África, Cinema – Um Olhar Contemporâneo

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A mostra “África, Cinema – Um Olhar Contemporâneo” vai apresentar ao público carioca os principais nomes do cinema contemporâneo africano! Começou nesta terça-feira, 30 de junho, e vai até 12 de julho, domingo, na Caixa Cultural do Rio! Clique aqui e confira a programação.

Grigris, filme de Mahamat-Saleh Haroun, na Mostra África, Cinema.
Grigris, filme de Mahamat-Saleh Haroun, na Mostra África, Cinema.

O evento contém 17 filmes, entre médias e longas. Além disso, promove uma oficina gratuita com o cineasta e pesquisador Joel Zito Araújo, que tem como foco as aproximações e diferenças entre as quatro escolas de cinema africano, cada uma representada por uma região.

A retrospectiva abrange um debate com o curador João Juarez Guimarães, o coordenador de conteúdo Leonardo Luiz Ferreira e o ator Milton Gonçalves.  Com retrospectivas de Mahamat Saleh Haroun e de Abderrahmane Sissako – indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2015 por “Timbuktu” (2014).

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Back2Black: dias de outono. noites de música negra

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Sexta-feira: primeira noite de outono na Cidade Maravilhosa. Temperatura a 22 graus. Musicalidade negra com seus derivados. Uma convergência mais que perfeita para se definir a sexta edição do festival Back2Black na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca (RJ), onde foram realizados 14 shows. Na pauta do evento, ainda, houve palestras e debates,

Linton Kwesi Johnson
Linton Kwesi Johnson

Pura magia negra. Um bando de gente na mesma vibe. Magia que não se definiu pela cor da pele, pelo estilo de roupa ou pela crença religiosa. Essa magia se definiu por emoção, por inspiração e muita dança. O poeta dub jamaicano Linton Kwesi Johnson mandou seu recado político e o cantor Damian Marley, filho de Bob, chamou todos para a dança, enquanto a banda carioca que faz apologia a maconha, Planet Hemp – em mais uma das suas esporádicas apresentações desde que voltou à ativa, em 2010 – foi quem mais gente atraiu para a frente do palco, com música de alta voltagem.

Ritmo & Poesia

Escasso ainda era o público (em parte, por causa dos problemas de trânsito no Rio em uma sexta à noite), pouco depois das 21h, quando Linton Kwesi Johnson iniciou sua apresentação, com a multirracial Dub Band, do baixista Dennis Bovell, no Palco Rio. Elegante e bem-sucedido, aos 62 anos de idade, com o vigor de quem tem 25 anos, ele mostrou animação ao lado do grupo, que mostrou categoria, embora o som não tivesse a pressão necessária a um bom show de dub reggae. Com sua voz hipnótica, Linton se moveu pelo balanço do baixo elástico de Bovell para contar as suas histórias.

Expressando seu contentamento em estar num festival negro (e o “máximo respeito” por Gilberto Gil), o jamaicano radicado na Inglaterra passou por canções como “Forces of viktry” (sobre a luta dos imigrantes pelo direito de fazer seu carnaval), “Sonny’s lettah” (uma carta em que um rapaz explica à mãe como ele e o irmão foram presos) e “Licence fikill” (sobre brutalidade policial). Embalado (e esfumaçado), o público seguiu o fluxo
poético, político e altamente rítmico de Linton Kwesi Johnson. Ao lado da Dennis Bovell Dub Band, LKJ emocionou o público e alertou sobre a violência que impera nas periferias dos grandes centros urbanos.

Planet Hemp
Planet Hemp

Quem Tem Seda

Depois de uma apresentação forte do rapper Dughettu no Palco Cidade, o Planet Hemp ocupou o Palco Rio fazendo barulho desde o primeiro minuto. Com “Legalize já”, o grupo dos MCs Marcelo D2 e BNegão abriu o primeiro ato do show, com o repertório de seu primeiro álbum, “Usuário” (1995).

Reduzidos ao power trio do baixista Formigão, o guitarrista Rafael Crespo e o baterista Pedro Garcia, o grupo atacou com admirável fome (e pegada punk) o seu repertório – parecia que o tempo não tinha passado desde os anos 1990, com os rappers trançando rimas na velocidade da luz em “Dig dig dig”, “Fazendo a cabeça”, “Zero vinte um” e “Queimando tudo”. No fim da apresentação, eles ainda lembraram o “Soul Makossa” de Chico Science e Nação Zumbi.

Damian Marley
Damian Marley

Filho de peixe…

Por volta de uma e meia da manhã, depois dos ataques de frequências graves e rimas ferinas da MC Karol Conká (no Palco Cidade, onde o show sempre acabava pouco antes de começar o seguinte, do Rio), Damian Marley, começou o seu espetáculo de reggae festeiro, com uma trupe afiada, da qual fazem parte duas backing vocals e um sujeito que passou o tempo todo agitando uma bandeira da Jamaica.

Com grande animação, o incansável cantor (que une a facilidade para a melodia à pegada rítmica de rapper) foi noite adentro num passeio por vários estilos de reggae (do romântico ao mais combativo), no qual não faltaram, é claro, clássicos do pai, como um “Exodus”.

Enfim, a fertilidade de Bob Marley ia além do campo musical. A prole que ele deixou para trás é grande não apenas em número, mas também em talento. Damian Marley, um dos membros do clã, mostra ao mundo que “filho de peixinho, peixinho é”, mas longe do legado deixado pelo pai.

Gingado

A primeira noite do Back2Black 2015 encerrou com os moleques de mola do DreamTeam do Passinho. O ritmo das favelas cariocas encontrou com os Kuduristas, bailarinos angolanos que fizeram o público ir ao delírio com muito gingado.

Karla Conká
Karla Conká

Segunda Noite

Com muito axé, a segunda noite do Back2Black 2015 começou com os tambores de candomblé e os metais inusitados do Alabê Ketujazz. A apresentação destacou os ritmos afro-brasileiros no Palco Cidade.

Lenine,  Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz
Lenine, Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz

Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz iniciaram os trabalhos do Palco Rio com um novas e belas roupagens para os sucessos do pernambucano Lenine. Em uma mistura perfeita dos ritmos brasileiros, o encontro ainda apresentou a inédita “À meia noite dos tambores silenciosos”, de Lenine e Carlos Rennó, que fará parte do novo disco do cantor, “Carbono”, que estará nas lojas no final do próximo mês.

Para mostrar que Angola e Brasil têm muito em comum, Aline Frazão e Toty Sa’Med entrosaram os ritmos da Mãe África com a brasileiríssima Natasha Llerena, em um show marcado por delicadeza e beleza.

Angelique Kidjo
Angelique Kidjo

Mãe África

A diva beninense Angelique Kidjo levantou o público com seus grandes sucessos como “Batonga” e o clássico de Miriam Makeba, “Pata Pata”. Para finalizar uma apresentação marcada pela sua energia contagiante, Kidjo convidou um grupo de meninas da plateia para dançar ao seu lado no palco.

Ainda celebrando os ritmos africanos, a marrabenta encantou o Palco Cidade com Mingas + Wazimbo + Moreira Chonguiça. A alma do povo moçambicano fez todo mundo dançar ao melhor estilo “dois pra lá e dois pra cá”. Os mestres de Moçambique ainda tiverem o auxílio valioso das dançarinas que encantaram a plateia.

Cantora portuguesa Raquel Tavares no Tributo ao Samba e aos 450 anos do Rio de Janeiro.
Cantora portuguesa Raquel Tavares no Tributo ao Samba e aos 450 anos do Rio de Janeiro.

Celebração

Logo em seguida, a homenagem ao Rio de Janeiro trouxe um timaço para celebrar os 450 anos da Cidade Maravilhosa. Alcione, Fernanda Abreu, Mart’nália, Xande de Pilares, Gabriel Moura e a fadista Raquel Tavares reservaram grandes surpresas. O fim do show foi marcado pela bela homenagem ao arranjador Lincoln Olivetti, falecido recentemente.

Ludmila
Ludmila

Funke-se Quem Puder

Ludmilla puxou seu bonde no Palco Cidade com hits próprios como “É Hoje” e “Te Ensinei Certin”. O baile funk ficou completo com versões de Anitta e Valesca Popozuda. Fã assumida de Beyoncé, a caxiense que não é de caozada mostrou que é dona de um vozeirão ao cantar “Halo”.

Rapper Belga Stromae
Rapper Belga Stromae

Aplausos

Depois do funk – e voltando ao Palco Rio -, é chegada a hora mais esperada da noite. Stromae, o músico belga que chama atenção por suas composições em francês e instrumental com uma pegada bastante eletrônica, gerava alguns ataques histéricos na pista.

Com todo o charme que a língua francesa pode dar, o rapaz começou o show com “bâtard”. Arriscando algumas palavras em português, ficou variando também entre francês e inglês para se comunicar com o público, mas o idioma ali era o menos importante, já que a própria energia tratava de conectar as pessoas.

Passando seu último CD, “racine carrée”, quase todo a limpo, tocou “ta fête”, “ave cesaria”, “moules frites”, “carmen” e “Formidable”, quando fingiu um desmaio – o que não passava de um charme para chamar a próxima música, “humain a l’eau”. Em seguida, tocou seu maior sucesso, “Alors on danse”, esgotando (ou quase) a energia dos que ficaram até o final.

No bis, o artista ficou com uma versão bastante prolongada de “Papaoutai”, em que apresentou sua banda, agradeceu à produção, ao Rio de Janeiro e ao Brasil com um imenso carisma, encerrando um dos melhores shows de todo o Back2Black 2015.

Valeu a pena para quem se permitiu pular, cantar, dançar, brincar e se emocionar com a sexta edição do maior festival de cultura negra do país: o BACK2BLACK, no Rio de Janeiro. Muito legal ter no Brasil um evento para mostrar a cultura africana, mãe de todas as outras, e também, a força da cultura afro nas periferias. É nesse contexto que sinto orgulho de ser brasileiro e poder legitimar viver, momentaneamente, num país de Primeiro Mundo.

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Planet Hemp no Back2Black 2015

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Adivinha doutor, quem tá de volta na praça?! Planet Hemp, ex-quadrilha da fumaça! Dia 20 de março, no Back2Black Festival 2015 pra manter o respeito.

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Rapper Stromae viciado em Valesca Popozuda

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Stromae vem ao Brasil pela primeira vez para se apresentar no Back2Black Festival 2015. Enquanto o belga não traz sua pista de dança pra Cidade das Artes, ele bateu um papo com O Globo sobre sua expectativa para o show no Rio de Janeiro e revelou que, apesar de não entender a letra, está viciado em “Beijinho no Ombro”, da carioca Valesca Popozuda.

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– O que significa? Não tenho ideia, mas acho muito bom o ritmo! Quando ouço funk brasileiro, não importa que estejam cantando num idioma que não entendo. O que importa é a levada, é como me sinto com aquela batida.

Stromae é gente como a gente e não se segura quando o tamborzão começa a tocar <3 Ele ainda disse que seria muito bacana tentar um cover da música no seu show, mas acredita que não terá tempo para treinar a sua versão para desejar para todas inimigas vida longa. Uma pena! Seria muito divertido ouvir “Beijinho no ombro” em francês.

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Angélique Kidjo garante mais um Grammy

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Antes de desembarcar no Back2Black Festival 2015, Angélique Kidjo garantiu mais um Grammy.

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Poderosa, dona de uma voz potente, presença de palco única e premiadíssima! Assim podemos definir Angelique Kidjo, um dos shows mais aguardados do Back2Black Festival 2015. Antes de desembarcar na Cidade das Artes, a cantora do Benin garantiu mais um Grammy, desta vez pelo seu aclamado “Eve”, de 2014. O álbum, vencedor na categoria World Music, é uma homenagem às mulheres da África, sua resiliência e beleza.

Esta é a segunda vez que Kidjo leva o Grammy para casa. Em 2007, a cantora também impressionou o público com “Djin Djin” e levou o gramofone dourado pela mesma categoria. Angelique Kidjo é simplesmente maravilhosa! 😀

A cerimônia do Grammy ainda reservou grandes emoções para o público. Destaque para Beyoncé e John Legend, que encerraram a premiação com a trilha sonora do filme “Selma”, cinebiografia de Martin Luther King Jr. sobre sua trajetória no interior do Alabama por direitos iguais para os negros norte-americanos.

Angélique Kidjo esteve em São Luís em 8 de setembro de 2009, no aniversário de 397 anos da capital maranhense.

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Linton Kwesi Johnson no Festival Back2Black (RJ)

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O festival Back2Black, que acontece nos dias 20 e 21 de março, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, anunciou a vinda do rapper belga Stromae para sua sua sexta edição. A programação inclui ainda Angelique Kidjo, Planet Hemp, Damian Marley, Velha Guarda da Mangueira, Lenine com Orquestra Rumpilezz, além do lendário poeta jamaicano do dub Linton Kwesi Johnson.

LInton Kwesi Johnson
LInton Kwesi Johnson

O preços variam de R$ 50 a 200 reais (combo para os dois dias) e começam a ser vendidos na sexta-feira (23).

Novo nome do hip-hop europeu, Stromae, nome artístico do compositor e produtor Paul Van Haver, tem despontado no YouTube com as músicas “Papaotuai” e “Tous Les Mêmes”). Sucesso na Europa a partir dos anos 2010, o músico faz um som eletrônico influenciado pela cultura do hip-hop e pela música latina. Ele canta em francês e está em franca ascensão nos Estados Unidos.

Jamaica e Rio

Serão 14 shows distribuídos entre os dois palcos instalados no andar térreo da Cidade das Artes. No Palco Rio, o maior deles, se apresentarão apenas os nomes consagrados, enquanto o Palco Cidade será dedicado a encontros entre artistas novos e veteranos.

A música jamaicana é um dos destaques do festival. Do país que preserva tantas afinidades musicais com a África e o Brasil, o festival apresenta Damian Marley – filho e discípulo do legado de Bob Marley – e Linton Kwesi Johnson, celebrado poeta do dub. Damian nunca fez show no Rio de Janeiro. Já Linton, que vai dividir o palco com seu habitual colaborador Dennis Bovell (guitarrista e baixista de reggae e dub oriundo de Barbados), é atração inédita em palcos brasileiros.

Rapper Belga Stromae
Rapper Belga Stromae

Do Benim, vem a politizada cantora e compositora Angelique Kidjo. De Angola vêm Aline Frazão e Toty Sa’Med, jovens talentos que vão dividir o palco com a carioca Natasha Llerena.

Um show-tributo aos compositores negros cariocas, sob o comando do diretor musical Alexandre Kassin e com a participação de diversos artistas, deve incorporar uma homenagem póstuma a Lincoln Olivetti, o maestro, músico e arranjador fluminense que faleceu em 13 de janeiro deste ano. Os rappers Duguettu e Carol Conká – naturais do Rio de Janeiro e de Curitiba, respectivamente – completam a programação.

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Festival Back2Black 2015

Local: Fundação Cidade das Artes
Av das Américas, 5.300
Barra da Tijuca – Rio de Janeiro
Tel: (21) 3325.0102

Preço do ingresso (por dia): R$ 150,00 (inteira) / R$ 75,00 (meia)
COMBO para os dois dias : R$ 200,00 (inteira) / R$ 100,00 (meia)

Para compra de ingressos e informações sobre pontos-de-venda na cidade, acessar o site da Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br)

Ponto de Venda sem Taxa de Conveniência:
Cidade das Artes – Av. das Américas, 5300, Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ
Horário de Funcionamento: terça a domingo, das 13h às 19h.

PROGRAMAÇÃO

SEXTA, 20 DE MARÇO DE 2015

PALCO RIO
– Linton Kwesi Johnson + Dennis Bovell Dub Band (Jamaica/Barbados)
– Planet Hemp (Brasil)
– Damian Marley (Jamaica)

PALCO CIDADE
– Duguettu
– Karol Conká
– Dream Team do Passinho (Brasil) + bailarinos de kuduro (Angola)
SÁBADO, 21 DE MARÇO DE 2015

PALCO RIO
– Lenine + Orquestra Rumpilezz (Brasil)
– Angelique Kidjo (Benim)
– Grande celebração aos compositores negros cariocas
Homenagem ao samba/soul/black carioca
Direção musical de Alexandre Kassin
Arranjos de Lincoln Olivetti
– Stromae (Bélgica)

PALCO CIDADE
– Velha Guarda da Mangueira (Brasil)
– Mingas + Moreira Chonguiça + Bailarinos de Marrabenta (Moçambique)
– Aline Frazão (Angola) + Toty Sa’med (Angola) + Natasha Llerena (Brasil)
– DJ (nome a confirmar)

 

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Plateia canta com Gal no Back2Black

