Será que ainda vale a pena tocar no Rádio ?

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Acompanhando a velha discussão da falta de valorização da Música Maranhense no rádio, jornal e TV, resolvi me posicionar. Entendo que o extremismo, o mau senso, são valores que precisam ser revistos, principalmente, quando voce se sente no direito de expressar uma opinião sem embasamento e averiguar os dois lados da moeda. Quando esses itens não são funcionais, a sua fala, o seu texto, podem se tornar incoerentes, inconsistentes e virar factóide.

Enfim, vamos ao que interessa. Sabemos do valor da produção musical local, dos bons artistas que temos, mas não podemos fechar os olhos para um conjuntura cada vez mais mercantilista, em que o senso comum está legalizado. Para alguns, uma triste realidade. Para mim, uma realidade de fato. Radicalizar não vale. O que vale mesmo é perceber que esse discurso radical e da vítima não condiz e nem leva ninguém a lugar algum. O que nos resta é perceber que existe uma luz no fim do túnel concebida com produtividade.  Eis a pergunta: Será que, ainda, a vale a pena tocar no rádio ? Pois, vejo gente acontecendo em São Luís e fora do Estado por produzir com responsabilidade e profissionalismo. E quando isso ocorre há uma inversão de valores na relação entre a mídia e o artista.

Oi minha gente de meu Deus, o rádio, jornal e TV são prestadores de serviço,  têm linha ideológica e precisam sobreviver. E no Maranhão, não foge a regra. Eu sou cara que viajo, ouço rádio, leio jornal e assisto TV quando estou lá fora. E sou honesto em dizer que São Luís é uma das poucas cidades brasileiras em que a imprensa valoriza a produção artística local, especialmente a música. Aqui, se abre o jornal com matéria de capa sobre show, lançamento de discos de artistas locais. Tem entrevistas e agendas de TVs mostrando gente na cidade fazendo barulho. Mesmo em proporção tímida, existem programas de emissoras em rádio  dando voz e vez para o artista local. Ouçam e analisem.

Puxo brasa para minha sardinha ao comentar sobre o Plugado, na Mirante FM, um espaço criado para o músico local, onde ele é inserido ao contexto global. Sem falar do MPM, aos sábados, com César Roberto, e até mesmo na programação normal, que também toca a música feita aqui. Assim, faz a Rádio Universidade e tantas outras operando em FMs e AMs.  É dever do artista cobrar, mas ele não pode esquecer que também tem direitos. E um deles é perceber que não pode ficar deitado em berço esplêndido. Deve compreender que vivemos num mundo globalizado e que exige a todo instante produtividade, criatividade e contextualização para que ele não fique refém da  ‘música de massa’ legitimada e da imprensa escrita, falada e televisionada, com se referem os tradicionalistas e ‘xiitas’ de plantão.

Enfim, toda a crítica é válida. Mas, prefiro acreditar nas redes de otimismo e da valorização de iniciativas como a do Prêmio  Universidade. Com erros ou acertos, é significativo no estímulo da produção musical nessa ilha. E pior sem ele….

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Daft Punk no Grammy

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A edição deste ano do Grammy Awards vai contar com uma robusta dose de robôs, já que o Daft Punk está escalado para se apresentar. Esta será a primeira performance televisionada da dupla desde o Grammy de 2008, quando subiram ao palco com Kanye West. Os franceses ainda concorrem em quatro categorias: Disco do Ano e Melhor Disco de Música Eletrônica por Random Access Memories e Música do Ano e Melhor Performance de Dupla ou Grupo Pop pelo hit “Get Lucky”.

O Grammy deste ano acontecerá no dia 26 de janeiro. Além do Daft Punk, muitos outros artistas vão se apresentar, mas os nomes ainda não foram revelados.

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Hoje tem Baile do Baleiro

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Nesta quinta-feira (26), no Patrimônio Show (Praia Grande), tem o “Baile do Baleiro”, com o cantor e compositor Zeca Baleiro. O artista promete uma noite animada para quem for “bailar” na festa, que reúne, ainda, o “deejay” Ademar Danilo, a banda Baré de Casco e as cantoras Dicy Rocha e Patativa.

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Esta é a segunda vez que Baleiro traz o baile idealizado por ele a São Luís. No primeiro, os convidados foram Odair José, Flávia Bittencourt, além dos “deejays Franklin e Pedro Sobrinho. Segundo o músico, o Baile é um encontro de várias linguagens por meio de músicas de gerações diversas. Sobre a escolha dos nomes dos artistas locais para a festa, Baleiro explica que, mesmo à distância, tem acompanhado a efervescência da cena musical de São Luís.

– Amigos músicos e produtores me abastecem de informações e discos e assim vou sacando, mesmo de longe, o que se vem produzindo por aí. Claro que podiam ser outros, mas outros bailes virão. A cena local estará muito bem representada por essas duas artistas de gerações muito interessantes e criativas – Dicy e Patativa – frisa Baleiro.

Sobre o repertório do show, algo sempre muito aguardado pelos fãs, o artista relata que as músicas são uma escolha dele em parceria com a banda. “Proponho um primeiro roteiro e depois a banda também traz as sugestões”.

Assim, acompanhado de um naipe de sopros e backing vocais sempre afinados, Zeca pinça composições de nomes como Anastácia, Novos Baianos, Pinduca, Wando, Simonal, Originais do Samba, Roberto e Erasmo, Tim Maia, Hyldon e Angelo Máximo, entre outros.

Entre os sucessos garantidos no Baile estão Fogo e Paixão (Wando), Louras Geladas (RPM), Mesmo que Seja Eu (Erasmo), Nem Ouro Nem Prata (Rui Maurity), Mulher Brasileira (Benito di Paula), Fio Maravilha (Jorge Ben Jor), Sobradinho (Sá e Guarabyra) e Anunciação (Alceu Valença). Baleiro também costuma tocar sucessos próprios, como Babylon e Heavy Metal do Senhor.

Início

O Baile do Baleiro é um projeto iniciado em 2004, com participação de Roger (Ultraje a Rigor) e Moraes Moreira, entre uma série de atrações e convidados músicos, e retomado no final de 2006, quando caiu no gosto dos paulistanos em noites memoráveis, de lotação esgotada com participação de artistas como Chico César, Zé Geraldo, Tonho Penhasco, Alzira Espíndola, André Abujamra, Lanny Gordin, Vange Milliet, Maurício Pereira etc.

A partir daí, o Baile ganhou o Brasil e promoveu grandes encontros com artistas em cidades como Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Natal e Belo Horizonte, além de voltar anualmente a São Paulo.

Entre outros artistas, Baleiro já recebeu em seu Baile nomes como Odair José, Vânia Abreu, Max de Castro, Théo Werneck, Jica y Turcão, Skowa, o cantor e compositor angolano Filipe Mukenga, Márcio Greyck, Chico Amaral, Kleiton & Kledir, Hyldon, Zélia Duncan, Robertinho de Recife e Fagner.

Zeca Baleiro explica que, se depender dele, o Baile não só terá vida longa, mas também outro formato. “Meu sonho é fazer do Baile um programa de TV, mostrar novos e velhos artistas, mostrar canções que estão no imaginário coletivo do brasileiro, investigar a memória musical do país”, planeja o artista.

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Oba ! O Rappa, em São Luís, dia 25 de Janeiro

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orappa510Está confirmado o show da turnê,  “Nunca Tem Fim”, de O Rappa, no dia 25 de janeiro, na Lagoa da Jansen, em São Luís.

Nunca Tem Fim, primeiro de inéditas de O Rappa em cinco anos, foi lançado em setembro deste ano. Nesse disco, o grupo recupera a urgência do discurso em defesa de temas sociais, a revolta com a política, ao tratamento dado às periferias e, na outra ponta, uma fala mais articulada em relação às redes sociais, aos novos horizontes musicais e ao amadurecimento profissional que marca os 20 anos de trajetória de O Rappa.

Mais informações Clique Aqui

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Rossi: odiava a expressão brega e amava Kurt Cobain

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Escrito por:  Xico Sá (Jornalista, Cronista, Escritor e Poeta)

Reginaldo Rossi, recifense do bairro dos Coelhos, não tinha pressa amorosa , amava, pronto, demoradamente, as mulheres. Amava lentamente a vida, como quem enxerga um ovo colorido na vitrine –madaleine uma ova velho Proust. Reginaldo está sendo celebrado pelo que mais odiava: ser chamado de brega. Um dia perguntei como ele queria a lápide. Ele disse:

“Amo o amor e canto essas coisas, sou uma espécie de Frank Sinatra, mais ou menos um Roberto e infinitamente Serge Gainsbourg. Tá bom pra você, xará?”

E continuou: “É ridículo que pensem a gente de forma reduzida ao chifre mínimo. Como se o chifre não fosse o principal assunto de Shakespeare e Kurt Cobain”. Yes , Reginaldo amava o Nirvana, que onda.

Ele sabia que eu gostava de tudo isso. E ainda mais ele sabia que me chamo Francisco Reginaldo por causa dele. Fiz questão de procurá-lo desde que cheguei ao Hellcife from Cariri, pense rua do Progresso com rua das Ninfas.

Minha mãe amava a Jovem Guarda e ele fazia parte dessa coisa toda. Era o quente, como me explicava ontem José Teles , pense num cabra que sabe de música!

Brega? Esse rótulo que a classe média pregou nos cantores românticos brasileiros como forma de diferenciá-los e separar os talheres da CasaGrande & Senzala. O necessário, importantíssimo e genial historiador baiano Paulo César de Araújo, autor de “Eu não sou cachorro não” (ed. Record), deixou isso patente. Eis o volume-mor da formação, tô falando.

Reginaldo amava esse livro. “Bicho, escreve sobre essa tese”, me cutucava. “Paulo matou a pau, xará”. Passei 24 horas com Reginaldo, gravando o maior depoimento do meu Flaubert, minha educação sentimental, com Paulo Caldas , diretor do cinema pernambucano. Ele mostrou a importância de ser Reginaldo.

A importância da canção romântica brasileira. A narrativa da dor. A dor amorosa do chifre e da traição que, por medo ou preconceito, a classe média nacional trata como folclore.

Carnavaliza.

Nessa hora esquece que é a vida, é o mesmo tema de Dostoievski.

Esquece.

Chega de tese.

Reginaldo sabia, teve um sonho com Beethoven, numa das suas melhore s e desconhecidas canções: “Cante, e Junto com Haendel e o amigo Bach/Cante deixe quem quiser falar/Cante, que quem for jovem vai gostar”.

Regi é maior do que o folclore em torno da dor de corno. Reginaldo Rossi é uma forma de contar a vida que todos nós escondemos: é o que escondemos enquanto manifestação amorosa acovardada.

É o meu Walter Benjamim, minha escola do Crato .

Vejo aqui da minha janela da rua da Aurora: o Capibaribe e o Beberibe se juntam para -sem desmentir a secura cabralina- formar um oceano de lágrimas pelo meu ReiGinaldo.

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Uma noite para se transformar em Baile

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A Noite é Groove nesta segunda-feira (23/12), a partir das 20h, no bar e restaurante Seu Guma sob o comando do “deejay” Pedro Sobrinho.

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Além de muito Afrobeat, Funk, Brazucabeat, Reggae e seus derivados, um live P.A. com intervenções de Bigorna Trompete Raiz Tribal, jovem instrumentista maranhense, caseiro, curte música clássica, chorinho, literatura e o skate e a tocada ‘Black Anos 70’ de Júlia Golin. Enfim, uma noite pra se transformar em Baile.

O “SEU GUMA” fica localizado na Rua dos Periquitos, nº 14, Renascença II, atrás do Edifício Office Tower.

Serviço:

O QUE:

NOITE GROOVE – COM O DEEJAY PEDRO SOBRINHO, JOANA GOLIM E UM LIVE P.A. COM BIGORNA TROMPETE RAIZ TRIBAL

QUANDO:

23/12 – SEGUNDA-FEIRA

HORÁRIO:

ÀS 20H

ONDE:

SEU GUMA – BOTECO GASTRONÔMICO – RUA DOS PERIQUITOS, 14, RENASCENÇA II – ATRÁS DO EDIFÍCIO OFFICE TOWER

COUVERT:

R$ 6,00

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Plano Somma animando as sextas de dezembro

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Após se apresentar no 30º Salão Internacional de Humor do Piauí, em Porto das Barcas, na Parnaíba, o som autoral do Plano Somma é a grande atração de todas as sextas-feiras de dezembro, no Créole Bar e Restaurante, na Lagoa da Jansen.

O grupo de rap maranhense que tem como marca composições próprias com letras de cunho forte sempre com uma pegada de sarcasmo e muita crítica social, faz show nesta sexta-feira (20) a partir das 22h, com o melhor do hip hop, rap nacional, na discotecagem DJ Pedro Farias Dread Lock, o Dj Juarez Mixer e agora pra fechar a cara da nova vibe do Créole ela Nega Glicia.

Formado pelo DJ Juarez, MC Felipeza e MC Maciel, o grupo de hip hop maranhense recentemente foi selecionado para participar das programações dos Centros Culturais BNB Cariri, com sede em Juazeiro do Norte (região sul do Ceará), e BNB-Sousa, no alto sertão paraibano, durante os anos de 2013 e 2014.  Neste show, o público terá a oportunidade apreciar músicas como: Vagabundo, Cabôco, Eu quero chegar, Férias tropicais, entre outras que farão parte do primeiro CD Ilha Sinistra, que está em fase de produção com previsão de lançamento para 2014.

A ideia é popularizar o som que vem das ruas e que está tomando conta dos quatro cantos da ilha. “Estamos com todo gás para mostrar o trabalho que estamos desenvolvendo ao longo de três anos. Tudo está sendo preparado com o maior carinho para o público que nos acompanha”, explicou o grupo.

As letras do Plano Somma são criadas e inspiradas em diversos temas, mas com uma linguagem universal escritas por MC Maciel e MC Felipeza, fugindo um pouco da trivial relação desse estilo musical que a maioria das vezes está associada ao crime e a realidade das favelas.

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O Rappa: banda que viaja na velocidade da luz

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Ícone carioca, como entrega o sotaque e as sonoridades calcadas nas mutações do reggae, para o vocalista da banda O RappaFalcão, o grupo só foi aceito no Rio após o crivo do público de São Paulo. “Tivemos a oportunidade de sermos abençoado, de as pessoas de São Paulo gostarem do som do Rappa, seja ele policial, bandido, playboy, da periferia, todo mundo gosta. Porque a minha intenção nunca foi fazer uma música segmentada”, afirma o vocalista.

“Hoje São Paulo é o carimbo oficial desse trampo de vinte anos, desse trampo de anos de trabalho que não pode parar nunca, que tem sempre que continuar”, afirma o músico, em entrevista concedida ao Virgula Música, ao lado dos seus companheiros de banda, o guitarrista Alexandre Menezes, o Xandão, o baixista Lauro Farias e o tecladista e multi-instrumentista Marcelo Lobato.

Para Xandão, as particularidades definem a banda: “Cada um escuta um tipo de música, e eu acho que essa diversidade é que é a nossa identidade”. Já Lobato fala da resposta brasileira que O Rappa se propõe a dar ao reggae.

“Quando a gente foi mixar o primeiro disco, que a gente mixou em Brixton, na Inglaterra, e era oDennis Bovell, que trabalha com Linton Kwesi Johnson, que era o baixista, o cara percebeu que ali tinha uma coisa diferente, tinha uma pegada brasileira, até porque tinha o Bezerra da Silva no meio cantando. Mas claro que o cara vai perceber que não é Jamaica obviamente, até porque a língua portuguesa você tem que ter uma manha pra você compor do jeito que a gente acha legal, assim, sem ser MPB, né?”, questiona.

Assinatura dos graves da banda, pertencente a uma “dinastia” de músicos da Baixada Fluminense, filho de seu Otacílio e irmão dos baixistas Bino Farias (Cidade Negra) e Tácio Farias (Negril), Lauro relembra o cenário do começo dos anos 90, que fortaleceu a ideia da Baixada como a Jamaica brasileira.

