Tudo Blues…

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edson.jpgEdson Travassos será o representante maranhense na II Mostra BNB de Blues que acontece entre os dias 3 e 27 de junho, no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (CE). A Mostra terá 17 shows de 14 bandas vindas de seis estados Brasil. Além do Maranhão, tem Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Piauí e Ceará.  Ele se apresenta neste sábado, dia 4.

Durante a mostra haverá exibição de uma série de nove DVDs antológicos de Blues, e também um exposição de caricaturas de todos os artistas participantes da mostra, criadas por Kazane, artista plástico e músico paraibano radicado no Ceará – que faz o show de abertura na próxima quarta-feira, 3, às 17h, seguido pela banda De Blues em Quando, às 18h30.

As apresentações acontecerão sempre às quartas e quintas-feiras de junho (dias 3, 4, 10, 17, 18, 24 e 25), com o encerramento no dia 27 (sábado), quando pontuarão os shows dos guitarristas-cantores Big Joe Manfra e Artur Menezes.

Integram o elenco da mostra sete grupos cearenses, três cariocas (Black Dog, Jefferson Gonçalves e Big Joe Manfra – os únicos a fazerem dois shows), um paulista (Felipe Cazaux), um pernambucano (El Mocambo), um maranhense (Edson Travassos) e um piauiense (Clínica Tobias Blues). Do Ceará, participam: Kazane, De Blues em Quando, Blues Label, Nayra Costa, Puro Malte, Marcelo Justa e a História do Blues, e Artur Menezes.

Programação

Shows MusicaisKazane (CE)Dia 3, qua, 17hPersonalidade importante do Blues no Ceará – inclusive com participação efetiva no CD Blues Ceará, tocando e cantando com a Sub-Blues -, o guitarrista, cantor e artista plástico Kazane busca neste espetáculo mostrar seu mais recente trabalho. 60min.

De Blues em Quando (CE)

Dia 3, qua, 18h30

Simplicidade e autenticidade. Esta é a tônica de um trabalho autoral em Português, que torna o gênero acessível a todos, explorando sua sensibilidade e paixão, sem deixar de lado os clássicos que fizeram do blues um estilo mundialmente conhecido. 60min.

Blues Label (CE)

Dia 4, qui, 17h

Apresenta um trabalho apurado de pesquisa, aspecto que deu ao grupo livre trânsito por entre várias vertentes dessa música: blues de raiz, country, jump, blues-rock, funk e soul music. Atualmente o grupo desenvolve o projeto “Casa do Blues” em parceria com a Prefeitura de Fortaleza. 60min.

Edson Travassos (MA)

Dia 4, qui, 18h30

Estudou na “Musiarte”, escola dirigida por Isidoro Kutno, com metodologia baseada no material do GIT e da Berklee (EUA). Foi vencedor do concurso nacional de bandas promovido pelo programa “Ultrasom” da MTV e teve veiculado os clipes “Mary Juana Blues” e “Véio” naquela emissora. 60min.Nayra Costa (CE)

Dia 10, qua, 17h

Destaque para sua voz forte e grande carisma. Apresentações nos principais bares e boates do circuito musical de Fortaleza, algumas vezes com a banda MaraJazz ou com o seu trabalho solo, o projeto “I Love Janis”, interpretando clássicos da trajetória da polêmica cantora estadunidense Janis Joplin. 60min.Puro Malte (CE)

Dia 10, qua, 18h30

Como um bom uísque, a Puro Malte visa o deleite e a satisfação de quem tiver a oportunidade de assistir a seus shows. Ela busca unir doses generosas do bom e velho Blues com a energia e a virilidade do rock’n’roll – tudo misturado por um contagiante tempero cearense. 60min.

Marcelo Justa e a História do Blues (CE)

Dia 17, qua, 17h

A valorização das diversas nuances – tradicionais e modernas – do Blues está no foco. A mistura sonora dessa concepção registra obras magistrais compostas por B.B. King, Stevie Ray Vaughan, Johnny Winter, Willie Dixon, Robert Johnson, Eric Clapton, Jeff Beck, Kenny Wayne Shepherd e outros. 60min.

Black Dog (RJ)

Dia 17, qua, 18h30 e 18, qui, 17h

Grupo carioca de Rock e Blues com 15 anos de estrada, tornou-se conhecido no Brasil e internacionalmente como sendo o único a tocar toda discografia da banda inglesa Led Zeppelin. Em virtude dessa característica, o grupo foi convidado para shows diversificados e apresentações em diferentes pontos culturais de Fortaleza. 60min.

El Mocambo (PE)

Dia 18, qui, 18h30

Suas apresentações têm uma energia ímpar. Com um trabalho autoral totalmente independente e acabando de sair do forno, a El Mocambo demonstra a alquimia de sentimentos peculiares ao Blues, numa configuração específica aos costumes e devaneios da cidade de Recife. 60min.Felipe Cazaux (SP)

Dia 24, qua, 17h

Paulista radicado no Ceará. Destaque na revista Guitar Player e em matérias de jornais e revistas cearenses. Recebeu também ótimas resenhas da revista Blues’n’Jazz, a maior em seu segmento, além de destaques em sites da internet como o Palco Mp3, do provedor Terra. 60 min.

Jefferson Gonçalves (RJ)

Dia 24, qua, 18h30, e 25, qui, 17h

O virtuoso gaitista tem estilo pessoal com influências do melhor do blues da música estadunidense. Em suas apresentações, o artista sintetiza a bagagem acumulada em suas andanças pelo Brasil afora, Nordeste adentro, em palcos de suas pesquisas de ritmos nordestinos. 60min.

Clínica Tobias Blues (PI)

Dia 25, qui, 15h30O

Power Trio teve marcante participação na I Mostra de Música do Piauí e no II Festival de Blues do Maranhão. Com registros disponíveis para audição gratuita e download na Internet (www.palcomp3.com.br/ctblues <javascript:void(0);> ), a banda inicia o processo de gravação do primeiro CD, com mais de 70% de material inédito. 60min.

Big Joe Manfra (RJ)

Dia 25, qui, 18h30 e 27, sáb, 17h30

Um dos maiores intérpretes do Blues “made in Brasil”. O guitarrista, com experiência internacional, apresenta um repertório formado por composições próprias e clássicos como “I Just Want To Make Love To You” (Willie Dixon) e “Red House” (Jimi Hendrix), exibindo, além de refinada técnica, a sensibilidade característica dos grandes bluesmen. 60min.

Artur Menezes (CE)

Dia 27, sáb, 16h

Guitarrista e cantor, participou de vários eventos ligados a cena do blues no Ceará, além de temporadas em Chicago (EUA), onde se apresentou ao lado de John Primer, Charlie Love and The Silky Smooth Band, Linsey Alexander, Phill Guy, Brother John e Big Ray, entre outros. 60min.

Exibição de DVDs

Albert Collins – In Concert: Ohne Filter (Albert Collins & The Icebreakers) (2003)Mestre da Telecaster, o “the Iceman” Albert Collins foi um dos mais influentes bluseiros de seu tempo. No palco, o texano mostra todo seu arsenal com seus blues funkeados. 60min.B.B. King – Live at Nicks (2002)

O rei B.B. King em uma arrebatadora apresentação no Nick’s em Dallas. Em ação, B.B. mostra porque é considerado uma lenda com a execução de “The Thrill is Gone”, “Everyday I Have the Blues” e outros clássicos. 50min.

The American Folk Blues Festival – The British Tours 1963-66

Esse especial é uma compilação de programas gravados entre 1963 a 1966 para a TV britânica com grandes nomes como: Sonny Boy Williamson, Muddy Waters, Lonnie Johnson, Big Joe Williams, Lightnin’ Hopkins, Sugar Pie DeSanto, Howlin’ Wolf, Big Joe Turner, Junior Wells and Sister Rosetta Tharpe. 77min.The American Folk Blues Festival 1962-1966 – Volume 1

Gravado em uma pequena TV alemã, esse primeiro volume da série The American Folk Blues Festival é um registro histórico com performances de mestres do quilate de Muddy Waters, Sonny Boy Williamson, Buddy Guy, John Lee Hooker e Sippie Wallace, realizadas entre 1962-63. 70min.

