Surpreendente Céu

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Na semana passada, a cantora paulista Maria do Céu esteve no “Talk Show”, do Jô Soares, na Rede Globo. No programa, ela falou da bem sucedida carreira, das influências musicais e sobre o que ainda pretende fazer para consolidar-se no tão confuso e difícil cenário musical brasileiro.

A jovem cantora, de apenas 25 anos, foi a grata surpresa da edição carioca do TIM Festival 2006, onde mostrou faixas do disco intitulado apenas “Céu”, lançado pelo selo Ambulante. Ao manter contato com o trabalho, a primeira impressão foi com a capa do disco. Veio à máxima de Vinícius de Moraes: “A Beleza é Fundamental”. Mas, é bom que se diga o encanto de Céu transcende a aparência.

Ao ouvir cada faixa do disco foi estar diante de um CD de estréia marcado pela ginga e elegância.
Dotada de seu próprio universo, em um primeiro momento talvez seja difícil definí- la musicalmente, porém ao final da audição tudo se encaixa e se define. A partir daí, será facil reconhecê- la.

A primeira surpresa é sua voz aveludada e encantadora, e a vontade de posicionar-se na contramão dos formatos habituais da música brasileira. Ela opta por um formato intimista e acústico, às vezes parece soar linear, mas para os ouvidos sensíveis o disco aparece como uma boa opção e traz um apelo de renovação na Música Popular Brasileira.

O CD é uma espécie de elo entre o urbano e o tradicional. Uma sonoridade privilegiada, onde o hip hop, o reggae, o jazz e a música brasileira se encontram, onde as sonoridades eletrônicas se transformam simplesmente em uma alquimia antropofágica.

Sensivelmente bem servida pela produção complexa e minimalista de Beto Villares, responsável pela roupagem moderna eletroacústica do disco. Beto tratou os elementos com extrema elegância e simplicidade, indo direto ao essencial.

Entre as preferidas na audição estão: Lenda, Roda, O Ronco da Cuica (João Bosco/Blanc) e a versão insinuante de Concrete Jungle, do rei do “rastafarianismo” Bob Marley.

. Personagem discreta, madura, audaciosa, reservada e convicta de seu caminho musical. Com o primeiro disco, ela se inscreve definitivamente na linha dos artistas responsáveis em criar uma nova página na história da música brasileira, embora seja a tarefa difícil.

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Sob aplausos e vaias, Baixio das Bestas vence Festival de Cinema em Brasília

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A produção cinematográfica brasileira está de bem com a vida. Vários festivais sendo realizados no País para premiar diretores, atores e atrizes engajados com a sétima arte, além de formar platéia que valorize o cinema nacional. O 39º Festival de Cinema de Brasília encerrou nesta terça-feira, 28, com a entrega da premiação no teatro Carlos Santoro. No final compensou a polêmica, o “Baixio das Bestas”, do diretor pernambucano Cláudio Assis, conquistou seis prêmios no festival, inclusive o mais cobiçado, de melhor filme, no valor de R$ 80 mil.

Cláudio Assis, que estreou em 2002 com o filme “Amarelo Manga”, levou, além do troféu Candango de melhor filme para o júri oficial, também os de melhor atriz (Mariah Teixeira), nelhor ator (Irandir Santos), melhor atriz coadjuvante (Dira Paes), melhor trilha sonora (Pupillo) e também o de melhor longa-metragem 35 mm para a crítica especializada.

A consagração de Cláudio Assis dividiu reações da platéia do Teatro Cláudio Santoro. Houve aplausos, mas também fortes vaias. A torcida eram para os filmes “Querô”, do paulista Carlos Cortez e “Batismo do Sangue”, do mineiro Hlevécio Ratton, que levou apenas dois troféus: o de melhor diretor e melhor fotografia para Lauro Escorel).

No fundo do palco, ouviram-se, além das vaias, gritos de “júri safado”, diante do resultado da premiação. Tranqüilo no palco, Cláudio Assis apenas comentou ironicamente: “Obrigado pela Educação”.

O segundo filme mais premiado da noite, foi o paulista “Querô”, de Carlos Cortez, com quatro troféus: melhor som (Louis Robin), melhor direção de arte (Fred Pinto), melhor roteiro (Carlos Cortez, Bráulio Mantovani e Luis Bolognesi) e melhor ator para o estreante Maxwell Nascimento, de apenas 16 anos.