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A rapper americana Missy Elliott foi o grande destaque deste sábado (24), segunda noite do festival Back2Black, no Rio de Janeiro . Uma chuva leve mas persistente caiu sobre a cidade no fim da tarde e acabou afastando o público da Estação Leopoldina – ao contrário da noite anterior, que atingiu lotação máxima do local. Mas o mau tempo não impediu Naná Vasconcelos de abrir a noite esquentando o público.
O hip hop se afirmou como dominante, na mão de nomes como o brasileiro Emicida e a americana Missy Elliott. No dia do rap, porém, se destacaram também artistas que trafegaram por fora do gênero. O percussionista Naná Vasconcelos abriu os serviços às 21h50m no palco principal, mostrando na estação maracatu, sob a regência dos tambores do Rio Maracatu – o grupo foi um dos convidados do show. Jorge Du Peixe, outra participação especial, incursionou com “Meu maracatu pesa uma tonelada” e “Macô” – os metais, em diálogo com os tambores, deram frescor e vigor ao repertório, num registro diferente mas tão poderoso quanto a usina de groove da Nação Zumbi.
A mesma potência se mostrou na ancestralidade buliçosa de “Os quindins de Iaiá” e “Urubu malandro”, numa festa que teve ainda a presença da caboverdiana Lura, que temperou a batucada brasileira com a malícia de ritmos como o funaná. O trompetista e compositor Hugh Masekela, segunda atração do palco, é um os símbolos do combate ao sistema segregacionista na África do Sul e amigo de Nelson Mandela nessa batalha pela igualdade racial. O jazzista deu continuidade à noite com elegância e simpatia – dirigiu-se à plateia com expressões em português como “barra limpa?” e afirmou que nunca esteve num país onde as pessoas se gostassem tanto como no Brasil. Seu jazz apoiado em chão africano manteve alta a temperatura (a ótima banda ajudou), permitindo-se momentos mais cool, como sua leitura de “Mas que nada”, de Jorge Ben(jor).
Com atraso, devido a chuva, a noite de hip hop aconteceu no segundo palco com o mineiro Flávio Renegado, que passeia por referências como o reggae e samba, além do rapper paulistano Emicida, que se apresentou com o mesmo swingue de Renegado, porém com mais contundência nas rimas e poesias
No palco principal, a grande atração da noite, Missy Elliott apresentou um espetáculo que valorizou mais a visualidade que a música – mesmo levando-se em conta a força de hits como “Lose control”, “The rain (Supa dupa fly)” e “Get ur freak on”. Um grupo de 16 bailarinos – que trocava incansavelmente de figurino, como a própria – mantinha a ação frenética no palco, sustentando a atenção da plateia, que respondeu bem ao show, Durante a apresentação, a artista reverenciou nomes da música negra, entre eles, Tupac, Michael Jackson e Whitney Houston. Ao fim, ela retribuiu lançando um par de tênis (!) para o público.
O kuduro angolano encerrou a noite, no segundo palco, com Os Pilukas, Noite Dia e Francis Boy. A participação de uma mulher da plateia que dançou ao lado dos artistas encarnou – com graça, calor e de forma incontestável – o elo Brasil-África marca registrada do festival.
Último Dia
A quarta edição do Festival Back2Black chegou ao fim no domingo (25). A abertura do terceiro e último dia do festival ficou por conta da cantora e compositora paraense Dona Onete, 73 anos, que apresentou as músicas de seu álbum de estreia, “Feitiço Caboclo”. Acompanhada de músicos liderados pelo respeitado guitarrista Pio Lobato – responsável pela reinvenção da guitarrada em Belém – Dona Onete pôs o público presente para balançar ao som de carimbós, boleros e sucessos como “Amor Brejeiro” e “Tambor do Norte”.
Diva

Na sequência, foi a vez de Gal Costa abrir o palco principal. A musa baiana reuniu o maior público do dia, que cantou em coro sucessos como “Divino Maravilhoso”, “Barato Total”, “Baby” e “Vapor Barato”. Músicas de seu último álbum “Recanto” – o trigésimo da cantora, lançado no final de 2011. O trio formado por Domenico Lancellotti (bateria e MPC), Pedro Baby (guitarra e violão) e Bruno Di Lullo (baixo) misturou sonoridades experimentais, rock e programações eletrônicas. Destaque para a versão de Gal para a música “Um Dia De Domingo”, em que diverte o público imitando a voz grave e inconfundível de Tim Maia.

A cantora Daúde subiu ao palco enquanto Gal ainda se apresentava no principal e contou com uma parcela menor de público, pelo menos até a metade de seu show. A baiana apresentou músicas de seus quatro discos – incluindo sua versão de “Pata Pata”, [da cantora sul-africana, Miriam Makeba, que foi casada com o trompetista Hugha Masakela], celebrada pelo público presente – e também experimentou canções de seu próximo álbum, que será lançado no primeiro semestre do ano que vem.

