Nunca é demais repetir…

Nos meses de março e abril últimos, escrevi textos que foram bastante comentados em todas as esferas políticas de nosso estado.

Entre as coisas que escrevi anteriormente, as que me pareciam mais importantes eram justamente aquelas que diziam respeito à forma de como deveríamos encarar os imensos desafios que naquele momento tínhamos pela frente. Hoje, ainda acredito que se agirmos com eficiência e agilidade ainda possa haver tempo de fazermos algo para minorar alguns desses problemas, tanto os que herdamos das administrações passadas, que são muitos, quanto os que nós mesmos criamos em tão pouco tempo.

Lembro de um discurso que pronunciei na Assembleia Legislativa, no qual fiz uma brincadeira com o nome do ex-governador. Disse que em que pesasse o fato de eu acreditar que o governador Jackson Lago fosse uma homem bem intencionado, seu governo antes de ser LAGO era na verdade um verdadeiro arquipélago, composto por muitas ILHAS. Porções de poder cercado de interesses políticos subalternos por todos os lados. Foi isso que acabou sendo o rápido e desastroso governo do PDT e é exatamente isso que poderá se tornar o atual governo, um governo arquipélago. Deveríamos aprender com a história, principalmente com os exemplos, com os erros dos outros e jamais repeti-los.

Um governo arquipélago é aquele em que cada secretaria ou órgão estadual é uma ilha, algo estanque, separado de todo o resto, onde o secretário ou gestor é o mandatário maior, onde ele, antes de operar a máquina estatal, trata de seus interesses políticos individuais. Onde para trabalhar lá, se precise ser de uma determinada igreja, ser filiado aquele partido, ter um certo sobrenome, ser proveniente de uma região específica ou se comprometa a votar em um certo candidato.

Não sou louco ao ponto de imaginar que um político não pense em sua eleição ou reeleição. Isso nunca! É legítimo que façam isso, mas que façam isso dentro de um critério mínimo de competência, decência, ética e comprometimento com as diretrizes de seu grupo.  

É importante que se diga, até agora, a culpa de tudo isso que está acontecendo não é de modo algum da governadora Roseana. Ela só terá alguma culpa se permitir que esse tipo de coisa continue acontecendo, e se isso persistir, será o fim. Não haverá nenhuma diferença entre o nosso governo e os dois anteriores. Será nesse momento que uma nova força política se apresentará como salvadora do estado e a população descrente, optará pelo novo. Esse filme é antigo, eu não o vi, mas o conheço.

O atual governo teria que ser de reconstrução, de estabilização, de restabelecimento da ordem na administração dos negócios de estado e do estado.

Nós políticos, principalmente os com mandato eletivo, teríamos sim que participar efetivamente da construção desse novo cenário, mas deveríamos antes de tudo termos consciência do que fazer e de como fazê-lo. 

Alertei para que ninguém se jogasse numa busca frenética pela indicação de cargos no governo, pois para cada cargo haveria um perfil correspondente e esse deveria ser minimamente respeitado, pois não vivemos mais o tempo do jabuti trepado. Não há mais espaço para desculpa de enchente ou mão de gente. Ao contrário disso confundimos colocações políticas estratégicas com concessão de empregos a políticos. Existem pessoas no governo que simplesmente ocupam um cargo mas não produzem nada, nem administrativa nem politicamente. Algumas dessas pessoas precisam ser colocadas para trabalhar!? Tudo bem! Mas não necessariamente onde o foram, pois ali atrapalham mais que ajudam. Uma coisa é o cargo, outra é a função que ele representa.

Quem por acaso faz parte da administração direta e executiva do estado deveria ter a consciência de que só lhe é possível estar ali porque há uma estrutura política que o sustentou, que o sustenta e o mantém. Por sua vez, os políticos, de todos os tamanhos e em todos os níveis, têm que ter consciência de seu valor dentro dessa estrutura, mas seria bom que soubessem que esse valor não pode jamais colocar em risco a estabilidade administrativa do governo, nem a paz, a harmonia, a tranquilidade interna de nosso grupo político.

Disse que gostaria de ver vários de meus colegas políticos, com ou sem mandato, participando do governo, mas ressaltei que queria que partisse em primeiro lugar deles e que ainda assim recebam orientação expressa da Governadora Roseana Sarney, de que o cargo que viessem a ocupar não lhes pertenceria, mas sim ao povo do Maranhão, do qual nós somos temporariamente os procuradores. Que tivessem consciência de que deveriam tratar os assuntos administrativos de maneira clara e reta, que os assuntos políticos fossem prioridade, que tivessem preferência desde que não conflitassem com os administrativos, que estivessem de acordo com a legalidade, com a justiça, com a coerência, com o bom senso e principalmente com o interesse público.

