Voto pela Sinceridade…

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Se tem uma coisa que aprendi na trajetória da profissão é que não devemos nos isolar. Achar que somos a verdade absoluta. Ouvir e ler o que os outros escrevem é uma tarefa que gosto de fazer. Enfim, é ouvindo e lendo que se enriquece o conhecimento e agimos criticamente quando necessário. Portanto, o legal é escrever em linhas certas, com coerência, para que o texto seja condizente com a personalidade, o caráter da pessoa e conquiste a credibilidade do leitor.

Em sala de aula, [eu] e os alunos do 5º período do Curso de Jornalismo, noturno, da Faculdade São Luís, temos explorados, além da conta, o conceito de etnocentrismo, xenofobia, hibridização cultural, a relação entre tradição e modernidade, assuntos que por sua complexidade dão pano pra manga.

Marcelo Adnet: o cara brincalhão, irreverente, sincero, sem ser cabeção

Portanto, me estimulei em destacar neste blog o tema modernidade aliado ao 3 de outubro, o dia “D”, que se manifesta de dois em dois anos, em que procuramos na urna decidir o destino da cidade, do estado e do País em que vivemos. Uma missão quase impossível, pois em meio a dinâmica, o malabarismo e a arte de se fazer política no Brasil fica difícil separar o joio do trigo e citar esse aqui é bom porque é honesto e vai trabalhar para melhorar a minha vida e dos demais brasileiros. Não acredito em milagres dos homens e em utopias.  Por isso, sou filiado ao “Partido da Sinceridade”, do humorista da MTV, Marcelo Adnet.

E por falar na modernidade o que mais dói é saber que [ela] chega, por meio da tecnologia, e sem uma filtragem do que deve ou não ser lido ou enviado. Com toda sua imponência e importância, esse aparato bélico da informação na internet, a  impressão que se tem é que o ser [moderno] realmente não avança.  Em muitos ‘links’ errados,  se reforça velhos e repetitivos conceitos de etnocentrismo, xenofobia, que por sua vez, continuam a gerar o preconceito. Além desses valores ultrapassados, a tal modernidade, que ecoa cafona, criou uma sociedade literalmente consumista, competitiva e segregacionista. Tudo isso patrocinado pelas chamadas redes sociais e tribais. Até parece que  o Globo está pensando unilateralmente, ou seja, numa homogeneidade de dar dó.

Como diz o jornalista Alex Palhano em crônica publicada em um jornal da cidade: “Parte do planeta acredita em futurismos, parte do planeta é negativista, parte do planeta crê em soluções, parte do planeta é devorada. Parte do planeta se cala”. Pois bem, o que nos resta diante desse relativismo cultural é problematizar.

Agora, difícil é tentar entender a humanidade. Chegar a uma convivência pacífica e homogênea tendo que assimilar a hibidrização dos povos parece pura utopia, mas não é. Tudo depende de como uma sociedade é civilizada, desde que ela seja capaz de entender que os povos andaram e deixaram rastros.  Que ela perceba que  é necessário preservar a pedra de cantaria em seu ‘habitat natural’ e não transformá-la em artigo de luxo pessoal.  E não patrocinar aquele discurso chato e etnocêntrico dizendo para todo mundo que isso aqui é meu e é melhor que o seu. Na verdade, as pessoas esquecem que  a [gente] possui apenas uma identidade e o politicamente correto é perceber que somos miscigenados pela história.

Diante de tantas complexidades, perguntas e respostas, penso que o correto, também, é tentar entender o outro, mesmo que o outro pense diferente. Não é uma tarefa fácil de se praticar. Pois para tentar entender o outro é necessário que a gente também faça uma reflexão do [eu].

Será que o meu mundo é o melhor porque sentei no banco da universidade, viajo para as grandes metrópoles do mundo, twitto, tenho facebook, uma comunidade no orkut, me acho intelectual, sou  ambientalista e frequento as festinhas ‘fashion’ de celebridades do ‘high society‘ ?

Educação, gentileza, bom senso, conhecimento, respeito, maturidade, elegância, personalidade, caráter, humildade, sinceridade, entre outros adjetivos importantes para que pelo menos possamos criar um mundo possível, são condutas oriundas do biológico e vem do berço.

2 comentários para "Voto pela Sinceridade…"


  1. José de Oliveira Ramos

    Gostei do texto. Melhor do que o que produzem alguns profissionais. Para um estudante de Jornalismo, é algo que pode levar a algum lugar. Construa a sua “independência” através da cultura, da leitura, da coerência e não através de valores materiais que são totalmente supérfulos.
    E, por falar em “cultura”, é bom quando a gente vê que nesta terra existe alguém que pelo menos demonstra que “Cultura” não é apenas Bumba-boi, Cacuriá e Tambor de Crioula. Música de qualidade, teatro de qualidade também é cultura. Parabéns.

  2. Tássia Campos

    Pedrinho, que belo texto. Precisamos disto!

    um beijo e parabéns!

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