Reggae na essência

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Um sábado proveitoso, pois sai de casa em busca de diversão e informação. Acabei encontrando as duas coisas em uma noite que começou pela Praia Grande. Batizei como uma espécie de louvor a São Benedito, mas o foco principal era celebrar os 22 anos da Fundação Cultural Palmares, que muito tem contribuido no combate ao preconceito étnico, pela preservação e difusão das manifestações oriundas da diáspora africana, que se frutificaram, multiplicaram e fazem barulho em terras brasileiras.

Uma festa que encantou com a presença do grupo paulistano A Barca, mostrando que é possível lapidar a riqueza rústica do tambor de crioula, do boi no sotaque de pandeirão ou zabumba, sem perder a essência. Tudo é uma questão de leitura e sensibilidade. Se houve alguns momentos de exageros na harmônia, o resultado foi satisfatório pelo processo da interculturalidade.

Depois da saudação a cultura popular brasileira, sai à francesa para uma viagem de um extremo ao outro da ilha, para curtir no Novo Trapiche (Ponta D´Areia), o show da banda carioca, de Niterói, Ponto de Equilíbrio, que teve ainda a presença pela terceira vez em São Luís, do DJ também carioca, do bairro de Laranjeiras, Marcelinho da Lua. Antes da festa começar tive a oportunidade de conhecer o baixista da banda, o meu ‘xará’ Pedro Caetano, conhecido na cena regueira, como “Pedrada”. Muito simpático, falou da alegria em retornar a São Luís. Para ele, a ilha é caracterizada pela festa, o calor escaldante e humano, sem falar que um pedaço da Jamaica também compõe um pedaço desse cenário.

Conversa vem, conversa vai, e Pedro, o “xará”, resolveu presentear-me com o mais trabalho independente da banda carioca, “Dia Após Dia Lutando”.  Depois de assisti ao show aproveitei para curtir uma audição do disco a caminho de casa. E de cara gostei de cara do terceiro disco da rapaziada. Os caras trazem um ‘groove’ bem raiz, críticas cheia de realismo brasileiro, além do vocal soberano e original do vocalista Hélio. O disco, ainda, tem participações de peso, entre os quais, The Congos, Don Carlos, Marcelo D2 e Jorge Du Peixe, da Nação Zumbi).

No disco, produzido nomes como Daniel Ganjaman e Buguinha Dub, traz um repertório que trata de problemas sociais, mensagens otimistas, louvores, entre outras receitas poéticas de uma banda cujo o ponto “G” é o equilíbrio.

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