Chove lá fora.

Até que enfim chove lá fora.
Há muito
o sol
amigo diário,
diurno,
não dava espaço a doce chuva matinal.
Abro as cortinas e vejo o céu cinza.
Não vejo nada além disso.
Meus olhos
olham para dentro de mim.
Minha lembrança voa em busca da infância
povoada por chuvas de todos os tipos:
torrenciais,
pingos doloridos do tamanho de bolinhas de gude,
finas e rápidas,
localizadas – incrivelmente só de um lado da rua…
Abro a janela e sinto a suave brisa da manhã,
escuto trovões distantes,
e sinto o respingar da água da vida em meu rosto.
As margaridas no canteiro do parapeito da janela
parecem sorrir para mim.
De repente
o vento abre uma pequena fresta na parede de nuvens,
faz com que a folhagem do babaçual ao lado
balance em sutil reverencia
e o sol
distante
manda dizer por um raio dourado cintilante
que permite o casamento da raposa com o rouxinol.

Ave Fernando Pessoa e Jair Andrade.

Minha mãe reinventou o almoço em família. É! Na nossa, assim como acredito que em todas, esse evento acontece aos domingos e é regado, variando de um lugar para o outro, pelos sempre maravilhosos pratos especiais da vovó ou da nona, conforme a etnia e o sotaque.

Mas voltemos à minha mãe, avó de Laila, Nagib Neto e Pilar e de mais duas dúzias de netos que não são filhos de seus filhos legítimos, mas de filhos que se deram para ela, de presente, sem que tivessem que deixar de serem filhos de suas próprias mães. Algumas mães têm essa capacidade de irem acumulando filhos postiços pela vida afora, e a minha é uma dessas.

Pois bem, acontece que a minha mãe, Dona Clarice Pinto Haickel, estabeleceu que além do almoço de domingo, às vezes tipicamente árabe, comida que ela aprendeu a fazer com minha avó, mãe de meu pai, às vezes tipicamente maranhense, cuxá, torta de camarão, peixe pedra frito, carurú, carne de porco assada ou ainda, assessorada por mãe Teté que faz carne de grelha, assada no fogareiro, servida com um arrozinho branco quentinho, passado na manteiga Real, ou ainda uma suculenta feijoada de mulata gorda, com legumes, verduras, toicinho, linguiça e até com banana, milho, caju, ou sua tradicional macarronada com carne moída, frango ao forno e galinha ao molho pardo, ou o velho e rico arroz de toicinho, acompanhado de sua maravilhosa salada de camarão seco e o tradicional molho d’água, espécie de acompanhamento inventado por meu avô, pai de minha mãe, destinado a saciar a fome de sua família, grande e não abastada, complementando a refeição, feito à base de água fria, cebola, alho, limão, uma ou outra folhagem verde, daquelas usadas para temperar peixe, uma pitadinha de sal e pimenta murici, ingrediente indispensável para atrair o freguês a comer algo parecido com nada e ainda assim se sentir satisfeito e refestelado. Comida de pobre mesmo.

Não estou fazendo rodeios, é que preciso desenhar esse cenário todo para poder chegar onde desejo, o novo dia do almoço familiar Pinto-Haickel. Dona Clarice que arrumou uma função melhor que ser nossa mãe ou presidente da Fundação Nagib Haickel, agora só quer ser é avó de Nagib Neto, pois Pilar está morando com a mãe dela em Paragominas e Laila, agora com vinte anos, namorando, fazendo faculdade, passa pouco tempo em casa. Nagib Neto, que é um gigante de cento e noventa centímetros de altura, oitenta e cinco centímetros de largura e dezesseis anos de idade, é um ser que visto de longe já é imenso e de perto só não é assustador por causa de seu sorriso infantil e doce. Ele resolveu que vai comer todo o jerimum e toda a vinagreira do extraordinário cozidão maranhense que minha irmã de criação Litiane, sob a supervisão de mamãe, faz agora todas as sextas-feiras, o tal novo dia de almoço familiar.

A minha velha é muito esperta. Ela inventou esse outro dia para almoçarmos em sua casa, para poder fazer com que meu indisciplinado irmão Nagib coma direito, pois se depender dele, passa o dia todo só no cafezinho, além de aproveitar para ter os homens de sua vida aos seus pés.

Numa dessas sextas-feiras de almoço familiar, cujo prato era um daqueles imensos cozidões, presentes à mesa, dona Clarice na cabeceira, ladeada por mim e por meu irmão, que tinha ao seu lado Nagib Neto, que por sua vez tinha a sua frente, mãe Tetê e do seu outro lado mãe Loló, conversávamos sobre as coisas do dia a dia. De repente eu suspirei fundo e disse a eles uma coisa que queria ter dito há muito tempo: “Eu sou muito feliz” e continuei depois dos améns das mães, da aleluia do meu irmão e da cara de espanto de meu sobrinho gigante. “Sou muito feliz porque tenho uma família maravilhosa, mesmo que minha mãe insista em colocar apenas três quilos de jerimum no cozido, causando briga entre mim e esse mastodonte do Nagib Neto; sou feliz, porque tenho dito para todos que não sou mais candidato a deputado e de todos a quem já disse isso, só ouvi palavras de apoio, mesmo que às vezes discordantes de minha decisão; sou feliz por que amo e sou amado por uma mulher sensacional; sou feliz porque me sinto realizado em minha vida profissional, em todos os âmbitos e aspectos; sou tão feliz, que até quando as coisas não acontecem do jeito que eu queria que acontecessem, acontecem de um jeito melhor; sou feliz porque mesmo sendo agnóstico, sinto que meu Deus fala comigo das formas mais variáveis possíveis, sem precisar de intermediários, sem precisar de religare; sou feliz…” e continuei por um bom tempo enumerando os motivos de minha felicidade, quando cheguei a uma comprovação que havia tido naquela manhã, uma certeza de felicidade, em que pese ser uma certeza triste e pesarosa, pois me foi dada em um depoimento choroso, de uma pessoa que estava em um velório de um de meus grandes amigos, colega do Dom Bosco e correligionário político do município de São Domingos do Maranhão, Francisco Jair Sousa Andrade, que faleceu pouco antes de completar 52 anos, vítima de derrame cerebral.

Uma pessoa veio falar comigo e disse que ele, Jair, gostava muito de mim. Gostava tanto que se alguém dissesse que eu era feio ou mesmo gordo, duas coisas que eu realmente sou, ele partia para cima dessa pessoa, tentando mostrar as qualidades que ele achava que eu tinha.

Naquela hora comprovei que sou realmente muito feliz, pois tenho amigos verdadeiros, pessoas que estão comigo por carinho, amizade, respeito, companheirismo… Amor mesmo.

A absurda e prematura morte de Jair, de certa forma quebrou as minhas pernas, mas me fez ter certeza que a fragilidade de nossas vidas deve ser exercida de maneira liberta, simples, despojada, para que no final possa se chegar à conclusão que eu cheguei ao ver todas aquelas pessoas no velório. Como disse Fernando Pessoa, “Tudo vale a pena se a vida não é pequena” e a vida de Jair Andrade, mesmo simples, pacata, modesta, valeu muito a pena. Tenho que seguir o seu exemplo.

Depois de dizer isso, em meio ao almoço familiar das sextas-feiras, minha mãe que me acha um rebelde religioso, e eu sou mesmo, deve ter acreditado que suas orações foram ouvidas e eu encontrei o bom caminho.

Quanto a mim, tive a certeza de que Deus realmente escreve palavras corretas por tortas linhas, basta apenas que saibamos lê-las e interpretá-las.

Audiovisual ganha espaço privilegiado em São Luís

Foto histórica de São Luís será uma das imagens a serem guardadas no Museu da Memória Áudio Visual do Maranhão (Mavam), que será instalado no Desterro, em pleno Centro Histórico da Ilha
Foto histórica de São Luís será uma das imagens a serem guardadas no Museu da Memória Áudio Visual do Maranhão (Mavam), que será instalado no Desterro, em pleno Centro Histórico da Ilha

A partir da próxima sexta-feira, 16, produtores, cineastas, colecionadores, curiosos e afins terão à sua disposição um acervo audiovisual que, ao mesmo tempo, irá resgatar e fazer a história do Maranhão e dos maranhenses. Fotos, arquivos de documentários, filmes, gravações de TV e rádios e toda uma gama de materiais de áudio e vídeo estarão disponíveis no Museu da Memória Áudio Visual do Maranhão (Mavam). A inauguração acontece às 18h30.

O Mavam funcionará na antiga Companhia de Navegação – que posteriormente, no século XX, funcionou um entreposto comercial -, no bairro do Desterro (Avenida Senador Vitorino Freire, nº 42), mais precisamente em frente à atual sede da Flor do Samba. É neste local que serão reunidos materiais que contam a história do áudio visual do Maranhão.

De acordo com Joaquim Nagib Haickel, idealizador do projeto, o Museu já tem uma importância histórica singular, pois será a primeira tentativa de resgate, guarda e mostra de produções que, por si só, contam várias histórias sobre a sociedade maranhense. “Teremos materiais que hoje fazem parte de coleções particulares e, apesar de não serem proibidas ao público, não estão disponíveis na medida em que estão em locais privados”, conta o cineasta e também deputado.

Para disponibilizar esse material ao público, o Mavam vai buscar parcerias com estes colecionadores particulares, com emissoras de TV e de rádio, cineastas, documentaristas, fotógrafos, entre outros profissionais, instituições e empresas que dispõem de materiais audiovisuais que possam auxiliar na composição do Museu. “Também buscaremos famílias que queiram dividir suas histórias conosco, em forma de fotografias, por exemplo”, diz Haickel.

Estruturação – De acordo com a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão (IPHAN), Kátia Bogéa, o prédio onde funcionará o Museu da Memória Áudio Visual do Maranhão passou por uma reforma completa. “Trabalhamos com base nas características da edificação. Queríamos deixá-la igual ao que era na época de sua construção”, revela.

O Mavam é um tipo de projeto, segundo a superintendente, que preenche as expectativas do IPHAN, no sentido de que, além de restaurar um prédio tombado e de intangível importância histórica nacional, colabora para a preservação e utilização. “Não apenas reparamos os danos causados pelo tempo, mas estamos restituindo ao Maranhão um espaço que faz parte da história dos maranhenses”, destaca Kátia Bogéa.

O Museu de Audiovisual disponibilizará ao público um amplo espaço climatizado. Salas servirão como pontos de exibição do acervo, que estará disponível, em horário comercial, a quem desejar conhecer um pouco mais da história do Maranhão, em registros diversos. “Além disso, teremos uma sala equipada pronta para ser utilizada por estudantes que necessitem de um local para produzir e aprender sobre produção de documentários, por exemplo”, garante o seu idealizador.A declaração revela mais uma vertente do Museu, que é a produção de materiais. “Não será um espaço apenas para guarda e exibição de acervo. Teremos um museu dinâmico, onde se produzirão documentos audiovisuais. Essa produção também fará parte do catálogo do Mavam”, acrescenta Haickel.

Sonho de cineasta foi iniciado em 2007

O Museu é um sonho antigo de Joaquim Nagib Haickel. O projeto só saiu do plano das idéias e foi parar no papel, no entanto, em 2007, quando foi criado um projeto museológico. “A partir daí buscamos a efetivação, o que foi conseguido graças a emendas parlamentares de políticos que perceberam a importância cultural e histórica do Mavam”, diz o deputado, referindo-se ao senador Epitácio Cafeteira e as deputados federais Ribamar Alves, Sétimo Waquim, Pedro Novaes, Gastão Vieira, Carlos Brandão e Cléber Verde.

Joaquim Haickel ressalta que, embora o gerenciamento do Museu da Memória seja de responsabilidade da Fundação Nagib Haickel, todo o recurso obtido foi direcionado ao IPHAN. “Foi o órgão que se encarregou dos processos licitatórios necessários, bem como da reforma do prédio e da compra de alguns equipamentos”, afirma.

Isso é confirmado por Kátia Bogéa. A superintendente diz que a Fundação Nagib Haickel providenciou um projeto de restauração do antigo prédio, tão logo recebeu a notificação do Instituto. “O prédio oferecia risco de desabamento e necessitava de reparos imediatos”, lembra Kátia.

O fato é que já se pensava tanto na restauração do antigo entreposto comercial, quanto na criação de um museu audiovisual. “Decidimos aproveitar o prédio, doado por mim para a Fundação Nagib Haickel, e construir o Mavam. Só precisávamos de recursos, que foram obtidos com as emendas”, diz Joaquim Haickel. “Com isso, estamos devolvendo ao bairro do Desterro, que possui raízes históricas e culturais muito fortes e dinâmicas, um prédio que reforça a identidade do bairro. Ganhamos todos”, arremata Kátia Bogéa.

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Em muito boa Companhia…

Recebi o texto abaixo como comentário do post Repercutindo, publicado neste blog, no último dia 3.

Ao lê-lo, confesso que fiquei envaidecido, pois realmente me senti em muito boa companhia, ou talvez fosse mais apropriado dizer que as pessoas citadas pela jornalista Maria Clara Cabral, de a Folha de São Paulo, é que vieram abrilhantar a atitude que eu tomei muito antes da maioria deles: Não serei candidato a deputado nas próximas eleições.

Assim como eu, homens da estatura de Ciro Gomes (PSB-CE), Fernando Coruja (SC), do deputado mais votado do PSDB em 2006, Emanuel Fernandes (SP) e do secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo (SP), os deputados Roberto Magalhães (DEM-PE), Germano Bonow (DEM-RS) e Ibsen Pinheiro(PMDB-RS) e do senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), resolveram que é hora de dar um tempo, olhar as coisas de fora, com um certo distanciamento o legislativo, buscar outros caminhos, outras formas de contribuir.

Vejam a integra da matéria da Folha.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u715792.shtml

03/04/2010 – 09h00

DESILUDIDOS, FIGURÕES DO CONGRESSO DESISTEM DE TENTAR A REELEIÇÃO

MARIA CLARA CABRAL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Desilusão com a produtividade no Legislativo, o altíssimo custo das campanhas eleitorais, os financiamentos obscuros e o risco crescente de escândalos na classe política. Esses são os motivos alegados para que prestigiados senadores e deputados desistam de concorrer à reeleição este ano.

Com história política notável e alguns com votos mais do que suficientes para tentar novos mandatos, eles seguem a trilha aberta pelo ex-governador e atual presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE) e dizem que não têm mais entusiasmo para continuar na vida parlamentar.

Na lista há nomes como os do líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC), do deputado mais votado do PSDB em 2006, Emanuel Fernandes (SP) e do secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo (SP).

Renovação no Congresso é normal, porque há uma dança de cadeiras entre os vários Executivos e Legislativos. Desta vez, porém, a questão não é de quantidade, mas de qualidade.

Levantamento feito pela Folha junto às lideranças partidárias aponta que cerca de 88% dos 513 deputados devem tentar a reeleição, com a expectativa de renovação de 50%, mas a bancada do “cansei” abrange quase todos os partidos, espectros ideológicos e regiões.

Uns ainda se animam com a possibilidade de ocupar funções em campanhas à Presidência ou a governos estaduais e cavar cargos executivos, onde se consideram “mais úteis”. Outros pensam em simplesmente abandonar a política.

Com os “figurões” desistindo, o temor de cientistas políticos e dos congressistas é que o espaço seja preenchido por pessoas com cada vez menos experiência e menor vocação para a política real. Deputados e senadores que já foram prefeitos e governadores podem ser substituídos por quem nunca se elegeu nem a vereador.

“A desilusão sempre existiu, mas hoje o movimento está maior e as críticas mais virulentas. E isso pode resultar em uma diminuição da qualidade política”, avalia Marcos Verlaine, analista político e assessor parlamentar do Diap.

Fernando Coruja, médico em Santa Catarina, diz que não vai disputar as eleições por se sentir “inútil”: “Parece que aqui [na Câmara] você não é importante para beneficiar o seu eleitor, cada vez menos o parlamentar tem capacidade de decisão. Me sinto mais útil exercendo a minha profissão”.

O tucano recordista de voto na Câmara, Emanuel Fernandes, também cogita não concorrer. Ele, que já foi prefeito de São José dos Campos (SP), diz que a figura do parlamentar está desacreditada: “Não decidimos coisas estruturais, que realmente têm importância”.

José Eduardo Cardozo divulgou carta no começo do mês na qual anuncia sua desistência da vida parlamentar, reclama do atual sistema político, com campanhas caríssimas e da “banalização da ideia de que todo político é desonesto”.

Vergonha

Essa banalização resulta em uma certa vergonha em ser parlamentar. Muitos que ostentavam orgulhosamente seus broches de parlamentares até há pouco tempo, agora chegam a tirá-los antes de viajar de avião para não serem hostilizados.

Figura polêmica, Ciro Gomes já foi ministro duas vezes, governador, prefeito e candidato a presidente. Em outubro, quer concorrer de novo à Presidência. Mesmo perdendo, garante que para o Congresso não volta: não gosta de passar horas discutindo sem ver resultados.

Além dele, há o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e os deputados Roberto Magalhães (DEM-PE), Germano Bonow (DEM-RS) e Ibsen Pinheiro.

Apesar das desistências, analistas políticos acham que o índice de renovação em outubro deve ficar em 50%, como em anos anteriores. “A renovação deve permanecer no mesmo nível, mas com alguns fatores negativos: sai gente boa e entra muita gente inexperiente”, diz David Fleischer, da UnB.

Pessach

Umas três semanas atrás eu cheguei ao posto de meu primo Eduardo, na Ponta D’areia, e ele estava conversando com um de seus frentistas. O rapaz estava pedindo permissão a ele para distribuir aos clientes do posto um folheto confeccionado por sua igreja a respeito da páscoa que se aproximava.

Eduardo argumentava que não haveria nenhum problema, mas que o rapaz ficasse atento, pois algum cliente poderia achar inconveniente tal abordagem, poderia se achar de alguma forma agredido por aquela ação. Coisas da modernidade. Tempo onde todos nós nos sentimos invadidos pela ação das pessoas. Bobagem, bastaria receber o panfleto e caso não quisesse levar em consideração, dobrar, guardar e depois jogar no lixo. Simples assim!

Mas eu fiquei muito curioso em saber se aquele rapaz, nitidamente evangélico, sabia com exatidão o que se festejaria, se ele sabia a diferença da páscoa para a Semana Santa. Impertinente, não me contive e perguntei-lhe se ele sabia a diferença da páscoa judaica para a páscoa cristã. Ele calmamente, com um sorriso maroto nos lábios, respondeu: “a páscoa judaica comemora a libertação dos judeus do cativeiro do Egito, a páscoa cristã comemora a nossa, a libertação de todos nós, através da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, que aconteceu exatamente durante a comemoração da páscoa judaica, há pouco mais de 2000 anos atrás”.

Fiquei sem palavras, pois era a primeira vez que ouvia a resposta exata, pelo menos aquela que eu gostaria de ouvir, mesmo que incompleta, faltando pequeninos detalhes que só os historiadores, jamais os religiosos levariam em consideração sobre o que realmente é a festa da páscoa.

A páscoa é uma festa judaica realizada em memória da morte dos primogênitos e da libertação dos israelitas de sua escravidão no Egito. O nome páscoa deriva de uma palavra hebraica Pessach que significa a passagem do anjo exterminador, o instrumento de Deus usado para realizar a décima e última praga enviada por Ele para obrigar o faraó do Egito a libertar o povo de Moisés do cativeiro. O anjo passou pelas terras do Nilo fazendo perecer os primogênitos de todas as casas, tendo sido poupadas apenas as habitações dos israelitas, cujas portas haviam sido ungidas com o sangue de um cordeiro. Era tão rigorosa a obrigação de guardar a páscoa, que todo aquele que não cumprisse tal preceito seria condenado à morte.

Os tempos mudaram tanto que para muitos gerentes de lojas de chocolate, padarias e supermercados, a páscoa é simplesmente uma data instituída pelo Clube de Diretores Lojistas ou pela Associação Comercial para incrementar as vendas nessa época difícil entre o carnaval e o São João.

Algumas crianças acham até que os coelhinhos põem ovos. Só algumas! A sobrinha de um amigo meu, com quem encontrei essa semana, num Shopping Center da cidade, pedia insistentemente que o tio comprasse para ela um ovo de chocolate e no meio de sua tese de convencimento a garotinha de cabelos encaracolados e com uma carinha de sapeca disse ao tio que ela queria um ovo de chocolate, não de coelho, pois coelho é mamífero e mamífero não põe ovo e se pusesse não seria de chocolate, seria de coelhinhos. Ao ver aquela cena lembrei que durante muitos anos, enquanto criança, acreditava que Papai Noel existia e até que os coelhos, na época da páscoa, punham ovos de chocolate. Não se fazem mais crianças como antigamente.

Há nessa historia toda, porem, uma coincidência interessante – se bem que meu irmão Nagib, que é evangélico, diz que não existem coincidências, mas sim desígnios divinos – a páscoa cristã, ou seja, a salvação dos homens consequência do martírio e da morte de um justo, Jesus de Nazaré, aconteceu exatamente quando os judeus comemoravam a sua páscoa, ocasião em que festejam a sua libertação do cativeiro egípcio.

Pode até ser que, como dizem alguns incrédulos, que tudo tenha sido orquestrado minuciosamente para acontecer conforme estava previsto nas escrituras proféticas, mas pelo beneplácito da dúvida, acredito firmemente que a páscoa seja mesmo a ocasião para comemorarmos a salvação, a libertação, não só de nossos corpos, mas também de nossas almas, de nossas consciências e de nossas mentes, que merecem não ser escravizadas por dogmas religiosos a serviço única e exclusivamente cooptação de fieis seguidores.

Não comer carne vermelha e presentear as pessoas com ovos de chocolate são apenas dois dos muitos costumes que nós seres humanos nos impomos como uma das marcas registradas de nossa espécie.

Shalom!

Salam aleikum!

Que a paz seja convosco!

PS: Quero dedicar minhas orações no sentido de canalizar a energia dos sentimentos de libertação e salvação representados pela páscoa, tanto a judaica quanto a cristã, em benefício de meus queridos amigos Ribamar Fiquene, Roberto Macieira, Jair Andrade e Hermínio de Lima, que se encontram enfermos, para que eles se restabeleçam logo e voltem ao convívio normal de seus familiares e amigos.

Repercutindo

Resolvi repercutir aqui mesmo alguns comentários feitos ao meu texto do domingo passado, cujo titulo “Parlamentando”, esclarece em parte a intenção de seu conteúdo.

Como não poderia incluir todos os comentários, escolhi aqueles que propiciam um entendimento melhor do meu momento atual e apenas pelos comentários, acredito que vocês terão boa noção do texto citado. Espero que vocês apreciem.

Ivan
[email protected]

CARO DEPUTADO, O MARANHÃO TERÁ UMA ENORME PERDA COM A SUA DECISÃO. O PARLAMENTO MARANHENSE PERDERÁ UM GRANDE DEPUTADO, QUE AO LONGO DE TODA SUA VIDA PÚBLICA, NOTABILIZOU-SE PELA SUA LEALDADE POLÍTICA E, PRINCIPALMENTE PELA FIRMEZA DE SEU CARÁTER. TENHO CERTEZA QUE TODOS OS SEUS ELEITORES, EMBORA MEIO CONTRARIADOS PELA SUA DECISÃO, AGUARDARÃO O SEU RETORNO DAQUI A QUATRO ANOS, PARA O BEM DO MARANHÃO E DA POLÍTICA MARANHENSE.

Raiflan Braz
[email protected]

Dep. Joaquim confesso a você que estou um pouco surpreso com sua decisão de não ser candidato, já havia escutado mas, sinceramente não acreditava que isso fosse acontecer. Pela primeira vez desde q/ comecei a votar, meu voto não será pra você. Como você bem sabe sou de Altamira-MA, onde desde criança ouço falar na Família Nagib, pois desde 1982 meu pai Zeca Braz vem lhe ajudando em todas suas eleições. São 28 anos de uma história que começou entre Zeca Braz e Nagib (pai) e se transformou em uma amizade. Esse longo tempo mostra o quanto você é um político diferente, pois não conheço nenhum caso onde um grupo político tenha votado tanto tempo em uma mesma pessoa. Esperamos que nos indique um candidato que esteja à sua altura, que seja amigo e sincero.
Desejo sorte e sucesso em sua nova caminhada. Um grande abraço!

Resposta: Raiflan, não poderia esperar outra coisa de você e de seus irmãos, tendo em vista que vocês aprenderam a ser homens com um mestre de caráter e lealdade chamado Zeca Brás. Muito Obrigado, o apoio de vocês nessa hora é muito importante para que eu reafirme em minha consciência o entendimento de que as coisas ruins da política é que são a exceção, a regra são coisas boas.

