Um ano sem Michael Jackson: o mistério continua

0comentário

michaeloreidopop1

O tempo passa. Hoje é  25 de junho. O Brasil, em um jogo morno, de ‘patrícios’, ficou no empate sem gols contra Portugal, e conquistou o primeiro lugar no grupo G da Copa do Mundo, em Durban, África do Sul. E nesse mesmo dia, só que do ano passado, o mundo da música foi abalado por uma notícia que chacoalhou até mesmo quem não conhecia a fundo o legado deixado por Michael Jackson.

Foi um Deus nos acuda. Muita gente ficou chocada, os fãs se tornaram criaturas histéricas, a mídia encontrou um prato cheio para ocupar suas reuniões de pautas, artistas demonstraram sua solidariedade em depoimentos emocionados, aquela coisa toda. Fui pego de surpresa com a notícia. Também fique comovido, mas não assustado, pois acompanhava um pouco a trajetória do artista e percebia que mais cedo ou mais tarde a sua morte seria anunciada e de maneira suicida. E foi o que aconteceu. O mundo ficou sem Michael Jackson, justamente quando ele anunciara uma turnê e o retorno ao palco.

Pois bem, o tempo passou, as lágrimas dos fãs secaram e… a vida continuou, claro. Eu também deixei o chororô de lado e resolvi refletir sobre o caso.  E percebi que a vida continuou mesmo e ainda mais rápida em que diz respeito ao show business. Logo trataram de lançar um documentário, “This is It”, que mais parece um reality show, abordando os preparativos para uma hipotética maratona de 50 shows em Londres que jamais aconteceu. Michael Jackson morreu.

De lá para cá, vimos apenas que o culto à imagem que Jackson estabeleceu a partir de boas coisas que ele criou e deixou registrado para a vida eterna. Eu choro o “antigo” popstar, aquele que gravou discos excepcionais, e não aquele que transformou a vida em esquisitices, seu gosto pelo bizarro, sua brancura artificial e o diabo a quatro ? Mas é a vida e as suas controvérsias.

Temos que conviver simultaneamente com o pró e contra para falar de Michael Jackson. A maneira como ele revolucionou a indústria dos videoclipes, por exemplo, permitindo que diretores levassem suas ousadias a extremos em termos de efeitos especiais que só foram utilizados pelo cinema alguns anos depois é mais do que digna de aplausos. Isso sem contar a qualidade que ele apresentou em alguns de seus discos, como Off the Wall, o melhor de todos. Na minha opinião, Thriller foi o seu trabalho mais famoso, mas não o melhor em termos musicais.

Mas para quem lida com música de uma maneira séria e racional, a pergunta que jamais quer calar: por que ele não foi talentoso o suficiente para fugir desse mundo ‘surreal’ e ‘bizarro’ que o cercou nos últimos instantes da carreira. Enfim, será que temos que concordar com o samba provocação “De Bob Dylan a Bob Marley”, de autoria de Gilberto Gil: “Bob Marley morreu. Porque além de negro era judeu. Michael Jackson ainda resiste. Porque além de branco ficou triste”…

Sem comentário para "Um ano sem Michael Jackson: o mistério continua"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS