“Se for pra sonhar, gosto de sonhar alto”, diz Áurea

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Multimídia, multifacetada, inquieta, sonhadora com pé no chão. Essa é a melhor tradução para Áurea Maranhão, 28 anos, nascida em 15/09/1987, em Manaus, capital do Amazonas. Ela adotou o Maranhão para viver e como sobrenome artístico. A atriz faz questão de declarar o seu amor por São Luís, a capital maranhense, que a acolheu.

Áurea Maranhão: "transitar por diversas linguagens artísticas me deixa mais atenta e disponível ao trabalho de atriz, e esse diálogo contínuo me ajuda a não cair na zona de conforto, então permaneço me desafiando e estudando, pesquisando e aprendendo... Acho que isso é fundamental para quem quer seguir essa profissão. Foto: Natalia Moura
Áurea Maranhão: “transitar por diversas linguagens artísticas me deixa mais atenta e disponível ao trabalho de atriz.  Este diálogo contínuo me ajuda a não cair na zona de conforto. Então permaneço me desafiando e estudando, pesquisando e aprendendo… Acho que isso é fundamental para quem quer seguir essa profissão. Foto: Natalia Moura

– Apesar de ter nascido em Manaus, me criei nessa linda cidade. Culturalmente e afetivamente sou ludovicense, sinto que eu sempre fui Áurea Maranhão – define.

Agora, com um detalhe: a jovem artista deixa bem explícito que exercita o direito de ir e vir, ou seja, gosta de trilhar por diversos caminhos como ativista da arte.

Áurea, que participa do filme “Prova de Coragem”, do diretor Roberto Gervitz, atua, pela primeira vez como diretora, no espetáculo “Para uma Avenca Partindo” com a “trupe” do Teatro do Redentor.

A peça vai representar o Maranhão no no 23º Festival Nordestino de Teatro, que ocorrerá entre os dias 3 e 10 de setembro, na cidade de Guaramiranga, na região serrana do Ceará.

Em bate-papo com o Blog de Pedro Sobrinho, Áurea Maranhão fala dos desafios e das realizações que a arte lhe proporciona em 11 anos de convivência.

Áurea Maranhão: "sinceramente, acho que nasci para fazer Cinema, me sinto plena quando estou num set de filmagem". Foto: Natalia Moura
Áurea Maranhão: “sinceramente, acho que nasci para fazer cinema. Me sinto plena quando estou num “set” de filmagem”. Foto: Natalia Moura

PEDRO SOBRINHO: O nome artístico Áurea Maranhão?

ÁUREA MARANHÃO: Foi uma indicação do diretor Roberto Gervitz. Usava meu nome de batismo, Áurea Teixeira. Mas, ele comentou que meu nome era forte e soava bem com Maranhão, enfim, combinava mais.

Então, por que não usar Áurea Maranhão ? No começo resisti, mas eu estava voltando a morar em São Luís depois de muitos anos, isso influenciou bastante.

Era uma forma de homenagem, uma volta as minhas raízes, a minha terra, minha identidade. Apesar de ter nascido em Manaus, me criei nessa linda Cidade. Culturalmente e afetivamente sou ludovicense, sinto que eu sempre fui Áurea Maranhão.

PEDRO SOBRINHO: Quanto tempo atuando como atriz?

ÁUREA MARANHÃO: Profissionalmente desde os 17 anos, quer dizer, já se vão 11 (onze) anos. Comecei no teatro da escola, mas no último ano do ensino médio conheci o Colun Vox, grupo dirigido pelo querido Josué da Luz. Foi a partir de lá que comecei a trabalhar com grandes artistas da cena maranhense.

Aos 18 anos iniciei meus estudos no Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem), mas cursei apenas o primeiro ano, fui reprovada.

Felizmente no mesmo ano, após um difícil processo seletivo, fui aceita na Escola de Arte Dramática EAD/ECA/USP em São Paulo, escola que me formou em artista/pesquisadora e que foi um importante marco em minha vida.

