Lazer da molecada na 9ª Primavera dos Museus

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O Museu Histórico e Artístico e do Maranhão (MHAM), espaço vinculado à Secretaria de Estado de Cultura (Secma), está recebendo, diariamente, cerca de 100 crianças e jovens em uma programação especial que contempla gincana, contação de histórias, exibição de filmes e o espetáculo teatral “Índios Kraós”, elaborado por alunos do Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem). A programação faz parte da 9ª Primavera dos Museus.

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O projeto, promovido pelo Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram) tem como tema este ano “Memórias Indígenas”. A escolha do tema teve por objetivo fazer com que o público refletisse um pouco mais sobre a diversidade sociocultural dos mais de 200 povos indígenas que vivem em nosso país, constituindo-se como um dos maiores patrimônios existentes no território nacional.

Sinopse

Índio Kraós, espetáculo apresentado pelos alunos do Cacem, contou um pouco da história de nativos que vivem no sul de Imperatriz, município do estado do Maranhão, além da história dos pássaros, utilizando os três cantos nativos da comunidade indígena que exaltam esta cultura, parte essencial da história.

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Ações para conscientizar motoristas e pedestres

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De 18 a 25 de setembro, ocorre a Semana Nacional de Trânsito. No Maranhão, várias ações serão realizadas pelo governo do Estado em 60 municípios, inclusive São Luís, a capital do Estado. O objetivo é conscientizar motoristas e pedestres a evitar acidentes. O pré-lançamento da campanha será na quinta-feira (17), 10h,no Salão de Atos do Palácio dos Leões.

Triste realidade. Foto: Divulgação
Triste realidade. Foto: Divulgação

A campanha sobre o trânsito acontece de acordo com a Lei Federal 9.526, que determina a realização do evento. O tema deste ano é “Seja você a mudança no trânsito” e foi escolhido pelo Conselho Nacional de Trânsito (CNT) e deverá ser executado durante o ano todo pelos órgãos competentes.

Estatísticas

No Maranhão é alto o número de acidentes com motociclistas, segundo dados do Sistema de Informação sobre mortalidade (SIM/SES), foram registrados 1.417 óbitos nos 16 municípios maranhenses mais populosos, entre os anos de 2011 e 2014. Em todo o Estado foram 2.535 motociclistas vítimas do trânsito no mesmo período.

No ano de 2013, houve 5.020 internações por acidentes de trânsito, no Maranhão; o que custou R$ 3,6 milhões aos cofres públicos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Semana de Trânsito

Prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro, a Semana Nacional do Trânsito é uma comemoração anual, sempre entre os dias 18 e 25 de setembro, com o objetivo de conscientizar a sociedade para atitudes positivas nas vias, focando o desenvolvimento de valores, posturas e atitudes, no sentido de garantir o direito de ir e vir dos cidadãos com segurança.

No Maranhão, as atividades serão coordenadas por diversas instituições, entre elas a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), o Conselho Estadual de Trânsito, Detran, Secretaria de Estado da Saúde (SES), Polícia Rodoviária Federal, Unipas, SMTT, entre outras, que irão desenvolver uma série de atividades, como palestras educativas nas escolas, seminários, passeatas, concurso de redação, reuniões com motociclistas, panfletagem, blitz educativa, etc.

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SLZ: livro sobre comportamento no trânsito

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Eis uma ação que deveria ser prestigiada por quem dirige no Maranhão, especialmente, em São Luís. Aviolência no trânsito é uma questão nacional. Mas, como o meu Porto Seguro é São Luís fico impressionado com a falta de educação no trânsito em nossa cidade.

Motoristas e pedestres imprudentes, sem noção, enfim descopensados é o que se observa nas vias públicas da ilha. É preciso uma conscientização de ambos, pois as pessoas no trânsito esquecem que a vida fica um por triz quando a Santa Ignorância é a palavra de ordem. Mas, vamos ao que interessa:

Aproveitando que a “Semana do Trânsito” de 14 a 18 de Setembro, se aproxima, vai ocorrer o lançamento do livro “Pesquisas sobre comportamento no trânsito”, no próximo dia 21, às 19h, no Uniceuma – Campus 1 – Renascença. A informação é da doutoranda Zuleide Oliveira Feitosa, maranhense, que estuda em Brasília, no programa de Pós-graduação em Transporte da UnB.

Serviço

Dia: 21/09/15
Horário: 19h
Local: UNICEUMA – Campus I- Renascença – Salão Nobre da Biblioteca.

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Mais Mulheres na OAB será lançado na quinta-feira

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Nesta quinta-feira (6), a Seccional Maranhense lançará o movimento Mais Mulheres na OAB, iniciativa que segue as diretrizes da Comissão Nacional da Mulher Advogada do Conselho Federal da Ordem.

Conselheira Valéria Lauande. Foto: Divulgação
Conselheira Valéria Lauande. Foto: Divulgação

No Maranhão, a campanha é articulada pela Comissão dos Direitos da Mulher e da Advogada, e conta com o apoio de conselheiras seccionais e da conselheira federal Valéria Lauande.

A principal meta é a maior participação das mulheres advogadas nos órgãos que integram a Ordem dos Advogados do Brasil, com base no Provimento nº 161/2014, que estabelece um percentual mínimo de 30% para candidaturas de cada sexo nas chapas concorrentes às eleições deste ano. Tal regra aplica-se a todas as diretorias, incluindo as subseções, sob pena de inelegibilidade das chapas que descumprirem a norma.

De acordo com Valéria Lauande, o almoço de lançamento ocorrerá na sede da OAB/MA, no bairro do Calhau, às 12h, oportunidade em que serão divulgadas as etapas de consolidação da campanha pelos estados. O evento servirá como pontapé inicial para a conscientização da participação feminina nos quadros da Ordem e nas chapas, por meio da divulgação do Provimento 161/2014.

Informações da Comissão Nacional da Mulher Advogada mostram que as profissionais do sexo feminino representam metade do total de inscritos na Ordem em todo o país, contudo, este quantitativo não se reflete nos cargos diretivos da instituição.

Outro dado relevante é que, das 27 seccionais no país, nenhuma tem uma presidente mulher e, entre os 81 conselheiros federais no Brasil, apenas cinco não são do sexo masculino.

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Inscrições para a Cãominhada começam na 6ª

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Agosto está chegando e com ele a expectativa para a realização da 3ª Cãominhada Mirante FM!

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A partir de sexta-feira, dia 7 de agosto até o dia 16, estarão abertas as inscrições para a terceira versão do evento. Serão feitas na Terra Zoo, na Cohama.

Reforçando o caráter social do evento, para a edição de 2015, a inscrição será a doação de 2 kg de ração para cães ou gatos que serão doadas a instituições não-governamentais que cuidam de animais abandonados.

Regulamento

Cada pessoa pode inscrever 1 animal por CPF. A doação da ração deverá ser feita no ato
da inscrição.

O evento acontecerá dia 22 de Agosto, com concentração às 16h em frente a Arena de Beach Soccer da Lagoa da Jansen. O percurso da caminhada é de aproximadamente 1,8 km, média de 40 minutos.

Qualquer cachorro, de pequeno, médio ou grande porte pode participar, desde que acompanhado por seu dono e respeitando as normas da corrida, como o uso de coleiras para todos e focinheira para os cães maiores.

O evento contará ainda com feirinha de adoção, vacinação (antirrábica), concurso canino, exposição de escotismo do Grupo Piatã e muito mais.

A Cãominhada além ser uma proposta de integração e diversão entre donos e pets, incentiva a responsabilidade social e a adoção responsável.

Inscrições

Data: 7 a 16 de Agosto/2014

Local: Loja Terra Zoo (Avenida Daniel de La Touche, 1498, Cohama)

Horário: Segunda a Sexta – 8 às 20h / Sábado – 8h às 18h / Domingo – das 8 às

Valor: 2Kg de ração para cães ou gatos (que será doado a instituições não-
governamentais que cuidam de animais abandonados).

Programação:

– 16h: concentração

– 17h: largada

– Tempo do percurso é de 40 minutos, aproximadamente.

– Chegada: no mesmo ponto da largada.

Em anexo segue release do evento e algumas fotos da edição de 2014.

