comandada por minha mãe e minhas tias, todas com idades entre 86 e 91 anos, resolvi fazer mais um exame. Liguei para minha amiga, dra. Raquel, do Laboratório Cedro que providenciou tudo e em menos de duas horas soube do resultado. Nunca fiquei tão feliz por perder um almoço de aniversário na casa de minha mãe, pois o mais importante era preservar minhas velhinhas.

Os sintomas que estou sentindo são unicamente uma leve dor na garganta e um pouco de tosse, que nem é seca, como consta na lista dos sintomas.

Exatamente na véspera do dia do meu aniversário descubro que estou infectado, o que foi um presente de grego, mas não me fiz de rogado. Fiquei preocupado com as pessoas com as quais convivi mais de perto naquele dia e comuniquei a elas o ocorrido. Espero do fundo de minha alma que ninguém tenha sido contaminado.

Quanto a mim, não tenho medo da doença em si, mas sim das complicações que podem resultar dela.

Sempre achei que o maior problema dessa doença era, em primeiro lugar, a falta de conhecimento sobre ela. Em segundo lugar, a incapacidade do sistema de saúde, e não estou falando do SUS, mas do sistema médico nacional, em tratar as complicações clínicas decorrentes dela. Em terceiro lugar, mas tão grave quanto os demais problemas, é a politização dessa pandemia, uma coisa absurda contra a qual devemos nos indignar e combater.

Já entrei na segunda semana do contágio e os sintomas continuam leves, fato que indica que meu organismo está reagindo bem ao ataque do vírus.

A minha postura como infectado foi dizer ao médico que está me tratando, meu querido e bom amigo Ibrahim Assub Júnior, que ele poderia receitar qualquer tipo de remédio que ele como médico acreditasse que poderia ajudar em minha recuperação, até porque o médico é ele, eu sou o paciente, que depositei minha saúde e a minha esperança de recuperação, nas mãos dele.

Quanto à vacina, penso que ela, como instrumento de saúde pública deva ser obrigatória, uma vez que a não vacinação de um indivíduo pode causar a contaminação de diversos outros. Se a vacina fosse destinada a uma doença cujo contágio e a letalidade não fossem fatores de altíssimo risco, penso que ela não deveria ser obrigatória.

Acabadas as polêmicas, só me resta passar por essa fase, para retornar ao meu ritmo normal de vida e voltar a conviver com outros tipos de vírus aos quais estamos comumente expostos, sejam eles microscópicos ou grandes mamíferos bípedes e de cérebros complexos.

Sobre reeleição do Legislativo

A cúpula menor, voltada para baixo, abriga o Plenário do Senado Federal. A cúpula maior, voltada para cima, abriga o Plenário da Câmara dos Deputados.

Quando nós que fomos constituintes elaboramos a Constituição Federal de 1988, debatemos ampla e minuciosamente vários aspectos, entre eles alguns que tratavam do funcionamento do Poder Legislativo, uma vez que nós estávamos saindo de um regime de exceção e precisávamos garantir por todos os meios, que não houvesse nenhum retrocesso na transição para a democracia.

Uma das coisas que nos chamou atenção foi como ficaria o comando das duas casas do Congresso Nacional, fato que repercutiria para estados e municípios.

Sabedores da tendência que alguns de nós temos para nos perpetuarmos em cargos e funções, resolvemos colocar no texto constitucional, dispositivos que impossibilitassem que os membros das mesas diretoras, principalmente os presidentes delas, se eternizassem nos cargos.

Os legisladores estabeleceram como regra fundamental que um parlamentar que ocupasse um cargo na Mesa Diretora de uma casa legislativa não poderia nem sequer concorrer ao mesmo cargo, na eleição imediatamente subsequente, dentro da mesma legislatura. Lembre-se que uma legislatura tem quatro anos e os mandatos das mesas diretoras tem apenas dois.

