'Remake' de Gabriela na TV

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No ano em que se comemora o Centenário de Jorge Amado,[mais precisamente em agosto] estreia, na Rede Globo, o remake de Gabriela, inspirado em uma das mais famosas obras do escritor.  A novela retratava a vida de Gabriela, simples moça do sertão baiano que fora para Ilhéus para fugir da seca nordestina. Moça sofrida, porém muito alegre, seduzia os homens; a novela mostrava o amor de Gabriela com um estrangeiro que não aceitava seu comportamento, ora ingênuo, ora loucamente sensual. A história também retrata o coronelismo conservador. Enfim, uma obra atemporal.

Produzida e exibida pela Rede Globo de 14 de abril a 24 de outubro de 1975, às 22h. Escrita por Walter George Durst, adaptada do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, e dirigida por Walter Avancini e Gonzaga Blota, com 132 capítulos, Gabriela foi escolhida pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como a melhor produção de 1975.

Adaptação

A história se passa na Bahia dos anos 20, tempo em que Ilhéus vive o apogeu da cultura do cacau. A pequena cidade foi levantada a ferro e fogo pelos coronéis que residem e mandam por lá, liderados por Ramiro Bastos (Antonio Fagundes), o representante do conservadorismo

Aparentemente sólida, essa hegemonia é ameaçada pela chegada do exportador carioca Mundinho Falcão (Mateus Solano), o progresso em pessoa. A cidade partida entre a moral conservadora e os novos tempos mais liberais; as quengas do Bataclã e a política – todos param ao ver Gabriela (Juliana Paes).

Uma retirante da seca, que depois de atravessar a caatinga, chega a Ilhéus a procura de emprego. Nacib (Humberto Martins), um imigrante árabe dono do Vesúvio, bar mais conhecido do lugar, enfrenta a busca desesperada por uma cozinheira. A oferta de um lado e a procura de outro preparam os dois para um encontro quase marcado! Vendo que Nacib hesita em contratá-la, Gabriela dispara: “Moço bonito”.

O árabe cede à ousadia da moça e aceita seus serviços às escuras, sem ao menos ver seu rosto, coberto de poeira e terra, assim como os trapos que escondem seu corpo. Cozinheira de mão cheia, Gabriela surpreende o patrão e faz dele o homem mais afortunado de Ilhéus. Com cheiro de cravo e cor de canela, sua sensualidade é tão casual quanto ela. Uma mulher alheia aos costumes da época, que vai colocar à prova tudo quanto for sentimento humano e seus questionamentos morais: o amor, a traição, o ódio, o rancor, o perdão.

Enfim, a obra está de volta e espero que ela consiga passar a mesma emoção da sua primeira exibição em que Sônia Braga, vivenciou o papel de Gabriela; Armando Bógus, era o turco Nacib; Paulo Gracindo, coronel Ramiro Bastos; Gilberto Martinho – Coronel Melk Tavares; Rafael de Carvalho- Coronel Coriolano; Castro Gonzaga – Coronel Amâncio Leal; [todos in memorian]; além de Fúlvio Stefanini – Tonico Bastos; Marco Nanini, professor Josué e Nívea Maria – Jerusa Bastos.

A Novidade

No novo elenco da novela, escolhido a ponta de dedo, destaque para a cantora Ivete Sangalo, que estreia como atriz na TV, e terá o desafio de interpretar o personagem Maria Machadão, a cafetina e dona do bordel Bataclan, interpretado em grande estilo na primeira versão pela atriz Eloísa Mafalda. O que nos resta é conferir a partir do dia 18 de junho, depois dea novela Avenida Brasil, a estreia de ‘Gabriela’, uma das obras imponentes do baiano Jorge Amado, um dos escritores que tem como uma das características em seu legado na literatura fazer compreender a importância da consciência social e o engajamento político com irreverência.

 

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