São Paulo e os Tons Cinza de João Dória

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Realmente, o mundo anda tão complicado. Não se sabe mais distinguir o que é direita ou esquerda na POLÍTICA, assim como o que é pichação e grafitagem, o que é vandalismo e arte de expressão urbana, bom senso e incoerência, autoridade e autoritarismo.

Em SP, em festa nesta quinta-feira (25/1), pelos seus 463 anos, o prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), declarou guerra contra os pichadores, grafiteiros e artistas de rua.

Vestido com roupas de funcionários da limpeza municipal, ele e seu secretario de subprefeituras, o também tucano Bruno Covas, cobriram com tinta cinza, a cor característica da cidade, pichações e grafites nos últimos dias. A ação faz parte do programa Cidade Linda, que prevê reparo em calçadas e pintura de muros em vários bairros da capital. Depois de apagar parte do mural de grafites da avenida 23 de Maio, um dos mais tradicionais de São Paulo, afirmou: “Pintei com enorme prazer três vezes mais a área que estava prevista para pintar, exatamente para dar a demonstração de apoio à cidade e repúdio aos pichadores”.

Essas ações para apagar e coibir o que se convencionou chamar de “arte de rua não autorizada” é muito comum em algumas autoridades.

Gentileza gera Gentileza

Um exemplo é o que aconteceu com o profeta Gentileza, no Rio de Janeiro, cuja as inscrições no Viaduto do Caju, foram apagadas pela Companhia de limpeza Urbana do Rio.

A cantora Marisa Monte ficou desolada pensando nos inúmeros significados desse ato numa metrópole como o Rio. O legado do Profeta Gentileza havia desaparecido pra sempre. Na mesma noite, ela compôs “Gentileza”. “Apagaram tudo, pintaram tudo de cinza…”, no CD Memórias, Crônicas e Declarações de Amor.

A voz de Marisa Monte se uniu a muitas outras e, hoje, graças ao trabalho do professor Leonardo Gelman da ONG Rio Com Gentileza, a obra do Profeta Gentileza foi restaurada e faz parte do inventário afetivo da cidade.

Em Sampa, a ação de João Doria desatou apoio, mas também uma chuva de críticas nas redes sociais e fora delas, onde artistas de várias áreas e paulistanos comuns criticaram a falta de diálogo na tomada de decisões e acusaram a gestão de apagar grafites mesmo sem estar, segundo os critérios da prefeitura, “danificados” por pichações.

Diante do imbróglio, é bom que se diga: “mesmo com os “Tons Cinza de João Dória”, ainda, existe amor em SP.

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Cecília Leite: conceitual, universal e interativa

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Cecília Leite deu início a turnê nacional do disco “Enquanto a Chuva Passa”, na quinta-feira, dia 22/9, no Teatro Artur Azevedo, em São Luís, com produção da própria artista e a Satchmo Produções.

Cecília Leite e banda no show Enquanto a Chuva Passa, no TAA. Foto: Divulgação
Cecília Leite e banda no show Enquanto a Chuva Passa, no TAA. Foto: Divulgação

A cantora reuniu uma plateia calorosa que interagiu com o repertório apurado de releituras em Nós (Tião Carvalho), Na Primeira Manhã (Alceu Valença), De Todas as Maneiras e Rosa dos Ventos (Chico Buarque), As Rosas Não Falam (Cartola), Deixa (Toquinho/Vinícius de Moraes), Je Ne Regrette Rien (Charles Dumont), numa participação preciosa de Rui Mário, no acordeon, Paula e Bebeto (Milton Nascimento/Caetano Veloso), Seule (Pixinguinha e Vinícius de Moraes), A Chuva Cai (Nelson Sargento) e O Que é, o Que é (Gonzaguinha), no “bis” da plateia, além de canções autorais inclusas no seu mais recente trabalho discográfico, tais como, Maré (Bruno Batista), que abre o show, Arrastada (Patrícia Polayne), Palavra Acesa/Traduzir-se (Filizola/José Chagas/ Ferreira Gullar), Tem Dó (Zeca Baleiro/Paulo Monarco), Tempo Afora (Fred Martins) e Enquanto a Chuva Passa, de autoria dela Cecília Leite.

O show teve a direção do instrumentista maranhense Jayr Torres e do violoncelista carioca Lui Coimbra, dono de um currículo impecável, com incursão em trabalhos com Ney Matogrosso, Zeca Baleiro, além de pertencer ao grupo instrumental Aquarela Carioca, e também produtor do “Enquanto a Chuva Passa”. O músico brindou o público com uma rápida incursão solo de violoncelo, com direito a cantar “Babylon”, de autoria de Zeca Baleiro.

A banda, que acompanhou Cecília Leite, contou, ainda, com maranhenses Rui Mário (piano e acordeon), Manoel Lopes (viola e 7 cordas), Danilo Santos (sax e flauta), Darklywson Brandão e Marquinhos Carcará (percussão).

Cecília embarcou num cenário assinado pelos videodesigners Cláudio Lima e Etevaldo Júnior, em que elementos criados em cristais e materiais reciclável, que fizeram alusão à água, elemento que define o disco. E o sentimento foi de um show conceitual, universal, intimista e interativo.

Depois de São Luís, o show “Enquanto a Chuva Passa” será apresentado, nesta sexta-feira, dia 30/9, na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro. Segue para São Paulo e Imperatriz, numa demonstração da diversidade musical brasileira existente no universo artístico de Cecília Leite.

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