São os presidentes das casas legislativas que estabelecem as pautas das matérias a serem apreciadas, são eles que impedem ou possibilitam uma ou outra votação, barrando ou permitindo que uma lei tramite, que vá ou não à votação.

A permanência de uma pessoa por muito tempo nesses cargos pode significar a agilização, o atraso ou mesmo o boicote de alguma matéria importante de interesse de algum grupo ou até de toda sociedade, como é o caso das reformas que tanto precisamos.

Distorções causadas pela errônea interpretação deste dispositivo constitucional, por parte do Supremo Tribunal Federal, fizeram com que os poderes legislativos, em suas três esferas, fossem transformados durante muitos anos, em feudos, e controlados por grupos políticos que desvirtuavam não apenas a função do Poder Legislativo, mas também e principalmente o equilíbrio de forças indispensáveis para que haja realmente a necessária harmonia entre os poderes.

Vejam o que aconteceu no Maranhão, durante dez anos. Um grupo sequestrou a Assembleia Legislativa do Estado, e fez isso com o respaldo do STF que rejeitou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, levantada por nós contra isso, e permitiu que tal contrassenso fosse perpetrado.

Para quebrar essa sequência de usurpação do Poder Legislativo maranhense, foi necessário que alguns deputados se rebelassem e desbancassem os latifundiários da ALM, vencendo no voto, uma dificílima eleição, mesmo contra todo o poder que se estabeleceu de forma arbitrária naquela casa, que tinha inclusive o beneplácito do Poder Executivo de então.

Será que alguém imagina que um parlamentar possa durante dez anos presidir um Poder Legislativo, e que isso possa ser uma coisa boa?

O que se viu esta semana, mais uma vez, foi uma Suprema corte dividida, onde parte dos juízes, como quase sempre tem ocorrido, tentavam impor seu entendimento, sempre ideológico e politizado. Mas o bom senso prevaleceu desta vez.

A Constituição é claríssima. A interpretação do texto não deveria requerer tamanha batalha. A maioria dos legisladores originários estão por aí, vivos, lépidos e fagueiros, perguntem a eles, por que incluíram na Constituição o dispositivo constante do parágrafo 4° do artigo 57!?

São por essas e por outras coisas que o Brasil é hoje um país completamente desajustado. Seu presidente é destemperado; a maioria de seus deputados e senadores só pensam no que fazer para se reeleger, desconhecendo que para isso basta ser trabalhador, coerente, leal e honesto; o Judiciário politiza todas as suas ações; e o povo que, ou é absurdamente manipulado por uns e por outros, ou é simples e completamente despreparado para uma vida cidadã, em sociedade, pois não tem a instrução nem a educação necessária para isso.

O bom trabalho de Anderson Lindoso na Lei Aldir Blanc

Uma das metas de minha vida sempre foi tentar ser uma boa pessoa, claro que isso estabelecido do meu ponto de vista, dentro dos meus parâmetros, seguindo aquilo que eu tenho como coerência.

Sempre busquei agir armado de inteligência e sabedoria, imbuído dos sentimentos de nobreza e honra, focando sempre no equilíbrio, na eficácia, na eficiência, na efetividade e na excelência de minhas atitudes e ações.

Digo tudo isso pra respaldar o que direi abaixo, uma vez que, por ser como eu sou, dá margem para algumas interpretações errôneas e outras maliciosas, de pessoas que acham que por eu fazer parte de um grupo político e ideológico, não posso de modo algum elogiar alguma coisa boa que outras pessoas possam fazer.

Nada nem ninguém me fará ser diferente, pois se o for, não serei eu.

Hoje gostaria de falar sobre a atuação do secretário de cultura Anderson Lindoso na importante ação que vem fazendo no que diz respeito a execução do orçamento relativo a Lei Aldir Blanc.

Anderson, dentro de seus limites, tem feito de tudo para agilizar a utilização de uma imensa quantidade de dinheiro que foi disponibilizado pelo governo federal para ser repassada para os agentes culturais de nosso estado.

