Surpreendente, vexame, vergonha, humilhação, frustração, catastrófico, atípico. São tantos adjetivos usados pela torcida e críticos especializados do futebol mundial tentando entender o que aconteceu na tarde dessa terça-feira (8/7/2014), na Arena Mineirão, em Beagá, em que o Brasil foi derrotado por 7 a 1 para os alemães. Infelizmente, as pessoas confundem ser realista com pessimismo. Eu ficava calado ao longo da Copa do Mundo, e às vezes me manifestava entre as pessoas mais íntimas, para dizer que essa seleção brasileira de Felipão não iria ser campeã mundial, pois vencia, mas não me convencia. Enfim, ela não me representava, mas ficava com medo de falar a verdade e ser retaliado por torcedores “ufanistas” e “passionais” de plantão.
E o maior erro foi colocar Neymar acima da seleção brasileira, e que se estivesse em campo, talvez, não mudaria o curso da épica e trágica história. Esquecemos de escalar bem o time e o que se viu foi uma humilhação, traduzida como Apagão, e a rede do Brasil transformada em depósito de bolas.
Foram 90 minutos de um futebol em que os alemães mostraram humildade, eficiência, supremacia e honestidade tática, técnica e planejamento. Realmente, uma seleção de um país de Primeiro Mundo. Prevaleceu a inteligência e frieza alemã contra a fragilidade emocional e a desorganização do futebol brasileiro.
O massacre dos alemães virou “chacota” nas Redes Sociais. É cada piada, vídeos, frases, que só rindo para aliviar a perplexidade. É a criatividade do povo brasileiro, na minha opinião, na Copa das Copas, do Internauta, e que serve como um divisor de águas para o futebol brasileiro. Precisamos rever conceitos. Aqui se fala em renovação esquecendo que a experiência também é fundamental. E o melhor exemplo foi a convocação de Miroslav Klose, que deixa a Copa consagrado como o maior artilheiro da competição com 16 gols, diante do Brasil, e superando a marca que pertencia a Ronaldo, o Fenômeno.
Essa derrota brasileira foi importante para mostrar que moramos num país, que às vezes gosta de arrotar caviar, midiático, da espetacularização, a e cheio de patacoada, e que deixou para trás a prática do bom e alegre futebol, a grande paixão do brasileiro, e uma fonte de renda significativa para a economia do Brasil.
Enquanto os jogadores ficaram na clausura na luxuosa Granja Comary, os alemães redescobriam o Brasil, a começar pela concentração em Santa Cruz Cabrália, local onde tudo começou há 500 anos. Eles se divertiram com os índios Pataxós (reza a lenda que são os primeiros habitantes do Brasil), promoveram ação social, tomaram banho de mar, degustaram o feijão tropeiro de Minas Gerais, vestiram a camisa do Flamengo (RJ) e treinavam exaustivamente no calor dos trópicos para adptarem-se ao clima. Se a Alemanha vai vencer a Copa jogando contra a Argentina, não se tem uma resposta exata. Afinal, o futebol é emocionante por ser um esporte ilógico !
O Brasil entra para o ranking do futebol mundial como o País que sofreu a maior goleada nas Histórias das Copas em 100 anos de tradição. O lamentável é que a derrota foi em casa para uma seleção, que fez o brasileiro absolver o goleiro Barbosa e todo o elenco da Copa de 1950, pela derrota por 2 a 1 para os uruguaios, no Estádio do Maracanã, no que ficou denominado na época de “Maracanazo”. Chamado de “Mineirazo”, a mancha deixada agora é muito mais vergonhosa, e não deve ser esquecida também. A vida segue. Vamos esperar para decidir 3º e 4º lugares, contra a Holanda, no sábado (12/7), em Brasília (DF).
Enfim, organizamos a festa e quem comemora são argentinos e alemães. Nos resta, agora, se comportar como bons anfitrioes, no domingo (13/7), na festa de encerramento e de mais uma decisão, no Templo Sagrado do Maracanã, no Rio de Janeiro, em que depois de 64 anos de espera a seleção brasileira dá vexame e fica de fora do evento.
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