Finalizei dizendo que a montagem da base de apoio do governo seria uma obra delicada, que demandaria muita atenção, dedicação e cuidado. Que aqueles que sempre foram conosco teriam que ser tratados com toda deferência e consideração. Quem quisesse vir apoiar que viesse, mas que ficasse claro que a contrapartida desse apoio jamais aconteceria à custa do sacrifício de quem sempre foi leal e companheiro. Isso também não tem sido observado. Velhos, grandes e leais amigos estão se sentindo preteridos.

Tudo isso foi escrito e dito por mim há mais de quatro meses atrás, já prevendo o cenário de hoje. Exatamente porque acredito que o que disse anteriormente continua sendo verdade hoje, nunca é demais repetir.

Imagens do lodaçal

Recebi o texto abaixo, o li e por instantes fiquei atônito. As palavras quando bem colocadas tem uma força tão grande que nos faz ir com elas. Se usadas da forma correta o maestro das palavras pode nos fazer dançar ao som de sua sinfonia, nos fazer concordar ou discordar dele se for o caso, pode fazer conosco como faz o títere com seus fantoches.

Leia o texto que me foi enviado e mais abaixo leia a continuação desse texto feita por mim, na tentativa de trazer você de volta da viagem que o jornalista Clóvis Rossi nos proporciona com esse seu texto inteligente, mas caolho, faccioso, sectário, maniqueísta.

Primeira imagem: Luiz Inácio Lula da Silva abraça Fernando Collor de Mello.
Ajuda-memória: Fernando Collor de Mello vem a ser aquele cidadão que, além de ter sido o único presidente afastado do cargo por falta de decoro em um país em que o decoro é artigo raríssimo, pagou a uma mulher para dizer na televisão que seu adversário (justamente Lula, naquele momento) quis obrigá-la a abortar da filha que ambos tiveram (Lurian).
Esse tipo de atitude é tão indecente, indecorosa, delinquencial que desqualifica qualquer pessoa para a vida pública (a rigor, também para a vida privada).
Não é, portanto, passível de perdão. Lula até poderia aceitar o apoio de Collor para fazer parte da maioria governista. Aceitou o apoio de tantos outros desqualificados que, um a mais, um a menos, nem se notaria.
Daí, no entanto, a abraçá-lo publicamente e a elogiá-lo vai uma distância que, percorrida, desqualifica também a vítima de antes.

Segunda imagem, a de ontem: Fernando Collor de Mello cumprimenta José Sarney.
Ajuda-memória: Fernando Collor de Mello vem a ser aquele cidadão que com maior virulência atacou o governo Sarney, a ponto de chamá-lo de ladrão, pelo que jamais pediu desculpas.
Sarney nunca escondeu o profundo rancor que sentia pelo seu desafeto, que, aliás, só se elegeu porque era o mais vociferante crítico de um presidente que batia recordes de impopularidade.
Ao abraçar Collor e aceitá-lo na sua tropa de choque, Sarney implicitamente dá atestado de validade aos ataques do Collor de 1989 e, por extensão, junta-se a ele na lama.
Que Collor, o indecoroso com condenação tramitada em julgado, ressurja com os mesmos tiques e indecências de antes compõe à perfeição o lodaçal putrefato que é a política brasileira.

Estaria tudo certo se algumas imagens antes nós não tivéssemos visto Luis Carlos Prestes fazendo acordo com Getúlio Vargas.
Ajuda-memória: Olga Benário, judia, comunista, mulher de Prestes, grávida de sua única filha, Anita Leocádia, havia sido deportada para a Alemanha Nazista pelo governo Vargas (Felinto Muller) há menos de dois anos. Em 1946, mesmo assim o nosso mais expressivo líder comunista, celebra um grande acordo político do qual sai eleito o senador mais votado do país naquelas eleições. Imagine só que asco, que nojo…

Na verdade nunca senti nem asco nem nojo deste caso. Desde cedo entendi que existem preços que temos que pagar para alcançarmos os objetivos que almejamos. Luis Carlos Prestes foi meu primeiro professor de pragmatismo mesmo que nem tanto dialético, coisa que nada tem a haver com esse maquiavelismo torto que existe por aí.
Existem meios e fins e acreditem, eles não se misturam jamais meu camarada.

Um Pedaço de Ponte – Parte V

Dando continuidade ao texto “Um Pedaço de Ponte” leia a seguir: 

A última rolada de Rolando ou último vôo de Zé Curica 

      Rolando era o verdadeiro nome do homem que havia rolado a Ladeira do Comércio, em total estado de embriaguez, numa madrugada, outro dia, mas todos só o conheciam por Zé Curica. Saber seu apelido não ajudou muito a um jornalista recém-chegado a São Luis naquela ocasião, pelo contrário, fiquei mais confuso, não sabia se esse apelido era dado às pessoas que têm as pontas dos pés voltadas para dentro ou para fora.  No estado em que o encontrei não dava pra ter certeza.