O documentário “Encontro com Milton Santos ou a Globalização Vista do Lado de Cá”, do carioca Silvio Tendler, venceu o troféu de melhor filme para o júri popular. O grande vencedor na categoria curta-metragem foi Trecho, de Helvécio Martins Jr. e Clarissa Campolina. O filme levou os troféus de melhor curta para o júri oficial, melhor fotografia (Pablo Lobato) e melhor montagem (Karen Harley e Clarissa Campolina).

O Festival de Cinema de Brasília foi aberto no último dia 21, onde foram apresentados longas e curta-metragens de 35 mm, além de curtas e médios longa-metragens de 16 mm.

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Vaidade, o pecado predileto

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Um belo dia ouvi de um vidente baiano que em outra encarnação teria sido um negro rico como Pelé. De volta a esse mundo ouvi de uma pessoa que nada nesse universo material me deixa deslumbrado. Graças a Deus, consigo conviver com a mesma naturalidade com o “luxo” e o “lixo”. Enxergar a Torre Eiffell para mim é como estivesse diante da Fonte do Ribeirão, ou escutar Chemical Brothers é como se estivesse ouvindo o tambor de crioula do Mestre Felipe, ou o bumba-meu-boi de Maracanã, assim como clássico de Bach me remete à sonoridade do samba cadenciado do mestre Antonio Vieira. Afinal de contas, assim deveria caminhar a humanidade. Mas, como a vida é cheia de altos e baixos, pessoas honestas e desonestas, ricos e pobres, negros e brancos, amarelos e pardos, ou melhor, formado de cobras e lagartos, temos mais é que aprender a conviver com as diferenças humanas, mas não impede de que sejamos criaturas reflexivas.

Agora, foi assistindo pela segunda vez em casa ao filme “O advogado do diabo”, com Al Pacino e Keanu Reaves, que presenciei uma excelente metáfora da vida, uma verdadeira “chacoalhada” na maneira de como enxergar as nossas prioridades e de como é fácil perder-se no meio do caminho.

O filme retrata a carreira de um promotor bem sucedido que jamais perdeu um caso. Um jovem com uma carreira brilhante, casado com uma linda mulher que, aparentemente, tinha tudo para ser feliz. No entanto, no meio do caminho, ele recebe uma proposta para trabalhar em um escritório de advocacia. E, sem perceber, estava entrando em uma grande armadilha em que sua vida profissional e seus anseios pessoais seriam colocados em cheque. Podem ficar tranqüilos que não sou daqueles chatos que conta o filme para todo mundo. Vá hoje mesmo na locadora e pegue-o para o final de semana. Irá aprender muitas coisas valiosas para sua vida pessoal e profissional, principalmente sobre o perigo da vaidade. No filme, a vaidade é colocada de uma maneira muito sugestiva, cheia de sensualidade e maquiada da realização de nossos sonhos.

Bem, se me permitem, eu diria que na vida real a vaidade é uma das maiores pedras que o ser humano precisa aprender a vencer. Um dos problemas é que ela é muito confundida com auto-estima e muitos vaidosos “de plantão” escondem-se atrás deste álibi. Não, vaidade não é auto-estima. Auto-estima é ter consciência de seu valor, reconhecer seus pontos fracos e fortes sem se abater com o que descobre. Acima de tudo é reconhecer seu lugar no mundo e seu valor neste espaço. A vaidade é a auto-estima que adoeceu ou mesmo um sinal de inferioridade. Quem é muito vaidoso, vangloria-se de tudo e tem sempre a necessidade de mostrar para os outros que foi ele(a) quem fez ou deixou de fazer, demonstra sua insegurança e deixa patente sua necessidade de chamar a atenção de quem o rodeia, não que deseja ser reconhecido seja algo ruim, absolutamente. Mas daí a fazer disso uma meta, acima do bom senso e do respeito a capacidade das outras pessoas, vai uma longa distância.

No contexto profissional é necessário cuidar da imagem, da maneira como nos vestimos, como nos comportamos, como nos apresentamos ao mercado. É, sem dúvida, essencial que saibamos demonstrar nosso valor e despertar no mercado de trabalho uma atração por nossa capacidade produtiva, afinal disso depende nosso sustento. Os grandes problemas são os caminhos que, às vezes, escolhemos para fazer todos esses pressupostos se materializarem. A linha entre o marketing pessoal bem feito e a vaidade enrustida que aparece para todos é muito tênue. É preciso exercitar o equilíbrio entre o que desejamos mostrar e o resultado que queremos obter e a forma como vamos fazer isso e a impressão que vamos passar para os outros.

É comum encontrar pessoas que somente falam de si em uma roda de bate papo, não se importam com os outros. Esquecem que nascemos com dois ouvidos uma boca apenas. Há aqueles que se preocupam tanto em aparecer que esquecem que a melhor forma de aparecer é despertando nos outros a vontade de se interessar por nós.

Já dizem os filósofos, antropólogos, sociólogos e Ricardo Melo, consultor em Desenvolvimento Humano, e a todos que me ajudaram na linha de raciocínio desse texto que não viemos nos moldar ao mundo, mas perceber que quando somos vaidosos temos a ilusão que o mundo deve se moldar a nós, que tudo deve ocorrer no nosso tempo e da forma como desejamos e sabemos que, na realidade, não é assim que a vida funciona! Voltando ao filme “O advogado do diabo”, a frase que mais me chamou a atenção é: “Vaidade é meu pecado predileto!”.

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Baleiro e a menor Big Band do Mundo

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Zeca Baleiro aportou mais uma vez em São Luís e mostrou talento artístico e a sabedoria em como cativar uma platéia exigente e às vezes órfã de eventos que fujam do convencional. Juntamente com Beto Pereira, Baleiro fez a festa do MPB Petrobrás, nesta terça-feira, no Teatro Artur Azevedo. Na minha opinião, o projeto, que traz o conceito em ser um mix de música e ação social, está entre os maiores acontecimentos musicais registrados este ano em terras ludovicenses.

Sei que férias não curam gastrite, mas a noite e o show ecoaram como parte integrante do retiro espiritual adotado por mim durante os trintas dias longe do trabalho. Afastei-me por algumas horas do meu lar doce lar para assistir aos shows de Beto Pereira e Zeca Baleiro.

Como diz o jargão do futebol, a preliminar foi feita com muita competência por Beto Pereira. Acompanhado pelos instrumentistas Pepê Júnior (guitarra), Monstrinho (percussão) e “loops” de computador, o músico fez uma viagem por canções importantes em sua carreira, tais como, Verão, Terecô, Ana e a Lua, Willy e Amor Maluco (Chico Maranhão). Entre uma canção e outra Beto aproveitou para contar estórias engraçadas vivenciadas na estrada da música.

Na seqüência veio Zeca Baleiro trazendo um show em formato acústico. A abertura foi feita pela canção “A Serpente”, numa reverência e inquietação com a lendária São Luís. Depois da performance solo, o músico disse que seria acompanhado pela banda de um homem só e anunciou o nome do versátil instrumentista Tuco Marcondes. Juntos apresentaram a canção “Alma Não Tem Cor”, do Karnak, fazendo refletir em que ser braquinho, neguinho, amarelo ou verdinho, tudo não passa de rótulos, conceitos criados ao longo da história da humanidade.

Em quase duas horas e meia de show Baleiro emendou os seus grandes sucessos gravados em discos anteriores e no atual “Baladas no Asfalto & Outros Blues, intercalados com músicas de compositores que o emociona. Dois bons exemplos foram Bicho de 7 Cabeças (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Renato Rocha) e Palavras (Roberto/Erasmo Carlos), que segundo o artista, a dupla brasileira representa os “Lennon/McCartney Tupininquins”.

Além do domínio no palco, Zeca soube mais uma vez interagir com a platéia, que contribuiu ativamente no espetáculo. Em meio a tantas brincadeiras, Baleiro apresentou uma canção infantil inédita, assumiu o seu lado brega romântico ao citar como preferidos: Amado Batista, Reginaldo Rossi, Bartô Galeno, Odair José, Márcio Greyck e Waldick Soriano. Afinal de contas, quem nunca se sentiu um brega em um dia na vida ?