PEDRO SOBRINHO: Nesse jeitão multifacetado de fazer arte, em que se enquadram o teatro, o cinema, a dança, o canto quando necessário e as intervenções feitas com irreverência, o que você gosta de fazer?

ÁUREA MARANHÃO: A EAD, sendo a mais antiga e importante escola de formação de atores do Brasil, faz parte da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e me proporcionou uma excelente formação.

Durante bons anos, tive intenso contato diário com grandes professores e diretores da cena contemporânea brasileira.

Foi uma grande oportunidade de pesquisar diferentes universos do conhecimento científico, desde a filosofia, antropologia, sociologia, e mesmo especificamente em relação às artes cênicas, como história do teatro, direção, luz, cenário, corpo, aulas de voz, canto, estudo da palavra, anatomia, técnicas de câmera e TV, arte do palhaço, dança contemporânea, contato improvisação, instalações cênicas, ufa…

O que dizer da bagagem que cada diretor convidado trazia como referência? Toda essa experiência, sem dúvida, me mostrou caminhos e possibilidades de trabalho.

Aos poucos fui me descobrindo como artista e a cada montagem de peça, a cada direção de cena, exercício, leitura, aprendendo a lidar com meu corpo e a aliar o estudo científico ao meu trabalho na cena.

A consciência de que uma peça é mais que uma peça, seus fundamentos e função social. Que uma música, por exemplo, pode contar mais que uma simples história e que a performance dialoga diretamente com o espectador…

Bom, basicamente aprendi que o ofício do ator é permanecer em constante pesquisa e aprendizado. Pedro, tenho tantas saudades da EAD! Mas tentando responder a pergunta, tenho me dedicado nos últimos anos à Sétima Arte.

Há cerca de três anos me integrei ao AP43, grupo de pesquisa com o foco no trabalho do ator no Cinema (http://ap43.com.br/).

Foi lá que tive minhas primeiras experiências com a cena cinematográfica e, desde então, tenho me concentrado mais ao Cinema. Mesmo morando em São Luís viajo periodicamente a São Paulo para mergulhar na pesquisa do AP43.

E foi justamente nesse grupo maravilhoso, dirigido pela Nara Sakarê, que descobri a autonomia do trabalho do ator no Cinema, as diversas possibilidades de criação, percebi que cada filme é único e que a cada trabalho, roteiro, diretor sou movida a recomeçar.

Sinceramente, acho que nasci para fazer Cinema, me sinto plena quando estou num set de filmagem. Por outro lado, não vivo sem o teatro e a performance, afinal fazem parte de minha formação, gosto de dançar e pesquisar o movimento, aliás a música é também um grande desafio, preciso estudar mais e me dedicar a ela, ao canto, ao acordeom, instrumento que escolhi tocar.

Transitar nessas linguagens artísticas me deixa mais atenta e disponível ao trabalho de atriz, e esse diálogo contínuo me ajuda a não cair na zona de conforto, então permaneço me desafiando e estudando, pesquisando e aprendendo… Acho que isso é fundamental para quem quer seguir essa profissão.

PEDRO SOBRINHO: O que atrai você no teatro e no cinema quando tem de mergulhar em um projeto?

ÁUREA MARANHÃO: O aspecto humano e social abordado nos temas e personagens, direta ou indiretamente. Estamos sempre tratando do ser humano e do meio onde vive. De certa forma isso é inevitável. Gosto de me desafiar na pesquisa antropológica, de estudar a humanidade, na sua complexidade, sua beleza e seus demônios.

                                                             

PEDRO SOBRINHO: Como surgiu o convite para participar do filme “Prova de Coragem”, do diretor Roberto Gervitz, e num elenco que está Mariana Ximenes?

ÁUREA MARANHÃO: O meu personagem no filme seria interpretado pela atriz Maria Flor. Mas, na véspera de gravar ela pegou a minissérie O REBU, deixando aberta a vaga.