Fui ao local e vi o corpo. Mesmo morto ele tinha uma cara muito simpática e parecia estar vindo de uma noitada de farra e divertimento ali pelas das redondezas, 28 e da Palma. Na verdade, soube depois que ele morava lá, na Rua da Palma. Ele, Maria Clara, Euzébla, Cândida, Das Dores, Carmita, Antônia, Zuleide e Karla, ou melhor, Raimundo Carlos Gonçalves da Silva, um veado do primeiro time da ZBM*.

Pelo que tudo indica, Zé Curica era mesmo filho de puta.

Fazia alguns meses e vinte e nove anos que Zé Curica vivia por aquelas velhas ruas de paralelepípedos, por aquelas ladeiras e por aqueles batentes de pedra de cantaria. Por lá todos o conheciam; o português do Lusitano, o “Carcamano” do Ferro de Engomar, uma ou outra mulher da vida, e até o dono do “Jornal Pequeno” dentre outros.

Quem sabe, ou ouviu falar, diz que a mãe dele era uma das meninas da Maroca, e seu pai, salvo engano, era um oficial do navio mercante espanhol “Colombo”, um tal de Gimenez.

Mas voltar 30 anos no tempo é demais. Não deve ter sido muito diferente pra ele sua adolescência, sua infância, sua meninice, da vida que levava até anteontem.

Zé Curica fazia de tudo um pouco, e é lógico que fazia muito melhor quando não estava com umas e outras pela cara.  Era sapateiro, pedreiro, carpina e tudo mais que dava pra ser. Soube que uma vez quase morre ao tentar consertar a instalação elétrica do velho sobrado onde morava, juntamente com aquela penca de mulheres e um veado.

Todo esse circo morava em um picadeiro, ou melhor, num poleiro, num prédio na Rua da Palma.  O aluguel era pago com o suor do rosto de Zé Curica, das pernas, coxas, barrigas, lombos e camas das mulheres.  Até Karla ajudava no que podia.

No mais, tudo era normal: um homem amargurado, meia dúzia de mulheres se vendendo; um veado regendo a sinfonia.

O cenário: as donas com as carnes à vista, o fedor, o lixo, a aparência da cidade para aquelas bandas.  Uma cidade que dormiu um sono sem fim.  Um sonho de passado com cores fostes de esquecimento.

Cada vez mais os dias se aproximam da madrugada de outro dia.

Disseram-me os vizinhos de Zé Curica que, sempre que ele podia, dormia com uma das mulheres que moravam com ele e Karla no prédio do velho Alves.  Vizinhos mais mexeriqueiros disseram que “de vez em quando ele errava de cama e dormia com Karla”.

Havia um caso entre Zuleide, Curica e Karla.  Confirmavam as discussões, taponas, pontapés de todos os lados, puxões de cabelos e arranhões.

Zuleide estava grávida de Zé Curica, e Karla, com ciúme, colocou Racumin no prato dela. Depois, com ajuda das cordas da rede de Zé Curica, a bicha louca se enforcara no mirante do sobrado.

Um assassinato calado com suicídio.

Naquela noite, Curica tinha mais motivo para beber e se divertir que nunca.

Rolando foi rolando. Arrasado, bêbado, começou a cambalear no abrigo da Praça João Lisboa e só parou de rolar na porta do prédio onde funciona a Secretaria de Planejamento, na Rua João Gualberto. Isso aconteceu na madrugada de outro dia.

Ainda há pouco descobri que Zé Curica é o apelido usado para quem tem as pontas dos pés voltados para dentro. E mais, que o apelido de Rolando era Zé Curica, não porque ele tivesse esse defeito físico, mas porque nunca pode comprar um “papagaio” de Zezé Caveira* e usava papel de jornal para preparar suas “curicas”. 

* ZBM – Zona do baixo meretrício

* Zezé Caveira – Maior confeccionador de pipas e papagaios de São Luis

Conversando com desconhecidos

Um dos comentaristas do meu blog disse que não admite que eu atribua a exposição pública das vísceras do Senado a uma campanha orquestrada pela imprensa. Imprensa da qual, segundo ele, eu faço parte, trabalhando, aliás, em uma empresa pertencente ao principal acusado nesses escândalos. Por fim, recomenda que eu diminua o tom agressivo das minhas respostas, pois, segundo ele, sou inteligente e a agressividade é a linguagem dos tolos.

Quem realmente me conhece sabe o quanto fiquei à vontade para responder a esse comentário! Comecei respondendo em tom de brincadeira e disse a ele sinceramente que não me considerava uma pessoa agressiva “seu pô… (kkkkk)”. Que não discordava de que em algumas ocasiões eu chegava a ser duro, “bastante duro (kkkkk)”, mas que ele não se preocupasse, isso não acontecia todo dia ”(kkkkk)”.