“A gente teve o Nelson Meirelles que chegou e levou um projeto chamado Coração Rastafári pro Circo Voador. E nesse projeto a gente conseguiu expandir, sair da Baixada e fazer com que o projeto reggae, na época, se expandisse e se estendesse mais. Lobato complementa: “Lá no Rio teve uma cena underground mesmo de reggae e engraçado é o seguinte, que no Brasil, hoje em dia, é muito valorizado o roots. Talvez só no Brasil. Porque o reggae evoluiu para outras formas também. Até no primeiro disco do Rappa é muito reggae, né, mas já era uma coisa mais pesada, com guitarra e tal”,. compara.

Em seguida, ele relaciona música e gastronomia “o Rappa é uma banda que é muito assim, de você trabalhar com vários ritmos, várias ambiências, a coisa do DJ também, que originalmente veio do reggae. A coisa do hip hop mesmo veio do reggae. Então essa coisa da mistura e quando ela é bem, que nem o Xandão que é um cara que sabe cozinhar, talvez aqui da galera o nosso mestre-cuca, sabe muito bem o que é isso. Você mistura um lance aqui outro ali e dá um bom prato, dá, às vezes fica uma droga, mas enfim, você sabendo temperar ali, tal, sabendo usar, talvez por isso que O Rappa tenha essa longevidade, e seja um som original, que a gente gosta de tudo”, resume.

Com um projeto paralelo, o Afrika Gumbe, em que Marcelo Lobato trabalha ao lado do irmão, o também multi-instrumentista Marcos Lobato e Pedro Leão. o tecladista do Rappa busca desmistificar estereótipos de atraso que rondam o legado africano. “A gente tem uma visão da África muito folclórica. E a África, a Jamaica que é meio que um pedaço da África, assim como o Brasil também tem pedaços da África, tem essa coisa criativa também. Os caras reinventam a forma de tocar guitarra, reinventam a forma de usar tecnologia”, aponta.

Lobato cita também o kuduro, gênero que por meio de grupos como o português Buraka Som Sistema tem levado sons africanos para pistas de dança descoladas. “Neguinho já imagina logo o tambor furado lá, né, o velho tambor furado, que é também uma tecnologia, antiga mas é. A poliritmia e tal, é super sofisticado, complexo, mas tem a coisa que o africano mesmo já usa, supereletrônico, você vê, o kuduro, que não é essa porcaria que neguinho toca aqui, o kuduro em Angola é um negócio que remete até à house, que remete à coisa jamaicana também, eletrônico. É um som meio doidão, psicodélico”, ressalta.

O tecladista relaciona ainda a “falta de educação no bom sentido” do Rappa e a experiência da vanguarda africana: “A gente se identifica com isso também, com essa forma de lidar com a tecnologia de uma forma desrespeitosa e respeitosa, ou seja, sem muita frescura”.

Assim, entre afrofuturismos e as mutações do reggae que os impulsionaram tal qual uma nave viajando na velocidade da luz, os músicos da banda O Rappa seguem sua jornada em que os controladores de solo são corações rastafáris.

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Banda Black Rio experimenta renascimento

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Poucos discos como Maria Fumaça da banda Black Rio estão presentes tanto na discografia obrigatória de colecionadores de música instrumental brasileira e jazz, quanto dos DJs de hip hop e música eletrônica. Enquanto um vinil da edição original norte-americana, da Atlantic, chega a ser vendido por U$ 500 (cerca de R$ 1.160), a brasileira Polysom relançou recentemente o vinil de 180 gramas (R$ 89,90).

O relançamento é mais um desdobramento do culto à banda que imprimou brasilidade no funk e soul, tornando-se referência em um espectro que vai do hip hip dos Racionais Mcs, grupo do DJ KL Jay, às batidas quebradas do DJ Marky.

“Esse disco é muito louco porque Maria Fumaça era tema daquela novela Locomotivas. E era um disco de funk mesmo, porque no Rio, nessa época o Rio era forte, existiam muitas festas de soul. Tinham até aqueles discos do Big Boy, Ademir Lemos, tinham esses caras aí. Existia uma cena grande em São Paulo dessa galera, Chic Show, Zimbabwe… Mas esses caras do Rio eram fortes”, relembra Marky, maior nome brasileiro da eletrônica.

“Em mim ele bateu em três teclas. Eu era moleque, primeiro eu lembro que era a abertura da novela. E tinha a segunda música que era meio hit que os caras da minha rua tocavam, mas era uma outra versão. Na verdade o que os caras tocavam era o Uncle Funk do (Eumir) Deodato, e que na Black Rio é Mister Funk Samba. O Deodato, na verdade, acabou fazendo uma outra versão dessa música. Mudou o nome, mas como o Deodato estava lá fora, era uma peganda mais groove, uma pegada funk, mas meio jazz. Tem esse contratempo. E a terceira para mim foi Casa Forte, do Edu Lobo, que é do disco”, conta o DJ, conhecido por seus sets de drum´n´bass, mas que é uma enciclopédia musical, conhecedor de diferentes gêneros, como jazz, soul, funk e música brasileira.

Já KL Jay também aponta a importância do disco. “Para mim eles são tão importantes quanto os grandes: Tim Maia, Jorge Ben, Djavan, Gilberto Gil, são tão importantes quanto”, diz. Maria Fumaça tem um lugar especial na estante e na memória afetiva para KL Jay, da mesma maneira que para Marky. “Ele deu início às minhas audições de música soul brasileira, funk e soul brasileira. Não só deu início como somou na coleção. É um disco que é famoso nas rodas dos DJs”, levanta.

DJ do grupo que é “apenas” o maior nome da música brasileira hoje, KL Jay sustenta que o preconceito afastou o ouvinte brasileiro de um tesouro apreciado mundialmente. “O Brasil é preconceituoso, racista. Faz parte da cultura do Brasil ser racista e preconceituoso, os artistas negros, os pretos, sempre foram rejeitados, o país sempre quis esconder isso aí”, dá a letra.

Entre muitas inovações que Maria Fumaça e a Black Rio trouxeram para a música brasileira está a maneira como Claudio Stevenson tocava guitarra, especialmente na divisão rítmica e na criatividade de aproximar o instrumento até mesmo da cuíca. Stevenson, que morreu em 87, tem seu legado levado adiante por Livia Stevenson, sua irmã.

“O Claudinho era muito novo. Tinha só 21 anos quando gravou esse primeiro disco da Banda Black Rio. Os outros musicos tinham entre 27 a 33 anos”, aponta.

“Ele era um cara carinhoso, tranquilo, engraçado e muito centrado. Estudava música muito sempre minuciosamente, desde Valdir Azevedo a George Benson. Era muito querido por todos. Faz muita falta por aqui. Sempre encontro alguém que tem uma história bacana pra contar. Isso é muito especial pra mim. Espero que do ‘segundo andar’, onde ele está, que esteja acompanhando o relançamento e torça para que o Brasil consiga finalmente curtir o som como a turma fora do Brasil faz”, afirma Livia.

Sobre como era o irmão na intimidade, ela conta que o músico era guiado pelos sons. “O Claudinho era apaixonado por música. Nao me lembro de nunca tê-lo visto ficar sem tocar nenhum dia desde que botou a mão no primeiro violão. Ele tocou praticamente todos os dia de sua vida. Fomos criados em Ipanema e morávamos em frente ao Tom Jobim. A música estava em toda a parte”, afirma, de Nova York, onde trabalha como chefe de cozinha e com negócios relacionados ao meio musical.

Livia afirma também se manter próxima dos músicos da banda original. “Faço o trabalho de administradora da banda e tenho um relacionamento muito íntegro com todos os músicos que fizeram parte da banda. Somos uma família”, compara.

“Tivemos quatro músicos importantissimos e muito queridos que faleceram, o Barrosinho (trompete), Claudinho Stevenson, Luiz Carlos Batera e o Oberdan Magalhães (saxofone). Todos os que estão por aqui continuam trabalhando dentro e fora do Brasil com artistas brasileiros e estrangeiros. Eles são: Jamil Joanes (baixo), Cristovão Bastos (piano), Darci Trombone, Lúcio Trombone, Paulinho Black, Jorjão Barreto (teclados)”, aponta Livia.