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Desfile pela identidade, resistência e quebra de tabus

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O Dia da Mulher Negra Afro Latino-americana e Caribenha foi celebrado em São Luís, no último sábado (25), com uma programação especial na Praça Nauro Machado, na Praia Grande, Centro Histórico da Capital Maranhense, como parte do projeto “Mais Cultura e Turismo”, iniciativa das secretarias de Estado da Cultura e Turismo. A noite teve início com os shows de Didã e as Célias Maria e Sampaio, intituladas as Damas Afro Maranhenses. A plateia, formatada por gente local e turistas, foi presenteada pela apresentação cheia de versatilidade e swingue do trio de cantoras locais.

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Na sequência a escadaria da Praça Nauro Machado foi transformada em passarela para receber o desfile “Quatro Dimensões do Poder Feminino: criação, realeza, transformação e magia”, idealizado pela diretora da Casa do Maranhão, Jô Brandão, com direito a trilha sonora construída a quatro mãos, na qual eu coloquei o meu dedinho lá, além da performance da atriz Tieta Macau aliada a percussão de Paulinho Akomabu. O empolgante desfile apresentou a importância da mulher negra maranhense na construção de uma sociedade mais consciente, sem muito sofrimento e reverberando o século XXI.

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Manifesto

A Passarela da Praça Nauro Machado serviu, também, para quebrar paradigmas ainda existente em uma sociedade preconceituosa e racista. Dentro de uma concepção coletiva, o desfile evidenciou as belas e importantes histórias de força, determinação e garra de mulheres negras que fizeram história no Maranhão, como exemplo, Catarina Mina. Passou as técnicas de tranças e turbantes de uma geração para outra geração, sempre respeitando a tradição, além da presença de divindades afro, por meio de um figurino, concebido com muita sensatez e consistência.

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E já que a atmosfera era de também trabalhar a autoestima da mulher negra, as jovens e destemidas meninas negras genuínamente maranhenses entraram na passarela para causar e refletir sobre a beleza verdadeira da mulher brasileira, afro, latino-americana e caribenha, através da quebra de estereótipos que predominam na moda e na mídia desse País.

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Bonito é ser diferente

O padrão ocidental de beleza é obviamente racista – um fato inevitavelmente observado em todos os contextos relacionados a aparência física. São raras as celebrações da negritude, sobretudo quando as pessoas em questão são mulheres. Infelizmente, é muito comum passar as páginas de revistas e catálogos de cosméticos ou assistir programas inteiros de televisão sem encontrar representações de mulheres negras como belas, nem mesmo nos comerciais e propagandas. E apesar de haver alguns exemplos de mulheres negras famosas no Brasil e no mundo que são consideradas lindas, a beleza negra presenciada na mídia parece, na maioria das vezes, se enquadrar nos específicos critérios dos “traços finos”.

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A beleza da negritude, afinal, pode e deve existir em muitos tons, tamanhos e pluralidades. Enfim, quando algum cristão conhece a cultura do outro, sabendo sobre as diferenças vai olhar com outros olhos e apreciar a beleza da diversidade. Para combater o racismo é preciso ensinar as pessoas a respeitar as diferenças.

Fotos: Felipe Crisóstomo


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Brechô do Coletivo Fridas será nesta sexta, no Amaral

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Um grupo de mulheres de São Luís criou o Coletivo Fridas com o objetivo de compreender os valores e direitos femininos, por meio de intervenções artísticas, reivindicações, rodas de conversas, reuniões, entre outras ações.

Geovana Vieth - Coletivo Fridas. Foto: Pedro Sobrinho
Geovana Vieth – Coletivo Fridas. Foto: Pedro Sobrinho

Nesta sexta-feira, 17/7, o Coletivo, que tem como madrinha a pintora mexicana Frida Kahlo, realiza o Brechó das Fridas, a partir das 17h, no Centro Cultural do Amaral, na Montanha Russa, Centro Histórico de São Luís. Em entrevista no Plugado, na Mirante FM, Geovana Vieth, doutora em psicanálise e professora do Uniceuma, garantiu que vai rolar comida vegana, bingo de uma caricatura de Frida Kahlo, música, além do tambor do Mestre Amaral.

Geovana ressaltou, ainda, que a renda do Brechô tem como finalidade a realização de uma intervenção dia 28 de julho, na Praça Deodoro. É mais uma iniciativa do Coletivo Fridas que tem como causa nobre refletir sobre os direitos e a valorização da mulher.

Emblemática

Frida Kahlo foi uma importante pintora mexicana do século XX. É considerada, por alguns especialistas em artes plásticas, uma artista que fez parte do Surrealismo.