Ao interpretar Muzak, que está longe de ser uma música feita para elevador ou consultório dentário, Baleiro deixou explícito que a balada o faz imaginar estar tão distante e tão perto ao mesmo tempo. A vida pacata em Arari, o cosmopolitismo agitado de São Paulo, Nova York, constatam que o destino dele está aqui, acolá, sempre ao lado dos verdadeiros amigos, independente dos limites geográficos. A maior prova disto, foi o reencontro com Nosly na Casa de Apolônia Pinto, onde tudo começou musicalmente entre os dois. Foi o momento ímpar do show quando juntos interpretaram “Versos Perdidos”, feita em parceria, A canção está no mais recente trabalho “Baladas do Asfalto & Outros Blues”.

Beto Pereira e Zeca Baleiro encerraram em grande estilo a temporada 2006 do MPB Petrobrás, um projeto itinerante, criado para fortalecer e legitimar que ainda existe uma música brasileira feita com inteligência no Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, e nos demais estados da Federação.

Em se tratando da viabilização do MPB Petrobrás em São Luís, serviu para curar um pouco a timidez e a lentidão que têm perturbado ultimamente a vida cultural na cidade.

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Nosso Tempo é o Hoje

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Mesmo com aquela onda de sensacionalismo, bizarrice e baixaria na televisão brasileira, a telinha ainda consegue ser um veículo de comunicação que informa com precisão, tem credibilidade e emociona.

Tem gente que prefere os canais fechados. Sou daqueles que ainda acredito na TV convencional, até porque no meio de tanta turbulência existe um objeto democrático batizado de controle remoto. Graças a esse acessório que acompanha a TV é possível separar o joio do trigo.

Entre os programas preferidos estão os de clips musicais, talk show, documentário, um jornalismo feito com transparência e conhecimento geral, além de um programa que destaca o esporte.

Deixo bem explícito que a música e o esporte são as minhas duas paixões. É para escolher um programa eficiente, voto no Esporte Espetacular. Aqui está o meu programa de cabeceira nas manhãs de domingos. Acordo cedo, ligo a TV e lá está o Esporte “literalmente” Espetacular, aprovado por mim e milhares de brasileiros, que apreciam os apresentadores simpáticos e com perfil esportivo, matérias com textos leves, às vezes com pitadas de irreverência, além de uma sensibilidade profunda no momento de escolher uma trilha sonora para dar mais brilho ao trabalho. Essas receitas deixam qualquer um telespectador envolvido até a alma.

E já que o objetivo desse texto é a emoção aliado a reflexão, vale ressaltar que a edição deste domingo, do Esporte Espetacular me fez lembrar aquela frase de que “a televisão é uma máquina de fazer doido”, ou seja perturba e comove em todos os sentidos.

Ao assistir ao Esporte Espetacular me deparei diante de um homem velho, inquieto, por nome Tuflê (não sei, talvez seja assim que se escreve). Vi em seu rosto e no resto do corpo o quanto as marcas do tempo são implacáveis. Ao mesmo tempo percebi na sua alma que é possível conviver com a velhice sem frustrações, torná-la saudável desde que você tenha objetivos.

O senhor, o “Sir” Tuflê descobriu no esporte uma alternativa de mostrar que ser velho não é ter idéias fixas, tem que saber o significado da palavra auto-estima, deve transgredir com responsabilidade e não aceitar a síndrome de Peter Pan. Questionado sobre a sua performance na pista de atletismo, o solitário atleta foi enfático em dizer que era o melhor do mundo dentro da sua modalidade e que ainda era uma criatura viril. Parecia ser pretensioso, mas a leitura a ser feita é de que Tuflê é um homem na melhor idade e privilegiado.

Aos 95 anos, uma alimentação saudável, tendo a música como fonte de inspiração e sem vícios, Tuflê apresenta a todos nós o verdadeiro elixir da juventude. Espirituoso, o velho e bom atleta pede a Deus que não deixe agora esse plano físico.

– Quero correr até aos 100 anos. Quem sabe mais de um século e se possível entrar para o “guiness book” como o homem e atleta mais velho do mundo em atividade – declarou.

Com as palavras otimistas e arrojadas, Suflê tornou-se um dos meus maiores admiradores. Consegui defini-lo como um homem cujo o seu tempo é o hoje. É daqueles que ao ouvir uma música do Charlie Brown Júnior não vai dizer que música boa é aquela feita em seu tempo. Eis aí, uma boa lição de vida !!!!

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Rock in Rio: mais vivo do que nunca

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A história do Brasil é feita por fatos políticos marcantes, pelas conquistas internacionais no futebol e pela música. Ao longo de seus 500 anos, a musicalidade brasileira pela sua diversidade sempre foi vista com bons olhos pelo mercado externo. A Bossa Nova, a Tropicália, são dois bons exemplos registrados entre os grandes movimentos musicais existentes no planeta.

Além de produzirmos uma boa música, também estamos entre os maiores consumidores mundiais dessa manifestação artística. E foi dentro de uma visão sensível e empreendedora que o empresário Roberto Medina promoveu em 1985, o Rock in Rio I.

A primeira característica a ressaltar o Rock In Rio é tentar defini-lo apenas como um festival de música. Todos os detalhes da sua concepção e realização ultrapassam em muito essa abordagem simplista.

Muito mais do que apenas de música, o festival foi feito para desenvolver o turismo no Brasil, e de modo especial, para o resgate de uma imagem positiva do Rio de Janeiro, além de informar e integrar os povos através da arte, bem como o primeiro a adotar uma postura de responsabilidade social.

O Rock in Rio tornou-se referência na história do show business brasileiro. Até 1985, o país sediava pouquíssimos festivais grandes e muitos artistas se negavam a viajar ao Brasil, devido à distância e à falta de tradição no mercado de shows. É um empreendimento precursor de muitas outras iniciativas capazes de posicionar o Brasil como uma grandeza junto às demais. A resposta veio com a exportação do festival para o mercado europeu, ou seja, os portugueses tiveram o privilégio e a capacidade de absorver a idéia.

Por aqui resta saudade e a esperança de que um outro Rock In Rio esteja por vir. Enquanto não vem resta dizer que os shows das três edições brasileiras do festival começam a ganhar versões digitais, para serem ouvidos/vistos em casa. O primeiro, de Cássia Eller, acaba de chegar às lojas (o CD; o DVD deve ser lançado até o final deste mês).

O projeto é da produtora MZA Music, de Marco Mazzola, em conjunto com a Artplan, de Roberto Medina, organizador do Rock in Rio.

“Cássia Eller ao Vivo – Rock in Rio” traz o show completo que a cantora apresentou no evento ocorrido em janeiro de 2001 – Cássia Eller morreria em 29 de dezembro daquele ano, no Rio de Janeiro.

No disco, além das 13 canções ao vivo, há um extra com entrevistas com Cássia Eller e com os músicos que participaram do show, como a Nação Zumbi, que, no dia, tocou “Come Together” (Beatles) e “Quando a Maré Encher” com a cantora.

A última música apresentada por Cássia Eller foi o cover “Smells like Teen Spirit”, do Nirvana, a pedido do filho, Chicão, então com sete anos.

O conteúdo do DVD de Cássia Eller poderá ser visto em especial no Multishow, que deve ser exibido em 10 de dezembro.

Barão Vermelho (que tocou na primeira edição do RiR, em 1985) e Paralamas do Sucesso (também em 1985) devem ser os próximos a ter seus shows transformados em disco.

Sem Blitz, Rita Lee…

Além dos brasileiros, a MZA planeja lançar CDs e DVDs de alguns artistas internacionais que passaram pelo Rock in Rio, como Neil Young, Queen e James Taylor. Já Rita Lee, Blitz e Ney Matogrosso –este último, o primeiro show do festival, em 1985– estão fora do projeto, pois o áudio de suas apresentações foi totalmente perdido.

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Pela extinção da relação doméstica

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Geralmente quando se faz algum comentário que foge de determinadas práticas convencionais, corriqueiras e conservadoras dentro de um sistema, ou de comportamento humano, logo você recebe petardos de que você é exagerado, está sempre no contra, ou então é chamado de pessimista, e por aí vai.

Desde que assumi a profissão de jornalista, um dos compromissos com a notícia é de não comungar com a mediocridade, a mentira e ter bom senso no momento de redigir um texto. Como DJ, uma atividade que veio como uma boa conseqüência para minha vida profissional, resolvi contribuir com São Luís tocando uma música que eu acredito.

As duas tarefas tenho procurado desenvolver com lealdade, até porque aqui é o meu Porto Seguro. Daqui surge a minha fonte de inspiração que me faz enxergar o mundo dentro de uma visão cosmopolita e ampla. Tenho uma afeição muito grande por essa ilha e pela sua história.

Agora, é impossível se desenvolver um bom trabalho tendo que conviver com pessoas descompromissadas com a ética, a arte e com o próximo. Tem gente que só olha para o seu umbigo, a sua ambição e egoísmo eterno. Esquece de ser sensível, palavra que faz parte do dia-a-dia do artista que vive com dignidade. Aquele artista que antes de entrar em cena se concentra para mexer com o lúdico de quem está apenas em busca da alegria, e muitas das vezes fica à deriva de falso produtores e agiotas culturais.

Em São Luís, a falta de compromisso com o artista e o público tem sido uma constante. São inúmeros shows cancelados, é o artista que sai para tocar e não recebe o dinheiro do contratante. É o consumidor que além de não assistir ao show porque o artista não compareceu, ainda é lesado no ingresso. Em determinadas ocasiões é tratado com descaso pelo garçom, ou gerente do bar. Enfim, são relações corriqueiras e que já viraram uma “mania maranhense” e, para uma capital que tem forte apelo turístico não deixa de ser um péssimo negócio. Agora sejamos justos, parcela da população é conivente com esses tipos constrangimentos, afinal de contas, tem gente que faz apologia ao chamado “jeitinho brasileiro de ser”.

Sei que as pessoas têm livre arbítrio para agir de má fé, mas não sou obrigado a envolver-me com esse tipo de circunstância, afinal de contas não gosto de sofrer danos morais e éticos.

A ação inconseqüente ocorrida na última sexta-feira, com o show que iria acontecer em clube na Ponta D´Areia, envolvendo a banda pernambucana Nação Zumbi, a cearense Alma Negra e as locais Kazamata, Nego K´aapor e o DJ Pedro Sobrinho sirva de lição a todos nós que fazemos e gostamos de arte nessa cidade.

É chegado o momento de uma postura mais racional e deixarmos o tapinha de lado, aquele “e aí camarada”. É necessário analisar São Luís com o olhar do século XXI. Boas parcerias e dando uma basta a esse modelo “relação doméstica” ainda existente por aqui em nome do profissionalismo.

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A mulher e o casamento

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são dádivas divinas criadas por Deus. Quando o assunto é escolher uma “mina”, a minha preferência é pelas maiores de idade, especialmente acima dos 30, para não dizer dos 40, mas sem querer me anular de uma garota inteligente e mais nova, sem forçar a barra. Dizem que quando a mulher atinge os 40 está na idade da loba, o período em que ela “uiva” com mais personalidade, maturidade e emancipação. A medida em que ficamos mais velho “o politicamente correto” seria aumentar a afeição por uma “balzaquiana’. Como opção é como “aquilo”…cada um tem a sua ? Mas, que tal comungarmos de alguns trechos da crônica “A Mulher dos 40” escrita pelo cineasta e parceiro de profissão, Arnaldo Jabor.

– Uma mulher de 40 nunca o acordará no meio da noite para perguntar: “O que você está pensando?” Ela não se importa com o que você pensa, ‘mas se dispõe de coração se você tiver a intenção de conversar. – Se uma mulher de 40 não quer assistir o jogo, ela não fica à sua volta resmungando. Ela faz alguma coisa que queira fazer. E ,geralmente é alguma coisa bem mais interessante. – Uma mulher de 40 se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Poucas mulheres de 40 se incomodam com o que você pensa dela ou sobre o que ela está fazendo.

– Mulheres dos 40 são honradas. Elas raramente brigam aos gritos com você durante a ópera ou no meio de um restaurante caro. É claro, que se você merecer, elas não hesitarão em atirar em você, mas só se ainda sim elas acharem que poderão se safar impunes.

– Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem. Você nunca precisa confessar seus pecados para uma mulher de 40. Elas Sempre sabem…..

– Mulheres mais velhas são diretas e honestas. Elas te dirão na cara se você for um idiota, se você estiver agindo como um!

– Sim, eu admiro as mulheres com mais de 40 por um “sem” número de razões. Infelizmente, isso não é recíproco. Para cada mulher de mais de 40, estonteante, inteligente, bem apanhada e sexy, existe um careca, velho, pançudo em calças amarelas bancando o bobo para uma garçonete de 18 anos. Senhoras, eu peço desculpas: Para todos os homens que dizem: “Por que comprar a vaca se você pode beber o leite de graça?”, aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento, sabe por quê? Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça. “Nada mais justo”. Ahahaahahahahahahahahaha !!!!!

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Cautela na Notícia

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A ética, apurar a notícia com o tom da verdade e enxergar os dois lados da moeda são algumas essências básicas para o bom exercício do jornalismo. Na minha vida acadêmica e como profissional há 20 anos sempre utilizei a cautela e a responsabilidade no momento em que estou escrevendo um texto ou me permitindo a uma troca de idéias com os companheiros jornalistas.
Quando o assunto é fazer jornalismo, a minha especialidade sempre foi a música. Dela alimento a minha alma, a vida profissional e ao mesmo tempo procuro alimentar ao próximo. Jamais utilizei um espaço em veículo de comunicação para denegrir ou ferir qualquer quer que seja a pessoa, qualquer segmento ou movimento artístico, e por aí vai.

Na última quarta-feira, fui entrevistado para divulgar a minha participação no show da banda pernambucana Nação Zumbi, da cearense Alma Negra e das locais Kazamata e Nego K´aapor. Achei a iniciativa e o espaço louváveis para que se pudesse destacar uma festa marcada pelo diferencial e que veio para abalar as estruturas da ilha.

O foco da matéria seria o show. Só que durante o bate papo falamos do evento e de repente surgiram comentários sobre o reggae. Como um cidadão formador de opinião dei a minha parcela de contribuição, até porque não sou “Maria vai com as outras”, tenho personalidade e opinião própria e não sou obrigado a concordar com determinados “Status Quo”. Mas ao fazer qualquer comentário uso em primeiro lugar o bom senso, para não tornar-me o dono da verdade. Assumo que durante a entrevista trocamos opiniões sobre o assunto, mas o que me deixou incomodado foi saber que as minhas palavras ecoaram de maneira distorcidas.

Na matéria publicada na última quinta-feira, sublinhei alguns trechos para que pudesse me retratar de uma situação bastante constrangedora.

1- Sobre o rótulo “Jamaica Brasileira” não estava me posicionando contra. Disse apenas que dentro de um movimento engajado, político, o título soava como um equívoco. Agora, se o grande lance é o reggae como entretenimento, o título é justificável.

2- Jamais me referi as radiolas e ao estilo de reggae cultuado por aqui como “cafona” e “ultrapassado”, pois as duas expressões ecoariam de forma arrogante e preconceituosa. Quero expressar que embora tenha preferências por determinados reggaes e radiolas, sou também um defensor da democracia e da seguinte citação: “Aquilo que é bom para mim, pode não ser bom para o outro, e vice-versa”.

3- As palavras foram colocadas em minha boca quando me referi sobre a estratificação social no reggae. Tentei apenas fazer uma comparação de que o reggae em outros cantos do País ganhou força de cima para baixo. No Maranhão, o fenômeno foi semelhante com o ocorrido na Jamaica, nasceu de baixo para cima. Quis dizer que a comparação foi apenas sócio-econômica, e que no geral a história sobre a difusão do reggae tem a sua importância e que o Maranhão pela questão étnica absorveu o ritmo jamaicano com mais vibração.

4- Um outro trecho na matéria que discordo foi quanto ao comentário feito sobre as estruturas dos clubes de reggae em São Luís. Fiz apenas um relato “realista” do “apartheid social e ideológico” existente nos clubes. A segregação pode ser vista a olho nu. Como exemplos citei o Trapiche, Chez Moi e o Chama Maré, os quais visito como uma certa freqüência e outros mais populares que de vez em quando me deixo envolver em nome da “vibração positiva” do reggae.

Diz quem tem o dom da palavra jamais perde uma batalha, mas quando a mesma é utilizada de forma errada pode gerar uma guerra. A lição fica para todos nós profissionais da comunicação. Todo cuidado é pouco com a notícia !

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