Não vou dizer que tudo está sendo totalmente perfeito, pois perfeição em administração, principalmente pública, não existe. O que existe é a busca por ela e é essa busca sincera e desprendida que tenho visto por parte do gestor estadual de cultura.

Se houvesse prazo suficiente, algumas coisas poderiam ter saído bem melhor, é verdade, mas dentro das possibilidades, tem sido muito bom o trabalho. Não vou desconhecer que problemas existem, mas nenhum dos que eu detectei são causados por desinteresse, má vontade ou mesmo por sectarismo, da parte do secretário.

Os recursos da Lei Aldir Blanc para o governo do Estado do Maranhão somam a incrível quantia de 62 milhões de reais, duas vezes mais que o orçamento da SEDEL durante todos os quatro anos em que eu fui secretário daquela pasta.

As limitações jurídicas e o exíguo tempo de execução da Lei Aldir Blanc, que é emergencial, impede que possam ser feitas ações mais pontuais e estruturantes com esses recursos, que são destinados, como o nome diz, para socorro emergencial de um setor da economia que foi completamente destruído pela pandemia de Covid-19.

Existem ainda duas coisas que podem e deveriam ser feitas para melhorar ainda mais a ajuda que tanto o governo federal quanto a SECMA estão fazendo para o setor cultural: Prorrogar o prazo da utilização dos recursos, que vai originalmente até 31 de dezembro, uma vez que os efeitos nocivos da pandemia não terminarão naquela data. Quem nos dera!… E o aumento da possibilidade de apresentação de mais projetos por parte dos agentes culturais, coisa que a SECMA já está fazendo, mas de maneira tímida, uma vez que ainda sobrará muito recurso, que infelizmente terá que ser devolvido aos cofres do Tesouro Nacional, o que é péssimo para qualquer gestor e principalmente para o setor cultural maranhense.

De qualquer maneira, cumpro aqui a minha obrigação, não por elogiar publicamente o secretário de cultura do nosso estado por seu trabalho no que diz respeito à Lei Aldir Blanc, mas por cumprir uma obrigação que tenho comigo mesmo, de dizer o que penso e no que acredito.

Parabéns ao Anderson e ao pessoal da SECMA. O setor cultural maranhense agradece.

Reforma política e eleitoral já!

Antes da eleição, alguns candidatos a vereador me procuraram para que eu fizesse uma análise das condições eleitorais de diversos partidos. Alertei-os sobre o panorama da eleição e os avisei que com o fim das coligações, o cálculo do coeficiente eleitoral seria feito apenas com os votos que cada partido obtivesse. Disse-lhes que o mais sensato a fazer para ser eleito, era ser o mais votado do partido e rezar para que ele tivesse pelo menos os votos necessários para eleger um vereador.

No final, o que se viu foi muito candidato bom não conseguindo se eleger. Gente que perdeu a eleição tendo três ou quatro vezes mais votos que quem ganhou, e o que é pior, pessoas que tiveram votação semelhante às dos mais votados, cujo partido não conseguiu votos suficientes para atingir o coeficiente eleitoral e não elegeu nenhum representante.

Mais do que nunca, depois dessa eleição, ficou claro que precisamos urgentemente de uma profunda reforma política e eleitoral, que possa garantir efetivamente que a escolha do cidadão será respeitada.

Exemplo de que precisamos urgentemente dessa reforma se verá quando Eduardo Braide assumir a prefeitura e deixar de ser deputado federal. Em seu lugar assumirá o suplente da coligação PMN/PHS, que elegeu em 2018 dois deputados, ele, Eduardo, com 190 mil votos e o Pastor Gildenemyr com 47 mil votos. O primeiro suplente, Josivaldo JP, que obteve apenas 23 mil votos será nosso novo representante na Câmara Federal.

