Carnaval da debandada

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Às vezes fazer comentários contrários sobre determinado tema gera polêmica e logo vem o discurso de que você é contra tudo, é pessimista ou não gosta do lugar onde mora. Lógico, temos que tomar cuidado para não tornar a crítica em algo depreciativo, mas sim como um discurso que venha somar, acrescentar no dia-a-dia de alguém que você tem afinidades, admira e gosta.

São Luís é uma das minhas paixões. Aqui construi a minha história de vida, cultuo e cultuarei essa conquista eternamente. Agora, temos que ser sinceros: está difícil entender como as coisas são idealizadas e colocadas em prática na cidade. O maior exemplo é o carnaval. Dois anos atrás o classifiquei como um ‘Carnaval Qualquer Nota’. O texto foi baseado na criação da ‘Maranhensidade’. Na minha opinião, a expressão que ainda ecoa de forma segregacionista diante da palavra ‘cultura’. Agora, quem sou eu para dizer o que é certo ou errado na vida.

Lá se foram os dois anos e a sensação é de que nada mudou, ou melhor, piorou. O nosso Carnaval, antes citado por muitos como o terceiro melhor do País, perdendo apenas para o Rio e Salvador, agora agoniza em praça pública. Não se sabe o(s) fenômeno(s) que tirou ou tiraram o brilho da folia na capital. A única coisa certa é que a diversidade rítmica, as manifestações, o tradicionalismo, existem, mas não têm convencido o folião, que optou mais uma vez por brincar em outra freguesia.

Se não fosse o Carnaval de Passarela, o tradicional Carnaval da 2ª do Laborarte, a folia isolada e expontanea feita em comunidades, praias, bares e residências, ou mesmo em alguns momentos tímidos no circuito da Madre Deus, João Lisboa, e o Bicho Terra que arrasta multidão, não se teria festa, pois o carnaval de rua está triste, assim como “a Camélia que caiu do galho deu dois suspiros e depois morreu”… 

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