Lightnin’ Hopkins Rare Performances – 1960 – 1979

Flagra o grande mestre do Texas Blues, Lightnin’ Hopkins, em momentos até mesmo inusitados, como o registro de Lightnin’ tocando nas ruas e em uma birosca da cidade de Houston. O DVD traz ainda performances “elétricas” de Lightnin’ Hopkins para um especial de TV gravado em Austin, Texas. 70min

Deep Blues: A Musical Pilgrimage to the Crossroads

O diretor Robert Mugge e o escritor Robert Palmer percorrem o Delta do Mississipi, Arkansas e Memphis, registrando nomes como R. L. Burnside, Junior Kimbrough, Jessie Mae Hemphill, Roosevelt “Booba” Barnes e outros não tão conhecidos, mas que mostram de que o Blues é feito de verdade. 91min.

Muddy Waters – Got My Mojo Working – Performaces Raras 1968-1978

DVD com performances raras do Rei do Chicago Blues. Além de verdadeiras lendas do Blues como Otis Spann e Pinetop Perkins no piano, Carey Bell, Paul Oscher e Jerry Portnoy na gaita, Pee Wee Madisone, Bob Margolin e Luther Johnson nas guitarras e grandes bateristas como Leary e Willie “Big Eyes” Smith. 54min.

Paul Lamb and the King Snakes

O rei da gaita britânica em uma performace ao vivo no Jazz and Roots Club, em fevereiro de 2003. Com influência de Sonny Terry e do Blues da Costa Oeste dos EUA, Paul Lamb continua sendo a principal referência da gaita britânica. 85min.

Rod Piazza & The Mighty Flayers – Bis Blues Party

Um dos principais ícones do West Coast Blues, o californiano Rod Piazza em uma de suas excepcionais performances no Sierra Nevada Brewery “Big Room”, na cidade de Chico, Califórnia (EUA). Acompanhado por sua esposa (Honey Piazza – piano), Henry Carvajal (guitarra), Bill Stuve (baixo acústico) e Paul Vicent Fasulo (bBateria). Um Blues dançante com muita influência das grandes big bands. 80min. 

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Nota Jazz…

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cassandra1.jpgEm uma das minhas idas ao Free Jazz Festival, tive o privilégio de assistir ao show da cantora Cassandra Wilson, 54 anos, no Hotel Nacional (RJ). Ela substitiu ao cantor Mel Thormé, que adoeceu e ficou de fora ds festa. Cassandra foi uma das fundadoras do movimento M-Base, que misturava a cultura musical africana o funk e o jazz de vanguarda. A voz grave, o estilo cool, o olhar sedutor e uma formação musical compleza a tornaram a uma rara unanimidade.

Cassandra Wilson está de volta ao Brasil. Na última segunda-feira, 26, ela esteve no programa Jô, na Rede Globo, onde comentou sobre o retorno ao Brasil, fez elogios a Elis Regina, definindo-a como uma cantora de jazz e falou do novo disco a bordo, Loverly, que lhe valeu o Grammy de melhor cantora de jazz este ano, do show no Bourbon Street, , ocorrido nesta quinta-feira (28), desta sexta-feira, 29, no HSBC, em São Paulo, e domingo no Rio. 

Os críticos a colocaram no ponto mais alto do jazz vocal, de onde não saiu até agora – é a mais celebrada cantora do gênero da atualidade. Em 1995, ganhou o primeiro Grammy, pelo disco New Moon Daughter, um dos meus preferidos de cabeceira. O repertório do show. traz uma visão “malinesa” do clássico de Duke Ellington, Caravan. Quando entra em cena, Cassandra marca com sequência de canções A Sleeping Bee (letra de Truman Capote para composição de Harold Arlen), Lover Come Back to Me (releitura cassandrística para música de 1928 que foi gravada por Billie Holiday e Doris Day, entre outros) e a doçura familiar de Manhã de Carnaval, de Luiz Bonfá.

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Cada macaco…

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Li o manifesto escrito pelo jornalista, produtor e empresário da noite, Alex Palhano, reivindicando por uma ‘Noite Honesta em São Luís’. Concordo em muitos aspectos, pois somos a única capital brasileira onde o ‘ecletismo’ acontece às vezes de maneira incoerente e apelativo quando a boa é conviver com o mesmo espaço, e o pior, em um só palco. O argumento é de que o jovem ludovicense pensa assim e o mercado diz amém.  Lógico, sou defensor da tal ‘diversidade’, mas não do ’samba do maluco doido’, onde pagode namora com tecno, forró estilizado com Pop Rock, axé com psytrance, calypso com heavy metal, funk das poposudas com reggae das radiolas da Jamaica Brasileira e o “new’ sertanejo com o rap.Toda essa mistura se caracteriza como bizarra e de mau gosto.

É necessária uma tomada de consciência, pois estamos construindo uma juventude viciada e descontextualizada com o movimento de festas temáticas, festivais, entre outras manifestações de diversão com música que acontecem no País.  A percepção é notória quando se atravessa o Estreito dos Mosquitos, ou então quando se busca como outra opção, o Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado. Não quero aqui dizer que esse ‘ecletismo’ visto pras bandas de cá não seja visto pras bandas de lá, porque gente querendo se dar de bem na vida existe em qualquer lugar.  Agora, a segmentação é uma realidade, uma postura nobre. Não defendo em momento algum que ‘cada macaco tem que ficar eternamente no seu galho’.

Quando o papo é misturar sons e ocupar o mesmo quadrado, às vezes em palcos distintos, acredito que a melhor receita é a de usar os ingredientes com algo em comum. A tarefa não parece fácil, mas basta usar a sensibilidade e bom senso, atitudes que estão fora de moda diante da Globalização Capitalista e cada vez mais Selvagem.

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Apocalipse, No !

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djfranklin22.JPGNada mais agradável do que uma festa temática para caracterizar que ‘o fim do apocalipse não está breve’. Assim foi a balada “Soulteiros e Acompanhados” no último sábado (23), no Espelunca Chic. Gente animada e de bem com a música feita aqui, acolá, em qualquer lugar ‘pirou o cabeção’ do começo, meio e fim dos setlists dos ‘deejays’ Franklin (MA) e Marcelinho da Lua (RJ).

Uma noite conceitual, versátil e festiva. Quem foi pra pista se esbaldou na levada do drum´n´bass, do som “Du Ca”. Enfim, uma noite em que  os toca-discos, a música e os ‘deejays’ brilharam.

DJ Marcelinho da Lua incursionando e soltando os cachorros pra cima da platéia com scratches,  som visceral e dançante.

djmarcelinhodalua.JPG 

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Expectativa

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O aniversário de 400 anos de São Luís em 2012 será definido até o fim do ano pelo Governo do Estado. A programação será articulada pelas secretarias de Cultura e Turismo.

Os quatro séculos de existência da capital maranhense, fundada pelos franceses, da Humanidade, Atenas e Jamaica Brasileira, merece uma festa de arromba.

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Palco…

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A última edição do Projeto Choro Pungado recebe Célia Maria. Dona de uma voz peculiar e uma presença de palco cheia de personalidade, a cantora maranhense subirá no palco nesta sexta, 28, na certeza de contagiar a platéia.

Idealizado grupo Choro Pungado composto por Luiz Jr. (violão 7 cordas), Luiz Cláudio (percussão), João Neto (flauta), Robertinho Chinês (bandolim e cavaquinho) e Rui Mário (acordeon), o projeto recebeu nas noites de sextas-feiras, no bar Maloca (Lagoa da Jansen), as visitas de Fernando de Carvalho, Carlinhos Veloz e Lena Machado.

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Macy Gray no Brasil

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Deu na coluna de Mônica Bergamo, que a cantora americana Macy Gray fará shows no Brasil em junho, acompanhada do músico e DJ australiano Kaz James. No dia 5, eles se apresentam na Pacha São Paulo.

A jornalista também informa que dois dias depois, a dupla toca em uma festa fechada da LG, no Memorial da América Latina.

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Inclusão…

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Domingo é dia de matinê especial em Barcelona. Uma das discotecas mais badaladas da cidade espanhola reserva a noite para que portadores de deficiências mentais possam dançar e paquerar livremente.

Ao contrário de uma discoteca comum, no entanto, álcool, cigarros e bebidas energéticas estão proibidos nas noites de domingo da boate Luz de Gas. A medida foi tomada porque a maioria dos frequentadores da matinê especial toma remédios fortes.

Outras adaptações também foram feitas. A iluminação é controlada, para evitar possíveis ataques epiléticos, e seis monitores acompanham os frequentadores para auxiliar em eventuais emergências.

O resto do ambiente, no entanto, é igual ao das outras noites, com música, DJs, barmen, diversão e paquera. Dentro da discoteca, os DJs tocam músicas da moda, às vezes há shows ao vivo, e os deficientes se sentem à vontade, principalmente porque os pais não podem entrar.

Para os seis monitores voluntários, a proibição da entrada dos pais ajuda a promover a independência e respeita a privacidade dos jovens, especialmente na hora da paquera.

A matinê especial funciona há um ano e foi criada pela Fundação Ludalia, que auxilia portadores de deficiências mentais.

A festa, que começa às 17h30 e termina às 21h, é exclusiva para pessoas entre 18 e 45 anos com Síndrome de Down, paralisia cerebral e outras deficiências.

Desta vez, o espaço exclusivo tem a colaboração dos donos da discoteca, que cedem as instalações e a arrecadação da noite para os outros projetos da fundação.

Os frequentadores pagam 7 euros (cerca de R$ 20) pela entrada, com direito a consumação.  Uma boa idéia e que no Brasil esteja sendo absorvida e colocada em prática.

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Saborosa…

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“Cangote”, EP de inéditas da paulistana Céu, sai agora nos EUA pela Six Degrees e já pipoca em blogs especializados na internet. São apenas quatro músicas, mas o repertório inspirado serve como um aperitivo saboroso para os fãs. 

Cinco anos depois de seu disco de estreia, a dona de uma das mais belas vozes da atualidade esbanja maturidade em três composições próprias e uma versão pra lá de malemolente para “Visgo de jaca”, famosa na interpretação de Martinho da Vila.

A produção ficou a cargo da própria Céu com ajuda dos camaradas Beto Villares, Gustavo Lenza e Gui Amabis. Se “Sonâmbulo” traz o acento jamaicano característico de seus gostos musicais, “Bubuia” é o encontro perfeito de poesia com os vocais etéreos de Céu, Anelis Assumpção e Thalma de Freitas.

Fonte: Lígia Nogueira

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Gaiatto na ‘Paulicéia Desvairada’

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gaiattobarcelonaespanha1.jpgO gaitista, violinista e flautista, Júnior Gaiatto, conversou por telefone com o jornalista Pedro Sobrinho. Ele falou da trajetória na ‘Paulicéia Desvairada’, do poeta Mário de Andrade. Destacou ainda a experiência como integrante da banda de Seu Jorge, turnê “América Brasil” e do seu grande ‘pilar’: a família. 

Blog:  Há um tempo atrás você tocava nas noites de São Luís. De repente, torna-se um músico de qualquer palco, tendo Seu Jorge como responsável por esse sonho de consumo. Alguma coisa mudou nessa transição, de ter nascido em uma ilha e ir morar numa cidade literalmente cosmopolita, feito uma selva de pedra ?

Jr. Gaiatto: Com certeza, Pedro..!  Muitas coisas mudaram em mim…São Luís é uma delícia de cidade e sinto muitas saudades. Confesso que precisei ser ousado para largar tudo que conheço, minha família, minha mãe…  e vir para São Paulo em busca desse sonho musical. Essa enorme selva de pedras me assustou muito na chegada, e ainda assusta, (rsrsrs). Mas precisei pelo menos começar a entender rapidamente como funciona essa “fábrica” e as pessoas que “trabalham” nela. Quem vive aqui não se desliga nunca. Não descansa Hoje em dia, me preocupo em como estarão as coisas no ano que vem. A vida que eu tinha na ilha era mais “tranquila”…  as praias… as noites lindas… as pessoas calorosas… o “sol grátis”… A vida no litoral é mais privilegiada! Eu pensava assim: Será que faço esse show no mês que vem?… Agora, me preocupo em colocar as coisas em prática por no mínimo um ano. Cheguei em Sampa acreditando que aqui, eu estaria mais perto do resto do mundo… e deu certo!!! Viajei e toquei em vários países…

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Blog: E como é tocar no conjuntão formado pelo Seu Jorge e percorrer o mundo ?

Jr. Gaiatto: O fato de estar com Seu Jorge foi um presente de Deus… Mas sou um trabalhador e pai de família! “Mato um leão todo dia, como todo mundo!” Não penso em “sorte”… Acredito que sorte é matemática! Uma adição de empenho + oportunidade…   ou busca + perseverança…ou respeito + humildade. Nunca forcei a barra com ninguém. E o motivo pelo qual “caí” na banda do Seu Jorge foi mais humano do que musical! Com certeza, Pedro…   mudei muito com a escola que tive na minha ilha, e estou mudando com minha nova escola, chamada “mundo”…

Blog:  Seu Jorge tem uma história de vida marcada por dificuldades. Ele conseguiu ascender e brilhar dentro e fora do Brasil. Você absorve essa lição de vida no seu dia a dia ?

Jr. Gaiatto: Claro!!! A história de vida dele me faz continuar acreditando que há algo de bom pra todos… mas temos que buscar!!! Realmente, o cara tem muita luz! Ele já foi morador de rua, passou fome… frio… preconceito…  passou por muitas dificuldades e conheceu a vida como ela é em sua versão mais dura…   Agora, é um dos maiores representantes da nossa música aqui e no resto do mundo, além de ser um grande ator!!!  Um dos artistas mais imprevisíveis que já vi! É fantástico ver a reação das pessoas nos shows fora do Brasil… algumas pessoas já vieram me comentar: –  Ah! Mas nos shows lá fora só vão brasileiros, né?. Não!!! Os gringos compram o ingresso com seis meses de antecedência. Eles lotam os shows e enlouquecem com o swing e calor da nossa música brasileira! Eu queria que todos soubessem o gigante que é o Seu Jorge no exterior!!!

Blog: Como é vivenciar esse sonho que virou uma realidade ?

Jr. Gaiatto: Toda vez que acabo de tocar com Seu Jorge, seja aqui no Brasil ou fora, fico muito introspectivo e penso:  “como vim parar aqui???” São muitas horas sem conseguir dormir, motivado pela adrenalina e pelos meus agradecimentos em silêncio…

Blog:  Júnior Gaiato surgiu musicalmente envolvido pelo blues. Descobriu Seu Jorge e passou a comungar de um mix sonoro, envolvendo o samba-rock, funk, onipresente no trabalho “América Brasil”. A gente percebe a sua identificação com essa nova concepção de trabalho. Baseado no que você faz atualmente, o blues representa apenas um idealismo de início de carreira, ou seja, algo de um passado?