Isso ocorre porque a regra eleitoral favorece a agremiação partidária, deixando de lado o interesse do eleitor, uma vez que os menos votados acabam tendo preferência, em detrimento daqueles que conseguiram uma maior votação, como é o caso do deputado Gastão Vieira que obteve 58 mil votos, mais que o segundo colocado da coligação PMN/PHS, e bem mais do dobro de votos do suplente, Josivaldo JP, que será efetivado como deputado federal a partir de janeiro próximo, enquanto Gastão, em que pese ser um ótimo parlamentar, mesmo que ande um tanto equivocado politicamente, continuará dependendo da boa vontade do governador Flávio Dino e de seus correligionários para que possa assumir uma vaga de deputado federal.

Vejam bem que estou sendo totalmente pragmático. Estou dando um exemplo desfavorável a um deputado que irá apoiar o prefeito que acabamos de eleger em São Luís e mostrando que um que votou contra ele, deveria assumir o mandato.

O erro não é meu! O erro é da lei. Só quem deseja que o Brasil siga torto, capenga, aleijado no tocante às leis que regem a forma como escolhemos nossos representantes, concorda com ela.

O voto proporcional distorce a intenção do eleitor. Ele deseja uma coisa e a lei eleitoral lhe dá outra. O voto majoritário, com o qual só os mais votados se elegem, é tido como conservador demais, pois segundo seus críticos, não dá chance igualitária de representatividade aos candidatos menos fortes.

Em minha modesta opinião o melhor tipo de voto é o distrital simples, onde municípios e estados são divididos em distritos, tendo por base suas zonas eleitorais, e neles cada partido pode apresentar apenas um candidato para disputar a vaga referente àquele distrito, o que efetivamente regionaliza a disputa e propicia uma maior e melhor ligação do eleitor com seus representantes.

Penso ser este é o melhor tipo de voto que podemos ter em nosso país. Ele é mais justo, mais democrático e retrata a vontade direta do povo. Além disso a adoção do voto distrital simples servirá de filtro natural para a diminuição dessa absurda quantidade de partidos, através da solidificação e do fortalecimento apenas daqueles que realmente tenham aceitação e respaldo social e popular.

Carta ao futuro prefeito de São Luís

Meu caro Eduardo Braide, eu sempre tive certeza de que a esperança venceria o medo e você ganharia a eleição para prefeito de São Luís, tanto que estou escrevendo esta carta no dia 23 de novembro, mas ela só será publicada no dia 30, depois que tivermos comemorado a vitória da coragem e da liberdade do povo de nossa cidade.

Você e seus companheiros ganharam uma eleição difícil, onde o poder político e financeiro se colocou do lado de seu adversário. Tenho certeza que nesta última semana nossos opositores irão fazer de tudo para tentar reverter a derrota, mas tenho igual certeza de que não conseguirão. O máximo que poderão fazer é compraram votos e diminuírem a diferença.

Você e seus companheiros lutaram o bom combate, mantendo a disputa num nível elevado, o quanto foi possível, principalmente apresentando as suas propostas para administrar nossa amada São Luís, de forma clara e realista.

Você tem agora apenas um mês para se organizar, no sentido de se preparar para o verdadeiro desafio, que será gerir a máquina administrativa municipal, para tomar decisões nem sempre fáceis ou boas, decisões que influenciarão direta e indiretamente a vida de mais de um milhão de seus conterrâneos.

Você demonstrou grandeza ao estar disposto a firmar parcerias com o governo do estado no sentido de proporcionar à nossa cidade alguns benefícios, mesmo que o governador e seus assessores não tenham tido um comportamento republicano e democrático, durante a campanha eleitoral.

Ao fazer isso, você demonstrou não só grandeza de caráter, mas provou para ele e para o povo de São Luís, os que votaram e os que não tiveram o bom senso de votar em você, de que seu objetivo é principalmente realizar uma grande e boa administração.

Sua grandeza de espirito não será igualada pelo governador, que não deverá reconhecer a derrota e cumprimenta-lo pela vitória, como exige que o presidente Bolsonaro faça em relação ao presidente eleito dos Estados Unidos. Incoerência é marca registrada dele.

Você venceu essa eleição em primeiro lugar, por mérito próprio, graças à sua obstinação, à sua dedicação, à sua garra, ao seu trabalho em prol da cidade e de sua gente. Depois, essa vitória deve ser creditada àqueles que desde sempre estiveram ao seu lado, que acreditaram em você e em seus bons propósitos. Mesmo sendo citado em terceiro lugar, o apoio daqueles que se juntaram a sua campanha no segundo turno foi decisivo. Sem eles seria praticamente impossível termos ganho essa eleição. Por fim e principalmente, essa vitória tem que ser creditada aos eleitores que votaram, não simplesmente em você, mas nas suas propostas, na sua postura, na esperança que você encarnou.

Em que pese você ser ainda bem jovem, já é bastante experiente, porém nunca é demais repetir: o poder deve ser exercido basicamente com quatro instrumentos: sabedoria, inteligência, nobreza e honra. Muitas vezes você será colocado a prova, no sentido de saber qual a quantidade de cada um desses ingredientes há realmente em você, e em sua administração.

Imagino que alguns ensinamentos que recebi de meus pais, você e seus irmãos também receberam de Antônia e Carlos. Coisas como: “Estude; Preste atenção; Seja paciente; Ouça mais do que fale; Não tenha medo de reconhecer um erro, e se desculpe quando por acaso cometer algum. Saiba separar os amigos verdadeiros dos de ocasião. Saber ganhar é tão importante quanto saber perder; Busque e exija sempre o sucesso, mas valorize o esforço sincero das pessoas; A meritocracia é a melhor das réguas; As pessoas tem obrigação de ser acessíveis, disponíveis e corteses; Poder não é para quem tem, mas para quem sabe; Quem não sabe é como quem não vê; Você não é obrigado a firmar compromissos, mas se os fizer, cumpra-os ou os repactue; O sim só é uma palavra boa quando é verdadeiro ou possível; O não só deve ser dito se for terminantemente necessário…”

Não preciso lhe dizer como estou feliz por sua vitória eleitoral, mas ficarei muito mais feliz por sua vitória administrativa, pois dela dependem outras vitórias políticas.

Sei que você sabe que as coisas não serão fáceis, que o trabalho será grande e árduo, mas que muita coisa boa pode ser feita de forma simples, rápida e descomplicada. Sei também que você tem como principal meta de sua administração o atingimento daquelas cinco palavras que começam com a letra “E”: Equilíbrio, Eficácia, Eficiência, Efetividade e Excelência, mas nem sempre isso será possível, e você precisará estar preparado para saber como remediar tais situações.

Eduardo, sei que não é necessário dizer-lhe isso, mas mesmo assim insisto. Afaste completamente de você maus sentimentos como arrogância, prepotência, autossuficiência e soberba. Não seja, nem permita que ninguém ao seu redor seja, sectário ou maniqueísta. Fuja da hipocrisia e da desfaçatez a todo custo. Nós acabamos de ver que esses sentimentos podem levar os mais poderosos a uma retumbante derrocada.

Por fim só me resta desejar a você boa sorte, pois acredito que muitos dos outros ingredientes necessários para o sucesso, ou você já os tem ou não terá nenhuma dificuldade em consegui-los.

A esperança sempre vencerá o medo

A esperança sempre vencerá o medo

Vejam só como são as coisas! Você pensa que uma coisa que você deseja piamente pode ser boa para você, a consumação de sua vitória, mas no frigir dos ovos, acaba por descobrir que essa coisa, na verdade, significa a plena e total confirmação de sua derrota.

O candidato Duarte Junior e seus apoiadores mais fanáticos, todos eles ligados ao governo do nosso Estado, ansiavam desesperadamente pelos debates neste segundo turno, pois imaginavam que apenas com a realização dos debates, poderiam tirar a vantagem eleitoral que Eduardo Braide tem sobre ele. Deram com os burros n’água, pois o despreparo e o desequilíbrio do candidato Duarte Junior ficou patente, e ele mostrou, para quem assistiu aos debates neste segundo turno, que não tem capacidade nem mesmo para ser deputado, função que divide com outros 41 parlamentares, imaginem para ser prefeito da nossa amada cidade!

