“Nunca senti a necessidade de ser adulto”

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Aos 50 anos, completados nesse domingo (27/4), Dinho Ouro Preto não tem dor nas costas, não usa palmilhas ortopédicas e nem mesmo apresenta qualquer sinal de queda de cabelo. Em forma física invejável, fruto de suas idas diárias à academia, o vocalista do Capital Inicial só viu o tempo passar quando começou a sofrer de insônia. Para preservar o sono, parou totalmente com as drogas – álcool e cigarro incluído – e hoje é atleta de academia.

Atencioso, Dinho recebeu a reportagem do UOL em sua casa, no Jardim Paulistano, às vésperas de dar início aos ensaios para o novo EP do Capital, que deve ser lançado em junho.

No papo, franco e descontraído, o músico falou sobre tudo: rotina, família, drogas, Renato Russo, a queda do palco em 2009 e sobre a perseguidora pecha de ser o Peter Pan do rock nacional, aquele que se recusa a crescer. “Vejo isso quase como uma espécie de patrulha.”

Colecionador de tatuagens e camisetas de bandas, ele se descreve como um pai “absolutamente normal”. E, por que não, vaidoso –recorreu à uma rápida sessão de depilação no peito antes de tirar as fotos sem camisa para a reportagem. Leia…

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‘Atitude Paternal’

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O Capital Inicial é uma das atrações do “Spirit Of Verão’, festival de música, que será feito em duas etapas, e ocorrerá em julho, em São Luís, tendo como cenário a Lagoa da Jansen. O grupo brasiliense, fundado em 1982, percorre o Brasil em festa de lançamento de mais álbum, intitulado “Das Kapital”. O disco tem gosto de superação: é o primeiro registro desde a queda do palco, durante um show em Minas Gerais, em novembro do ano passado que deixou o cantor Dinho Ouro Preto na UTI.

capital

“Das Kapital” é o décimo segundo disco de estúdio do Capital Inicial e marca a troca do produtor Marcelo Sussekind pelo franco-brasileiro David Crocos. Para Dinho, som do disco ficou mais contemporâneo e cita artistas como Muse, Killers e White Stripes como influências contemporâneas no som deles.

“Das Kapital” mantém o clima roqueiro que faz o Capital Inicial ser uma das poucas bandas da sua geração a renovar o público. “Eu me pergunto por que os roqueiros brasileiros se afastam do rock. Parece que é inadequado um adulto fazer rock”, reclama Dinho.

Essa persistência adolescente faz o grupo dividir os palcos com bandas mais novas em festivais pelo país. “A gente toca frequentemente com o NX Zero, com a Pitty. E normalmente nós somos os únicos veteranos. Eu procuro me controlar, mas às vezes eu tenho uma atitude quase paternal, eu fico dando conselhos pros caras”, brinca o cantor, rindo, e aproveita para alfinetar. “Pelo que eu ouvi dessa geração colorida, do Restart, eles fazem Fresno e NX Zero parecerem Dostoievski”, zomba, fazendo referência ao célebre escritor russo.

Para se comunicar com a nova geração, Dinho e o resto da banda costumam usar o site oficial do Capital. “Ali tem muito conteúdo – muitas entrevistas, muitas imagens, sempre tem uma cara viajando com a gente, filmando os shows”, conta, dizendo que gosta de enxergar a internet como uma “via de mão dupla”. “O que me interessa é conhecer as pessoas, nossos fãs. Entro no Facebook e fico vendo quem são, quantos anos têm, onde estudam, que som que ouvem”.

Foto: G1

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