A um passo da diversidade…

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As festas juninas são motivos de orgulho de todo e qualquer maranhense. A resposta se torna uma realidade com as ruas e os arraiais enfeitados de bandeirinhas, as pessoas, as brincadeiras, em seus diversos sotaques, trilhando e encantando às noites de lua cheia ou não. Para muitos é a diversidade cultural, palavra que soa como o clichê do clichê, quando nos referimos a ela olhando somente para o próprio umbigo.

Parei ! pensei ! E sabe que às vezes vou além, pois também defendo a diversidade dialogando com o outro, embora o outro seja o diferente. Não é uma tarefa fácil tendo vista o posicionamento do senso comum, que trata quem tenta problematizar, de chato, o do contra, ou de gostar de aparecer.

 Mas transitando nas noites juninas me deparei com momentos interessantes.  É uma constatação que a festa de Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal é democrática e as diversas linguagens musicais se comungam, lógico, não podendo perder a essência do que reza a lenda junina no Maranhão.

No palco do Canto da Cultura, na Praia Grande, direcionado para os artistas locais, foi local escolhido por mim por alguns instantes para vivenciar os festejos. Ali, foram realizados shows cronometrados e importantes para reafirmar que a cena local existe. O Canto se transformou na no palco dedicado ao músico maranhense.  Um encontro da velha e nova geração de artistas locais, nos mais variados estilos, com o objetivo de colocar o povo para dançar.  Com certeza, em uma outra circunstância seria louvável que esse tipo de encontro ocorresse e aberto também a outras vertentes que fujam da textura regional.

Pois bem, “Era um Rosa Maria pra cá, uma Rosa Maria pra lá”,” Sacode a bunda meu boi”, “Se tu quer namorar, namora eu”. Era o artista local indo aonde o povo está. Também não faltaram influências do samba, carimbó, do Pará, dança folclórica do Pequi, de Pirinópolis , Goiás, a moçada do Morro do Querosene com a verve da cultura popular brasileira.

Enfim, tive a sensação de assistir a um diálogo necessário. E acredito que a única saída para a promoção desse diálogo com a diversidade ou multicuralismo, sem ranços, bairrismo, o da supervalorização do eu, passa por um olhar humanista. Não devemos carregar preconceitos e teorizar no velho ditado popular: “que o pior cego é o que não gosta, finge que gosta e o que jamais quer enxergar”.

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