Na época, eu já fazia parte do AP43 e o Roberto Gervitz (que era parceiro da Nara Sakarê, desde o filme Jogos Subterrâneos) pediu indicações de atrizes para o papel. A Nara preparou os atores para o filme e participou do processo dos testes.

Por coincidência, eu estava em São Paulo na época, fui fazer o teste e passei. Posso dizer, seguramente, que foi uma experiência riquíssima.

A atriz Mariana Ximenes, o ator Armando Babaiof, o fotografo Lauro Escorel, o diretor de arte Adrian Cooper, a produtora Mônica Schmiedt, a Nara Sakarê, o Roberto Gervitz são pessoas que trabalham no cinema há muitos anos, então foi uma grande experiência lidar com todos esses profissionais e uma ótima oportunidade de me inserir no mercado cinematográfico brasileiro.

PEDRO SOBRINHO: E o que o filme representa em sua vida como atriz?

ÁUREA MARANHÃO: Certamente, o filme abriu portas para mim, principalmente porque circulou em grandes festivais no Brasil e no exterior, foi visto por muita gente. Isso amplia os caminhos e as possibilidades para que as pessoas conheçam o meu trabalho.

Àurea Maranhão: "a nossa sociedade valoriza muito o consumo, por isso é importante compreender que a cultura é mais que um produto. Pra mim, ela é um mecanismo de diálogo coletivo que tem a ver com pertencimento, com o processo histórico de uma sociedade, com a comunidade, o povo, o País. Quando compreendermos isso, valorizaremos mais a nossa cultura". Foto: Natalia Moura
Àurea Maranhão: “a nossa sociedade valoriza muito o consumo, por isso é importante compreender que a cultura é mais que um produto. Pra mim, ela é um mecanismo de diálogo coletivo que tem a ver com pertencimento, com o processo histórico de uma sociedade, com a comunidade, o povo, o País. Quando compreendermos isso, valorizaremos mais a nossa cultura”. Foto: Natalia Moura

PEDRO SOBRINHO: Você é uma pessoa perfeccionista no que faz?

ÁUREA MARANHÃO: Muito. Sou virginiana meu lindo! Gosto de fazer muitas vezes uma cena, experimentar, sempre acho que poderia fazer melhor, desafiar mais. Às vezes isso me enlouquece, minha autocrítica me arrasa.

PEDRO SOBRINHO: Você sabe que viver de arte no Brasil é um desafio. Dinheiro é uma preocupação para você?

ÁUREA MARANHÃO: Acredito que para quem vive de arte no Brasil, o dinheiro, ou melhor, a falta dele é sempre uma preocupação. A nossa sociedade valoriza muito o consumo, por isso é importante compreender que a cultura é mais que um produto.
Pra mim, ela é um mecanismo de diálogo coletivo que tem a ver com pertencimento, com o processo histórico de uma sociedade, com a comunidade, o povo, o País. Quando compreendermos isso, valorizaremos mais a nossa cultura.

PEDRO SOBRINHO: Enfim, você tem conseguido fazer teatro e cinema aliando a devoção com reconhecimento financeiro?

ÁUREA MARANHÃO: Quando comecei a trabalhar com teatro na escola percebi que para o espetáculo acontecer eu sempre precisava pedir a minha mãe para costurar figurinos, fazer um arranjo de cabeça, um detalhe ou cenário, aí entrava irmão, pai, amigos.

A gente realmente metia a mão na massa, também com a ajuda de muitas pessoas, fazendo muito mais que atuar, no estilo “pau pra toda obra”.

Hoje em dia isso não mudou muito, se quero ganhar dinheiro preciso fazer a luz, o figurino, o cenário, preciso produzir a peça, ensaiar e criar um argumento, chamar os atores e parceiros e estudar como fazer isso sem gastar muito dinheiro. Tem muito trabalho e poucos recursos.