Para a irmã de Claudinho, a atual formação da Black Rio não representa o legado do grupo. “A nova Black Rio surgiu sem o nosso conhecimento e consentimento. O filho de um dos músicos fundadores da Black Rio vem fazendo um trabalho que é dele e não da Black Rio original. Acho muito bacana filhos de músicos tocarem e terem a influência do trabalho de seus pais. Mas sempre respeitanto o espaço do próximo. É como se o filho do John Lennon resolvesse recriar os Beatles. Pela forma como a nova Black Rio foi criada, infelizmente não há como abençoarmos este trabalho”, diz.

Livia opina que o vanguardismo do grupo foi uma barreira para o Brasil do terror da ditadura. “O Brasil em 1977 não estava preparado para ouvir e dançar a musica instrumental da Black Rio, como ainda não está! Haja visto o Bicho Baile Show com o Caetano Veloso. Uma obra de arte a fusão da Banda com o trabalho do Caetano que infelizmente nao teve muito sucesso em 1978. Era um show ao vivo onde as cadeiras do teatro Carlos Gomes foram retiradas para dar lugar à dança. Levariam muitos anos até que o público entendesse o que foi feito de verdade”, constata.

Em seguida, ela põe o dedo na ferida. “O Brasil ainda está engatinhando. Existe uma elite que ouve e aplaude esse tipo de trabalho, mas é muito pequena comparada com a população do pais. O brasileiro só consegue ouvir e aplaudir se tiver letra. Fora do Brasil as pessoas ouvem se emocionam compram e gostam da música instrumental.”

A irmã do guitarrista também faz uma revelação que pode ter uma carga histórica, que seu irmão usou uma partitura para gravar o Maria Fumaça. Círculos de pesquisadores sempre sustentaram que as gravações haviam sido feitas sem um “plano de voo”, como a própria Livia aponta: “Esse disco foi praticamente gravado sem partituras há 36 anos. Na base do improviso mesmo. Existe só uma partitura que foi usada no estúdio que era do meu irmão e que guardo com muito carinho”, diz.

Para ela, o segredo do sucesso do álbum deve-se ao à amizade e à criatividade dos músicos envolvidos no registro. “Acho que paixão pelo ritmo, a união dos músicos e a forma como eles harmonicamente usaram os elementos do samba, jazz e funk. Foi uma fórmula única e altamente sofisticada que deu certo. Por alguma razão, ninguém ousou copiar ou repetir a dose no mesmo nível. Acho que o sucesso no exterior esta aí, vem do fato de ter se tornado um trabalho único, que permaneceu exclusivo durante o tempo inteiro de sua existência”, defende.

Livia vê a luz no fim do túnel e ele é uma locomotiva do funk e soul brasileiro. “Eu gostaria muito de poder ver o Brasil agora usar essa chance de ter o Maria Fumaça nas mãos, de ouvir esse trabalho como o mundo vem ouvindo há tanto tempo. Será maravilhoso.” Já está sendo.

Deu no UOL

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Pedeginja no Clipe “Quadro Somatório”

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Criada em 2010, a banda gtraz como filosofia de trabalho uma multiplicidade sonora sem muita formalidade. Isso é mostrado no disco de estreia “Contos Cotidianos”. O álbum de 10 faixas é uma espécie de registro biográfico da big band, que faz o link bem feito entre o rock e a valsa romântica, com influências vão do samba de Luis Melodia ao som vintage do The Strokes.

Nascida em 2010, a banda Pedeginja entrou em cena fazendo uma fusão de poesia, ritmo e diversão no palco. Um dos novos nomes da música maranhense, o grupo chamou a atenção não somente pela diversidade de influências, mas por sua formação peculiar. Composto por nove integrantes, divididos entre cordas, metais e percussão, o grupo apresenta ao público o Contos Cotidianos, seu disco de estréia.

Com produção assinada pela empresa Primeiro Pedaço Design, o disco de estréia da Pedeginja tem um encarte bem bacana, composto por ilustrações de seus integrantes, além das letras das canções. E para constatar o profissionalismo ao qual se propõem, o bandão lança o clipe da canção “Quadro Somático”.

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