Enquanto isso, no palco principal, a compositora, cantora e guitarrista do Mali Fatoumata Diawara – mais conhecida como “Fatou” – apresentou músicas de seus dois discos lançados. A sonoridade leve de seu violão acústico e sua voz afinada encantaram parte do público, que já era visivelmente menor em relação ao show anterior (da Gal). Mesmo assim, alguns fãs fiéis cantavam junto suas canções e, ao final do show, a aguardavam para autografar seus discos.

Tributo

O DJ Sany Pitbull prestou homenagem aos 70 anos de vida e 50 de carreira do rei brasileiro da Black Music Gerson King Combo. Sany apresentou o show Black & White Sound System, onde reuniu o próprio Gerson e a banda AfroReggae em formação especial com 10 músicos – sendo seis percussionistas e quatro violinistas. “Rational Culture”, do mestre Tim Maia, foi uma das músicas preferidas pelo público.

Interação

Mas a grande atração da noite foi a compositora, produtora e cantora Santi White, mais conhecida pelo nome artístico Santigold. A americana voltou a encher o palco principal com fãs que dançavam, vibravam e cantavam praticamente todas as músicas. O repertório foi baseado em seus dois discos lançados: “Santogold”, de 2008 e “Master of My Make-Believe”, que saiu em abril desse ano. Com ótimas bases, boa coreografia e voz hipnotizante, Santigold encantou o público presente e fechou a noite muito bem acompanhada: no meio do show, convidou cerca de 20 pessoas do público a subir no palco e dançar a seu lado.

Ao final dos shows, o público, extasiado, balançou ao ritmo charme do DJ Corello, encerrando o Back2Black Rio 2012 do jeito que foi criado pra ser, no mais alto astral.

Celebração

Foram três noites de pura celebração e diversidade cultural. Segundo o escritor angolano José Eduardo Aqualusa, o B2B veio para contribuir para o reencontro entre o Basil e a África. Uma África moderna, contemporânea, produtora de cultura e pensamento. Para ele, “esse processo é importante, também, para afirmação internacional  do Brasil, enquanto grande potência, e muito mais importante ainda para a autoestima dos brasileiros de ascendência africana”.

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Back2Black: uma Kizomba

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A primeira noite da quarta edição do Festival Back2Black foi marcada por muita ‘Kizomba”. E lá estava [eu] conferindo todos os detalhes da festa/movimento. Mais de 6 mil pessoas, entre gente da televisão e da música. Luana Piovani, Natália Lage, Elza Soares, o casseta Cláudio Manoel, a cantora maranhense Rita Benneditto, Caetano Veloso, Maria Gadú, Ana Carolina e Marcelo D2, e outros desencanados, presentes na Estação Leolpodina, zona portuária do Rio de Janeiro, para degustar Black Music em vários tons.

Samba, Semba, Kuduro, Hip Hop, Soul, R&B, Ciranda, Coco, Frevo, Maracatu, Afrobeat. O Back2Black explora as influências africanas fazendo a ponte do passado e presente, legitimando a linguagem universal da música. O que se viu é que a plateia comprou ingresso priorizando o soul e hip hop das cantoras Nneka e Lauryn Hill e acabou descobrindo uma negadinha bacana que faz som no continente africano.

É maravilhoso ver as raízes africanas representadas por um hibridismo tão grande de artistas, de países tão diferentes. Martinho da Vila abriu à noite e constatou que essa celebração é possível. Como um autêntico mestre de cerimônia soube misturar samba com semba e chamar para o palco os baianosVirginia Rodrigues, Riachão e os africanos Manecas Costa ´(Guiné-Bissau) e Tito Paris (Cabo Verde), além da flha Martn´ália. Apenas a configuração do som no momento da apresentação dele deixou a desejar.

O festão não pára por aí, além do que rolava em um palco B, com shows do grupo carioca Novíssimos, o pernambucano Siba e o animado grupo congolês Jupiter & Okwess International, que esteve presente na versão londrina, realizada entre os dias 29 e 1 de julho deste ano, a cantora nigeriana Nneka fez a festa com a casa já lotada.

A artista que já foi chamada de a ‘Lauryn Hill da África” fez um show em que valorizou a crítica social em músicas inseridas em três discos. Acompanhada de uma banda com cinco músicos, fez o público dançar.