Para que a peça possa circular isso ainda é uma realidade. Só tem dinheiro quem produz e se arrisca. Quem não faz isso e fica em casa esperando o trabalho aparecer não ganha dinheiro. Isso acontece em todo Brasil, não só em São Luís.

PEDRO SOBRINHO: Você é uma artista que se posiciona politicamente?

ÁUREA MARANHÃO: O ser humano é um ser político. Não consigo separar meu trabalho do meu posicionamento politico, eles andam lado a lado. Para mim, viver de arte no Brasil é um posicionamento político.

PEDRO SOBRINHO: Você morou por um bom tempo em São Paulo e resolveu retornar a São Luís. O que motivou esse retorno?

ÁUREA MARANHÃO: Quando saí de São Luís para fazer a prova da EAD aos 19 anos, meu marido Ricardo Coutinho, que na época era meu namorado, me disse: “amor, não se esquece de onde você veio, vai lá estuda, aprende, cresce, mas volta pra trocar aqui, pra dialogar com os seus”. Muitos anos depois, essa frase começou a fazer sentido.

Hoje não me imagino morando apenas em São Paulo, preciso estar em São Luís trocando com os meus. Vivo uma parte do ano em São Paulo e outra em São Luís, estou me preparando para passar mais uma temporada em São Paulo para trabalhar, pesquisar, retomar as experiências com o AP43, também fazer cursos.

PEDRO SOBRINHO: Está sendo possível trabalhar naquilo que você mais gosta que é o teatro e cinema morando em São Luís?

ÁUREA MARANHÃO: Estamos passando por um momento lindo culturalmente na Cidade. Espetáculos de teatro, genuinamente maranhenses, circulando pelos principais festivais do Brasil, grandes cantores e compositores ganhando espaço na cena musical brasileira, o nosso cinema que se destaca mais a cada dia.

Agora, com a Escola de Cinema do IEMA e o Lume Filmes mais pessoas poderão se capacitar e contribuir com esse movimento. Sem falar nos grandes festivais de dança (Conexão Dança), cinema (Maranhão na Tela e Guarnicê), música (BR135, Lençóis Jazz e Blues Festival, Festival de Música Barroca de Alcântara), entre tantos outros eventos que acontecem por todo o Estado, formando plateia e divulgando a nossa arte…

Acredito na força da cena cultural maranhense e ela esta ganhando espaço. Claro, para quem vive de arte no Brasil, o mercado não é fácil, estamos crescendo.

PEDRO SOBRINHO: Essa efervescência que você sente do cinema no Maranhão, com a criação da Escola de Cinema, várias produções de curtas e longas, cineastas, atores locais premiados e atuando em grandes produções é uma realidade eterna ?

ÁUREA MARANHÃO: Tenho muito orgulho de estar morando em São Luís nesse momento e fazendo parte dessa geração talentosa que vê, faz e respira cinema. Acredito e aposto muito em São Luís como um celeiro de cultura para o Brasil e para o mundo.

Estamos produzindo grandes profissionais. Falo de atores, diretores, roteiristas, fotógrafos, produtores, enfim, não há duvidas que o cinema maranhense tem muito a contribuir com cenário nacional.

Temos um set de filmagem perfeito, entra luz por todos os lados, sem falar no Centro Histórico e a nossa gente, que é diferente. Eu deposito muita fé nessa geração que está crescendo, estudando, vendo e fazendo cinema no Maranhão.

PEDRO SOBRINHO: Como você recebeu a notícia de participar do 29º Festival Nordestino de Teatro, no espetáculo Para uma Avenca Partindo com o Teatro do Redentor?

ÁUREA MARANHÃO: O Josué Redentor, que é o ator do espetáculo (monólogo), me mandou uma mensagem dizendo: “preciso falar com você urgente”. Liguei pra ele na mesma hora e ele disse: “passamos em Guaramiranga”. Uma longa e gostosa gargalhada me acompanhou durante todo o dia.