Depois de achar que já havia descontraído a conversa disse-lhe que deveria alertá-lo sobre alguns equívocos. Que jamais acreditei que as mazelas do Senado fossem criações da imprensa, mas que a exploração facciosa e sectária desse assunto, sim. Imprensa que faz isso a serviço de interesses políticos inconfessáveis. Disse-lhe que não sou jornalista e muito menos empregado de quem quer que seja. Que meu mais forte vínculo com os proprietários da citada empresa não é nem o político nem o comercial, mas sim o vínculo da amizade. Que esse vínculo me obriga, prazerosamente, a jamais ser leviano, fazendo com que eu ceda ao elogio fácil ou à subserviência. Amizade para mim é coisa muito séria que não comporta esse tipo de concessão.

Procurei tranqüilizá-lo dizendo que não acredito de forma alguma que haja santo nesse negócio de política, mas que, no entanto, tenho certeza de que a melhor maneira de se analisar corretamente qualquer assunto não é agindo com sectarismo ou com facciosismo.

O comentarista então replicou dizendo que o Senado foi transformado num cabide de emprego, repleto de maracutaias financeiras e que acredita que o papel da imprensa seja realmente esse. Que em casos como o de agora é preferível pecar por excesso do que por falta. Diz que estabelecer, por meio da justiça, uma censura prévia à imprensa, só aumenta a discussão sobre os fatos. Diz que se há inocentes, que a verdade apareça. Comenta que a ausência da imprensa, cobrando de forma justa e comprometida com a verdade, é que propicia muitas dessas mazelas.

Mais uma vez meu interlocutor fez a minha alegria. Pedi então que ele se colocasse no lugar de alguém que se sinta impedido de ter acesso àquilo que a lei garante a todo cidadão. A ampla defesa. Pedi que ele se colocasse na iminência de ver um direito seu sucumbir frente a um direito menor. Um direito que fere de morte o sagrado direito à ampla defesa. Disse-lhe que se isso acontecesse com ele, ele não acharia correto e que procuraria a justiça para proteger o seu direito fundamental, que estaria sendo vilipendiado e que eu me colocaria intransigentemente ao seu lado.

Ao contrário do que disse ele, a inocência não tem que ser provada. É a culpa que deve ser provada. O ônus de provar essa culpa cabe a quem acusa e para tanto não deve nem pode, por lei, criar factóides, através vazamentos de interceptações telefônicas, de partes dos inquéritos ou dos processos. Não pode montar um processo, um inquérito, um julgamento respaldado nas manchetes dos jornais, das revistas, nas chamadas dos jornais das emissoras de televisão ou de rádio.

Todos são inocentes até que se prove o contrário. É isso que prevê o bom e o justo direito, a boa e a justa lei. Agora, convenhamos, ter que se provar a inocência tendo que se enfrentar uma maciça e ampla campanha midiática, que tem como único intuito o de condenar previamente, moral e politicamente o arrolado!? Isso não é o que se possa chamar liberdade de imprensa e muito menos de estado de direito!

Não estou aqui simplesmente defendendo A, B ou C, defendo o que acho que seja o certo, para mim e para todos. Fazendo isso fico tranqüilo com minha consciência. É a defesa do amplo e do geral que me permite defender o particular e o objetivo, não o contrário. O direito individual está inserido indissociavelmente no direito coletivo e é conseqüência direta deste.

Cedo aprendi que devemos antes de tudo saber escolher quais são as causas que devemos defender, quais batalhas devemos lutar, isso para que não acabemos por lutar nas guerras dos outros, nem como mercenários nem como bucha de canhão.

Um dos aspectos mais fortes de um estado democrático de direito é exatamente esse, saber conviver com as diferenças sem querer-se simplesmente exterminar as discordâncias.

A palavra liberdade não pode ser usada jamais sem a sua complementar necessária e indispensável: Responsabilidade. Não existe liberdade sem responsabilidade. A liberdade dos irresponsáveis é a mesma que a dos tolos, dos sectários, dos escravos de todas as espécies.

Um Pedaço de Ponte – Parte IV

Dando continuidade ao texto “Um Pedaço de Ponte” leia a seguir:

Incêndios na Pensão Elite
         
          As labaredas iam a uns quinze metros e chegavam até ao teto da Distribuidora de Cereais do Maranhão, prédio colonial de três andares.

O fogo queimava com fúria as sacas de açúcar, de trigo, de arroz de Bom Jardim e de feijão de São João dos Patos. O milho pipocava.

Segundo testemunhas, começou no pátio interno, num depósito de casca de arroz, e se alastrou pelo prédio, até atingir um reservatório de óleo de babaçu e um quarto cheio de sacaria vazia.

Alguém comentou que o incêndio teria sido provocado pelos proprietários da firma, que se encontravam em sérias dificuldades econômicas.

