De tanto fazer barulho com a música o carioca Marcelo D2 virou livro, que será lançado neste sábado, 22, às 19h30, pela Ediouro na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. “Vamos fazer barulho”, do jornalista e organizador do festival Humaitá Pra Peixe, Bruno Levinson, foi construído diante de um estalo do escritor ao ouvir pela primeira vez o disco “À Procura da Batida Perfeita”, de D2.
Bruno chegou a conclusão de que estava diante de um artista digno de ser homenageado com suas “memórias contemporâneas”. Assim nasceu o livro, que não é definido como uma biografia, mas sim uma radiografia. A obra tem início com uma entrevista com o músico e, a seguir, com familiares, pessoas do meio musical, críticos, jornalistas e até o desembargador Siro Darlan, que perseguiu D2 na época do Planet Hemp e hoje rasga elogios ao seu trabalho.
Memórias contemporâneas é um termo que o [poeta] Chacal usa e eu achei muito bom, diz Levinson. É muito importante que a gente também registre o trabalho de quem está aqui e agora. Não só esperar a pessoa ficar velha ou morrer para merecer uma reflexão sobre o seu trabalho.
O Brasil, segundo o autor, tem pouca tradição de livros sobre música. Nossa literatura musical não é tão forte quanto lá fora. O Bob Dylan tem inúmeras biografias, diz. Não há pretensão de fazer uma biografia definitiva do Marcelo D2. A idéia é fazer uma radiografia, como se fosse uma foto do interior dele nesse momento.
Ele conta que ficou chocado com À procura da batida perfeita. É um álbum clássico da música brasileira. Coloco na mesma prateleira do Chega de saudade, do João Gilberto, diz. Daqui a 20 ou 30 anos vão falar desse disco como uma obra importante. Quando ouvi, foi um estalo: queria que as pessoas conhecessem o que está por trás do trabalho do Marcelo.
“Vamos Fazer Barulho” não é nada definitivo, é apenas um retrato. O que Marcelo D2 vai fazer daqui pra frente pode render, quem sabe, um outro livro. (Fonte: G1)