PEDRO SOBRINHO: O que é o Teatro do Redentor?

ÁUREA MARANHÃO: O Teatro do Redentor é uma proposta do ator Josué Redentor, que consiste em convidar diferentes parceiros para trabalhar em suas pesquisas.

O primeiro trabalho que realizei com ele foi há cerca de 11 (onze) anos, fomos a São Paulo fazer a prova da EAD, moramos juntos na época e nossa relação profissional acompanhou essa amizade.
Acredito que ir a Guaramiranga esse ano marca um ciclo da nossa parceria. Quando voltei a morar em São Luís, dessa última vez, o Teatro do Redentor já tinha esse nome, mas no início chamava-se de Cia. Caixa de Fósforo. Vixe, fárreratempo!

PEDRO SOBRINHO: Esse é o seu primeiro trabalho na direção de um espetáculo?

ÁUREA MARANHÃO: Sim, apesar de ter feitos trabalhos anteriores, posso dizer que essa é minha primeira direção. Quando voltei a morar na ilha, o Josué me chamou para dirigir a peça “Para uma Avenca Partindo”, que é um conto do autor Caio Fernando Abreu.

O Josué já tinha feito esse texto antes de ir a São Paulo, ele já estava estudando há muitos anos e já havia apresentado muitas vezes. Mas ele queria um olhar de fora, alguém para dirigi-lo como ator, alguém para conceber um argumento estético.

Então, foi uma parceria linda, sempre atuávamos juntos e acabávamos nos dirigindo, mas é diferente estar fora, só como diretora.

Foi maravilhoso poder colocar em prática e organizar técnicas e estudos de anos numa escolha de direção. Gosto muito do nosso trabalho e o Josué está incrível na atuação. Recomendo a todos.

PEDRO SOBRINHO: O que ainda falta ser feito por Áurea Maranhão no teatro e no cinema?

ÁUREA MARANHÃO: Falta muito bebê, estou apenas iniciando meu caminho. Quero aprofundar minha pesquisa sobre Bertolt Brecht, se possível, na Alemanha. Além dele, desejo fazer Shakespeare, Dostoiévski e Machado de Assis… Tenho muita vontade de montar clássicos da literatura, é um grande desafio.

Também quero ser dirigida no Cinema por Nara Sakarê, Anna Muylaert e Walter Carvalho. Pedrinho, o céu é o limite! Quem sabe o Hector Babenco, Paulo Morelli, Ruy Guerra, Nelson Pereira dos Santos, Fernando Meirelles, Heitor Dhalia, Karim Aïnouz, Walter Salles, me convidem! Ai, pra enlouquecer, sonhando mesmo, tem o Lars von Trier, Woody Allen, Tim Burton, Quentin Tarantino, Charles L. Mee Jr., Jim Jarmusch… Entre muitos outros.

Na dança tenho desejo de fazer uma peça com o Erivelto Viana e as bichas residentes do Conexão, Espaço, Habitação. Quero ser dirigida pela Denise Stutz, Felipe Hirsch, Ariane Mnouchkine. Na música sonho em fazer um cabaré com músicas do Nelson Gonçalves e aprender a tocar bem o acordeom.

Claro, vou trabalhar com muita gente aqui da ilha, promovendo o diálogo com os parceiros de Sampa. Fazendo a ponte. Futuramente, quero entrar numa turnê apresentando uma peça para comunidades que não tem teatro, girando o Brasil inteiro. Pode parecer demais, mas, “se for pra sonhar, eu gosto de sonhar alto”.

2 comentários para "“Se for pra sonhar, gosto de sonhar alto”, diz Áurea"


  1. Leury Monteiro

    Sempre falei:
    EITA MENINA LINDAAAAAAAAAA D+++++++++++…

  2. jakeline Bogea

    Parabenizar essa moça pelo lindo trabalho que nos representa e pela declaração apaixonada pela nossa cidade. Estimo êxito e muito sucesso!

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