Para os mais velhos e experientes, o incêndio foi causado pelo fogo de Helena: uma bela loura vinda de Marselha no começo dos anos trinta, quando apenas começavam seus vinte anos.

Helena foi trazida da França por Casimiro, dono da conceituada pensão Elite, que fora à Europa buscar mulheres para bem atender seus fregueses.

Casimiro já havia ido à Espanha, Portugal e até mesmo a Paris, mas iria a Marselha pegar o navio “Colombo” para voltar a São Luís.  Numa das docas do porto, sentada numa barrica, Casimiro avistou uma jovem com ar virginal e jeitinho meigo.
Tempos depois Helena era a sensação da Pensão Elite, em São Luis do Maranhão, onde destroçava e apaixonava a todos os homens que pelo menos lhe colocassem as vistas.  Também era conhecida por Senhorita de Guillon por seus eternos apaixonados, “ébrios de amor”.

Seu Francisco Carvalho, o “Carvalhínho”, era um desses apaixonados que nunca, e em tempo algum, conseguiria um beijo sequer da doce e meiga Srta.  de Guillon.  Quando muito, conseguia um olhar carinhoso e inocente, com meiguice e pureza, mas com total desinteresse.

Carvalhinho, “pra falar a verdade”, nunca viu ninguém, ou pelo menos ouviu falar em alguém que houvesse conseguido concretizar o amor com Helena, musa não só sua, mas de todos.

“Havia um mistério cercando aquela moça…” Carvalhinho falava, a intriga e o mistério invadiam nossos corpos pelos ouvidos.  “Nem mesmo Casimiro a tocava” Nunca se entregou a um dos seus apaixonados.

Nem mesmo as outras mulheres eram muito chegadas a Srta. de Guillon, e tudo dela era separado e importado de Paris.

Não durou muito o reinado de Helena, pois numa noite de chuva, relâmpagos e trovões, ela saiu até a sacada de seu quarto e colocou-se ao banho da madrugada. Isso aconteceu há cinqüenta anos, mas ainda hoje arde em Carvalhinho, ainda queima nos freqüentadores da velha Pensão Elite.

Ontem, olhando o fogo consumir, mais uma vez, a antiga Pensão, Carvalhinho lembrava e elucidava para nós o mistério Srta. de Guillon: “… Ali, meu jovem, um dos mais belos espécimes femininos que eu já vi teve seu corpo chamuscado e torrado por um raio. Entre os farrapos queimados de seu vestido, órgãos masculinos contrastando com belos e macios seios, queimados, é verdade, mas belos. órgãos masculinos contrastando com a falta de pêlos no rosto e nas pernas; com a cintura bem feita; com os quadris formosos e com os lábios que eram rubros e suculentos, agora inertes e frios”.

Aquela maravilha de mulher era um homem, vítima de um erro da natureza.  Mulher de cabelos, seios, quadris, rosto, lábios, mulher de alma e de quase todo o corpo.

Para Carvalhinho, aquele novo incêndio era o fogo da Srta. Helena de Guillon que ainda ardia nas paredes, nos corredores, nas salas, em todo aquele prédio.

O prédio queimou durante 36 horas.

Brincando com Brecht *

Se os tubarões fossem homens
O Analfabeto Político
usaria uma imensa mandíbula:
A Máscara Do mal.

E as Perguntas De Um Operário Que Lê?
Esse Desemprego
Diz Aos que virão depois de nós:
O Vosso Tanque General, É Um Carro Forte.
e A Troca da Roda
é um simples
Elogio da Dialética.

O Maneta No Bosque
é A Exceção e a Regra.

Não Necessito De Pedra
Tumular
Mas sim
O Nascido Depois,
No Segundo Ano
De Minha Fuga.

Para Ler De Manhã e à Noite
A Minha Mãe
A Fumaça
A Cruz de Giz
Os Esperançosos…
Acredite
esses precisam
De Ajuda

Ele foi
Expulso Por Bom Motivo
Apenas
Esse será
Epitáfio Para Gorki

Quem Se Defende?
Se Fossemos Infinitos
os Tempos Sombrios
seriam leves.
Nada É Impossível

Pensamentos De Mudar Ferro
Refletindo Sobre O Inferno
Sobre a Violência.

As Boas Ações
Os que lutam
São como a Poesia do Exílio.

De Que Serve A Bondade
se nós
Os maus e os bons
Precisamos De Você
assim
Privatizado.

Com Cuidado Examino
Como Bem Sei.
Mas e
Quem Não Sabe?

* Quando estou muito atarefado, cheio de coisas pra fazer e sem o tempo necessário, costumo arrumar coisas bem difíceis para ocupar meu tempo e minha cabeça enquanto descanso e tento relaxar. Esse poema é resultado de um desses dias de relaxamento.

O jornalista

A verdade em camisa-de-força.
E você aí
batendo as teclas da máquina
criando obstáculos entre versão e realidade.