JAILSON MENDES
agenciadesjb.blogspot.com

Por que não colocou meu comentário?
Tá com medo e não se reeleger, meu nobre camarada.
Cadê a liberdad de expressão?
Tô esperando o comentário ser postado…

Resposta: O cidadão só pode ser doente! Vem falar para mim sobre liberdade de expressão. Nunca recebi um comentário seu. Eu posto todos os comentários que chegam ao meu blog, menos os que ofendem moralmente alguém ou alguns que busquem atingir objetivos subalternos ou em discordância com a urbanidade. Porque não postaria essa bobegenzinha sua?
Você acha que alguém que tem aproximadamente 35 mil votos estaria com medo de perder uma eleição que para ser garantida, bastaria ter 40 mil?

O amigo não sabe da missa o terço e não vou ser eu quem vai lhe ensinar a ladainha.
Cresça e apareça.

janilton de jesus pinto pereira
[email protected]

Ao amigo Joaquim

Não tem sido tarefa das mais fáceis conformar-me com a sua decisão de não concorrer à assembléia legislativa. Mas diante de uma explanação tão franca e ao mesmo tempo tão emocionada, sinto me desarmado e até arrependido por tamanho egoísmo de minha parte.
Adjetivos a cerca de sua pessoa não faltam, tanto para seus admiradores, opositores, simpatizantes e tantos mais. Pois uma história como a sua, rica em todos os aspectos de generosidade, respeito não se consegue apreciar todos os dias. Fico feliz por saber do seu momento de pura felicidade, que, mas uma vez deixa sua marca , consciente do dever cumprido.Dale Carnegie, famoso escritor americano, publicou em uma de suas obras o seguinte. Quase todos os desejos humanos são satisfeitos _ todos, menos um. Existe um que se apresenta quase tão profundo, quase tão imperioso como o desejo de alimento ou de repouso e que raramente é satisfeito. “ É o que Sigmund Freud chama de “o desejo de ser grande”, e John Dewey, o mais profundo dos filósofos das Américas, designa por” desejo de ser importante”.Hoje vejo algo diferente, sob meu ponto de vista, vejo tudo sendo trocado pela sensação plena de felicidade que só um homem sensato, coerente e acima de tudo capaz de revolucionar em seu tempo poderia tomar tal decisão. Fonte de orgulho para seu povo, marco vivo de dignidade.Para que o mundo pudesse ver e de alguma forma sentir a sua felicidade, encorajo-me em fazer uma sugestão, antes de tudo digo, não tenho nada contra atual, que tal trocar a foto do seu blog por uma com um sorriso bem aberto, tal como tive a oportunidade de presenciar dias atrás. Sorriso esse que pois fim a todas as minhas duvidas a cerca da sua decisão “mesmo sonhando para que não passe de um recesso”.
Seja muito feliz. E todos os seus amigos e admiradores ficarão felizes.
Que DEUS te abençoe e multiplique seus dias de vida, perpetuando seus atos de amor, respeito e generosidade por seu próximo.
Um grande abraço.

Resposta: … Sem palavras…

gildete
[email protected]

Sempre o adimirei, mas só a pouco tempo descobri o seu blog e passei a admirar e a gostar mais de você é uma pena, mas gosto tanto do poeta quanto do político. Boa sorte!

Hamilton Miranda
[email protected]

Dep Joaquim, tenho grande admiração por Vossa Excelência, respeito e admiro a decisão do amigo, apesar do Maranhão não poder contar com a participação do Ilustre Dep na proxima Legislatura. Será ruim para nosso Estado.
Posicionamentos como estes e opiniões formadas como esta, me lembram o Ilustre Dep Leo Franklin, meu pai, amigo particular do Dep Nagib, ambos valorizavam o grupo ao qual faziam parte, com lealdade e firmeza como poucos. Abraço.

HENRIQUE MUNIZ
[email protected]

CARISSIMO DEPUTADO, SOUBE NOS BASTIDORES POLITICOS QUE A NOSSA GOVERNADORA, VAI LHE CONVIDAR PARA PARTICIPAR DO GOVERNO COMO SECRETÁRIO DE EDUCAÇAO A PARTIR DE ABRIL. SE TAL COISA SE CONCRETIZAR ACHO QUE O GRANDE BENEFICIARIO SERÁ A JUVENTUDE DO MARANHÃO EM PARTICULAR OS ALUNOS DAS ESCOLAS PUBLICAS ESTADUAL QUE TERÃO O MAIS COMPETENTE SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO NOS GOVERNOS ROSEANA. ACHO QUE VOSSA EXCELENCIA DEVERIA ESTA NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DESDE O PRIMEIRO DIA DO FELIZ GOVERNO DE NOSSA ROSEANA SARNEY, CARO DEPUTADO EU CONSIDERO VOSSA EXCELENCIA COMO O MELHOR DEPUTADO DESSA LEGISLATURA E QUEM É UM BOM DEPUTADO SERÁ UM BOM SECRETÁRIO. VOSSA EXCELENCIA SUBSTITUIRÁ O RICARDO MURAD EM TERMOS DE COMPETENCIA, POIS ACHO ELE UM EXTRAORDINÁRIO SECRETÁRIO, GOSTO DO ESTILO DO RICARDO, PORQUE ELE É COMPETENTE, AUDACIOSO E TRABALHADOR. FINALMENTE FICO TORCENDO PARA QUE VOSSA EXCELENCIA SEJA CONVIDADO E ACEITE SER SECRETARIO DE EDUCAÇÃO DO NOSSO ESTADO, COM ISSO GANHA ROSENA QUE TERA UM COMPETENTE AUXILIAR E GANHA O MARANHÃO.
ABRAÇOS SEU AMIGO HENRIQUE MUNIZ EX-PREFEITO DE ESPERANTINOPOLIS – MA.

Fabiano Gallotti
[email protected]

Fico triste por saber que a Assembléia perde um de seus deputados mais serios, atuantes e sem duvida nenhuma o mais coerente.
O que me deixa mais tranqüilo é que tenho certeza que você não vai deixar de trabalhar pela melhoria do Maranhão, agora de outras maneiras.
um abraço.

Resposta: Fabiano, saber que pessoas como você, pensam dessa maneira me envaidece e tranquiliza. Muito obrigado, espero que eu esteja a altura de suas expectativas.