A principal atração da noite, Miss Lauryn Hill entrou por volta de 2h da manhã. Antes o público delirou com o ‘freestyle’ dançante do ‘deejay’ integrante a banda de Hill. O cara fez um passeio pelo raggamuffin de Damian Marley, Dee-Lite e até o ‘single’ do Gotye rolou em seu ‘set’.

Um aperitivo que deixou todo mundo pilhado para receber a dama da noite. Laury Hill cantou as conhecidas do grande público que foi ao delírio.
Um aperitivo que deixou todo mundo pilhado para receber a dama da noite. Laury Hill cantou as conhecidas do grande público que foi ao delírio.
A cantora também lembrou o Dia da Consciência Negra, e chamou ao palco Gabriel O Pensador para traduzir sua canção/poema intitulada “Black Rage” (“Fúria Negra”, em português), um grito contra a opressão dos negros no mundo inteiro. “Fúria negra é fundada naqueles que nos serviram autoflagelo. Mentiras, abuso… traição espiritual”, enumerou. “Quando o bicho pega, me lembro de todas estas coisas e não temo”, completou o Pensador.

Mais ‘groove’

Um vagão da antiga estação de trem da Leopoldina também chamava a atenção do público. Batizado de Vagão da Petrobras, o espaço era reservado para quem quisesse se inscrever e cantar com uma banda do evento. Em um outro vagão funcionava a Rádio África cheia de ‘groove’ para animar a galera. A festa continua neste sábado (24) e domingo (25).

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Lauryn Hill e Nneka no Back2Black

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Aparentemente Jimmi Hendrix e Janis Joplin parecem ter feito o caminho inverso pela música. E, para muitos. o conceito do pretinho de alma branca que enveredou pelo rock. Ela,  a branquinha de alma preta que fez opção pelo blues. Entre rótulos criados pela indústria cultural e perpetuado por meio mundo, traduz que assim como a alma, a música não tem cor. E um dos bons exemplos para legitimar essa tese está resumida no festival Back2Black, que chega em sua quarta edição na Estação Leopoldina, zona portuária do Rio de Janeiro, além de uma versão gringa realizada, entre os dias 29 e 1 de julho deste ano, no Old Billinsgate, em Londres, pegando carona pelos Jogos Olímpicos, na capital da Inglaterra.
Segundo os organizadores do evento, a meta é reconstruir a conexão da sociedade moderna com as raízes africanas. Estarei acompanhando de perto o festival que usa a coerência e a contextualização dos fatos para mostrar que a tradição e a modernidade são filhas das mesma mãe. E jamais se deve ignorar a importância do continente africano como o verdadeiro berço da humanidade.
Plural
A partir desta sexta-feira (23), até domingo, uma diversidade de atrações marca registrada do Back2Black, desde que foi criado em 2009. Nomes como o de Macy Gray, Gilberto Gil, Marisa Monte, Criolo, Marcelo D2, Arnaldo Antunes,  o senegalês Youssou N’Dour, Nação Zumbi, Seu Jorge, Martn´ália, além da cubana Omara Portuondo. O cantor Prince chegou a ser convidado para o festival, mas bateu fofo.
Na versão brasileira de 2012, uma nova seleção musical – que vai do samba ao hip-hop, passando pelo jazz, rhythm and blues, funk, maracatu e carimbó, entre outros -, acompanhada de uma mostra de artes e de um ciclo de debates. Nas três edições anteriores, o festival recebeu um público de 60 mil espectadores.
De acordo com os organizadores do evento, este ano o festival contará com dois palcos – no ano passado foram três. No entanto, a arena montada ao redor dos palcos terá capacidade para receber uma quantidade maior de pessoas. Entre as 20 atrações musicais, o destaque fica por conta da forte presença de mulheres no elenco internacional.
Primeiro, as damas
Inéditas para o público brasileiro, vão se apresentar no festival as cantoras americanas Missy Elliott, rapper detentora de cinco prêmios Grammy, e Santigold, sucesso no estilo pop contemporâneo. A cantora nigeriana Nneka, a malinesa Fatoumata Diawara e a cabo-verdiana Lura vão garantir a presença feminina africana. 
A música africana também será representada pelo sul-africano Hugh Masekela e pelo congolês Jupiter & Okwess International, entre outros. A lista de atrações brasileiras inclui a cantora Gal Costa, com seu elogiado show Recanto, o percussionista Naná Vasconcelos, Martinho da Vila, Mart’nália, Virginia Rodrigues e os rappers Flávio Renegado e Emicida.
Fórum
Os debates serão realizados nos dois últimos dias do evento, no auditório da desativada estação ferroviária, e terão a curadoria do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Uma discussão sobre o lugar da mulher na literatura e nas sociedades africana, cubana e brasileira inaugura o ciclo, às 18h do dia 24. Com a mediação da jornalista Paula Cesarino Costa, o tema será debatido pelas escritoras Paula Chizane, de Moçambique, Karla Suarez, de Cuba, e Ana Maria Gonçalves, do Brasil.
A segunda conferência do dia, às 19h45, será dedicada ao tema A Presença do Samba na Literatura Brasileira e dos Poetas e Escritores no Samba. O escritor Paulo Lins, autor dos romances Cidade de Deus e Desde que o Samba é Samba, e os músicos Nei Lopes e Martinho da Vila, também escritores, dividirão a mesa, que terá como moderador o jornalista Vagner Fernandes.
No domingo (25), às 16h30, a presença dos orixás na literatura brasileira e as razões de Jorge Amado para não ter deixado sucessores à sua obra serão debatidas pelo sociólogo Reginaldo Prandi e pelo escritor Alberto Mussa, com a moderação a cargo de José Eduardo Agualusa.
No encerramento da série de palestras, às 18h15, o músico sul-africano Hugh Masekela e o escritor cubano Carlos Moore, autor de uma biografia do músico nigeriano Fela Kuti, debaterão as relações da África com o Brasil e o papel da música no combate ao apartheid e ao racismo.
A mostra de arte do Back2Black homenageia este ano o pintor argentino radicado no Brasil Carybé (1911-1997), que retratou a cultura negra brasileira em suas obras. Trinta painéis com ilustrações do artista, incluindo a série retratada no Livro dos Orixás, de Jorge Amado, vão decorar a Estação Leopoldina.  Mais informações sobre a programação e os ingressos estão disponíveis no site do festival
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Back2Black confirmado

