Prefiro o chá das cinco dos ingleses

0comentário

Aproveitando que estamos no péríodo das ‘Águas de Março’ sai de casa na sexta-feira à noite, dia 1º, para assistir o badalado filme “A Dama de Ferro”, que tem como protagonista, a lenda viva do cinema mundial Meryl Streep. Reconheço que sou apenas um tímido cinéfilo, mas tenho afinidade com a chamada sétima arte. E o que vi foi uma biografia romanceada da primeira ministra da Grã-Bretanha, Margareth Thatcher. Cá com meus botões questionei. Por que homenagear uma das personagens mais repulsivas do século XX ? Segundo o crítico André Forastieri, onde todas as decisões dela eram injustas e erradas.

“Era contra os sindicatos, contra os negros, contra os pobres, contras as mulheres, contra os estudantes, contra os homossexuais, contra a União Europeia. Pró-milionários, pró-nobres, pró-ditadores sanguinários de todas as latitudes, pró-Reagan. Destruiu a economia do Reino Unido e enfiou o país em aventuras militares inúteis e demagógicas – a campeã de todas, a Guerra das Malvinas. Também era horrorosa, brega, carola e antipática. Há quem diga o contrário. Que ela modernizou e desregulamentou a economia de seu país, foi fundamental na aliança com os EUA para derrotar a União Soviética, enfrentou lobbies, e defendeu os valores ingleses”, admitiu Forastieri.

Eu não me recusei assistir o filme como assim fez Forastieri. Realmente, a tal ” dama de ferro (na boneca)” pode até ter escondido a sua sensibilidade entre quatro paredes, mas se relacionava com a  mídia, a opinião pública e o poder como uma criatura soberba, dona de um coração amargo, que achava que o mundo se resumia aos seus caprichos e ideais. O tempo é implacável e o curso da história muda. O muro de Berlim caiu e junto com ele os egocêntricos(as) e narcisos(as) de plantão. E restaram a eles(as) o anonimato e a solidão.

“A Dama de Ferro”, dirigido por Phyllida Lloyd – a produtora de “Mamma Mia!” – parece ter a única função de reportar a Streep este Oscar, merecido pois estava parecida com Thatcher. Enfim, um filme de roteiro frio em que o mais interessante seria destacar o tradicional ‘chá das cinco dos ingleses’.

Sem comentário para "Prefiro o chá das cinco dos ingleses"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS