Brilhante

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Nem vem que não tem: 2009 foi ano de Wilson Simonal e não tem para mais ninguém. Popstar nos anos 60 e 70, o cantor foi praticamente relegado ao anonimato após ser acusado de ser informante do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e ter delatado outros artistas durante a Ditadura Militar. Morreu em 2000, aos 62, com doença do fígado, após se ver entregue ao alcoolismo. Em 2009, finalmente, chegou a redenção.

A grande virada veio com ‘Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei’, de Claudio Manoel, Calvito Leal e Micael Langer, agora lançado em DVD. O filme se tornou o documentário mais assistido no País, com mais de 70 mil espectadores, e trouxe depoimentos que contestam a versão de que Simonal seria um delator.

Na sequência, vieram outros lançamentos: a biografia ‘Nem Vem Que Não Tem – A Vida e o Veneno de Wilson Simonal’ (Globo Livros), de Ricardo Alexandre; o relançamento da caixa de CDs ‘Wilson Simonal na Odeon: 1961-1971′, e, fechando, o CD e DVD ‘Baile do Simonal’, tributo com direção artística dos filhos do cantor, Simoninha e Max de Castro, show gravado em agosto no Vivo Rio, com artistas como Caetano Veloso, Seu Jorge, e Marcelo D2, entre outros.

“Fico feliz duplamente, por ser filho dele e ter acompanhado a dificuldade e a luta dele para ter o nome reconhecido e dar continuidade à carreira”, admite Max. “Era como viver com um nó na garganta por 39 anos”, completa Simoninha. “Agora está todo mundo falando do Simonal, mas ficamos quase 40 anos sem falar. É mais do que justo”, acredita. “Só lamento ele não ter podido viver para presenciar isso”, analisa Max.

“É um revival superimportante para a música e uma redenção para os filhos dele¿, lembra Rogério Flausino, do Jota Quest, que participou do ‘Baile do Simonal’. “Era um artista brilhante, com uma naturalidade musical muito grande e um poder enorme de conduzir o público como desejasse”, define Frejat, outro presente no DVD. “Em cima do palco ele era soberano, reinava”, concorda Samuel Rosa, do Skank, também no tributo. E completa: “A gente imagina que ele ficaria feliz em saber que as pessoas hoje enxergam ele de outra forma.”

Texto: Kamille Viola

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