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Os artistas Missy Elliott, Lauryn Hill e Martinho da Vila são destaques do festival Back2Black, que ocorre na Estação Leopoldina, no Rio de Janeiro, de 23 a 25 de novembro.

Além deles, também participam Santigold, Nneka, Fatoumata Diawara, Hugh Masekela, Fatoumata Diawara, Hugh Masekela, Jupiter & Okwess International. O elenco nacional contará com Gal Costa, Naná Vasconcelos, Emicida, Siba, entre outros.

Os preços do primeiro lote de ingressos (os mil primeiros) são os seguintes: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia), para um dia; R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia), Combo para 2 dias; e R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia), Combo para 3 dias.

A venda de ingressos se inicia a partir de 0h01 do dia 8 de outubro, através do site da Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br), do call center 4003-1212 e de pontos de venda físicos.

Confira a programação do Back2Black 2012

PALCO SEXTA (23) SÁBADO (24) DOMINGO (25)
Estação Martinho da Vila, com Manecas Costa, Tito Paris, Riachão e Mart’nália
Nneka
Lauryn Hill
Naná Vasconcelos e Maracatus, com participação de Lura
Hugh Masekela
Missy Elliott
Gal Costa
Fatoumata Diawara
Santigold
Petrobras Novíssimos
Siba
Jupiter & Okwess International
Flávio Renegado
Emicida
Os Pilukas + Noite Dia + Francis Boy
Dona Onete e Dançarinos de Carimbó
Daúde
Sany Pitbull apresenta Black & White Soudsystem com Gerson King Combo e Igor Cavalera

Anteriormente, o festival estava programado para ocorrer em agosto deste ano.

Mais informações podem ser obtidas através do www.back2black.com.br.

Serviço

Festival Back2Black

Quando: 23 a 25 de novembro

Onde: Estação Leopoldina (Av Francisco Bicalho, s/nº – Santo Cristo)

Quanto:

1º LOTE Individual (1 dia): R$ 120,00 inteira / R$ 60,00 meia Combo (2 dias): R$ 220,00 inteira / R$ 110,00 meia           Combo (3 dias): R$ 300,00 inteira / R4 150,00 meia (Para os primeiros 1.000 ingressos)

2º LOTE Individual (1 dia): R$ 150,00 inteira / R$ 75,00 meia Combo (2 dias): R$ 260,00 inteira / R$ 130,00 meia Combo (3 dias): R$ 370,00 inteira / R$ 185,00 meia

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