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Sustentabilidade das relações sociais ou ‘picuinhas’ ?

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Das plataformas existentes nas redes sociais, o “facebook” é considerado, na minha opinião, o mais popular e acessível. E já que o espaço é democrático, o que se enxerga são pessoas ansiosas interagindo, opinando, sobre assuntos diversos, baseados no direito adquirido da liberdade de expressão. É gente questionando posicionamentos do pastor Silas Malafaia, do deputado federal Jean Wyllis, dos jornalistas Ricardo Boechat e Zeca Camargo. Enfim, gente destilando veneno com o discurso de modernidade para falar de sexualidade, criticar religião, se aquela música tem qualidade ou não, se Cristiano Araújo merecia ou não ter o espaço na mídia global por conta de sua morte, se o atendimento em bar é legal ou não, entre outras amenidades. Haja esquizofrenia ideológica. Haja intolerância sem precedentes !

Por outro lado, não se percebe ninguém preocupado com o outro em condição desigual. Não se discute temas pontuais como a fome do outro, a falta de saneamento básico, a educação e saúde precárias, as causas e consequências da violência urbana, a redução da maioridade penal em um Fórum coerente, Reforma Política em um país castigado de tanta corrupção, a crise econômica que toma de conta do país e preocupa.

No livro “Ansiedade: como Enfrentar o Mal do Século”, o psiquiatra Augusto Cury diz que “sem perceber a sociedade moderna – consumista, rápida, estressante e internetês – alterou algo que deveria ser inviolável, o desenvolvimento da inteligência, a criatividade e a sustentabilidade das relações sociais, em troca de picuinhas. “Adoecemos coletivamente. Este é um grito de alerta”, argumenta Cury.

Ele diz, ainda, que “vivemos numa sociedade superficial e estressante, que todos os dias nos vende produtos, serviços e polêmicas novas, porém não nos ensina a desenvolver um EU “gerente, maduro, inteligente, cônscio de seus papeis fundamentais. Cury questiona: como está o seu EU ? Já sei: “falta amor no mundo. Mas também falta interpretação de texto”, afirmou o jornalista e crítico Leonardo Sakamoto.

Augusto Cury alerta que “não podemos fazer parte do rol dos que falam sobre maturidade, quando somos verdadeiros meninos no território da emoção, por achar que são donos de uma verdade absoluta e de que o mundo gravita em nossa órbita. Fecho o texto com uma frase célebre do filósofo francês Jean-Paul Sartre: “o ser humano está condenado a ser livre”.

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Cultura de Paz, por favor, e urgente !

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Sobre as expressões que atravessam as gerações, passando de pai para filho e o pensamento ignorante que elas geram

Por Ramon Kayo

Espectro político trata fundamentalmente de economia. Você acha que a propriedade privada é a raíz de todo o mal? Vá para a esquerda. Você acha que a propriedade privada pode resolver problemas? Vá para a direita.

Agora, deixe isso de lado. Não me importa, porque o ponto que quero discutir neste texto é comum a todos.

Algumas expressões vem se propagando por gerações. Como uma espécie de roteador que só replica o sinal, a nova geração repete os discursos da geração anterior. Me assusta ver que jovens, como eu, que tiveram acesso a boas escolas, conteúdos e discussões, estejam dando continuidade às falácias mal estruturadas dos mais velhos.

“Bandido bom é bandido morto.”

“Tem idade para matar, mas não tem idade para ir preso.”

“Direitos Humanos só serve para bandido.”

“Esse povinho defensor de bandido… quero ver quando for assaltado.”

Olha só: ninguém é a favor de bandido. Ninguém mesmo. Muito menos os direitos humanos. Ninguém quer que assalto, assassinato, furto e outros crimes sejam perdoados ou descriminalizados.

Você é que entendeu errado.

Por que alguém, em sã consciência, seria a favor de assaltos, homícidios, latrocínios e furtos? Você não deveria sair gritando palavras de ódio sem entender o argumento do qual discorda — a não ser que você se aceite como ignorante, isto é, que ignora parte dos fatos para manter-se na inércia do conforto.

Depois que este texto terminar, você pode continuar discordando, mas espero que desta vez com outros argumentos, argumentos fundamentados.

Antes de mais nada, o que você prefere?

Gostaria de propor dois cenários e que você escolhesse o que mais te agrada.

I) Uma sociedade onde há muitos criminosos, logo há muitos assaltos, latrocínios e homícidios. Entretanto, nesta sociedade, 99% dos crimes são resolvidos e os indivíduos são presos. Após voltarem as ruas, tornam-se reincidentes, ou seja, cometem novamente um crime. Mas nesta sociedade, este criminoso é pego novamente em 99% das vezes. Há pena de morte.

II) Uma sociedade onde quase não há criminosos. Os poucos criminosos que existem, quando pegos, são presos. Além de punidos com tempo de reclusão, os criminosos também são reabilitados (as maneiras são indiferentes, se com cursos profissionalizantes, tratamento psicológico, ambos ou outros) para que possam tentar uma nova vida. Não há pena de morte.

Qual você prefere?

Nenhum destes casos é o do Brasil. No nosso país e em muitos outros, temos altos índices de criminalidade, poucos programas de reabilitação e o senso comum vingativo de que o Lex Talionis desenvolvido há cerca de 4.000 anos ainda serve como solução. Todavia, há países parecidos com os dois casos propostos, o que torna tangível a estrutura. Mas e para o Brasil? Qual dessas você preferiria para o nosso país?

Posso te ajudar neste raciocínio com alguns pontos:

– No primeiro caso, apesar de quase todos os criminosos serem pegos, o sofrimento das vítimas permanece. Como só se prende depois do crime, os lesados nunca terão a vida de um ente querido de volta, por exemplo.

– No primeiro caso, além de muitos crimes, os criminosos ainda tem maior probabilidade de reincidir, ou seja, de cometer um crime por mais de uma vez.

– Como são muitos criminosos, a economia do país perde força produtiva. Pessoas que poderiam estar trabalhando, pesquisando, empreendendo, estão no crime.

– No primeiro caso, como são muitos casos a serem avaliados, o sistema jurídico pode vir a se tornar lento e ineficaz.

OBS: Em nenhum momento quero impor uma falácia de falsa dicotomia. Existem infinitas possibilidades de combinações aqui. Entretanto, este é apenas um exercício que facilita o entendimento do argumento.

A pessoa nasce bandida ou torna-se bandida? 

Pergunta importante: você acha que as pessoas já nascem bandidas? O bebê — sim, aquele de colo — já é um bandido?

Prefiro pensar que ninguém acredita que as pessoas já nascem criminosas. É um pouco lunática a visão de um mundo Minority Report, onde o bebê será preso ali mesmo, nos primeiros momentos de vida. Mesmo para quem acredita neste mundo, o próprio filme trata do problema que isso poderia causar.

Partindo da pressuposição de que ninguém nasce bandido, vou utilizar um personagem fictício como exemplo: João, o bebê. Imagine o bebê da maneira como quiser, isso pouco importa, a única certeza que temos sobre João, o bebê, é que ele não nasceu bandido. É uma criança como qualquer outra, ainda dependente dos pais, que pouco faz da vida além de dormir e chorar. Mas neste mundo fictício, o tempo passou, e João cresceu. Aos 16 anos cometeu um latrocínio. Se João não nasceu bandido, então tornou-se bandido. A palavra “tornou-se” implica transformação e esse é o X da questão.

Os seres humanos se constroem com as experiências e aprendizados, portanto o meio em que se vive tem grande influência sobre ele. Sabendo disso, temos a visão clara de que algo acontece na sociedade que transforma as pessoas em marginais. (E se você acha que não, talvez seja curioso saber que a taxa de homícidios no Brasil em 2008 era de 26,4 a cada 100.000 habitantes, enquanto que na Islândia o índice não passou de 1,8 a cada 100.000 no mesmo ano.)

O fato é:

há algo na sociedade (que não será discutido neste texto) que leva as pessoas a cometerem crimes.

Quando você diz que reduzir a maioridade penal é uma boa ideia, você não está focando na raíz do problema, está apenas sugerindo uma maneira de remediar. E como veremos a frente, dado o nosso sistema, isto só aumenta a chance de criar um deliquente reincidente. Então note, pouco importa se a maioridade penal é de 16, 18 ou 21 anos se o país continua a formar criminosos. Devemos pensar em maneiras de diminuir a criminalidade, no processo que transforma as pessoas em transgressoras da lei, ou logo teremos mais presídios do que universidades e mais marginais do que cidadãos comuns.

Construir mais penitenciárias e prender mais gente diminui a criminalidade?

O olhar crítico que às vezes não permeia a cabeça das pessoas é que prender as pessoas não faz com que menos pessoas se transformem em criminosas. Penitenciando apenas, você não resolve o problema, apenas posterga enquanto gasta o dinheiro público.

Assim como todo fumante sabe dos males do cigarro, todos que entram para o mundo do crime sabem o risco envolvido. Todo dia no noticiário vemos corpos estirados ao chão, seja do cidadão, do criminoso ou do policial. Não adianta termos penas mais severas: o brasileiro que se torna assaltante já não tem nada a perder, sabe que tem grandes chances de morrer de forma cruel.

Os criminosos brasileiros, depois de presos, ficam ainda mais propensos a perpetuar sua vida marginal. São três os principais motivos: (I) poucas empresas se propõem a contratar ex-presidiários, (II) o trauma vivido dentro da cadeia — como ela é aqui no Brasil — agrava as problemáticas psicológicas do indivíduo e, por fim, (III) não há um programa grande e estruturado de reabilitação de criminosos para que deixem a vida do crime.

Ninguém quer que criminosos não sejam punidos¹. Eles devem pagar suas penas conforme previsto em lei. O único problema é que a pessoa só vai presa depois de cometer o crime, isto é, depois que alguém já foi lesado. Não seria muito melhor se ao invés de precisar prender as pessoas depois do crime consumado, houvesse menos bandidos? Não seria melhor se os criminosos, após cumprirem suas penas, se reintegrassem a sociedade como parte da massa trabalhadora?

Ah, não dá? Dá sim. Na Suécia dá, por que aqui não daria? Vamos supor que você responda, de maneira óbvia, que é por causa da “cultura brasileira”. Eu devo concordar que, realmente, a cultura é diferente: aqui muita gente acredita que pena de morte resolve o problema enquanto lá eles fazem uso da reabilitação.

Deve ser por isso que aqui se constroem presídios e lá se fecham presídios.

Nils Öberg, responsável pelo sistema prisional da Suécia, disse sobre o fechamento presídios no país por falta de condenados:

“Nós certamente esperamos que nossos esforços em reabilitação e prevenção de reincidência tenham tido um impacto, mas nós achamos que isso sozinho não pode explicar a queda de 6%” — reafirmando que a Suécia precisa se esforçar ainda mais em reabilitar os prisioneiros para que eles possam retornar a sociedade.

¹ Existe uma corrente que acredita no chamado Abolicionismo Penal que não vê o sistema punitivista com estes olhos. Eu não conhecia esta ideia no momento em que escrevi o texto, mas um leitor me alertou pelo Twitter e por isso faço questão de incluir aqui.

Direitos Humanos para você também. 

O artigo 3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que:

“Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”
O trecho “Toda pessoa (…)” do artigo 3 inclui você.

Ninguém quer que você seja vítima de um crime. Todas as leis do código penal são pensadas para tentar lhe garantir este e outros direitos comuns a todos os seres humanos. Ninguém quer que os bandidos sejam especiais: o que o “povinho dos Direitos Humanos” quer é que a sociedade não crie mais marginais e que a quantidade dos existentes diminua. E é aí que está: infringindo os direitos humanos, você não alcança este objetivo.

O trecho “Toda pessoa (…)” do artigo 3 também inclui o marginal.

É confuso que o cidadão que clama tanto por justiça, que a lei seja cumprida, fique ávido para descumpri-la: tortura, homicídio e ameaça são crimes, mesmo que sejam contra um condenado. Então, não, bandido não tem que morrer, porque isso te tornaria tão marginal quanto.

Se você quer uma sociedade com menos criminosos, conforme discutido no começo deste texto, entenda o papel dos Direitos Humanos.

O artigo 5 diz:

“Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.”

Ninguém lhe nega o direito a sentir dor, raiva e/ou tristeza após ter sido vítima de um crime. A culpa não é sua e isto nunca foi dito. Só quem é vítima sabe da própria dor. Mas o fato é que o olho por olho não te trará paz, não trará um ente querido de volta, não removerá seus traumas. O dente por dente só te levará para mais perto de uma sociedade violenta, onde o crime se perpetua e você pode ser vítima mais uma vez. Ninguém quer que você seja vítima outra vez.

A punição deve ser aplicada, sim. E com certeza será ainda melhor quando este indivíduo estiver apto a se tornar um cidadão comum, após cumprir sua pena, e nunca mais venha a causar problemas para a sociedade e para você. E é sobre isso que os Direitos Humanos falam.

Portanto entenda. 

Se você leu o texto um pouco mais exaltado, talvez tenha perdido algum trecho importante, portanto aqui vão alguns dos principais pontos:

1) Ninguém nasce bandido. A estrutura social, de alguma maneira, transforma as pessoas em criminosas.

2) Entender os motivos que levam a formação de criminosos e resolvê-los é mais importante do que puni-los com mais severidade.

3) Se não formarmos criminosos, as pessoas não precisam ser vítimas.

4) Todo crime deve ser devidamente punido, mas a maneira de punir pode influenciar na reincidência do criminoso, que fará novas vítimas.

5) Construir presídios, prender mais pessoas, não evita que mais pessoas se transformem em bandidos.

6) O que aprendemos com os países mais desenvolvidos é que reabilitar marginais colabora com a redução da criminalidade.

7) Infringir os Direitos Humanos de qualquer pessoa é atentar contra a vida e, no caso do marginal, vai na contramão da reabilitação.

E novamente:

Você tem o direito de ficar desolado e/ou enfurecido por ter sido vítima. Ninguém é a favor do crime. Você é que não tinha entendido antes.

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Educação vira caso de polícia no Brasil

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Uma triste realidade naquilo que o governo federal defende em seu slogan como: “o Brasil a pátria educadora”. Assistindo a edição desta quarta-feira (29/4), do Bom Dia Brasil, da REDE GLOBO, fiquei estarrecido com as imagens impressionantes mostrando um quebra-quebra promovido por alunos (adolescentes) que destruíram a escola onde eles mesmos estudam. Aparentemente, o motivo foi um esforço da direção da escola para tentar impor alguma ordem e disciplina. A nova diretora foi considerada por esses alunos rígida demais.

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As cenas impressionantes mostram gritaria e correria. As imagens feitas pelo celular de um aluno mostram os colegas do sexto ao nono ano, que se uniram para destruir o CAIC Presidente Tancredo Neves, em Valparaíso, na divisa de Goiás e Distrito Federal. Carteiras são jogadas e amontoadas. Uma porta é quebrada a chutes e um armário vem abaixo. Ao todo, 1,3 mil alunos estudam na escola.

Educação e Cidadania

A educação deveria ser a mais absoluta prioridade, importância número um para pais, professores e políticos. Só existe futuro se houver educação. Uma escola deveria ter o status de um templo, porque é nela que se apoia o país. Infelizmente, vivemos numa sociedade de valôres invertidos, onde educação e disciplina deveriam começar em casa.

Exclusão e Desigualdade

Aplausos para a diretora por tentar impor a disciplina na escola. Por outro lado, não podemos esquecer que o ensino de qualidade significa igualdade, porque o ensino público de qualidade tem o dom de igualar ricos e pobres, sem precisar de cotas mais tarde. Ensino de qualidade liberta, porque o conhecimento liberta. Liberta mentes, da prisão da ignorância; liberta para o trabalho, e liberta para o voto, na urna.

Enquanto alunos destroem a escola para tirar a diretora e condenam a disciplina, eu na condição de professor me deparo e fico comovido com uma aluna cheia de vontade de estudar, de se tornar jornalista. Mas, acaba vítima do FIES (Programa de Financiamento Estudantil), programa social criado pelo governo federal, para atender os milhares de alunos carentes,  e que parece está se tornando um FIASCO, em meio à crise econômica e a onda de escândalos de corrupção no país. O Estado, que tem por obrigação resguardar os direitos fundamentais existentes na Constituição, em que a educação se faz presente, é o primeiro a violentar esses direitos com a exclusão, principalmente, das camadas mais pobres da população.

Ação concreta

É chegada a hora de deixar de usar o nome de DEUS em vão, discursos hipócritas, demagógicos e tratar a educação como prioridade. Senão, deixa de ser a essência do conhecimento, para se tornar caso de polícia.

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