Papo Reto

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Estava no saguão de embarque quente, feito mármore do inferno, do Aeroporto Internacional Cunha Machado, em São Luís. Aproveitei para trocar figurinhas com três amigos: uma pedagoga, a outra jornalista e um arqueólogo. Embora de profissões distintas, e sem aquela vaidade acadêmica, o tema em questão era comunicação. Todos foram unânimes em dizer que tanto as tradicionais como as ferramentas de comunicação do século XXI são viáveis e importantes no mundo de hoje, com ou sem censura.

 

A amiga jornalista aproveitou para dizer que estava elaborando a criação de um Blog. Eu aproveitei para perguntar. Porque um Blog e quais os assuntos em abordagens? Disse ela que ainda não sabia o que abordar. Mas argumentou que o Blog funciona para ela como um canal, um diário virtual em que teria liberdade de expressão para informar e interagir com o internauta. “É a democratização da informação”, conceitou. Acrescentou ainda que escrever diariamente no Blog é sentir-se uma adolescente que define o envelhecer nas idéias como alguém que perdeu o bonde da história. A amiga pedagoga aproveitou para dizer que tanto faz filosofar com Sartre, em alemão, inglês, em caetenês de Caetano, djavanês de Djavan, no dialeto do Recôncavo baiano de Gilberto Gil, radicalizar ou não na escrita, usar gíria ou não, na 1ª ou 3ª pessoa. do singular ou plural, entender ou não, sempre haverá alguém em qualquer canto do Mapa Mundi a compreender o que está escrito. Vai o amigo arqueólogo e complementa: “na arte de escrever deve-se ter cautela e credibilidade. Para isso, o jornalista deve absorver a Ética, o tradicional chavão e principal mandamento da profissão, para não transformar a notícia em um Tribunal de Inquisição.

 

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 Radiola

Depois de mais ouvir do que comentar e seguindo a sabedoria de que todo jornalista vive em eterna aprendizagem, me despedi dos amigos para o embarque. Ao chegar no outro piso do aeroporto, encontro com Fauzy Beydoun, vocalista e líder da banda de reggae Tribo de Jah. Ah, lembrei da amiga jornalista ao referir-se do Blog como um diário virtual e também de bordo, onde muita das vezes podemos captar um furo. Se será importante ou não para comunidade, o importante é informar. Ao indagar Fauzy, perguntei a quantas anda a carreira ? O músico respondeu que trabalho era o que não faltava e aproveitou para anunciar que voltará às origens, ou seja, a São Luís. Disse ele que pretende retomar um projeto de vida e profissional que começou na capital, que se autointitula brasileira do reggae. “As novas experiências musicais e de mercado afastaram a Tribo de São Luís. Estou voltando para mobilizar a cena regueira na cidade”.

 

Fauzy pretende gravar ainda este ano, o CD “Pedras de Salão”, sem previsão para lançamento. “Iremos resgatar o reggae dançado agarradinho, sem o  ‘robozinho’, com esse projeto. Vamos viabilizar recursos para concretização do produto genuinamente maranhense”, explicou. Beydoun garantiu a presença de músicos locais e citou os nomes de Gerude, Nosly, Roberto Ricci, Gérson da Conceição e de Nonato, integrante da formação inicial da Tribo. “A idéia é trabalhar o reggae utilizando as diversas vertentes da música maranhense”, explicou. Sempre carismático e receptivo, Fauzy comentou que iria se encontrar com os demais integrantes da Tribo de Jah para show, neste sábado, 23, em Salvador (BA).

  Feira

Ao chegar em Fortaleza, para participar da 8ª edição da Feira de Música do Ceará, procurei ligar para família, conversar pelo MSN com um amigo músico que mora no Kazaquistão (brincadeira), persegui um outro velho conhecido com mensagens fúteis no Twitter e no Orkut aproveitei para saber qual a melhor balada para o fim de semana na ilha. Depois de navegar na internet, fui prestigiar a abertura da Feira. Como já é de costume, a noite foi de apresentação, entrega de credenciais para os jornalistas do País inteiro presentes no evento. Ah, não podia esquecer da novidade: a Patativa, a moeda oficial da Feira que nos dá o direito de consumir em qualquer estabelecimento comercial da cidade. Depois, tudo acabou em festa, no Buoni Amic´s, no Dragão do Mar. “Jam Sessions” de “deejays” com direito a “Lives” e muito mais.

 

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Em meio a Farra na Casa Alheia, lá estava o baixista Pedro Dantas, (de camisa verde na foto)  “o seu brother” Rafael, ambos filhos do regente, maestro e atualmente Diretor do Departamento de Assuntos Culturais da UFMA, Alberto Dantas. Feliz da vida, pois além de comemorar o aniversário na noite, estava na Feira como membro da banda Sobrado 112 (RJ), onde reside momentâneamente. Na conversa com o ‘xará’, cujo o cordão umbilical está enterrado em São Luís, (ele) disse que até outubro, será lançado pelo selo OI, o primeiro CD da banda. O trabalho teve a produção de BID, o mentor do disco “Bambas e Biritas”, com Seu Jorge, Elza Soares, Carlos Daffé e Marku Ribas. Além de Pedro Dantas, a banda é formada por Leandro Joaquim (trompete e voz), Victor Gottardi (guitarra e voz), Claudio Fantinato (percussão), Miguel Martins (guitarra) e Maurício Calmon  (bateria). No repertório do show, músicas autorais como Juliana, Desmanche e A Tira Gosto, que trazem influência de jazz, dub, samba e skapolca. Fechou o papo dizendo que tá louco para mostrar o trabalho na terrinha.

 

Diva

 

donatete.jpgA última informação e que não pode passar batida, foi a foto exuberante de Dona Tetê, do Cacuriá, estampada na edição desta quarta-feira (19), no Jornal cearense O Povo. Ela está uma autêntica Diva da Cultura Popular do Maranhão e do Brasil. Um detalhe: Dona Teté não está sozinha na foto. Do seu lado músicos tradicionais e da nova geração da  Música Popular Brasileira (MPB), entre alguns bons exemplos: Marku Ribas (MG), Lanny Gordin (SP) e  Fred Martins (RJ), desconhecidos da maioria da gente, mas se pesquisarmos saberemos o que eles representam para a diversificada e  rica música brasileira.

 

Juntamente com o Mestre Galo Preto (PE), Dona Tetê e o restante da Caravana Laborarte (MA) vão misturar o tradicional com o dito Pop, numa celebração que começa oficialmente nesta quinta, 20, e que pode ser definida com uma mistureba, farofada, ch(x)ibé, ou qualquer outra guloseima típica nordestina e brasileira, da boa.

5 comentários para "Papo Reto"


  1. Resiano

    Certamente uma experiência de crescimento para você como ser humano e profissional.

  2. Acadêmico

    Eu vi que você editou o texto! Parabéns, seu blog está cada vez melhor, mais apimentado, mais inteligente, você vai buscar sua inspiração nos confins da Terra? ou foi você que mudou pra melhor? Maravilha!

  3. Lord

    Quente como mármore do inferno? rsrs Adorei! ahahaha

  4. pedro sobrinho

    Oh, Acadêmico…estamos aí para aprender. Não foi preciso buscar inspiração nos Confins da Terra. Tudo é uma questão de leitura de Mundo. Se vc. ainda não conseguiu. Fará bem para o ego e para sua alma. Brigado por interagir e abraço..PS

  5. Leo

    Dona Teté tem um porte de rainha.

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