No Twitter, eu fiz uma pergunta seguida de uma irrefutável afirmação: “Alguém pode me explicar qual é mesmo o motivo dos apoiadores de Duarte Junior desejarem tanto que ele debata com Eduardo Braide, pois o que aconteceu na Band/UFMA, não foi um debate, foi um massacre, já que Duarte demonstrou ser totalmente incompetente e despreparado”. Muitas pessoas concordaram comigo, até mesmo alguns apoiadores do governo.

Tempo, em propaganda de campanha eleitoral só é coisa boa e positiva se o candidato tiver alguma coisa boa e positiva pra dizer. Depois dos debates, ficou claro que Duarte não tem nada a dizer, ou melhor, só diz bobagens e mentiras, além de agressões torpes ao seu oponente.

É inacreditável que alguém que deseja ser candidato a presidente da República, um camarada, inteligente, culto, experiente, como o governador Flávio Dino, tem a coragem de apresentar e apoiar para prefeito de nossa capital um energúmeno como Duarte Junior! Se bem que ele realmente nunca quis Duarte, tanto que não permitiu que ele fosse candidato por seu partido, o PCdoB.

Flávio perdeu o trem da história nessa eleição. Errou a mão desde o início, quando descartou de seu grupo Eduardo Braide. Depois errou novamente ao não ter permitido que Carlos Brandão, seu candidato ao governo em 2022, apoiasse Braide, obrigando-o a alojar Duarte em seu partido, o Republicanos. Acertou em parte ao instalar seu consórcio de candidatos, para levar a decisão da eleição para o segundo turno, mas não teve a capacidade de entender que mais adiante, as amarras que ele usava para prender os candidatos não iriam suportar as pressões, pois pedir a humilhação e o sacrifício pessoal, não é coisa que um amigo, ou mesmo de um simples companheiro, possa fazer com outro.

Neste domingo, 29 de novembro, o eleitor de São Luís irá dizer quem ele deseja que o governe pelos próximos quatro anos. Ao fazer isso, esse mesmo eleitor estará dando uma resposta contundente para aqueles que imaginavam que pudessem enganá-los. Seria muito bom que estas pessoas ouvissem a voz das urnas de São Luís, pois ela servirá de metrônomo para a música da política maranhense daqui por diante.

Carta para o candidato Eduardo Braide

Dudu, meu amigo, quando agora falta menos de uma semana para o dia da eleição, neste segundo turno, venho lhe dizer que sinto orgulho do seu trabalho, nestes últimos quatro anos.

Depois do equívoco cometido na eleição de 2016, ao invés de fazer como certas pessoas que se acham donos da verdade, você parou, fez um profundo e minucioso balanço dos acontecimentos, reconheceu seus erros, alinhou suas metas, fez seu planejamento e se pôs a trabalhar, pois você sabia o que desejava e lutou bravamente para chegar até aqui por mérito próprio.

Em 2018, o erro foi do MDB e do PSDB, por não terem lhe apoiado como candidato a governador. Os dois partidos deveriam ter consciência de que os tempos eram outros, que seus candidatos não fariam nem cócegas na couraça do governo e que o melhor para todos, seria lançarem um candidato jovem que pudesse trazer verdadeira perspectiva de renovação da política maranhense. Você!

Se isso tivesse acontecido, mesmo que a derrota fosse certa como estava previsto, haveria uma renovação verdadeira, e não aquela, tão falsa quanto uma nota de três reais, aquela que prometeu mudar o Maranhão, e se por algum acaso teve sucesso, foi mudando-o para pior, pois saímos dos tempos do sarneizismo e voltamos a era do vitorinismo. Um tempo de medo e de perseguição, coisas que nem na época da ditadura acontecia.

