São Luís: cosmopolita musicalmente

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Uma bela festa foi desenhada e concretizada para comemorar os 395 anos de São Luís. O povo prestigiou a celebração marcada pela diversidade na Praça Maria Aragão.

De um lado, o pianista Artur Moreira Lima mostrou o projeto “Um Piano na Estrada – Os Caminhos de JK”. Algumas cidades maranhenses tiveram o privilégio de assistir ao recital. Enfim, uma idéia louvável onde o canto erudito foi até aonde o povo está. Do outro, a cantora Daniela Mercury também fez a sua parte com um show animado e recheado de cênica. Não é toda música da cantora baiana que gosto, mas a admiro pelo talento, o jeito empreendedor e multifacetado de como enxerga o mundo e o seu envolvimento com a Responsabilidade Social.

Respeitar opiniões é um dever de quem vive em uma sociedade plural, mas a crítica pela crítica, ou seja sem embasamento, pode cair num abismo sem precedentes “Dar a César o que é de César”, a festa foi movimentada e serviu para calar a boca de alguns puristas de plantão que ouvi criticando a presença, principalmente, da cantora Daniela Mercury em fazer o show de aniversário de São Luís. Uns alegaram o cachê pago a ela (não sei quanto custou), outros por acharem que foi um desrespeito a maranhensidade.

Procuro ser porta-voz da música baiana, cearense, pernambucana, carioca, maranhense, gringa, ou melhor, daquela sem pátria ou idioma com requinte de profissionalismo. Existem músicos que “vêm ao mundo para brilhar e não para morrer de fome”.

Com relação a maranhensidade, foi instituída de fato e de direito, e a mesma tem que aprender a conviver com as diferenças e estilos para conquistar ainda mais a legitimidade. É inadmissível ainda posturas preconceituosas num planeta onde não existe mais fronteiras. Só para efeito de informação e lembrança, São Paulo já fez festa de aniversário tendo como convidado o baiano Caetano Veloso, que reverenciou terra da Garoa com Sampa. O Rio de Janeiro, foi mais além, convidou o DJ gringo Fatboy Slim para mostrar nas pick ups o seu setlist, onde não faltou “Garota de Ipanema”, remixada exclusivamente para a cidade maravilhosa.

Daniela Mercury não fugiu à regra em São Luís. Cantou os seus sucessos, mas soube incursionar com a pungada e o “groove” do tambor de crioula, sem falar que intimou a platéia para um coro uníssono em Louvação a São Luís, do poeta maranhense Bandeira Tribuzzi.

Cada figura que habita o planeta Terra tem a sua ideologia e deve ser respeitada. Só que conheço alguns que acreditam na possibilidade que as afinidades estão além dos limites geográficos. As vezes você pode ser amigo de uma criatura que mora no Afeganistão e o vizinho de lado pode não ter tanta importância em sua vida. Isto se estende na relações comerciais, pois não devemos esquecer que o mundo dos negócios impõe regras.

3 comentários para "São Luís: cosmopolita musicalmente"


  1. Jonathas Nascimento

    Pedro,é isso! Vamos parar de reclamar e gastar mais tempo, e mais suor e talento para quem sabe um dia criarmos um mercado cultural sustentável! Me parece mais produtivo do que ficar atirando pedra em quem se profissionalizou!! A música é universal e sempre será!!! Abraços

  2. Maria José

    Oi Pedro
    Se é assim como você diz Pedro, então pra que essa tal Maranhensidade? eu estive no show e não ví nada demais, nada que a cantora Teresa Canto ou Rita Ribeiro ou outro artista nosso não representasse muito bem,chega de ficar glorificando só quem vem de fora. Protesto sou maranhense amo os bons artistas desta terra.

  3. Pedro Sobrinho

    Amiga, Maria José, acho louvável essa postura de difusão da maranhensidade. Tenho admiração e respeito por qualquer pessoa que sabe fazer arte, em especial, os artistas maranhenses. Temos que ser justos, a música maranhense ocupa lugar de destaque na mídia local. São vários os programas de rádio, TV, impresso que destacam o que é feito de bom ou ruim por aqui. Agora, não justifica o bairrismo e a xenofobia, pois há espaço pra todo mundo de acordo com o contexto. Pois bem, não costumo elogiar o que é de fora ou que é dentro. Costumo elogiar as coisas que acredito, fazem bem para os meus ouvidos e para a linha adotada como profissional, independente de ser fulano ou cicrano, maranhense ou baiano, grego ou gringo. Mas, gostei da forma como vc. interagiu..Faz parte da democracia e da liberdade de expressão. Beijos, Pedro Sobrinho

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