Jr. Gaiatto: Com certeza, faz parte da minha história! Do meu início e do meu presente… Não diria que está no meu passado, pois é uma carta que guardo na manga e estou sempre feliz e disposto a sacar! Hoje, não é o maior dos meus objetivos musicais…   Eu despertei pra estudar e pesquisar a música do Brasil e do mundo!  Escuto e estudo samba, choro, jazz, samba-rock, black e disco music, baião, música instrumental, pop, new age, música eletrônica, etc… todos os dias. O blues é maravilhoso.  Não dá pra deixar de ouvi-lo, ou tocá-lo… mas não quero ficar “vendendo  hamburguer pra americano”. Quero mesmo é “vender feijoada, muqueca, mocotó”… (rsrsrsrsrsrsrs) Temos um país enorme, e louco pra ser mais amado! Temos tantas culturas e estilos musicais diferentes no Brasil! O melhor sempre é mostrar a nossa música!

Blog:  A crítica coloca Seu Jorge como um selo de qualidade internacional que a elite cultural brasileira passou a considerar um produto de luxo. E pra você como é tomar conhecimento de que você  parte integrante desse conceito ?

Júnior Gaiatto: Hummm!!! Isso eu não me permito ficar pensando……(rsrsrs)  Mas é maravilhoso sim, ler ou ouvir os comentários a respeito da minha contribuição pro trabalho dele! As pessoas me comentam que o violino traz momentos de uma “rabeca nordestina”, ou “fiddle” (estilo country music) e unido ao cavaquinho, cuíca, pandeiro e aquela voz poderosa do Seu Jorge,  levam o show a vários lugares!!! Transformamos em “World Music”!

Blog: É verdade que você acabou sendo elogiado por uma revista musical européia pela performance nos shows de Seu Jorge ?

Jr. Gaiatto: É verdade. Recebi uma critica de uma revista de circulação européia que me deixou muito feliz…”Jr Gaiatto traz ao show do Seu Jorge o sabor distinto da gaita de Stevie Wonder” (revista HMV Choice) Pra mim, Stevie Wonder é um “papa da música”, o maior músico do planeta, o maior da nossa era… e uma das minhas maiores referências de estudo na gaita cromática… então, comparar a minha sonoridade na gaita com a dele é maravilhos, sim!. rsrsrsrsrs

Blog: Dos lugares que você passou com a turnê qual o mais acolhedor. O que mais te chamou atenção ?

Jr. Gaiatto: O Brasil! (rsrsrsrs) Sério! Temos um país lindo!!!  Temos muito frio e muito calor, tantas praias e pessoas lindas. Infinitas culturas e sotaques! Claro que depois de conhecer outros países, me tornei uma pessoa diferente…  Não há dúvidas que isso muda a tua cabeça! É maravilhoso! Uma coisa que me fez sorrir…  Chegamos em Belfast, na Irlanda do Norte, e estava muito frio! Neve caindo no rosto e um vento que cortava o coração! rsrsrrs  Fiquei pensando no calor de São Luís… das praias! Nossa, que planeta interessante nós temos, hein!  Ah! mas dá pra sugerir muitas passagens acolhedoras em outros países…   Um exemplo: fui a um bar de “reggae roots, num “gueto” de Valência, na Espanha. Foi muito bom, pois as músicas que rolavam, me lembrava do “Bar do Nelson”! rsrsrsrs

gaiattomathewsseujorge.jpgBlog: Em setembro do ano passado, aconteceu em São Paulo, o “Festival About Us”, que segue uma proposta ecológica nos mesmos padrões do Live Earth. E lá estavam como atrações, Seu Jorge, Vanessa da Mata, NX Zero, Ben Harper e o cantor sul-africano Dave Matthews Band. Sei que você é fã de cabeceira e cultua a discografia dele. Você chegou a trocar figurinhas com o cara ?