Espero Que a Minha Verdade Não Ofenda Ninguém.

Recebi um comentário em meu blog sugerindo que falasse sobre isso tudo que está acontecendo no Senado e resolvi estender a resposta de lá para este que em minha opinião é o maior e mais importante veículo de comunicação de minha terra. Já comentei várias vezes sobre esse assunto, tanto aqui quanto na Assembléia Legislativa. Mais lá que aqui, pois acredito que lá seja o ambiente mais propício para fazer isso. Porém acho oportuno voltar a esse assunto.

Você acredita que se Sarney simplesmente renunciasse ao cargo de presidente do Senado os problemas que lá acontecem se resolveriam, assim, num passe de mágica? Imagino que a sua resposta, bem como a de qualquer pessoa de bom senso será, “NÃO”, e o motivo é claro para qualquer pessoa que não esteja comprometida com a partidarização do assunto ou com a vontade de vender notícias, de controlar e de manipular a opinião pública.

O problema em tela é bem mais profundo que a simples existência de um senador ou do presidente do Senado. É algo estrutural, inerente à mecânica do poder. Algo sedimentado e arraigado em qualquer estrutura burocrática repleta de benefícios como a do senado, que nunca sofreu uma modernização profunda e verdadeira ou qualquer ruptura em sua oligarquia funcional, que contabiliza benefícios seculares, coisas que ninguém jamais teve vontade ou coragem de tocar, até porque não interessava a ninguém fazer isso, pelo menos até agora.

Esse mundão de gente que alguns dizem querer que Sarney renuncie à presidência do Senado, não é nada mais nada menos que a mídia nacional querendo substituir a verdadeira opinião publica por sua opinião publicada. Os donos de jornais de São Paulo que estão a serviço do PSDB, tentando facilitar a vida de Zé Serra que quer porque quer ser presidente da república.

Você pode até dizer que estou simplificando a coisa, mas pense um pouco. Sarney já foi presidente do Senado duas vezes anteriormente, pelo menos uma delas no tempo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Por que isso não veio à tona naquela ocasião se todos dizem hoje que isso tudo sempre aconteceu? Que isso é coisa de longas datas? Eu lhe digo o por que. Porque não interessava a ninguém naquela época desestabilizar o governo de então, mas o de agora sim. Os paulistas quatrocentões não admitem que a Dilma possa vir continuar fazendo o que Lula vem fazendo na presidência da república. Querem porque querem mudar a gerência do poder central de nosso país. É muito, muito, muito dinheiro… É muito, muito, muito poder que está em jogo, não é apenas Zé Sarney ou o Senado. Como dizia W.S. “Há mais coisa…”

Acredite, qualquer um que estivesse no lugar de Sarney, sendo quem Sarney é representando o que ele representa, estaria passando pela mesma situação, pelo mesmo suplício e se fosse realmente como Sarney, esse alguém teria que resistir a todo custo, pois assim estaria fazendo um grande serviço ao Brasil. Estaria impedindo que alguns poucos manipulassem a opinião pública, subvertendo a verdadeira vontade popular sem uma eleição democrática, apenas com páginas de jornais e reportagens televisivas, munidos de denuncismo, hipocrisia e motivados por interesses subalternos.

 Não pense que eu acredite que Sarney seja um Santo. Alguém sem defeitos. Ele os tem, mas nenhum que eu ou você, ou Artur Virgilio ou Pedro Simon também não tenhamos. Queira Deus, os nossos sejam menores que os dele. Não pense que eu acredite que não haja nada de errado no Senado. Tenho certeza que há, só não concordo que a execração pública do presidente do Senado, sua crucificação, sua imolação, seu sacrifício público, seja a maneira correta ou justa de resolvermos esse assunto.

Pelo menos uma coisa já está acontecendo de bom nisso tudo, começaram a organizar de forma clara e transparente a estrutura administrativa e funcional do Senado Federal e é bem possível que toda essa celeuma sirva para consolidar essas mudanças.

Respeito e defendo o direito de quem se opuser a mim ou a Sarney. Para um político um adversário é quase tão importante quanto um correligionário, mas é necessário que tanto correligionário quanto adversário saibam quais os seus papéis e que tenham a mínima noção de como devem desempenhá-lo. Correligionário não pode ser capacho e adversário não tem que ser escroque.

Essa é a verdade em que eu acredito.

Um Pedaço da Ponte – Parte III

Dando continuidade ao texto “Um Pedaço da Ponte” leia a seguir:  

Aurora e Catarina 

      Filha de dona Justina e do finado senhor Custódio, Aurora era um botão em flor no esplendor de seus treze anos.  A mulher começava a aflorar nas carnes da menina precoce, que na quarta série do ginásio no Colégio Rosa Castro, já era a mais bela e graciosa da turma e, para alguns, do colégio.