Quando começou a campanha, me preocupei muito. Pensei que você iria cometer os mesmos equívocos de 2016. Tive a impressão de que seu estilo retraído e um tanto tímido, o faria não se arriscar a cometer erros novos e o levaria a cometer erros antigos.

Quando você me procurou para conversarmos sobre a eleição, notei que havia algo diferente, ainda assim achei que era pouco, pois temos modos muito diferentes de agir. Eu sou de outro tempo, tenho gestos largos, sou mais falante e expansivo. Você é o oposto.

Quando você me pediu para conversar com algumas pessoas em seu nome, senti que havia algo realmente diferente em você, mas ainda assim achava que era pouco.

A proporção que o tempo foi passando e fomos conversando, vi outras mudanças importantes, mas ainda as achava tímidas e pouco inclusivas quanto aos políticos e seus apoios.

Sou de um tempo e de uma escola que acredita que para se ter sucesso na política é necessário que se tenha um grupo, de preferência grande e bastante motivado. Essa máxima é imutável, mas aprendi agora com você, que existem diversas maneiras de se chegar a esse ponto.

O fato desta eleição ter transcorrido em meio a uma pandemia, ajudou-nos bastante. O escasso tempo e as restrições à aglomerações, impediram que o poder econômico de nossos adversários, nos destruísse, fato que deve ser observado pelos legisladores, para que de agora por diante, os poderes político e econômico, não sejam assim tão decisivos em uma eleição.

A utilização desigual e covarde da máquina pública causa graves deformações no processo eleitoral.

Também em nosso favor trabalhou a arrogância e a prepotência do governador Flávio Dino e de seu grupelho político, que depois do fiasco do 1° turno da eleição de São Luís, mostrou que nada mais é que um mero agrupamento em torno do poder que temporariamente está em suas mãos.

Se por um lado funcionou a estratégia do consórcio que Dino idealizou para que eles não perdessem a eleição pra você, logo no 1° turno, por outro, ela gerou uma rachadura definitiva e mortal em seu grupo.

Mas disso tudo você já sabe, como sabe também que não pode aceitar o jogo baixo promovido por nossos adversários, que nos encaram como inimigos. A resposta que você deu aos seus detratores e ao governador Flávio Dino, foi magistral, pois você, depois de eleito prefeito de nossa amada cidade, deve procurar mesmo o governador, pois ele tem obrigação de ajudar os gestores municipais, inclusive aqueles aos quais combate, quase nunca de maneira republicana e democrática.

Sei que não preciso ressaltar, mas mal não faz, a enorme importância do apoio de Neto Evangelista, Yglésio Moisés, Sílvio Antonio, Madeira, dos vereadores eleitos do DEM, do PDT e de outros partidos, de dezenas de candidatos a vereadores que não conseguiram eleger-se, de deputados estaduais e federais que se juntaram a sua campanha, além da estratégica ajuda de deputados federais e senadores que o governador Flavio Dino tentou obrigar a se posicionar contra você, mas que permaneceram neutros.

Uma última recomendação: Não deixe de responder de forma elegante, porém contundente, a imensa quantidade de calúnias, injúrias e difamações que nossos adversários direcionam contra você.

Flávio Dino sabe que jamais poderia nem sequer cogitar, uma derrota como essa que se aproxima, ainda mais sendo ele candidato a presidente da república. Por isso fique atento, eles vão tentar algo radical!

Por fim, reafirmo publicamente aqui o que já lhe disse em particular. Sou um aposentado da atividade política, e como tal desejo permanecer. Sou apenas um seu apoiador e entusiasta, mas ainda sou um cidadão da ativa, portanto, o único compromisso que lhe exigirei é o de ser um excelente prefeito, de trabalhar incansavelmente no sentido de sanar os problemas possíveis de serem sanados em nossa cidade, e de minorar bastante aqueles mais complicados.

Sem memória não há sucesso

Gostaria de saber como vai a sua memória!? É!… Isso mesmo!… A sua memória, como ela vai!?… Pergunto-lhe isso porque a memória é responsável por grande parte do sucesso ou do insucesso que conseguimos em nossas vidas.