Jr. Gaiatto: Nossa! Isso foi fantástico!!! Sou fãn do Dave Matthews há mais de 10 anos… até minha mãe é!  E de repente, acontece isso…Foi assim…    quando eu soube que tocaríamos no mesmo evento, preparei uma gaita gravada com o nome dele na Bends Harmônicas, empresa da qual sou endorse. Assim que chegamos no local do show, a produção nos avisou que ele viria especialmente mais cedo só pra assistir ao show de Seu Jorge, pois já havia adquirido o CD “América Brasil” e que já curtia muito o som desse brasileiro! Quando fomos apresentados e dei a gaita de presente, gravada com o seu nome, ele só dizia: –  I can’t believe! I can’t believe! (rsrsrsrs) Depois disso, assisitiu ao nosso show de pé ao lado do palco!!!  Quando acabamos de tocar, veio correndo e me pedindo pra esperar… agradeceu a gaita super empolgado e ficou repetindo pra todos da banda: -He’s the best!  Não acreditei! Que maluco! (rsrsrsrsr) Então, perguntei se eu poderia conhecer o Boyd Tinsley, violinista de sua banda… Ele me respondeu: -Boyd no! You be better! Consegue acreditar!!! Não se trata de comparações, e sim de causar um tipo de reação dele à minha musicalidade que eu nunca esperaria! Depois de assistir ao seu maravilhoso show com sua banda, conversamos novamente no camarim e ele perguntou a minha esposa, apontando para mim: – Você sabe o quanto ele é bom músico? Ela disse: -Sei! Por isso que estamos juntos. Foi maravilhoso fazer esse contato. Voltei pra casa acreditando mais ainda que devemos continuar buscando o melhor lado das coisas… o melhor lado da vida.

Blog:: Fale da sua participação no disco do músico angolano Felipe Mukenga, produzido pelo cantor e compositor Zeca Baleiro ? (Inclusive o disco estava previsto para ser lançado em fevereiro deste ano ???)

Jr. Gaiatto: O Zeca é fantástico, né? Pra mim, já foi bola na rede quando atendi ao telefone sendo chamado pra participar de um CD que ele estava produzindo. Melhor ainda, gravar minha gaita em uma música do Mukenga, angolano que ataca com música na Europa, inclusive, seu trabalho atualmente está na trilha sonora de uma novela em Portugal.

Blog: Você está vivenciando um momento de realização profissional. Não causa um incômodo saber que a turnê do Seu Jorge tenha visitado a maioria das grandes capitais e cidades brasileiras, sem falar nas metrópoles gringas, e ainda não conseguiu chegar em São Luís ?

Jr. Gaiatto: Chegamos onde eu queria… É…  incomoda muito! Queria mesmo que as pessoas na ilha pudessem ver esse show. Fiz parte da cena musical de São Luís por oito anos. Sei que seria um marco esse show na cidade. Tenho certeza que todos iriam se divertir muito. É muito diferente…  Mas saber que a minha cidade ainda não pode curtir o show e esse momento da música do Maranhão, me incomoda bastante Cabe aos produtores locais dar essa oportunidade aos ludovicenses… Eu tenho tentado alguns contatos, mas…

Blog: E por falar em São Luís e da distância que hoje separa você da ilha. Qual a leitura que você faz da cidade sempre que a visita ?

Jr. Gaiatto: Linda!!! A cidade está linda! Crescendo.  mais gente, mais prédios, muito mais carros e muito mais violência! É o efeito do progresso com vantagens e desvantagens. Precisamos ter mais atenção, hein gente!!! Não vou deixar de falar sobre isso, justamente por amar São Luís…

Blog: Você constituiu família. Conquistou o seu espaço como músico. O que achas que ainda falta a realizar ? Qual o pedido faria a 2009 ?

Jr. Gaiatto: O meu filho Nicholas é a melhor coisa do mundo. Nada disso teria tanto sentido sem ele. Todos os meus sonhos e desejos são almejados por conta do quero proporcionar coisas boas a ele, em especial, educação. A minha mãe é outra peça importante em minha vida. Ele me deixava fazer tanto barulho em casa, enquanto os meus amigos estavam fazendo faculdade! Nessa Santíssima Trindade, também está a minha esposa. É uma grande parceira que atura todas as neuroses, chatices e ansiedades que um músico tem! (rsrsrsrsrsrsrs). Portanto, são três prioridades que tenho na vida: Só peço saúde, felicidade e muito trabalho em 2009, 2010, 2018… 2032 e por aí vai…

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