Catarina era a afilhada da dita Justina e do finado Custódio.  Menina criada sem sunga, como se podia dizer – sem sunga e na Baixada – Viana, São Bento, por ali.

Aurora tinha apele branca, como algodão, e macia como o pêssego.  Já Catarina era a morena que deixava o português da Auto-Importadora a pensar: “Um metro e pouco de morena,com apenas 14 anos, e já me fazendo pecar”.

Catarina era como a manhã: extrovertida, alegre, bondosa, inocente, apesar de inculta e tola. Por sua vez, Aurora era como o entardecer: pura, dócil, morna. Tinha um aspecto de crepúsculo – calada, resguardada, dava até a impressão de tristeza.

As duas crianças se davam muito bem. Eram moças que estavam sendo criadas para serem mulheres prendadas: tricotavam, costuravam, cosiam, estavam aprendendo a cozinhar, além de fazer quitutes, doces e salgados, especialidades das mulheres da família, que era tida como a das maiores banqueteiras da cidade.

Aurora estava sendo preparada para casar, mas queria ser independente, estudar ir morar fora e se formar em Medicina.

Catarina seria preparada para casar e ser mais uma dona de casa. Veio tarde para cidade, e não se engraçou pelos estudos.  Aprendeu, realmente, o que queria.

As meninas dormiam no mesmo quarto, desde que Catarina chegou do interior.  Uma admirava muito a outra.  Na real acepção da palavra, elas se amavam.

Carlos, um vizinho e amante das duas, em sonho, as observava sempre: “Catarina penteava Aurora. Aurora vestia Catarina. Uma viu a mulher nascer na outra”.

Nos seios da Aurora, havia um pontinho rosado ao centro, que Catarina se deliciava em acarinhar e vê-lo intumescer, e assim era com Catarina.  Uma e outra se conheciam, se tocavam, se banhavam, dentro de uma inocência que tornava aquilo tudo bonito e fazia com que a sensualidade das moças brotasse a poros abertos.

A sociedade reprimia muito mais as pessoas, há cinquenta anos.  Reprimia tanto que, uma vez, apesar de irmãs de criação, as duas saíram de mãos dadas – e isso era comum – e logo se comentou.  Sabedoras de que ninguém entenderia suas intimidades, não se manifestavam em público, apesar do que, de vez em quando, uma ou outra escorregava…

Certa ocasião, Aurora, eufórica porque havia tirado uma boa nota em matemática, matéria que odiava, chegou a casa e, na frente da mãe, da tia Laura e do primo Celso, beijou Catarina nos lábios.

Catarina, apesar de mais segura e precavida, um dia deu um puxavão na franzina Aurora, só porque esta se derretia para um rapaz numa festa.

O inevitável tinha de acontecer.  Celso, sobrinho de dona Justina, resolve passar uns dias na casa da tia.  O rapaz faiscava de desejo por Catarina.  Esperou a tia se retirar da cozinha, e a prima sair para aulas particulares com a professora Risoleta, para abordar aquele pedaço de chocolate, que era Catarina.

E foi assim.  A moça gostou e, pensando que os carinhos do homem seriam como os da menina, permite-se devassar pelo rapaz.  Para ela era natural

Celso desabotoou-lhe a blusa.  Ela gemia devagar, e já sentia alguma diferença entre os carinhos de Aurora e os de Celso, mas se deixou levar.  Ele levantou a saia, a anágua e ela estava sem sunga.  Com jeito e carinho fazia seus dedos passearem por matas, becos, grutas e alamedas e, cada segundo, a deixava mais e mais desejosa.  Como que sabendo o que lhe aconteceria, Catarina procura nas calças dele algo que sabe que existia, mas só imaginara sua serventia há poucos instantes.  Ela se jogou ao chão.  Ela já sem roupas e ele vestido, mas morto de desejo.  Suas bocas se confundiam com seus corpos, e provavam um o gosto do outro, até que ele não se contém, e caí sobre ela, penetrando-lhe de forma tão forte e ao mesmo tempo macia que o êxtase dos dois é imediato, mas nem por isso param de gemer baixinho, de mexer levinho, de ondular os corpos.

Aurora, querendo fazer surpresa, entra pé ante pé, sobe as escadas como um felino.  Vê a mãe, que dorme no quarto, e supondo que o primo saíra, vai à cozinha, assustar Catarina. Ela chega, mansamente, e depara os dois caídos ao lado da mesa da copa, se beijando, se tragando, se querendo. Soluçando quase sem som, ela saí e vai chorar em seu quarto, onde entende muita coisa.  Entende que o amor por Catarina superava muita coisa…

Aquela noite foi quase como todas as noites, só os segredos gritavam na hora do jantar: o amor de Aurora por Catarina, o amor de Catarina por Celso.

Todos vão dormir com um determinado silencio quase fúnebre.