Precisamos da memória quando, ainda muito jovens, começamos a aprender as primeiras lições, começamos a nos alfabetizar, a ler e a escrever. Mais tarde outras lições serão armazenadas em nossa memória, o que nos dará o lastro que precisaremos para conquistar aprovação em cursos e galgar sucesso profissional e social.

Sem memória somos aleijados. Os elefantes tem uma memória prodigiosa, assim como outros animais desprovidos de intelecto, mas que possuem instintos poderosos, baseados totalmente nas suas memórias, acumuladas com as observações e as repetições dos ensinamentos de seus pais, e a memória genética, como a das pequeninas tartarugas, que tendo acabado de eclodir de seus ovos, fazem uma corrida decisiva rumo ao mar, pois aquele é o seu habitat, lá elas sabem que poderão sobreviver.

Estou falando de memória com você, aqui hoje, pois o que está acontecendo em São Luís é a tentativa canalha de tentar apagar de sua memória o festival de baixarias promovido pelo consórcio de candidatos do governador Flávio Dino no primeiro turno da eleição municipal.

Rememorando: Para que seu grupo não perdesse, logo no primeiro turno, a eleição para Eduardo Braide, o candidato preferido da população de São Luís, segundo as pesquisas, o governador Flávio Dino idealizou e perpetrou um esquema de lançar 7 candidatos a prefeito, na tentativa de diluir os votos e precipitar um segundo turno. Sua estratégia teve sucesso, mas mesmo assim o primeiro colocado do consórcio teve pouco mais da metade dos votos, do mais votado no pleito.

No desenrolar da campanha, os consorciados se desentenderam, como era de se esperar, e começaram a se insultar e trocar acusações mútuas, pois todos queriam ser o segundo colocado. As acusações e os insultos foram graves. Envolveram agressões morais, insulto a familiares, mentiras torpes e verdades mal colocadas.

Ocorre que agora, os mentores do famigerado consórcio querem que você, cidadão de São Luís, esqueça aquelas agressões, os insultos e as acusações. Que vocês façam de conta que nada daquele espetáculo de baixo nível que fomos obrigados a assistir no primeiro turno aconteceu, ou que seja esquecido, assim num passe de mágica.

Na verdade, o que esse grupo quer é enganar vocês. Eu digo vocês e não me incluo, porque a mim eles não enganam! A mim e a pelo menos 38% dos eleitores de São Luís, que no primeiro turno já disseram a esse consórcio um retumbante não, não votando naquela plêiade de candidatos que só tinham uma intenção, brincar daquele joguinho antigo, onde os praticantes fazem “tudo que seu mestre mandar”.

Como é que uma pessoa, em sã consciência pode aceitar votar num candidato que dias antes, disse que seu pai era bandido!? Como é que outra pessoa pode votar num candidato, que dias antes afirmou que essa pessoa representava tudo o que de pior havia na política brasileira? Como é que uma terceira pessoa pode votar num candidato que ela, acabara de afirmar e provar que ele era mentiroso? E o que é pior, todos estes acusaram tal candidato de crime contra a população a quem deseja representar, por expô-la ao risco do contágio de uma doença avassaladora como a Covid-19.

Fico imaginando se a memória de você que me lê agora está apurada e se você consegue entender o que está acontecendo.

No primeiro turno uma gangue se juntou para massacrar um candidato, cada um por si, atacando-o e batendo nele como pudessem, usando as armas mais baixas e torpes, como a mentira e a calúnia. Agora, no segundo turno, quase todos resolveram se juntar para tentar massacrar esse candidato, todos querendo enganar o povo de São Luís e com medo de perder as benesses do poder.

Perdoe-os, mas não esqueça, pois se você se esquecer, eles vão lhe enganar e acabarão por ganhar, e uma coisa pior do que eles ganharem, é o povo de São Luís perder.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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