Das plataformas existentes nas redes sociais, o “facebook” é considerado, na minha opinião, o mais popular e acessível. E já que o espaço é democrático, o que se enxerga são pessoas ansiosas interagindo, opinando, sobre assuntos diversos, baseados no direito adquirido da liberdade de expressão. É gente questionando posicionamentos do pastor Silas Malafaia, do deputado federal Jean Wyllis, dos jornalistas Ricardo Boechat e Zeca Camargo. Enfim, gente destilando veneno com o discurso de modernidade para falar de sexualidade, criticar religião, se aquela música tem qualidade ou não, se Cristiano Araújo merecia ou não ter o espaço na mídia global por conta de sua morte, se o atendimento em bar é legal ou não, entre outras amenidades. Haja esquizofrenia ideológica. Haja intolerância sem precedentes !
Por outro lado, não se percebe ninguém preocupado com o outro em condição desigual. Não se discute temas pontuais como a fome do outro, a falta de saneamento básico, a educação e saúde precárias, as causas e consequências da violência urbana, a redução da maioridade penal em um Fórum coerente, Reforma Política em um país castigado de tanta corrupção, a crise econômica que toma de conta do país e preocupa.
No livro “Ansiedade: como Enfrentar o Mal do Século”, o psiquiatra Augusto Cury diz que “sem perceber a sociedade moderna – consumista, rápida, estressante e internetês – alterou algo que deveria ser inviolável, o desenvolvimento da inteligência, a criatividade e a sustentabilidade das relações sociais, em troca de picuinhas. “Adoecemos coletivamente. Este é um grito de alerta”, argumenta Cury.
Ele diz, ainda, que “vivemos numa sociedade superficial e estressante, que todos os dias nos vende produtos, serviços e polêmicas novas, porém não nos ensina a desenvolver um EU “gerente, maduro, inteligente, cônscio de seus papeis fundamentais. Cury questiona: como está o seu EU ? Já sei: “falta amor no mundo. Mas também falta interpretação de texto”, afirmou o jornalista e crítico Leonardo Sakamoto.
Augusto Cury alerta que “não podemos fazer parte do rol dos que falam sobre maturidade, quando somos verdadeiros meninos no território da emoção, por achar que são donos de uma verdade absoluta e de que o mundo gravita em nossa órbita. Fecho o texto com uma frase célebre do filósofo francês Jean-Paul Sartre: “o ser humano está condenado a ser livre”.