Aurora se levanta de madrugada e ingere uma porção do veneno de matar ratos, morrendo dolorosamente em seguida.

Quando amanhece, Catarina é a primeira a dar por falta da Aurora, encontrando-a estirada ao lado da mesa da copa. Catarina entende o que aconteceu e se atira de cabeça do mirante do sobrado da casa do finado Custódio, na Rua do Sol, 99.

O Correto e o Justo – Os fins justificam os meios?

“Dois juízes encontram-se no portão de acesso de um conhecido motel. Até aí tudo bem, isso poderia ser uma coisa normal, acontece que cada um estava acompanhado da mulher do outro.

Após alguns instantes de impasse, em tom solene e respeitoso, um diz ao outro: Nobre colega, creio eu que o correto seria que a minha mulher viesse comigo, em meu carro, e a sua mulher volte com Vossa Excelência no seu.

Ao que o outro respondeu sem pestanejar: Data vênia, concordo plenamente com o nobre colega. Isso seria o correto a se fazer. No entanto, isso não seria o justo, levando-se em consideração que vocês já estão saindo e agora é que nós estamos entrando.

Resolvi colocar essa piada neste texto para descontrair nossa conversa, mas também para tentar usá-la como link ao abordar o assunto que gostaria de tratar aqui hoje.

O que escolher ser? Ser correto ou ser justo? Esse dilema me lembra algo proposto pelo mestre Nicolau, no capitulo XVII de sua obra-prima que estará completando 500 anos em 2013, isto se o mundo não acabar em 2012, como previram os Maias.

É fato que o correto nem sempre é o justo e vice-versa. Sinceramente eu não sei e acredito que ninguém possa me dizer, com certeza, qual das duas situações é a menos pior. O risco que se corre em sermos corretos, mas injustos, é o mesmo que há em sermos justos, porém incorretos. Parece simples e fácil, mas não é nem uma coisa nem outra.

Diariamente nos deparamos com situações como essa. Dilemas iguais ou piores do que esse, que, de certa forma, transformam a nossa vida numa sucessão de escolhas, certas, erradas ou nem tanto.

É a relação de coerência entre essas escolhas que nos deve guiar através da vida. Algumas vezes, por caminhos nem sempre os mais justos, porém, os mais corretos, outras vezes através de caminhos nem sempre os mais corretos, porém os mais justos.

Quando falo de justiça e correção me salta imediatamente da memória uma história que minha avó, Maria Haickel, me contou quando era criança, sobre a imensa sabedoria do rei Salomão que deveria decidir entre duas mulheres, quem deveria ser a mãe de um recém-nascido.

Conhecido também por seu equilíbrio, por sua justiça e por sua correção, Salomão, depois de ouvir as razões das mulheres, disse que não seria capaz de resolver com quem estava a verdade e por isso só havia uma coisa que ele poderia fazer, mandaria cortar a criança ao meio e dar a metade para cada uma daquelas mulheres que se diziam mãe.

Como minha avó libanesa me contou em seu português arrastado, a criança foi entregue à mulher que se jogando aos pés do rei pediu que ele desse a criança à outra mulher, pois preferia ver o seu filho com outra mãe a vê-lo morto. Salomão, então teria dito “Dai a esta o menino vivo e de maneira nenhuma o mateis, porque esta é sua mãe.” Disse isso porque aquela mulher havia demonstrado, com sua renúncia, o amor característico das mães, coisa que só uma mãe é capaz de fazer.

A justiça trabalha com o risco do imponderável, do psicológico. Eu sempre achei que havia um componente psicológico muito marcante nessa história, algo determinante que não se pode deixar de analisar.

Imagine se aquela mulher que se jogou ao chão implorando ao sábio rei que não partisse a criança ao meio estivesse fazendo isso não por amor, mas por remorso, pois ela sabia que aquela criança não era a sua, pois o seu filho havia morrido.

Se remorso e não amor foi o motivo que fez aquela mulher renunciar à criança, o que Salomão fez foi o certo ou o justo? Deixo que você resolva ao seu modo, mas não deixarei de dizer-lhe a minha opinião. Pouco importaria o motivo que levou aquela mulher a impedir que o rei mandasse cortar a criança ao meio, se foi amor é porque ela era a mãe verdadeira, se foi remorso, mesmo não sendo a verdadeira mãe, ela demonstrou que tinha compaixão, generosidade, desprendimento e mesmo dilacerada pela perda do filho morto, não chegaria ao ponto de deixar matar aquela criança, linda como seu filho seria. Fazendo isso ela se fez igualmente merecedora do veredicto favorável do rei.

Não importa se o correto é o justo ou vice versa, o que importa é que qualquer coisa que façamos seja sempre impregnada da vontade verdadeira de fazer o melhor, o mais correto, o mais justo, mesmo que nem sempre consigamos.

Pense nisso!

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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