Jacira Quariguasi
[email protected]

Joaquim,

Diferente do do último comentário de Diogo Adriano, eu não tive a oportunidade de votar em você, pois não o conhecia e nem à sua história política. Desde que nos aproximamos e eu passei a fazer parte de seu dia a dia e de sua intimidade tenho analisado tanto o homem como o político. Quando as pessoas que me conheciam souberam de nosso relacionamento se surpreenderam, exatamente por eu ter me aproximado de um político, porque infelizmente a idéia que se tem dos políticos brasileiros é generalizada e não é das melhores. Eu mesma às vezes me questionava sobre isso. Mas, no fundo eu sabia que minha intuição não podia estar errada, pois eu jamais me aproximaria de alguém que fosse mau caráter ou coisa do tipo. Com o passar do tempo e com a nossa convivência só confirmei o que no fundo eu já sabia. Existem sim excessões na política e você com certeza é uma delas. Não conhecia até então, nenhum deputado ou homem público que atendesse a todas as ligações de seu celular e que fazia questão de não ter agenda para não identificar as chamadas e assim atender a todos indiscriminadamente. Ficava surpresa quando presenciava suas conversas com seus eleitores quando você dizia claramente que não iria prometer algo porque simplesmente não ia poder cumprir. Seria bem mais fácil, prometer e acabar logo com a discussão, mas você fazia questão de convencer seu eleitor a entender que seria impossível conseguir o objetivo em questão e se negava a mentir para ele. Ninguém melhor do que eu, sabe dizer como foi que você chegou a esta decisão de não mais se candidatar a um cargo eletivo e eu gostaria de deixar registrado que apesar de não entender sobre o assunto, entendo sobre gente. E se você diz que isso é o melhor a fazer, eu estou do seu lado, lhe apoiando e lhe dando forças para continuar sendo o homem que sempre foi e que hoje eu me orgulho em dizer que está ao meu lado.

Resposta: é por isso (e por outras coisinhas mais) que eu te amo tanto…

Diogo Adriano
[email protected]

Joaquim,

Pela primeira vez não votarei em você para deputado. Retornei do Rio de Janeiro em 2003 quando me formei, desde então, me orgulho em ter te escolhido como meu candidato, deixando de votar inclusive em parentes próximos, coisa que muitos familiares não entendiam.
Respeito sua decisão e espero sinceramente que sigas na luta pelo nosso estado, SEJA COMO FOR.Abraços e boa sorte!

Diogo Adriano

Resposta: São manifestações como essa sua que me fazem ter certeza de que estou fazendo o mais apropriado nesse momento. Muito obrigado pela confiança.

Eliziel Farias
[email protected]

Nobre Deputado, há tempos sou leitor do seu blog, (apesar de nunca ter feito nenhum comentario até então), assim como na medida do possivel busco acompanhar sua atividade parlamentar, mesmo não sendo seu eleitor. Há vários meses alguns blog’s vinham comentando essa possibilidade agora formalizada por Vossa Senhoria de não participar das eleiçoes de outubro vindouro na condição de candidato. Sem entrar no merito da questão, só lamento que, com sua decisão, bem como a da Dep. Helena, inclusive já comentada aqui nesse espaço por Vossa Excelencia, o parlamento estadual perca sem querer desmerecer os demais componentes daquela casa, se não os melhores mais com toda certeza dois dos melhores nomes que ali estiveram nas ultimas legislatura.

Nagib Haickel Filho
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Joaquim, meu irmão,

Confesso que ao longo dos 46 anos que convivemos, jamais pensei que eu iria ficar preocupado com uma decisão destas que você tomou. Especialmente eu que por tantas e tantas vezes sugeri que você mandasse a política, políticos, derivados e assemelhados pra’quele lugar e se enveredasse no nosso outro braço de atividades – os negócios.
Tenho certeza de não fazer parte de nenhuma das 3 categorias de pessoas as quais você mencionou no seu artigo de domingo, 21-3-2010. Estou talvez, numa categoria que você não citou, mas que pode existir: os perplexos.Estou neste estado, porque apesar de ter sempre lhe dito pra largar “isso”, no fundo, talvez jamais tenha realmente pensado que poderia acontecer.Mas fico orgulhoso de você, por ter tomado uma decisão praticamente ‘indisível’ entre os políticos (ao menos entre aqueles que eu me lembro).
Tenho muitos outros motivos pra me orgulhar de você, mas um em especial vale ressaltar, pois quando você o menciona naquele artigo, me lembra a árvore da qual continuamos a colher frutos e que dentre tantos outros valores nos ensinou que “o que é combinado, não é caro!”: Nagibão. Valores que continuamos a achar fundamentais e que passamos para nossos filhos e esperamos que eles passem pra sua descendência.
Entretanto meu irmão, tenho alguma dúvida se as pessoas com quem nos relacionamos também sejam norteados pelo mesmo ditado, apesar de esperar que sim.
Não quero e nunca quis como você bem sabe, ser mais real do que o rei, por isso, encerro convidando você a fazer parte da nossa outra trincheira.

Hélio Sales
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Caro deputado Joaquim esse são os dados do poste que está com problema e que fica em frente da minha casa, Hélio Sales, seu amigo de Pio XII, e eu gostaria que o senhor me ajudasse a resolver esse caso. Não é pra trocar o poste e sim trocar as canelas porque, está saindo fogo todos os dias, e meu pai morre de medo. Eu já procurei o escrtório da cemar em Santa Inês e não deu jeito, queria que o senhor fizesse isso pra mim por favor.

N° 347974
N°050085-2
Unidade consumidora: 4306120
Roberto severino Sales
R. Senador Vitorino Freire N° 193

Bairro: Centro

65707-000

PIO XII – MA

Resposta: Amigo Hélio, vou enviar esses dados agora mesmo, por e-mail, para o Dr. Zé Jorge, diretor da CEMAR, pedindo que ele interceda a nosso favor e resolva esse problema. Grande

Marcia Soares
[email protected]

Nobre Deputado Joaquim,

Diante da sua decisão só posso escrever essa frase. Você jamais ultrapassaria os teus limites. OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS.
Siga em frente pois homens como você é que o Brasil precisa. Acredito que terás a oportunidade de contribuir mesmo não sendo mais Deputado com o desenvolvimento do Maranhão.

Um forte abraço.

Alice Fernandes
[email protected]

Caro deputado Joaquim Haickel,

Fiquei surpresa ao ler agora a pouco aqui em seu Blog o texto “Parlamentando” onde o senhor narra com maestria e leveza aspectos de sua decisão de não mais concorrer a deputado estadual nas próximas eleições.
Li a alusão feita pelo senhor ao meu comentário anterior e me senti um tanto envaidecida por fazer parte dessa história. Gostaria, no entanto, que ela tivesse outro desfecho, culminando com a sua reconsideração e aceitação a mais um mandato que tenho certeza o povo do Maranhão lhe oferecerá, pois é público e notório o fato do senhor ser um dos melhores, se não o melhor dos parlamentares de nossa Assembleia.
Caso sua decisão permaneça essa, de não se candidatar mais a deputado estadual, candidate-se a senador, pois esse é o cargo a sua altura.Bem, vou continuar visitando seu blog para saber o que vai acontecer. Espero que o que quer que aconteça, seja o melhor para o senhor e para nós, o povo tão precisado de gente assim como o senhor na política.

Beto Nicácio
[email protected]

Caro Joaquim Haickel, eu o conheci pessoalmente há pouco tempo, e confesso que tive de imediato admiração e respeito.
A Assembléia e a população perderá um grande parlamentar, mas certamente, o destino te reserva coisas mais importantes e significativas.

Parlamentando

Semana passada, enquanto respondia um determinado comentário em meu Blog, notei que havia recebido outro comentário sobre a forma com que havia respondido uma postagem anterior. A autora desse segundo comentário era alguém que se identificou como sendo Alice Fernandes, e se dizia preocupada com o fato de ter ouvido falar que eu não seria mais candidato a deputado nas eleições do próximo outubro.

Muitas pessoas têm demonstrado a mesma preocupação com essa notícia, por isso resolvi comentar esse assunto aqui hoje.

Alguns políticos se notabilizaram por dizerem uma coisa e fazerem outra, por sentirem de uma forma e fazerem com que pensássemos que eles sentiam de modo diferente, de fazerem um acordo para em seguida descumpri-lo, de estar de um lado e de repente se posicionarem de outro. Eu sempre procurei fazer diferente disso, sempre disse o que iria fazer e fazia, sempre deixei claros os meus posicionamentos, os meus pensamentos, os meus sentimentos, e eles sempre expressavam a minha verdade. Jamais descumpri um acordo, mesmo que ele fosse de alguma maneira desfavorável. Sempre estive de um só lado e no mesmo grupo político, mesmo que discordasse dele em alguns aspectos. Nunca disse que alguém era feio ou mau e logo em seguida passei a dizer que esse mesmo alguém era lindo e bonzinho. Sempre busquei ser coerente e mantive uma postura diferente das posturas comuns desses políticos, não só dos daqui, mas de todos os lugares e confesso que fazer isso durante os 28 anos em que estou na vida pública foi bastante desgastante, deu muito trabalho, causou-me muitos problemas e então resolvi que é chegada a hora de dar um tempo, pelo menos no que diz respeito a disputar mandato eletivo, em ser candidato a deputado.

Quero que todos saibam que não sou hipócrita e não tenho vergonha de dizer que gosto de ser deputado e aprecio o poder que o cargo proporciona, mas há coisas que eu aprecio muito mais.

Acredito no meu trabalho como parlamentar e sei que mesmo com todas as dificuldades inerentes ao cargo, toda a ginástica que fiz e faço na tentativa de ser um político pelo menos um pouco diferente da maioria, e principalmente pelo fato de ter uma grande quantidade de correligionários que antes de tudo são verdadeiros amigos, tudo isso junto, fará com que eu, mesmo não concorrendo a um mandato nessa eleição, não me afaste totalmente da política, até porque eu não conseguiria, pois ela, a política, está em meu sangue, em meu suor, entranhada em cada célula de meu corpo e em cada pedaço de minha alma.

Desde criança quis ser deputado e acho que de tanto ver meu pai e seus amigos exercendo essa função, aprendi esse ofício, depois direcionei meus estudos para ser melhor nesse setor, elegi prioridades e tracei os planos que executei durante esses 28 anos, desde que me elegi pela primeira vez em 1982, quando tinha apenas 22 anos. Agora com 50, acho que é hora de dar um tempo, arrumar um pouco a casa, fazer um balanço, executar outros projetos, até para criar um pouco de distanciamento, e poder ver se o que fiz em todos esses anos como deputado foi algo realmente bom.

Não vou deixar de ser político, só não vou me candidatar para deputado em 2010.

Acontece que tenho notado basicamente três tipos de reações por parte das pessoas quando sabem que não serei candidato a deputado na próxima eleição: Há quem, como Alice, fica consternado e pede que pondere e reconsidere a decisão de não ser mais candidato, pois acha que o trabalho que desenvolvo na Assembleia é um paradigma na atuação parlamentar em nosso Estado. Fico envaidecido, mas explico que é hora de deixar que outros possam estabelecer os seus paradigmas, deixarem as suas marcas, até como forma de melhor avaliar o real desempenho, tanto o meu, quanto os dos demais.

Há aqueles, como meu amigo CB que vibrou quando soube que eu não mais seria candidato a deputado. Dizendo ele que sempre achou um desperdício que eu dedicasse tanto tempo e tantos esforços à uma atividade que por mais que eu me esforçasse, pouco poderia fazer no sentido de mudar o quadro existente, frente à infinidade de obstáculos que eu encontraria pela frente.

Confesso que me assusto com essa forma de pensar, pois não deixa muita margem para eu ache que meu desempenho, mesmo modesto, possa, no frigir dos ovos, fazer alguma diferença e olha, eu gosto de pensar que, por mínima que seja, minha atuação na ALM faz alguma diferença.

Há também aqueles que simplesmente não acreditam, que acham que isso é conversa de político, que não conseguem imaginar como alguém que tenha uma eleição praticamente certa possa abrir mão disso. Essas pessoas questionam como é que alguém tão acostumado com a lida política possa abrir mão de algo que é tão natural em sua vida como dormir e comer. No que diz respeito a essa reação das pessoas fico indignado, pois é exatamente por isso mesmo que acho importante não concorrer. Eu não sou deputado, eu estou deputado. Eu sou é político e isso eu vou continuar sendo, mesmo sem um efetivo mandato no parlamento estadual.

O mestre Cid Rojas de Carvalho, de quem fui colega na Assembléia Nacional Constituinte, dizia que político sem mandato não é político. Acho que em alguns aspectos ele estava certo, mas quando ele dizia isso, se esquecia da condição humana dos políticos, não levava em consideração a dimensão do indivíduo, do homem vestido em terno e gravata que muitas vezes tem que engolir seco e fazer sóbrio algumas coisas que nem bêbado conseguiria. E olha que eu nem bebo álcool.

O velho Rojas, de lá de onde estiver que me perdoe, mas vou tentar provar que em pelo menos um aspecto ele estava errado. Pretendo, mesmo não sendo deputado, me fazer ouvir, expressar minhas opiniões e conclamar as pessoas a pensarem e discutirem os assuntos que dizem respeito à nossas vidas. Não vou poder fazer isso da tribuna da ALM, não vou poder apresentar projetos de lei ou tentar emendar nem o regimento da Casa, nem a constituição estadual, nem o orçamento do estado, mas onde eu estiver vou continuar “parlamentando”, pois essa é uma das poucas coisas que acredito que eu saiba fazer com alguma competência.

E mais, o fato de não ser candidato, de não precisar de votos, de apoio eleitoral, o fato de não ter um mandato, tem me dado uma liberdade e uma coragem, que há muito tempo eu não experimentava e posso lhes afirmar que essa é uma sensação maravilhosa.

Saudade.

Nada tenho para te dizer

a não ser que o vazio

na cama ao meu lado

causa dor sufocante

como se o tempo

boca adentro me invadisse

e na saída levasse consigo o sopro de vida que ainda me resta sem ti.

Roteiro de Sucesso.

Quem me conhece sabe o quanto gosto de arte e que dentre todas elas a que mais me fascina é o cinema.

Pois bem, a bíblia do cinema é o roteiro, seja ele escrito ou não. O roteiro é que dita todos os parâmetros de uma obra cinematográfica. É assim que acontece na vida também. Nossa vida tem um roteiro, uma história que contamos em nosso dia a dia e que vai resultar na obra final, projetada no nosso tempo e no nosso espaço e algumas vezes extrapolando esses dois importantes parâmetros da física.

É bem verdade que no cinema como na vida existem outras etapas igualmente importantes, como a produção, etapa onde se escolhe tudo que será utilizado em cena, qual o figurino, qual o cenário, qual a luz e o enfoque. Há também a edição, onde se cola, se une (e em alguns casos, inclusive de grande sucesso, até se desune) os pedaços da história. É nessa etapa que se eliminam os excessos ou tapam-se os buracos como num delicado trabalho de escultura.

Feito esse preâmbulo, indispensável para a construção literária que mais me agrada, passo agora ao assunto de cerne deste domingo: Amanhã será o dia internacional da mulher e imagino que em volta de mim, seja no meio físico do jornal de papel e tinta, seja no meio eletrônico dos blogs, o assunto é um só – 8 de março, dia internacional da mulher.

Assim sendo eu não poderia falar sobre outra coisa.

Para falar sobre as mulheres, poderia comentar sobre a importância delas em nossas vidas e no mundo. Poderia falar das mulheres trabalhadoras ou das chefes de família. Poderia falar de mulheres emblemáticas, como Eva ou Luci. De Maria, de Madalena ou de madre Tereza de Calcutá. Poderia falar de cientistas como Marie Curie, de artistas como Camille Claudel, de rainhas como Elizabeth I ou de chefes de governo como Margaret Thatcher e Roseana Sarney (primeira mulher eleita governadora de um estado brasileiro). Poderia falar de nenhuma especificamente, e ainda assim falar de todas ao mesmo tempo. Poderia falar das funções que as mulheres exercem: A mãe, a companheira… Poderia falar de novo de minha mãe e poderia ainda falar de minhas mães de criação, Teté e Loló que ajudaram a criar a mim e a meu irmão e que ainda vivem conosco alegrando as nossas vidas.

No entanto quero falar sobre mulher usando o exemplo de uma com quem tenho uma relação de grande respeito e profunda admiração, em que pese pertencermos a correntes partidárias e ideológicas diferentes. Refiro-me à minha colega deputada Helena Barros Heluy, uma mulher de fibra, rígida, até dura em alguns aspectos, mas doce e suave em outros.

Quando o assunto é a coisa pública, o interesse da sociedade ou mesmo, em alguns aspectos, o seu jeito de encarar a vida, ela tem sempre em mão seu roteiro que ela escreve desde mocinha, pautado em suas sólidas crenças, sejam elas políticas ou religiosas. Esse roteiro ela segue à risca, com uma ou outra adaptação, mas sempre respeitando a espinha dorsal da trajetória do personagem que ela escolheu para si.

Quando o assunto é seus netos, seus amigos ou sua querida Barão de Grajaú, vê-se uma outra Helena, uma Helena mansa, suave e doce como toda avó, como toda filha saudosa da casa de seus avós.

É incrível, mas a minha convivência com Helena na Assembleia Legislativa do Maranhão é mais próxima que com boa parte dos deputados do meu partido, pois mesmo divergindo dela na forma ou no caminho, eu e ela advogamos as mesmas causas, propugnamos as mesmas idéias, defendemos o mesmo ideal.

Helena já comunicou que não irá disputar mandato nas eleições de 2010, ato que por si só irá subtrair do legislativo maranhense um de seus melhores membros, pois ela é hoje naquela casa uma espécie de paradigma, um parâmetro para todos nós.

O fato de Helena não concorrer nas próximas eleições demonstra que ela tem um imenso desapego, sentimento presente apenas naquelas pessoas que buscam, antes de qualquer coisa, fazer sempre o melhor ao seu alcance.

O roteiro que Helena escreveu para si e que ela continua escrevendo, a faz merecedora do respeito e dos aplausos, até mesmo aqueles vindos de pessoas que pensam diferente dela.

Na oportunidade em que enalteço as mulheres usando para isso a figura de minha querida colega deputada Helena Heluy, não poderia deixar de lembrar das outras mulheres que engrandecem o nosso parlamento, como Cleide Coutinho, Graça Paz, Fátima Vieira, Gardênia Castelo, Eliziane Gama, Janice Braide e Márcia Marinho, sem esquecer de muitas outras mulheres que emprestam àquela casa seu indispensável trabalho, desde a mais humilde servente até a mais graduada doutora da consultoria legislativa.

Por fim, devo dizer que entendo que dia da mulher é todo dia, amanhã é apenas um dia emblemático, para que nós possamos homenageá-las especialmente.

Três pensamentos sobre arte.

1 – A única coisa que não é desgastada pelo tempo é a arte.

2 – Quando o homem tenta imitar a Deus, o máximo que ele consegue é fazer arte.

3 – Se a religião liga o homem a Deus, a maior das religiões é a arte.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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